“... exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. Judas 1.3
“Não agüento mais acessar aquela lista”! Disse um amigo meu, referindo-se a um grupo de discussão teológica cujos participantes estavam avidamente dissecando posições contrárias, expondo as contradições com as Escrituras. “Parece que todos só se preocupam em achar o erro alheio”! Essa reação é bem normal quando, em meio a heresias e distorções do cristianismo histórico, somos levados a, repetidamente, reafirmar os ensinamentos das Escrituras. Cansamos e chegamos a duvidar se vale a pena gastar tempo em tanta discussão. Até aqui, no nosso blog trocamos opiniões, entre blogueiros e comentadores, se não estávamos forçando um pouco a barra em cima dos liberais. Deveríamos falar de outras coisas.
De uma forma geral, ninguém gosta muito de controvérsia. Apesar de umas poucas pessoas darem a impressão de serem alimentadas por dissonâncias de opiniões, a grande maioria, principalmente do Povo de Deus, procura a concórdia e a harmonia. Não nos sentimos bem discutindo questões a toda hora e isso é um reflexo de que Deus nos tem chamado “à paz” (1 Co 7.15). No entanto existe “paz” que pode ser enganosa, superficial e até mortal. Controvérsias doutrinárias, por mais desagradáveis que sejam, ocorrem no seio do Povo de Deus. Muitas vezes somos sugados a uma batalha que não nos alegra, nem representa o nosso desejo. Estas ocorrem na época e na providência divina, exatamente para nos testar, para que o nosso testemunho possa ser renovado, para que aqueles que introduzem falsos ensinamentos sejam revelados e identificados na igreja visível. A história já provou como a doutrina verdadeira é depurada, triunfa e é cristalizada e esclarecida às gerações futuras, no cadinho da controvérsia.
Como bem indica o verso acima, esta é uma luta náo só de especialistas ou de algum "clero especializado, mas de todos nós. Temos que ter a consciência de que vivemos uma batalha na qual nossas mentes e corações são testados pelas mais diferentes correntes de pensamento. Ela é vencida quando brandimos a Espada do Espírito – a Palavra de Deus; quando nos empenhamos no estudo das Escrituras e enraizamos suas doutrinas nas nossas vidas, de tal forma que vamos ficando equipados a reconhecer o erro e seus propagadores. Sempre mantendo uma postura cristã no trato, devemos ter firmeza doutrinária no que cremos, principalmente porque existem aqueles que não possuem o mínimo apreço pela Bíblia, mas sorrateiramente possuem seguidores em nossos arraiais.
Um exemplo claro disso foram os convites que vinham sendo feito ao famoso educador e ex-pastor Rubem Alves para conferências e palestras em igrejas presbiterianas. Ninguém disputa as grandes qualificações acadêmicas e o enorme talento que o Sr. Rubem Alves possui. Ele encanta multidões, principalmente de educadores, com suas palestras e livros de histórias. No entanto, é uma pessoa que abjurou publicamente da fé e que, tanto explicitamente como nas entrelinhas, propaga uma mensagem destrutiva contra os ensinamentos da Palavra de Deus. A situação de tietagem teológica equivocada estava se alastrando a um ponto que o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, através de sua Comissão Executiva, alertada por alguns presbitérios, definiu explicitamente que esse senhor não deve ocupar púlpito da denominação.
Se você duvida da propriedade da decisão, veja algumas frases que Rubem Alves proferiu, há pouco mais de um ano, em uma igreja presbiteriana do Rio de Janeiro que o havia convidado para uma cerimônia (pasmem!) de comemoração da Reforma do Século 16 – logo ele, que é contra tudo o que os reformadores ensinaram. Disse ele: “... Deus criou o homem e viu que era bom. Ser homem deve ser, na realidade, melhor do que ser Deus tanto que Deus se encarnou como homem. Somente um Deus cruel e sádico enviaria seu próprio filho para morrer daquela forma para pagar os pecados humanos. Essa idéia é construção do medievalismo. Acho que Deus quis ser homem porque ser homem deve ser melhor do que ser Deus”.
Acho que dá para entender por que não podemos baixar a guarda, não é? Deus é todo-poderoso e não precisa de nós para cumprir seus propósitos. Na realidade, é o próprio Cristo que nos ensina que “as portas do inferno” não prevalecerão sobre a sua igreja. No entanto, é a sua Palavra que nos comissiona a vigiar e orar; a estarmos alerta porque Satanás está nos rodeando, almejando a nossa queda. Que Deus nos capacite e nos dê discernimento sobre a multidão de ensinamentos falsos que estão infiltrados no meio dos evangélicos pela ação dos falsos mestres.
Oi, Solano,
ResponderExcluirUma pena que, nos dias de hoje, os próprios evangélicos sejam os primeiros a criticar todo aquele que procura defender a fé. Para muitos, dar nome aos bois é sinônimo de intolerância, perseguição religiosa, farisaísmo ou fundamentalismo no pior sentido do termo. Nem mesmo nos seminários o erro é denunciado com a veemência necessária. Hoje em dia, parece que o maior compromisso de muitos é agradar as pessoas e parecer antenado com as últimas tendências, e não adorar ao Deus vivo e defender Sua verdade até o fim.
Excelente post!
Solano,
ResponderExcluirO que seria de nós sem pregadores como João Huss, Wicliff, Lutero, Calvino? A coroa que nosso Senhor recebeu por pregar a verdade foi de espinhos. Os servos de Cristo não são maiores que Ele. Não creio que o ministério de Jesus foi um anuncio de paz ao estilo "paz e amor" a qualquer custo em detrimento da verdade. Ora, as epístolas, como "teologia de tarefa", são um exemplo de que a batalha pela fé existe desde os primórdios da Igreja Cristã. O único receio que tenho é a falta de equilíbrio e amor ao reprendermos o erro. Parafraseando Che Guevara, devemos "lutar sempre, mas jamais perder a ternura"
Solano,
ResponderExcluireu fui com os colegas de seminário ver essa cerimonia da Reforma qual foi citada na postagem. Nunca havia visto o evangelho ser envergonhado num púlpito evangélico, ou pelo menos dito evangélico. Muito triste!
Agora pelo menos quem falou nessa cerimonia foi sincero e saiu da igreja, quem derá todos os liberais, ou neo-liberais fossem sinceros consigo mesmo e saíssem da igreja, porque não professam a fé.
Que Deus dê forças a todos nós para resistirmos e defendermos a fé cristã!
Hélder:
ResponderExcluirQue bom tê-lo teclando novamente, após sua cirurgia. Estivemos orando por você. Como você bem observa, a avidez de aceitabilidade social é uma força muito grande que vai amordaçando as críticas sérias e pertinentes que deveriam estar sendo feitas. Nada reflete mais o alerta contra os modismos do que a expressão paulina "ventos de doutrina", que sempre estão soprando ao nosso redor, inclusive nos seminários, sim.
Um abraço,
Solano
Charles:
ResponderExcluirTodos esses que você relacionou e tantos outros, na história, estiveram envolvidos em amargas controvérsias doutrinárias e tiveram de demarcar o terreno, em defesa da fé. Pela ação deles, sustentados pelo Espírito de Deus, somos recebedores de uma compreensão que nos impele sempre de volta às Escrituras.
Bem lembrado - o nosso salvador sofreu nas mãos dos detratores da verdade e nos deixou exemplo de despreeendimento a ser seguido.
Quanto ao equilíbrio e trato cristão, é essencial, mas o Che?? Sei, não. A "ternura" dele é um pouco sangrenta demais para o meu gosto...
;>)
Abs
Solano
Juan:
ResponderExcluirÉ ótimo que temos uma testemunha ocular entre os comentadores. Aos neo-ortodoxos de plantão, que dizem que a história "bruta" não interessa (mas apenas o reflexo religioso dos eventos), já verificaram como Paulo dá importância às testemunhas da ressurreição de Cristo - para substanciar que ela realmente ocorreu, em 1 Cor. 15?
A propósito, fiquei sabendo e me alegrei, com o testemunho que você pode dar na aula magna de abertura do seminário - alertando contra o liberalismo. Só que pelo "resumo" que eu vi e aproveitando o gancho do Charles, que falou no CHE, ouvi que foi um discurso a la Fidel, com seis horas de duração??
;>)
Solano
Solano,
ResponderExcluirFalando em Lista. Passa à Macedônia e ajude-nos! :-)
Olá, presbítero,
ResponderExcluirEu tenho uma certa reserva com esse termo, porque se patrulhamento teológico é se levantar sempre que algo vai de encontro à sã doutrina, os maiores patrulheiros são justamente aqueles que mais contribuíram para a pureza dourtinária.
Exemplo como os dados pelo Charles e tantos outros que não foram citados aqui.
O apóstolo Paulo então, seria capitão do "12º batalhão internacional de patrulhamento teológico".
Infelizmente, aos olhos dos "cristãos" atuais, defender a sã doutrina é pecado, o correto e ser "tolerante para com os fracos na fé (como se fraco na fé fosse sinônimode herege)"
P.S.: Recebeu o meu e-mail? Espero resposta (do e-mail) em PVT.
falta a prova.
ResponderExcluiré mt facil querer envergonhar os outros sem provar.
Caro Solano,
ResponderExcluirSão posts como esses que fortalecem nossa fé e nossa defesa pela pregação autêntica da Escritura. O mundo vive de valores relativos e isso infelizmente tem invadido a igreja. Ontem discutiamos um texto do Rubem na sala de aula, onde ele fala sobre convicções e as compara com demônios que tomam conta do pensamento da gente. Num mundo onde as convições não são importantes pois "cada um tem seu ponto de vista" e "não cabe a nós julgarmos", somos tidos pelos incrédulos como bitolados por não questionarmos nossos valores e acreditarmos em tudo que a Bíblia diz. Mas o que realmente me causa espanto e bastante tristeza é que isso esteja ocorrendo dentro do meio cristão (e seminários), onde aqueles que professam a fé reformada se levantem para dizer a mesma coisa e ainda nos acusar de farisaismo e intolerância como bem disse o Heldinho.
Que o Senhor continue te abençoando ricamente.
Caro Solano,
ResponderExcluirRealmente é muito triste ver a igreja nesta situação.
Quanto Ao Rubem Alves, sei que esta não é a questão central do teu post, mas sou leitor e grande admirador de suas obras, mas a filosofia parace ter-lhe cegado o espírito. Não vejo ele usar um texto bíblico em seu lugar. Mas a questão toda sobre ele é propedêutica e pressuposta, é uma convicção epistemológica que foge aos preceitos reformados!
Rubem Alves é ótimo escritor, péssimo teólogo. Seu forte não é a ciência dogmatica, mas a poesia. Assim, como poeta que ele é, eu adoro lê-lo!
Abraço.
Rubem Fontes.
Ola Solano,
ResponderExcluirEu li o seu post hoje cedo e fui trabalhar e fiquei pensando sobre isso, e me veio a mente um texto que esta em Joao 6:26-71, quando o discurso de Jesus foi considerado muito "duro", pelo discipulos. Acontece que apesar das murmuracoes ele nao agiu com "ternura" para agradar aqueles que se escandalizavam. Pelo contrario foi mais enfatico na mensagem e um pouco mais adiante ate mesmo desafia os 12 a que avaliassem suas posicoes em relacao a Ele.
O que se pretende nos dias de hoje e' que se abra mao de falar a verdade para ser "polite" quando os outros (neo-liberais)podem se portar como queiram.
Na verdade eu entendo que foi a falta de posicionamento publico, franco e aberto, que nos trouxe ate onde estamos e a cada dia vemos mais e mais lideres evangelicos dando esse passo-a-traz quanto a defesa da verdade absoluta do evangelho de Cristo.
Jesus requer isso de cada um de nos, que sejamos porta-vozes da Sua Palavra, sem rodeios.
Caros amigos Davi e Charles:
ResponderExcluirDavi Eduvirges - Na realidade você não tem reservas com relação ao termo, você acha que ele é arpopriado. Mas você tem razão - defender a doutrina, hoje em dia, está sendo visto como atitude pecaminosa. Mas essa reversão de valores já está bem colocada em Isaías 5. O coração humano continua o mesmo. Quanto ao seu e-mail, tive de pedir ajuda aos universitários (professores do Jumper) mas já tenho alguns dados para lhe responder hoje à noite ou amanhã.
Charles Grimm: Caro Charles - a Macedônia parece muito populosa e cheia de mentes hábeisao auxílio. Dê-me umas férias, pois estou no limite das controvérsias assimiláveis... ;>)
Abs
Solano
Caro anônimo:
ResponderExcluirO fato de você ter se escondido debaixo do anonimato deve ter-lhe impedido de ler que o post traz as frases do Rubem Alves, que são exatamente provas do que estou afirmando. O Juan, que comentou o post, é prova testemunhal adicional.
Abra os olhos, rapaz!
Caro Rubem Fontes:
ResponderExcluirBoa percepção e análise. Mas cuidado - poesia é comunicadora de filosofia, e quanto melhor mais letal pode ser...
Abs
Solano
Caro Wilson:
ResponderExcluirÉ isso mesmo. Se pelo menos falarmos com clareza, preocupados primariamente em agradar a Deus e depois na melhor forma de comunicar Suas verdades aos homens, teremos dado grandes passos na defesa e proclamação da fé. Obrigado pelos comentários.
Solano
Solano,
ResponderExcluirrealmente a aula foi uma benção de Deus, Franklin comentou da sua fala das 6 horas de duração (risos), porém foram somente quase duas, porque foi introdução apenas. Para uma analise mais profunda vou pedir que chamem o trio parada dura que escrevem no tempora-mores (risos).
Quanto ao anônimo, posso dizer que assisti, vi com meus próprios olhos e confesso que foi a palestra mais contraditória que assisti. O evangelho sendo negado em um púlpito de uma igreja pertencente a uma denominação evangélica-confessional.
Que Deus nos dê mais discernimento.
Cara Ivonete:
ResponderExcluirObrigado por seus comentários. Oro para que Deus continue a lhe fortalecer, dando-lhe sabedoria e discernimento para batalhar pela fé uma vez por todas dada aos santos.
Solano