Ricardo, acho que você escolheu o artigo errado para criticar em defesa de suas idéias já bem conhecidas do povo evangélico brasileiro. Meu artigo é pequeno e irrelevante diante de obras de maior peso prestes a serem lançadas no mercado brasileiro que analisam e expõem as falácias da teologia que você adotou, quer a chame de teísmo aberto ou relacional. Você deveria ter guardado sua artilharia para “Não sei mais em quem tenho crido,” organizado por Douglas Wilson, e “Não Há Outro Deus” de John Frame (a serem lançadas pela Cultura Cristã). E enquanto esses livros não saem, poderia ter atacado “Soberania Banida” do Wright ou o excelente artigo do Dr. Heber Campos, “O teísmo aberto – um ensaio introdutório” na revista Fides Reformata, ou mesmo o livro “O Teísmo Aberto”, de John Piper (Vida). Quando você refutar os argumentos de obras desse calibre, se conseguir, sua teologia poderá ficará mais fortalecida e quem sabe você volte a ter o reconhecimento que costumava ter entre os evangélicos brasileiros, embora eu imagine que você não se interessa, pois já escreveu que não se importa com o impacto de suas palavras.
Bom, mas o fato é que você, certo ou errado, resolveu escolher-me como representante dos seus críticos, pelo menos nesse artigo seu. No artigo você promete esclarecer a diferença entre teologia relacional, termo criado por você e um amigo, e o teísmo aberto. O artigo fica devendo, pois não faz nenhuma diferença entre as duas coisas. Você pode ter inventado o termo “teologia relacional” (o que eu tenho dúvidas, pois Pinnock usa o termo "relational theology" no mesmo sentido de "open theism" -- veja http://www.ctr4process.org/affiliations/ort/ORTPinnock.pdf), mas o conteúdo continua o mesmo do teísmo aberto. Se sobrou originalidade na cunhagem do termo, ela faltou no preenchimento do conceito. Logo fica claro, quando essa distinção não é feita, que o objetivo do artigo é desacreditar partes do que eu escrevi.
Eu poderia responder seu artigo ponto a ponto, a começar pelo estranho fato de que na tentativa de resgatar o caráter relacional de Deus você acaba tornando-o num Deus distante e ausente. Mas, vou concentrar-me apenas nas partes do seu artigo em que sou mencionado.
1. Você diz que “infelizmente, pela fragilidade de seus argumentos, parece que ele [Nicodemus] nunca leu as obras originais de Clark Pinnock, John Sanders ou Gregory Boyd, apenas o que seus críticos publicaram na internet”. O “argumento” a que você se refere é a declaração que eu fiz em meu artigo:
Os pontos principais [da Teologia Relacional] podem ser resumidos desta forma: 1) O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas.Obviamente, não li todas as obras deles (você as leu?), mas li o suficiente para formar a minha opinião. E conheço a posição de outros que você nem menciona, como Richard Rice, outro proponente do Teísmo Aberto. Em seu artigo “Biblical Support for a New Perspective”, publicado num livro de teístas abertos, ele cita um leque eclético de neo-ortodoxos e liberais, tais como Heschel, Barth, Brunner, Kasper e Pannenberg para apoiá-lo na afirmação que o amor “é mais importante que todos os outros atributos de Deus”, até mesmo “mais fundamental… O amor é a essência da realidade divina, a fonte básica da qual se originam todos os atributos de Deus” (o artigo está no livro The Openness of God [A Abertura de Deus], com capítulos de Clark H. Pinnock, John Sanders, William Hasker e David Basinger, de 1994. A citação que estou fazendo é da página 21). Se quiser uma citação de Pinnock, nessa mesma obra, aqui vai:
Podemos entender Deus como sendo um pai que se preocupa, com atributos de amor e receptividade, generosidade e sensibilidade, abertura e vulnerabilidade, uma pessoa (ao invés de um princípio metafísico) que se aventura no mundo, reage ao que lhe sucede, se relaciona conosco e interage dinamicamente com os humanos (num artigo na obra citada acima, página 103).
Pinnock faz essa declaração apresentando o modelo de Deus-amor em contraste com o modelo cristão tradicional (que ele caricaturiza). Acho que você mesmo deixou claro em seu artigo que a Teologia Relacional começa pelo amor de Deus para daí justificar sua ausência, seu auto-esvaziamento, etc. Talvez você possa dar uma lida em tudo isso, para ver que o meu resumo é bastante fiel.
2. Ricardo, você diz “Portanto, Nicodemus fez uma afirmação inconsistente com a revelação judaico-cristã de Deus como Pessoa, nunca defendida pelos escritores do teísmo aberto ou por qualquer outro teólogo que eu já tenha lido.” Eu não fiz afirmação alguma a não ser reproduzir o que defensores do Teísmo Aberto dizem sobre o amor de Deus. Se há inconsistência, é entre os que eles declaram e a revelação judaico-cristã de Deus como Pessoa. Como eu mostrei acima, teólogos do teísmo aberto (que você cita como se fosse a mesma coisa que teologia relacional, contradizendo a afirmação prévia que as duas coisas seriam diferentes) defendem, sim, o amor de Deus como atributo mais importante. A verdade, Ricardo, é que você aparentemente leu poucos teólogos, ou somente os que lhe interessam.
3. Você diz “Não conheço ninguém que, ao tentar descrever uma pessoa, consiga catalogá-la, como dona de um ‘atributo mais importante’, como: honestidade, justiça, bondade ou amor”. Pois é, Ricardo, então deixa eu te apresentar os seguintes teólogos, filósofos e estudiosos que defenderam um ou outro atributo mais importante em Deus:
- Duns Scotus: infinitude
- Gordon Clark: asseidade
- Cornelius Jansenius: veracidade
- Saint-Cyran: onipotência
- Socinianos: vontade
- Hegel: razão
- Jacobi, Lotze, Dorner e outros: personalidade absoluta
- Ritschl: amor
Outros, mesmo não apontando um atributo mais importante como os acima, puseram ênfase em um único atributo de Deus, como Barth sobre “amor na liberdade”, Buder e Brunner na “pessoa”, e Moltmann na “futuridade”. Como você vê, o fato de você não conhecer alguma coisa não quer dizer que não exista. Quando os teólogos relacionais e/ou abertos destacam o amor de Deus acima de sua, por exemplo, onisciência, estão fazendo a mesma coisa que outros teólogos já fizeram antes deles, com outros atributos de Deus.
4. Você faz uma representação totalmente falsa do que eu escrevi quando diz “Sua próxima frase [de Nicodemus] vai negar noções intuitivamente percebidas pela grande maioria dos evangélicos: Deus é afetuoso, sim”. E em seguida, apresenta a prova do crime: “III) “Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas humanos”. Para que os leitores julguem se eu realmente neguei que Deus se comove com os dramas humanos e que defendo a passividade divina, reproduzo aqui outra vez minha frase no contexto:
Os pontos principais [da Teologia Relacional] podem ser resumidos desta forma: (1) O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas.
Vou lhe dar crédito porque nesse ponto do meu artigo, em que me limito a reproduzir o pensamento da teologia relacional, não disse se concordo ou discordo que Deus é sensível e se comove com suas criaturas. Na verdade, eu concordo, sim. Não poderia ser diferente, diante da revelação bíblica. O que eu não posso é tomar a sensibilidade, a ternura e o amor de Deus para anular sua onisciência, sua onipotência, sua imutabilidade e sua soberania, todos igualmente revelados na mesma Bíblia. Eu leio o que você escreve, mas aparentemente você não lê o que eu escrevo. Se lesse, saberia que eu jamais negaria o que a Bíblia diz sobre o amor, a sensibilidade e a ternura de Deus. Se você tiver tempo, enquanto luta com suas dúvidas intermináveis, leia um artigo meu aqui no blog Tempora-Mores, intitulado “Mais de Cinco Pontos do Meu Calvinismo”, do qual reproduzo apenas um parágrafo:
Creio que Deus é soberano e bom, mas não tenho respostas lógicas e racionais para a contradição que parece haver entre um Deus soberano e bom que governa totalmente o universo, por um lado, e por outro, e a presença do mal nesse universo. Diante da perversidade e dos horrores desse mundo, alguns dizem que Deus é soberano mas não é bom, pois permite tudo isto. Outros, que ele é bom mas não é soberano, pois não consegue impedir tais coisas. Para mim, a Bíblia diz claramente que Deus não somente é soberano e bom – mas que ele é santo e odeia o mal. Ao mesmo tempo, a Bíblia reconhece a presença do mal do mundo e a realidade da dor e do sofrimento que esse mal traz. Ainda assim, não oferece qualquer explicação sobre como essas duas realidades podem existir ao mesmo tempo. Simplesmente pede que as recebamos, creiamos nelas e que vivamos na certeza de que um dia ele haverá de extinguir completamente o mal e seus efeitos nesse mundo.
No início de seu artigo você disse que errou em expor suas dúvidas diante de teólogos com “convicções fortes,” uma “fé inabalável” e “afirmações irredutíveis”. Não acho que esse foi o seu erro. Todos temos muitas dúvidas e poucas respostas em diversos pontos, conforme você leu acima. E se você leu meu artigo até o fim, terá percebido meu último parágrafo:
Com certeza a visão tradicional de Deus adotada pelo cristianismo histórico por séculos não é capaz de responder exaustivamente a todos os questionamentos sobre o ser e os planos de Deus. Ela própria é a primeira a admitir este ponto. Contudo, é preferível permanecer com perguntas não respondidas a aceitar respostas que contrariem conceitos claros das Escrituras.Seu erro não foi externar suas dúvidas, mas a natureza dessas dúvidas. Além do mais, será sempre questionável tentar passar às pessoas essas dúvidas como se elas fossem o padrão do cristianismo bíblico. Enquanto que eu e os evangélicos tradicionais – calvinistas e arminianos – sabemos em que temos crido, você atravessa um período em que questiona o conceito cristão de Deus quanto à sua onisciência, onipotência e soberania. Suas dúvidas o levaram muito além do antigo debate entre calvinistas e arminianos, a questionar a concepção cristã histórica de Deus.
Sinceramente,
Augustus
Caro Augustus,
ResponderExcluirJá havia lido o texto do Pr. Ricardo Gondim e imaginei que de alguma forma você o leria e ofereceria uma resposta elucidativa e esclarecedora, como sempre. Que o Pr. Ricardo tenha suas dúvidas vá lá... todos temos, mas daí a negociar o relato bíblico e anos de história da igreja onde questões como essas já tinham sido abordadas e, misturando num mesmo pacote, inconsistências doutrinárias do pentecostalismo com o pensamento de Santo Agostinho, Lutero e Calvino e com a política externa do governo norte-americano, já é demais. Quanto mais leio seus textos (os do Pr. Ricardo)menos entendo seu ponto de vista. Não me estranha ele depois de todo este tempo ainda estar envolto numa nuvem de dúvidas que parece não ter fim.
Enfim, muito bom o seu texto e Deus queira que o Pr. Ricardo Gondim seja iluminado pela leitura das Escrituras e Deus se revele a ele como Ele se revelou à humanidade nas Escrituras.
Lucas Fábio - Campinas SP
Que bom que houve resposta. O texto de Gondim, para variar um pouco, está bastante confuso, difícil de compreender. Fiquei me perguntando se era falta de atenção minha, pois não tinha encontrado a tal explicação da diferença entre "teologia relacional" e "teísmo aberto" prometida por ele. A falta de atenção, no caso, foi dele.
ResponderExcluirEu só acrescentaria uma coisa. A expressão relational theology não seria a correspondente inglesa da expressão teologia relacional? Se for, Gondim erra ridiculamente feio ao afirmar que ela é "totalmente desconhecida" nos EUA. O curioso é que os teólogos que ele mesmo cita, como Pinnock, Sanders, Boyd, já a utilizam há um bom tempo. (Uma simples pesquisa no Google demonstra o quanto ela é conhecida e utilizada por lá.)
Mas aquele lá é igual a mulher de malandro, como se diz no Rio de Janeiro: gosta de apanhar. Quanto mais alguém demonstra a incoerência, a inconsistência, mais animado ele fica.
Grande abraço.
perdoe me a ignorancia mas no segundo paragrafo tem um errinho de português "eu imagine que voçê não lhe interessa"
ResponderExcluirTripoco, voce está certo, obrigado pela correção. Não me leve a mal, todavia, em lembrar que é "você" e não "voçê".
ResponderExcluirUm abraço
Nagel,
ResponderExcluirObrigado pela lembrança: o termo teologia relacional já vem sendo usado por teólogos do teísmo aberto antes do Gondim.
Abraços.
Poxa é até comico não é, observei um erro de português e cometi outro, bem me perdoe, como não conheço a teologia relacional fui dar uma olhadinha no texto do Sr Ricardo, devo lhe dizer que suas refutações foram bem acertadas. Gostaria de saber sua opnião e do pessoal e espero sinceramente nao fugir do tema mas a pergunta é a seguinte: Hoje enfrentamos heresias piores do que na época da reforma ?
ResponderExcluirGrande Nicão! :-)
ResponderExcluirDepois de um período meio turbulento no final do ano passado, em que o Gondim foi criticado por vários blogs reformados (inclusive o meu, sem muita expressão, claro) eu pensei que ele tinha repensado alguma posição e até teria entrado em contato com o Robin (Ed René Kivitz) para reverem algum ponto de sua teologia tão distante da Palavra de Deus.
Agora mais essa.
Você crê que um dia eles ainda possam se arrepender do que tem escrito e voltar à verdade bíblica? Possível nós sabemos que é, pois isso será uma obra divina, mas não existe nenhuma evidência que essa mudança ocorra?
Abraços Reformados
Tripoco, acho que as heresias de hoje são as mesmas da época da Reforma. Veja por exemplo a teologia relacional ou teísmo aberto: os socinianos, que viveram pouco depois da Reforma, já questionavam a onisciência de Deus. São velhos erros que sempre retornam travestidos com rouva nova.
ResponderExcluirAbraços.
Querido Augustus,
ResponderExcluirO texto do Gondim está muito próximo a uma difamação pura e simples. O fato de ter sido escrito em linguagem educada e comedida não desmente a intenção difamadora, que se aproveita de certo disse-que-disse sobre uma pretensa "falta de amor" no meio evangélico mais ortodoxo e mais preocupado com a teologia. Estou indignada e escrevi um texto sobre essa estratégia de Gondim, pedindo uma resposta. O post foi publicado hoje no meu blog.
Abraços!
André,
ResponderExcluirSou um pecador salvo somente pela graça de Deus. Portanto, para mim, não há ninguém que esteja fora do alcance dela. Um abraço!
olá augustus,
ResponderExcluirrealmente, o r. gondim pecou por rebater algo que não 'correspondia' a ele...
de qualquer forma, creio que em uma coisa eu concordo: não tenho todas as respostas, e creio que ninguém tem... e quem tenta pelo menos passar um mínimo dessa segurança está apenas dando uma boa lição de teatro e menosprezo...
li o artigo do r. gondim há dois dias e a confusão foi clara, apesar de ser ele um bom escritor. creio que o artigo em si foi uma grande explanação pessoal, com interesses pessoais. e o mais interessante é a facilidade com que surgem novos debates em âmbitos também pessoais...
abçs!
"Estou cansado". "Estou com dúvidas". "Estou decepcionado". A Teologia Relacional defendia por Gondim talvez seja fruto de todas essas confissões dele.
ResponderExcluirQuem está assim, não quer respostas, quer novidades, quer aparecer através delas e se amoldar ao espírito desse mundo. Não dá para levar a sério quem conduz sua teologia não pela Palavra, mas pela física quântica!
Prezado Rev. Nicodemos.
ResponderExcluirDepois de quase 30 dias sem ler nenhuma nova postagem aqui, deparo-me com "nitroglicerina pura".
Fui ler o artigo de Ricardo Gondim e reparei que ele diz o seguinte:
"Aliás, o termo “Teologia Relacional” foi cunhado por mim e pelo Stanlei Belan, um engenheiro muito amigo, membro da Betesda. Em nossos “papos-cabeça”, notamos que carecíamos de uma expressão que nos ajudasse a conceituar nossos arrazoamentos".
"Realmente não dá para imaginar que dois tupiniquins o inventaram nos arredores de São Paulo durante um retiro de carnaval".
Mais abaixo no seu texto, criticando você, ele diz:
"Infelizmente, pela fragilidade de seus argumentos, parece que ele nunca leu as obras originais de Clark Pinnock, John Sanders ou Gregory Boyd, apenas o que seus críticos publicaram na internet".
Se o Clark Pinnock escreve sobre o assunto e ainda usa o termo "realational theology", quem o cunhou? Foi o Ricardo que copiou do Pinnock, ou foi o Pinnock que copiou do Ricardo após o retiro de carnaval?
Me responda Pr. Ricardo Gondim, "quem é o pai da criança?"
Rev. João d'Eça.
Prezado Augustus e prezado Ricardo, pelo que tenho lido sobre o assunto escrito pelos senhores, quero sugerir que essa discussão não continue. Pelo que sei, tanto Augustus como Ricardo são homens de Deus, homens de expressão em nosso meio evangélico, competentes e visados. Os irmãos não conseguirão melhorar a imagem de Deus com esse debate. Sou forte defensor da boa ortodoxia, mas nesse caso, acho que é muito trovão para pouca chuva. Um abraço fraterno, Augustus, um abraço fraterno, Ricardo.
ResponderExcluirPr. Antonio Francisco.
Olá, Augustus,
ResponderExcluirBom texto, mas o apelo que a teologia relacional tem não é apenas intelectual. Aos olhos de muitos evangélicos, é difícil enxergar como o calvinismo se traduz em boas obras, em transformação do mundo. Ao passo que os teólogos relacionais (e outros, de uma linha mais liberal) parecem ter o que mostrar. Tirando um exemplo, veja só o que o Gondim colocou no blog dele sobre Ricardo Muñoz: "Ricardo Muñoz, chileno de Santiago, [em 1986] 53 anos. Depois de estudar arquitetura, ingressou aos 21 anos na Congregação dos Padres dos Sagrados Corações. Estudou em Roma, Paris e doutorou-se em teologia na Universidade de Ratisbona, Alemanha. Lecionou durante anos na Universidade Católica do Chile até ser demitido. Recolheu-se a um bairro operário de Santiago onde está há doze anos vivendo com os pobres e passando necessidades com eles. Um tipo raro de teólogo que alia ciência, mística, finura e profunda empatia." Como não se deixar impressionar com esse marketing?
A questão não é apenas mostrar as inconsistências intelectuais do teísmo aberto, mas também a de mostrar a consistência do calvinismo no dia-a-dia das pessoas. Talvez nós, calvinistas brasileiros, pequemos nesse ponto, e, creio eu, deveríamos investir muito mais nele.
Helder,
ResponderExcluirMeu alvo nesse post não foi refutar a teologia relacional mas esclarecer pontos do artigo de Ricardo Gondim que me diziam respeito. Como já mencionei no post, há obras bem competentes que se encarregam dessa refutação. De qualquer forma, citar pessoas que se dedicam ao cuidado dos pobres não serve de validação para o que elas acreditam. Se assim fosse, teríamos de nos converter ao espiritismo. Citar por citar, sei que poder-se-ia igualmente citar a contribuição dos calvinistas para o alivio da miséria que há no mundo, a começar em Genebra e se estendendo até hoje, com a criação de hospitais, escolas, abrigos e orfanatos.
Um abraço.
Pr. Antonio Francisco,
ResponderExcluirSua sugestão está democraticamente registrada. Permita-me dizer que não pretendo melhorar a imagem de Deus -- para mim, está ótima do jeito que está -- e que ao contrário do irmão, acredito que era preciso esclarecer o que foi dito quanto ao que creio.
Um abraço.
Realmente o sr. Gondim não assume sua simpatia pelo teísmo aberto. Até os membros de sua comunidade no Orkut e adeptos do teismo aberto o criticam por ele não se posicionar claramente.
ResponderExcluirPara mim está claro a sua posição e a de Kivitz também.
Rev. Augustus parabéns pela postagem, pelo que percebi na comuna do Gondim no Orkut (tive que me retirar pelas minhas postagens...)o assunto ainda vai render...
[]s
Silvia
Rev. Augustus Nicodemos,
ResponderExcluirGraça e paz.
Permita-me uma pergunta: Onde posso ler os escritos do Pr. Ricardo Gondim? É que li o que o Reverendo escreveu mas gostava de estar dentro do contexto.
Entretanto, fiquei muito surpreso, pois ao que sabia, o Pr. Ricardo era bem aceite no meio presbiteriano, ou estarei errado? Pelo menos foi essa ideia que fiquei quando o ouvi numa encontro de pastores aqui em Portugal, há uns anos atrás.
Amado Irmão, aproveito para compartilhar algo fora deste assunto. Começou a assistir na nossa igreja Presbiteriana do Barreiro - Portugal, uma família nova, o homem tem lido muito artigos de sua autoria. Eles estavam numa igreja mais para o pentecostal e, ao ler a Palavra e tomar contacto com escritos de fé reformada, ficaram empolgados. Já estão a pedir transferência e vão baptizar as filhas. Louvado seja o Senhor.
Amado Irmão, receba um forte abraço lusitano no amor de Cristo,
Rev. Manuel Luzia
Isto foi postado há meia hora na comuna do Gondim no Orkut:
ResponderExcluir"Gondim e Nicodemos, nova discussão. (postado às 18:36)
Gondim tenta explicar a teologia relacional e nicodemos refuta. Até quando vão parecer crianças em discussões que ninguém sabe nada ?"
O final da frase não dá nem para comentar (ou acreditar!):"...crianças em discussões que ninguém sabe nada?" (!!!)
Como disse, o assunto vai render!
[]s
Silvia
Caro Pr. Manoel Luzia,
ResponderExcluirObrigado pelo seu comentário e pelas boas notícias da IP de Barreiro. Quanto ao Pr. Gondim, o irmão pode ler os seus textos no site dele. É só fazer uma busca no Google. Um grande abraço!
Silvianete,
Interessante como a notícia chega. Dá a impressão que essa é uma outra discussão entre Gondim e Nicodemus quando nunca discutimos antes. E pensando bem, não sei se é discussão. Ele escreveu e eu esclareci. Na verdade, espero que termine por aqui.
Abraços.
Caro Rev. Nicodemos, parab´nes pelo texto. Tenho ficado cansado de ouvir comentários e ler texto que destroem os alicerces da´fé genuína sem uma respostas clara de irmãos, realmente comprometidos.
ResponderExcluirObservo também que o texto do Godim faz uma analise bem infantil das expressões humanas de Deus sem um alicerce bíblico exegético para seus comentários. Expressando, como ele coloca, mostra um Deus muito pequeno, igual a sua criatura, uma ofensa ao criador.
Um abraço...
Alexandre
Rev. Augustus, eu também espero, mas acredito que logo virá uma resposta do Gondim em seu site ou do Kivitz em seu blog. Embora a "militância gondista" seja muito forte, poucos conhecem o assunto, então acredito que não virão a este blog.
ResponderExcluirApesar da comunidade do Gondim no Orkut ter mais de 2500 membros, apenas 01 ficou no tópico debatendo comigo sobre o teísmo aberto!Se para Gondim a sua teologia não está clara, para seus simpatizantes também não!
P.S.: ter que ler as obras originais do Pinóquio, digo Pinnock, do Sanders e do Gregory Boyce é muito castigo! Não dá para passar do 1º capítulo!
[]s
Silvia
Até agora tinha ouvido falar muito bem de Gondim, mas nunca li nada dele. Só tinha visto um video sobre os mormóns em que ele apresenta o documentário.
ResponderExcluirMas como pensador, líder, responsável está a deixar muito a desejar. Não que me precipite a achar todo o homem ruim por um tema que o deixa bem manchado. Por outro lado, pode ser que para a glória humana não lhe encarcerar o coração pode ser um período "nabucodonossoresco" para não ir por caminhos de falso pastor e enganador.
Fui ao site e tentei ler mantendo a concentração e a seriedade... o homem não diz coisa com coisa e ainda acusa quem vive pela fé na Palavra de uma espécie de fariseus do cristianismo.
É triste como homens que em determinada altura ganham tanta notoriedade, como Caio também teve venham a demonstrar um percurso de meteorito, em vez do curso seguro e previsto do sol no seu percurso celestial.
Passo a lembrar que Russel Shedd é um dos visados nas acusações colectivas de Gondim, uma vez que este homem de seguro testemunho de vida foi um dos que foi forçado a criticá-lo por sua conduta.
Creio ainda que o mais preocupante é mesmo estes super-apóstolos não aceitarem uma crítica que seja, nem que seja de um ansião como Shedd.
Ou arrependemo-nos sempre ou morremos!
Rev. Augustos: Bom post! Não fuja às suas responsabilidades mesmo que pareça "bem". Parabéns!!!
"sabemos em que temos crido, você atravessa um período em que questiona o conceito cristão de Deus quanto à sua onisciência, onipotência e soberania"
ResponderExcluirAinda não li ou me inteirei do assunto, irei fazê-lo quando tiver tempo (muito trabalho), mas compartilho com os irmãos a minha tristeza de ver que discussões são levantadas baseadas em idéias que nem deveriam ser cogitadas, de tão erradas que são, fazendo, ao meu ver, a Igreja perder tempo e energia nestas polêmicas.
Defender nossa fé para pessoas fora da Igreja faz parte da nossa vida; pena quando tem que defender para o próprio Corpo... Mas fazer o quê, já que levantaram a bola né...
Rev Augustus Nicodemus
ResponderExcluirGraça e Paz
Li sua matéria e observei que dentre seus escritos este é mais um repleto de afirmaçõe e confirmações que não deixam dúvidas.
Graças sejam dadas a Deus pelo seu chamado e pela sua vida.
Que Deus em sua infinita Sabedoria, Misericódia e Graça CONTINUE te abençando com CERTEZAS acerca das verdades do VERDADEIRO EVANGELHO!!!
Um abraço,
Márcio Mamed
Servo do DEUS ALTÍSSIMO
A resposta já chegou:
ResponderExcluirhttp://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=66&sg=0&id=1434
Caro Augustus:
ResponderExcluirExcelente posicionamentos e esclarecimentos sobre Uma situação que foi obscurecida em vez de esclarecida, pelo Gondim.
Caro Helder:
Não sei se é uma resposta. Não fala coisa com coisa, como o próprio autor pretende. O Gondim está naquele estágio de deslumbramento com o seu estilo e verve, no qual, à semelhança bem próxima de Rubem Alves, busca aprimorar uma forma esquecendo o conteúdo. Deveria, também, ler Dostoyevski (a cujo estilo compara Cristo) melhor, para ver como aquele autor aderia à história em suas narrativas e não considerava os fatos fluidos ou dignos de, meramente, considerações poéticas.
Solano
Parabéns pela resposta!!!
ResponderExcluirCaro Helder,
ResponderExcluirConcordo com Solano, não há resposta alguma nesse artigo aos pontos que esclareci e documentei:
1) Há teólogos relacionais que dão prioridade ao amor de Deus.
2) Há teólogos e filósofos que enfatizam um atributo de Deus em detrimento de outros.
3) Não nego e nunca neguei a sensibilidade e a ternura de Deus para com as pessoas.
Se essa é a resposta dele, vou preferir acreditar que Gondim se satisfez com meus esclarecimentos e que viu que não valia a pena tentar refutar o que eu disse.
Um abraço.
Oi, Augustus e Solano,
ResponderExcluirNa verdade, não diria que o Gondim respondeu diretamente ao Augustus. Ele deu uma resposta aos leitores dele, mas assumiu um certo posicionamento em relação ao que foi postado aqui no Tempora Mores.
Resumidamente, gostaria de destacar uns pequenos trechos, que eu acho que foi direcionado a vocês:
1) "Despeço-me dos pensamentos lineares da tradição religiosa onde fui formado. Estou convicto que é causa perdida argumentar com quem convive dentro dessas categorias; não vou patinar em querelas que dão popularidade a quem precisa de leitores." Ou seja, ao meu ver, aqui ele assume uma ruptura com a teologia, diz que é perda de tempo debater com quem não fez essa ruptura e sugere que o debate é apenas para dar audiência.
2)"Vou resistir e dar as costas para a argumentação "coerente". Alquebrado, aceito ajuda do velho Jorge Luis Borges: “os argumentos não convencem ninguém”.Estou convicto de que devo aprender a manejar a linguagem da poesia, da metáfora e da parábola - que era a linguagem de Jesus, de Dostoiévski, do próprio Borges, de Tolkien e de tanta gente admirável." Aqui eu vejo o Gondim rejeitando não apenas a teologia, mas a argumentação lógica. Ele foge da lógica para se refugiar na "arte". O que é interessante notar é como a fuga da teologia o levou a fugir da argumentação lógica, a até mesmo se assumir como incoerente, e não ter vergonha disso.
Tem um outro texto que ele colocou no site dele, do Paulo Brabo, minimizando o assunto, considerando-o como algo de um "escolasticismo medieval". Também acho que foi uma reação ao artigo do Augustus.
Por isso que eu insisto na idéia de se tratar dos reflexos do teísmo aberto e do calvinismo ortodoxo na vida prática. Para vários conhecidos meus, esse debate é pura abstração intelectual, sem reflexos para a devoção individual e para a sociedade. Até sei que os livros tratam disso, mas na blogosfera tenho visto quase nada sendo dito sobre isso.
E aqui está um breve comentário do Caio Fábio sobre este debate:
ResponderExcluirhttp://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoCanal=0000703206
Helder,
ResponderExcluirConcordo com os dois primeiros pontos de sua análise.
Não conheço essa outra reação que você menciona, e que acha tudo isso algo de um "escolasticismo medieval". Só que não fui eu quem começou a questionar os atributos de Deus -- apenas me defendi de críticas que me foram feitas e de uma representação errônea do que eu acredito.
Fique à vontade para insistir "na idéia de se tratar dos reflexos do teísmo aberto e do calvinismo ortodoxo na vida prática".
Leonardo,
ResponderExcluirLi o comentário do Caio. Não sei se é sobre esse mesmo assunto. Acredito que não. O próprio Caio sabe que o Eterno também irá cobrar nossa conduta pessoal e não somente o tempo gasto em debates teológicos aparentemente inúteis. Ele é inteligente o suficiente, e deve ter memória recente funcionando, para não invocar o juízo do Eterno sobre ninguém.
Um abraço.
Resumo do comentário do Caio Fábio: o mundo está acabando, portanto dane-se o que as pessoas pensam sobre Deus.
ResponderExcluirQue coisa, não?
Nagel,
ResponderExcluirO mais incoerente é que ele acha irrelevante pensar sobre Deus, ao mesmo tempo que acha que Deus é contra debates teológicos. Como ele pode saber do que Deus gosta ou não gosta sem reflexão teológica sobre Deus?
Um abraço.
Augustus,
ResponderExcluirNão sei se vale a pena você ler (imagino que o senhor deve ter coisas mais importantes com que gastar o tempo do que ler esse texto), mas o texto do Paulo Brabo, onde ele diz que discutir esse assunto é como ir ao "escolasticismo medieval" está disponível em: http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=69&sg=0&id=1284
Só para ver como ele coloca as coisas, transcrevo a primeira frase: "Inteiramente irrelevante para o resto do mundo, desenrola-se nos nossos dias um acirrado embate teológico que em nada fica devendo às elucubrações do escolasticismo medieval."
O texto do Brabo é anterior ao seu post, o Gondim apenas reproduziu-o lá. O que, de certo modo, é um endosso dele às posições do Brabo.
Enfim, o que eu vejo em comum nos textos do Gondim, do Brabo e do Caio é um desrespeito generalizado com a teologia. Como se ela fosse inútil. O Brabo, por exemplo, diz "Como qualquer pessoa em qualquer relacionamento, a verdade cristã pode ser inquestionavelmente abraçada, jamais explicada ou entendida".
E junto com o abandono da teologia, vem um abandono da lógica, da argumentação e da explicação racionais e uma substituição disso por metáforas como "abraçar a verdade" ou ter orgulho de sua própria incoerência. Interessante notar como atacar a teologia parece ser sinônimo de atacar a razão.
O problema não é apenas teológico, virou educacional. Ao invés de se dedicarem a defenderem biblicamente as suas teses, eles rejeitam a argumentação lógica, a idéia de que a verdade cristã pode ser compreendida. Abandonam a objetividade e recaem em um subjetivismo profundo. Difícil ver como eles pretendem chegar à verdade desse jeito.
Abs!
Augustus,
ResponderExcluirJá vi outros saltos para a narrativa, poesia, abstração, fuga das proposições... foram tempos atrás, com Rubem Alves, Caio (mesmo que sua referência não seja ao seu post) e agora, Gondim (é verdade que não sou tão velho assim para ter visto isto acontecer com Rubem Alves). Creio que os 3 (se amigos são, se encontraram-se, se escrevem um ao outro, não sei)julgam que todo o labor teológico, assim como a pregação e ensino que buscamos, são pura inutilidade.
Recentemente ouvi de um amigo de Rubem Alves o discurso de que "nada ou quase nada temos em comum"... e é verdade (desculpem-me o uso do termo... melhor dizer "é minha verdade")...
Concordo! Quem sabe, se você escrever o próximo post em forma de uma fábula ou poesia, sem proposições, você possa ser mais aceitável, digerivel e ouvível!
Continemos firmes... na certeza do que Deus revelou de si mesmo em sua palavra santa.
abs
Caro Rev.Nicodemus,
ResponderExcluirPasseio sempre por aqui (o tempora, o mores) e por ali (Gondim,Ed. René e outros), e desejo de todo coração que estes embates teológicos (que podem se tornar embates pessoais) não se alarguem.
Graça e paz!
Humberto,
ResponderExcluirObrigado por visitar nosso blog e obrigado por seu desejo de que embates teológicos não virem pessoais. Permita-me sugerir, já que o irmão visita também os demais sites, que coloque lá também esse desejo, visto que foi de lá que veio a menção pessoal.
Um abraço.
Helder,
ResponderExcluirObrigado por nos dar uma síntese do artigo do P. Brabo e pelos excelentes comentários e observações que você faz -- concordo integralmente contigo.
Abraços.
Olá, Augustus,
ResponderExcluirCom clareza e objetividade, você expôs o despreparo presunçoso de Gondim em relação ao tema debatido, algo que deve ficar cada vez mais evidente a todos, para o bem da igreja brasileira.
Meus parabéns.
Fraterno abraço.
Olá Augustus,
ResponderExcluirAcho que a sua pessoa pública precisava responder. Ficou bem respondido. Mas não vamos deixar uma certa "tietagem" fazer com que um irmão em momento de dúvidas seja engolfado pelos comentários impiedosos. Sei que você não pode controlar as outras "canetas".
Creio que é consenso que para alguém na posição dele, não faz bem para a igreja, seja em conteúdo ou em forma, a fase que atravessa.
Assim, um zelo pelo nome do outro deve ser nossa constante, mesmo que não queiram zelar pelo nosso (se for o caso).
Tudo isso deve nos conduzir à oração sincera para que a verdade de Deus cale nossa mais profunda dúvida, e nos faça saber que ele é Deus. Sei que esses acontecimentos vão fazê-lo orar mais.
Gostaria que os amigos deste blog também orassem mais e criticassem menos, especialmente agora que os lados estão estabelecidos com clareza.
Abraços,
Tarcizio
Tarcizio,
ResponderExcluirComo você sabe se as pessoas que escrevem contra o que Gondim afirma também não oram por ele?
Não é à-toa que escrevo "contra o que Gondim afirma" e não "contra Gondim". Pessoalmente, não tenho absolutamente nada contra Gondim. Inclusive conheci-o há uns 7 anos. Simpático, aberto. O problema é que ele é pastor e esse caminho do "processo" (um Deus flexível às ações humanas) é algo que se indistingue das idéias-mestras seculares. Quem pode enxergar isso, analisando-o devidamente, tem a obrigação, creio, de expor à igreja, para que os erros não se espalhem.
Não vejo que respaldo bíblico você encontra para "zelar por nomes". Você poderia apresentar algum? De minha parte, Jesus não estava zelando por nome nenhum quando apontou publicamente que os fariseus eram "filhos do diabo". Nem Paulo quando advertiu a igreja quanto a Alexandre, o Latoeiro. E a cobrança é maior quando as idéias falsas vêm de quem conhece a Palavra, como é o caso do Gondim.
Fico triste de ver como a quantidade de comentários estilo "deixa disso" se coaduna com nossa cultura brasileira, em que os debates racionais e de qualidade são cada vez mais substituídos por melindres, como se atacar a idéia do outro fosse atacar o outro. Bom, não é assim. Mas brasileiro pensa que é. Deus tenha misericórdia da pusilanimidade embutida nessa atitude, despertando crentes para lutar pela verdade com as armas corretas: amor pela verdade, pela Palavra, pelo Autor da Palavra.
Prezados (todos que aqui expuseram suas idéias), é hora de deixarmos de lado "melindres" sobre os debates sobre argumentações teológicas. Acho que a discusão é boa, salutar e nos faz repensar os atributos de Deus sim. E, aliás nutrir-nos de conhecimento, bebendo da sapiência de um como de outro, afinal, quase todos aqui não tem ou não tiveram a oportunidade de ler toda obra teológica ofertada nestes últimos séculos pelos denominados "grandes" pensadores do séc XXI pra trás.
ResponderExcluirEntão, Nicodemus, Gondim e outros, precisamos mais disso, deste debate e respostas coerentes e sapienciais, isto é que é bom! Quanto aos demais amigos interlocutores do site, deixem de ser "pequenos" na maneira de pensar e vamos alargar nossas oportunidades de compreender o Teísmo aberto e também o Calvinismo, quer queiram ou não, são oportunidades de crescimento e pra mim, isto torna-se ainda mais excitante para gostar de amar a Deus e saber que Ele é maior, bem maior que toda esta idéia que ambos debatem, queira Deus que mais pessoas surjam com novas idéias, e se aprofundem nesta necessidade de "aproveitar" de Deus aquilo que ainda não descobrimos. De novo digo, ISTO É MUITO BOM!!!!!.
Abraços aos dois teólogos e aos amigos do site.
Abmael Vitor - SP
Graças a Deus ainda existem cristãos genuínos de coragem neste país! Precisamos denunciar as heresias sempre, combatendo-as com a sã doutrina, ainda que sejam defendidas por popstars evangélicos. (Aliás, atrevi-me a tecer um comentário sobre um artigo de Gondim em outro site e quase fui apedrejado pelos gondinzetes e pela turma do "deixa-disso" irresponsável.) É claro que nada temos contra a pessoa de Gondim. Quem pensa isso está laborando em erro pueril. Mas temos TUDO contra idéias e conceitos antibíblicos que estão se infiltrando na igreja evangélica brasileira, camuflados de "outra espiritualidade" (com certeza, é outra, heteros, outra bem diferente da espiritualidade que a Bíblia ensina e infunde). Sempre haverão hereges, sempre haverão covardes e sempre haverá a turma do "deixa-disso" (que consegue ser pior que a turma dos hereges). Mas graças a Deus que sempre haverá, também, um remanescente fiel de cristãos corajosos! Glória somente a Deus!
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ResponderExcluirCaro Pr. Augustus,
ResponderExcluirMuito bom o seu post.
Palavras foram colocadas em sua boca e a atitude mais responsável e honesta é deixar claro o que o sr. pensa sobre os assuntos abordados, elucidando, desta forma, quaisquer mal-entendidos.
Desde que o Gondim escreveu um artigo aobre a tragédia do Tsunami, notei uma certa crise quanto às suas crenças e um abandono do ensino bíblico sobre questões, digamos, "macro", relacionadas à maneira como enxergamos o mundo. E, pior, foi a solução por ele oferecida: algo como "reinventar" a teologia.
No fundo, o que ele está abraçando é o paradigma filosófico pós-moderno.
Se o paradigma filosófico anterior, o moderno, propunha um método racional de se chegar à verdade, a pós-modernidade não acredita em "uma verdade", mas em várias verdades, verdades contingenciais.
O novo paradigma influencia decisivamente, hoje, as ciências humanas e posso dizer, por experiência própria, as ciências jurídicas. Digo isto porque nas disciplinas de intodudução ao Direito da UFPE, isto é fortemente inculcado nas mentes dos estudantes. Atrelado a isto está o ensino de que a secularização é o caminho natural a ser pecorrido por nossa sociedade, à vista do que já vem ocorrendo na Europa.
Enfim, ser contra tudo isso é nadar contra uma maré fortíssima e só confiando na graça e misericórdia de Deus sobre nossas vidas e sobre o futuro do nosso país.
Por tudo isso tudo, quero deixar o meu apoio e incentivo ao Tempora-Mores e seus autores.
Abraços,
Maurício
IP das Grças - Recife/PE
Quero deixar aqui uma frase de um valente da história da igreja:
ResponderExcluir"Esta não é uma hora para homens fracos em púlpitos fracos em igrejas fracas pregando mensagens fracas" - John MacArthur
Se eu concordar com os que censuram a posição que o Rev. Nicodemos tomou de simplesmente esclarecer uma questão que envolvia o seu nome, sentir-me-ei um idiota igual aos que proclamam pelas ruas a liberalização do aborto, protecção e proliferação da propaganda gay, profissionalização da prostituição, ecumenismo religioso, relativização da verdade, etc.
Aqui em Portugal, posso dizer que se tem recebido mais lixo teológico do Brasil do que tanto que de bom existe nessa terra "abençoada por Deus" - um pouco à semelhança da fruta - a que se exporta é verde... Eu não posso deixar de dizer aqui que torço pelo Brasil desde criança por causa do futebol, desprezo desde jovem por causa da política, e o amo por causa de Jesus Cristo que mudou a história de uma nação que 20 anos atrás mudava de moeda ao trimestre.
Mas agora ainda tenho mais gratidão pelo Brasil, é descobrir que por trás da cortina de fumo de maconha evangélica exportada para tudo o que é país latino e africano, com suas superstições tradicionais, existe um povo especial, povo adquirido, povo escolhido, povo que não será arrancado e que colocado por Deus numa terra mundana e perversa tem florido pela soberana vontade do Senhor.
Esses aromas e essas fragâncias desse jardim começam a se fazer sentir deste lado do oceano - não parem de expor o erro - não deixem de ser impopulares nesse meio perverso, não se conformem, mas anunciem com toda a intrepidez a Palavra Escrita de Deus, como outros o têm feito noutras culturas e outros tempos!
Mais uma vez: A Deus somente a Glória, não devemos compromisso a nenhum outro nome a não ser o de Jesus!
Parabéns Reverendo Augustos, foi para isso que foi chamado, é essa a sua sublime vocação. Convém que só Cristo cresça e que toda a glória do homem se mostre como a erva do campo.
P.S. não desejo mal a Caio ou a Gondim, desejo que como eu mesmo possam amar a correcção e o arrependimento. Novas ideias de Deus? Só pela graça...
Caro Prof. Nicodemos
ResponderExcluirEstou com dúvidas. O teísmo aberto é universalista? não crê no inferno?
Grato
Cleber/Teresina/PI
Prezado Rev. Augustus
ResponderExcluirparabéns pelo post iluminado. Mais uma vez o sr. demonstra sua erudição e profundo conhecimento teológico, porém sem se distanciar da realidade e dos temas atuais no Brasil e no mundo.
Mudando - um pouco - de assunto, percebi que o sr. citou Douglas Wilson como um dos teólogos que estão refutando o Open Theism. Eu leio Douglas Wilson no Credenda/Agenda (www.credenda.org) desde 1999 e soube que recentemente ele tem tomado posições de apoio à chamada Federal Vision, que estaria compartilhando posições teológicas com a "Nova Perspectiva em Paulo".
Agora leio uma Declaração da PCA sobre o tema, que transcrevo abaixo (eu sei, é muito comprida) e que considero relevante para esclarecer se a FV é de fato uma teologia reformada ortodoxa ou não.
abraços
Osvaldo Pimentel Filho
IP Vila Mariana - SP
quote
The 34th PCA General Assembly appointed an ad interim committee,
to study the soteriology of the Federal Vision, New Perspective, and Auburn Avenue Theologies which are causing confusion among our churches. Further, to determine whether these viewpoints and formulations are in conformity with the system of doctrine taught in the Westminster Standards, whether they are hostile to or strike at the vitals of religion, and to present a declaration or statement regarding the issues raised by these viewpoints in light of our Confessional Standards (MGA 34:229-30).
The committee was asked to study the soteriology of the “New Perspective” and the “Federal Vision.” It should be noted that “the New Perspective on Paul” (NPP) is an academic movement associated since the 1960s with scholars such as Krister Stendahl, E. P. Sanders, James D. G. Dunn, and N. T. Wright. The committee recognizes that there is a variety of viewpoints associated with the NPP; therefore, we are cautious in our analysis of the movement as a whole. However, there are common issues that characterize this theological movement. In particular, N. T. Wright has had a significant influence in recent years on the broader evangelical and Reformed communities; therefore, our study of NPP will focus primarily on Wright’s writings.
The committee also understands that a major concern of the General Assembly at the present time pertains to the views of what has been called Federal Vision (FV) or Auburn Avenue Theology (AAT). These are one and the same, different names designating the same theological movement. The name “Auburn Avenue Theology” comes from its association with the Auburn Avenue Presbyterian Church in Monroe, Louisiana, which has hosted conferences where their ideas have been promoted. In addition, a symposium book was entitled The Auburn Avenue Theology, Pros & Cons: Debating the Federal Vision. The book included papers focused on their theological views.[1] The name “Federal Vision” appears to be the name preferred by proponents, who together authored a book entitled The Federal Vision.[2] Since both names refer to the same theological movement, and since proponents prefer the label “Federal Vision,” we will use the name Federal Vision (FV) when referring to their views in this report.
We further recognize that there are a variety of viewpoints among FV teachers and writers. For example, some hold to particular doctrines (e.g., monocovenantalism or paedocommunion) while others do not. In addition, some have objected strenuously to the labeling of their views, saying that there is no such thing as a “federal vision,” either as a movement or a theological system. In response to the 2005 Mississippi Valley Presbytery report, the Auburn Avenue Presbyterian Church web site stated:
The “report” assumed that there is a well-defined movement labeled the “Federal Vision.” This is highly debatable….There is no organized movement, formal or informal. Though there are some commonly held perspectives, there are quite a few differences when it comes to specifics and therefore there is no consistent system of theology which can be labeled “Federal Vision” theology.[3]
Nevertheless, it is these “commonly held perspectives” that unite and distinguish the FV from others within Reformed and Presbyterian communities. Their writings are largely consistent on major points. They quote each other approvingly; they stress the same points; they state many of their issues using virtually the same language; and they joined together to produce a book called The Federal Vision.
We recognize that many Federal Vision proponents affirm loyalty to the Westminster Standards and frequently appeal to the Standards when arguing their views. Nevertheless, the General Assembly has charged the committee “to determine whether these viewpoints and formulations [i.e., NPP and FV] are in conformity with the system of doctrine taught in the Westminster Standards, whether they are hostile to or strike at the vitals of religion, and to present a declaration or statement regarding the issues raised by these viewpoints in light of our Confessional Standards.”
We proceed with the following principles in mind. First, we are a biblical church. We affirm the principle of sola scriptura as articulated in our Standards: “The supreme judge by which all controversies of religion are to be determined…can be no other but the Holy Spirit speaking in the Scripture” (WCF 1:10).
In addition, we are a confessional church. The PCA has affirmed that “the Confession of Faith and the Larger and Shorter Catechisms of the Westminster Assembly, together with the formularies of government, discipline, and worship are accepted by the Presbyterian Church in America as standard expositions of the teachings of Scripture in relation to both faith and practice” (BCO 29-1; cf. 21-5.2; 26-1; 39-3). The church has historically understood that this claim does not elevate the Standards over Scripture itself; and yet, our Constitution does recognize the Standards as our “standard expositions of the teachings of Scripture.” Because this is the case, the main focus of our study will be to determine whether the views of the NPP and AAT/FV are in conformity with our Westminster Standards.
Key in the present discussion is the definition of doctrines that have been crucial to our identity as a biblical and confessional church. In the PCA, we use theological terms such as “regeneration,” “election,” “justification,” and “perseverance” to define these doctrines in a particular and agreed upon fashion through ecclesiastical action. The committee affirms with the PCA that the Confession’s usage of these and related terms is faithful to the teachings of Scripture. While we are aware that the biblical usage of some of these words may have varying nuances in different contexts, our task is to study the theological claims that the NPP and FV proponents make about such terms. Then, our purpose is to determine whether the theological claims they make serve to undermine the system of doctrine taught in the Scripture and Confession. It is certainly possible to say more than our Confession does about biblical truth, but this should not necessitate a denial of the vitals of our faith.
The committee also affirms that we view NPP and FV proponents in the PCA as brothers in Christ. Thus, we take their published statements and writings seriously. We have worked hard to be fair and accurate in our study of their writings and in the statement of the issues they raise.
Following this preface, the report has three major sections that outline soteriological issues raised by the NPP and FV:
I. Election and Covenant;
II. Justification and Union with Christ;
III. Perseverance, Apostasy, and Assurance.
Each of these major sections opens with a brief exposition of the relevant materials in the Westminster Standards; is followed by brief overviews of NPP and FV views on the same issues; and concludes by analyzing and comparing the NPP/FV views with that of the Westminster Standards. In this way, the committee fulfills the General Assembly’s direction “to study the soteriology of the Federal Vision, New Perspective, and Auburn Avenue Theologies…in light of our Confessional Standards.”
The fourth section sets forth nine features of NPP and FV teaching that the committee finds to be contrary to the Westminster Standards. This section is worded to assist presbyteries as they investigate these matters. In offering these declarations, the committee fulfills the General Assembly’s direction “to present a declaration or statement regarding the issues raised by these viewpoints in light of our Confessional Standards” and “to determine whether these viewpoints and formulations are in conformity with the system of doctrine taught in the Westminster Standards [or] whether they are hostile to or strike at the vitals of religion.”
Finally, the committee brings five recommendations to the General Assembly and urges their adoption. As we have prayed together, we have sensed the prayers of God’s people and the power of God’s Spirit guiding our deliberations. We hope that our efforts will serve to preserve the peace, purity and unity of the church. We urge our beloved church to stand together committed to God’s Word, the Westminster Standards, and the Great Commission.
Committee Members:
TE Paul Fowler, Chairman
TE Grover Gunn, Secretary
TE Ligon Duncan
TE Sean Lucas
RE Robert Mattes
RE William Mueller
RE John White.
unquote
Pr.
ResponderExcluirO q seria um Teísmo aberto?!
Grato
Guilherme
Cleber,
ResponderExcluirVocê pergunta se o teísmo aberto é universalista. Não creio que o teísmo aberto, como movimento, tenha uma posição sobre esse assunto. Mas não deixa de ser interessante inquirir em que sentido a ignorância, a fragilidade, a mutabilidade e a vulnerabilidade de Deus impactam a idéia de inferno. Da mesma forma, como fica a questão do inferno à luz do conceito do libertarianismo (absoluta liberdade do arbítrio sem qualquer restrição ou influência externa ou interna). O que é mais intrigante é a questão do céu. Pois o inferno, todos merecemos. O céu, todavia, que a Bíblia ensina que é pela graça, diante do libertarianismo, continua graça? Seriam áreas interessantes de estudar e conhecer.
Um abraço.
Guilherme,
ResponderExcluirVocê pergunta o que é o teísmo aberto. Resumidamente, é a idéia de que Deus e o futuro estão abertos, indeterminados. Deus não "fechou" o futuro mediante decretos ou predestinação, pois ele não conhece o futuro e não determinou absolutamente nada do que existe ou pode existir. A idéia da abertura de Deus -- isto é, que ele não conhece o futuro e portanto o mesmo é indeterminado -- se levanta contra o entendimento cristão tradicional de que Deus é onisciente e conhece o futuro. Embora o alvo imediato dos teístas abertos é o calvinismo, acabam atingindo inclusive os arminianos, que mesmo não acreditando na predestinação, acreditam na onisciência de Deus.
Um abraço.
Amigos, leitores e comentaristas em geral,
ResponderExcluirAgradeço a participação de todos nesse post. Essa postagem foi resultado da necessidade que senti de esclarecer o que foi dito quanto ao que creio. Espero ter atingido o objetivo.
Vários comentários foram feitos e não publicados. Peço desculpas aos que não viram seus comentários publicados. Vários quiseram envolver outros líderes na discussão e resisti depois de dar a primeira resposta. Outros comentários atingiam diretamente as pessoas envolvidas. E ainda outros foram ataques pessoais contra mim.
Depois de mais de 50 comentários, creio que o assunto já está mais que esgotado e vamos partir para outros assuntos.
Um abraço a todos.