Hoje, 11.05.2007, é o dia em que o Papa declara formalmente a canonização de Antonio de Sant’Anna Galvão (1739-1822), ou, como diz a manchete da Folha de São Paulo, torna “Frei Galvão 1º Santo do país”. Estranha visão religiosa onde um “santo” divino, no sentido de receptador e intermediador de petições a Deus, é instalado por esforço humano, através de um decreto após um longo processo. Na cerimônia da manhã deste dia, o papa leu textualmente que o “inscrevia no registro dos Santos”.
Entre os supostos feitos registrados do Frei Galvão: a construção do Mosteiro da Luz com as próprias mãos, o dom da bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo) e diversos casos de cura. A causa destas curas? A pílula que inventou, para ministrar aos enfermos que o procuravam – um pedacinho de papel enrolado no qual estavam escritas algumas frases em latim.
Desde essa época para cá, as pílulas vêm sendo consumidas com avidez por pessoas doentes e a continuidade de “fabricação” e fornecimento das mesmas foi assegurada pelas freiras, no Mosteiro da Luz. Ultimamente, segundo reportagem da Folha, com o interesse despertado pela visita do papa, o consumo está na casa das 30 mil pílulas por dia. Uma freira ouvida pela reportagem garante que o “papel da pílula é finíssimo e ‘dissolve facilmente na água’. A tinta usada é também comestível”.
Essas garantias podem aplacar a fúria das autoridades sanitárias, que deveriam estar preocupadas com a considerável ingestão de papel e tinta, mas aguçaram minha curiosidade teológica para ver o que estaria escrito nos papelotes. Que mantra católico romano tão poderoso seria este, que realiza a cura dos consumidores?
Verifico que a pílula traz encapsulada a essência do dogma romano da intermediação de Maria – exatamente o ponto principal que, no entendimento dos evangélicos, vai contra a mediação singular e exclusiva de Cristo. O texto escrito no papel de cada pílula diz o seguinte, em latim: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta! Mãe de Deus, intercedei por nós”!
Assim, além das objeções lógicas e gastronômicas, tenho fortes razões eclesiásticas e teológicas para ser contra a pílula e contra processos de canonização:
Entre os supostos feitos registrados do Frei Galvão: a construção do Mosteiro da Luz com as próprias mãos, o dom da bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo) e diversos casos de cura. A causa destas curas? A pílula que inventou, para ministrar aos enfermos que o procuravam – um pedacinho de papel enrolado no qual estavam escritas algumas frases em latim.
Desde essa época para cá, as pílulas vêm sendo consumidas com avidez por pessoas doentes e a continuidade de “fabricação” e fornecimento das mesmas foi assegurada pelas freiras, no Mosteiro da Luz. Ultimamente, segundo reportagem da Folha, com o interesse despertado pela visita do papa, o consumo está na casa das 30 mil pílulas por dia. Uma freira ouvida pela reportagem garante que o “papel da pílula é finíssimo e ‘dissolve facilmente na água’. A tinta usada é também comestível”.
Essas garantias podem aplacar a fúria das autoridades sanitárias, que deveriam estar preocupadas com a considerável ingestão de papel e tinta, mas aguçaram minha curiosidade teológica para ver o que estaria escrito nos papelotes. Que mantra católico romano tão poderoso seria este, que realiza a cura dos consumidores?
Verifico que a pílula traz encapsulada a essência do dogma romano da intermediação de Maria – exatamente o ponto principal que, no entendimento dos evangélicos, vai contra a mediação singular e exclusiva de Cristo. O texto escrito no papel de cada pílula diz o seguinte, em latim: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta! Mãe de Deus, intercedei por nós”!
Assim, além das objeções lógicas e gastronômicas, tenho fortes razões eclesiásticas e teológicas para ser contra a pílula e contra processos de canonização:
- Postular a virgindade perpétua de Maria é uma necessidade do catolicismo romano, para dar um caráter supra-humano a ela e por possuir uma visão distorcida da sexualidade. Durante séculos o envolvimento sexual, mesmo nos limites bíblicos do casamento, foi considerado pelos romanos como algo não necessariamente saudável, mas que contaminava o corpo – ser virgem seria pré-requisito à santidade (daí o dogma do celibato compulsório ao clero e às freiras). Tal informação não procede das Escrituras, que apresentam Maria como especial, abençoada e devotada, alvo do nascimento virginal de Cristo, mas como uma pessoa plenamente humana e comum, mãe de vários outros filhos como fruto do seu casamento com José. A primeira frase da pílula se ocupa disso.
- A segunda frase, claramente indica Maria como mediadora e se harmoniza com sua classificação como co-redentora da humanidade – posição sustentada pelos católicos romanos. Tal crença contradiz vários textos bíblicos, entre os quais 1 Timóteo 2.5 e 6: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual se deu a si mesmo em resgate por todos...”.
- Por último, não encontro respaldo bíblico para a enormidade de santos que povoa o panteão da igreja católica – todos ali instalados por decretos e processos humanos. Esses, via de regras, tornam-se, igualmente, co-mediadores, alvo de adoração e de recepção das orações dos fiéis, quando o próprio Senhor Jesus nos ensina a dirigir nossas súplicas e orações a Deus (Mt 6.7-13) unicamente através de Sua pessoa (João 14.13). Ele é o nosso intercessor e advogado (1 João 2.1). Frei Galvão torna-se mais um desses santos intermediadores, trazendo um orgulho singelo, mas destituído de qualquer substância, ao nosso já sofrido e tão enganado povo brasileiro.
Observo, agora, a missa campal no Campo de Marte, em São Paulo. O papa acaba de dizer que “não há fruto da salvação que não tenha a intermediação da Virgem Maria”, comprovando exatamente a figura da mediação para Maria, quando ela é exclusiva de Cristo. Para nós, evangélicos, estas cenas, apesar de impressionantes, bem-montadas e até sinceras, devem trazer grande tristeza ao coração por estar enaltecendo um caminho que levará ao lugar onde o Pai não será encontrado. Jesus disse: “EU sou o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).
Uma reflexão filosófica me ocorreu hoje sobre Maria, que vou tentar explicitar em poucas linhas. Assim como Jesus tinha uma natureza humana (total) e uma natureza divina (total), a mesma dualidade se verifica concretamente, na história dos Evangelhos, quando pensamos que é o Pai quem atesta Sua natureza divina, enquanto Maria possibilita e testemunha Sua encarnação em natureza humana. Assim, quando os católicos resolvem adorar Maria, isso se afigura, simbolicamente, como a adoração do humano: aquilo que era apenas a receptividade humana ao divino, em obediência, torna-se objeto de adoração, como se também divino fosse. Por isso os católicos tendem a valorizar mais o humano e a cultura que os protestantes - algo que tem algumas conseqüências positivas (para a arte e para a filosofia sobretudo), mas cuja negatividade as suplanta em muito, quando pensamos na armadilha do auto-enaltecimento: enquanto os protestantes, cientes do pecado original, podem manter o devido senso de proporção, os católicos tendem a estabelecer mais laços com a cultura, a política, os não-crentes em geral, algo que se espelha inclusive em sua teologia, e isso inevitavelmente dilui a mensagem de Jesus. Eis a razão da profunda tristeza que sentimos não só diante da adoração de Maria e de todos os santos, mas principalmente das demais marcas teológicas de afastamento da simplicidade do Evangelho.
ResponderExcluirOlá Solano
ResponderExcluirNós enquanto "evangélicos" cremos que a escritura é a única fonte de revelação bíblica. Tais dogmas católicos romanos são para nós muitas vezes absurdo no que se refere aos textos dos evangelhos e paulinos.
No entanto, a ICAR considera a tradição equivalente as escrituras. E nesse caso o que respalda todos esses dogmas é a tradição.
O católico que possui um bom conhecimento da tradição trata todas essas questões como natural.
Tanto que é comum dizerem: que a própria escritura foi criada na tradição e que protestante é contraditório, uma vez que a tradição existe desde o século 1o. e Pedro foi o primeiro Papa.
E eles consideram isso como verdade.
Por isso fica muito difícil haver algum tipo de discussão. Os parâmetros de verdades doutrinárias são diferentes..
Abraços
JP
Ok Solano, excelente post.
ResponderExcluirO que eu acho interessante é que o "papito", além de ser considerado(pelos católicos) como substituto de Pedro é na verdade um chefe de estado e como tal, tem acesso aos políticos de nosso país e do mundo também. Ora, se ele tem acesso aos políticos, os políticos também tem acesso a ele e, por incrível que pareça eu não vejo nenhum político "evangélico" falar absolutamente nada sobre esta idolatria absurda, pergunto: Por que? Não seria o motivo maior a perda de votos? ou medo da mídia?
Com excessão de alguns pastores, a grande maioria se cala e deixa "rolar". Dizem que o percentual de membros da igreja católica tem caída a casa de 1% e esta queda tem se "alocado" nas igrejas evangélicas por isso a visita do "papito". Eu não acredito nisso, quando se diz igrejas evangélicas querem dizer as neo-pentecostais, aquelas que utilizam a famosa " macumba evangélica" ou TP não? Enfim, eu "grito" - ONDE ESTÁ A "BANCADA EVANGÉLICA QUE NÃO DIZEM ABSOLUTAMENTE NADA, SE CALAM PARA ESSA VERDADEIRA BESTEIRA DE CANONIZAÇÃO E IDOLATRIA????
TENHO DITO.
ABRAÇOS
Abmael Vitor - SP
Correção!
ResponderExcluirNós enquanto "evangélicos" cremos que a escritura é a única fonte de revelação divina.
Abraços
JP
Solano,
ResponderExcluirAcho que o nome do santo deveria ser "Saint Pill". As demonstrações que temos visto na TV são de aterrorizar o bom senso, mas parece que nem a 'grande parte da população', nem a mídia, percebem isto tudo.
A 'razão' só volta quando se trata do tema aborto, ai temos que ser científicos e pensar na 'saúde pública', nas adolescentes grávidas e que 'têm que abortar' e etc.
Como disse o bispo, o ministro torna-se 'da morte'. E o bispo que falou isto, pelo que tenho lido, virou 'Judas', malhado por todo lado na nossa mídia. Era de se esperar.
"Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos " Romans 1:22
Ótimo post.
Mauro
Solano,
ResponderExcluirAcho que a as declarações do lider do catolicismo e a canonização do religioso brasileiro demonstrou claramente que o catolicismo está longe de ter se reformado, mudado, ou alterado aquelas crenças, dogmas e práticas que causaram a revolta de Lutero. É o mesmíssimo catolicismo medieval. É para essa entidade que os defensores da espiritualidade medieval querem nos levar, bem como os ecumênicos protestantes. Sai dela, povo meu!
Abraços.
Excelente post. Os católicos possuem como "regra" de fé em primeiro lugar a TRADIÇÃO e, segundo, A BÍBLIA. Consideram que a única interpretação correta da Bíblia é a de origem católica romana. As demais? Seitas. Eles têm ao seu lado a mídia que é que a que faz a cabeça do povão. Penso que as igrejas genuinamente cristãs devem ocupar espaço e controle de TVs, Rádios e etc. Foi-se o tempo em que o povo seguia orientações oriundas das missas e cultos. Hoje, estão na frente da TV recebendo um bombardeio de informações diretas e indiretas controlandoi assim, a opinião de cada brasileiro. O Anarquismo se instalou, quem diria? Hoje tem muita gente "ficando"... Ora estão em uma igreja, ora em outra. Enquanto os evangélicos disputam o mercado gospel e a concorrência, os católicos se tranquilizam com o placebo comercializado e lucrativo em nome de Frei Galvão e da ignorância.
ResponderExcluirNós os evangélicos, convictos da nossa fé e coerentes em nossa mensagem/vida, temos que nos levantar e começar a nos posicionar quanto às questões em que estamos vivendo.
ResponderExcluirO papa veio ao Brasil e o que se espereva dele era uma compreensão da realidade brasileira, dando uma dose de eufemismo à mensagem dogmática católica. Porém, o que se viu foi uma firme convicção doutrinária, com "valores que prezamos" (Mauro Meister), o que muitas vezes nós os 'conhecedores' da verdade não fazemos...
Está na hora de reverter este quadro e mudar o curso das nossas vidas e dos que sofrem perdidos e desamparados, sem CRISTO.
Depois do excelente post do Rev. Mauro Meister vem o Presb. Solano Portela brindar-nos com suas excepcionalmente bem escritas linhas – que o Senhor Deus os permita continuarem sempre assim.
ResponderExcluirHouve um tempo, há muitos anos, em que julgava que os “grandes tratados anti-idolátricos”, no dizer de um pastor cujo nome não recordo agora, haviam caído em desuso. Característicos da fase inicial do Protestantismo em nosso País haviam ficado obsoletos para uma geração de evangélicos cada vez mais tolerantes e acostumados ao multiculturalismo.
Com o episódio do “chute na santa”, que deflagrou esse estado de “campanha eleitoral” entre católicos e evangélicos, a mídia despertou para o crescimento numérico dos últimos, dando a esse fato um tratamento equivalente ao do crescimento do uso de drogas ou da violência nas grandes cidades, algo tão negativo que não se concebe existir alguém que seja favorável. O fato das igrejas neopentecostais ajudarem a dar sua cota de contribuição com escândalos e falcatruas apenas ajudou, colocando os evangélicos na posição defensiva.
O que precisamos, cada vez mais, é de vozes cristãs reformadas a lembrar-nos, como fez o Presb. Solano, dos fundamentos da nossa fé. Porque somos contra a idolatria, a mariolatria, o papado, quais os fundamentos bíblicos da nossa Fé e do verdadeiro Cristianismo. Vozes com uma bagagem de erudição sólida a legitimar o peso de suas opiniões, para fazerem-se presentes na mídia secular e na cultura – e nesse momento pego um “gancho” do ótimo comment da Norma, de que o Protestante é um elemento ausente da cultura, não só aqui mas em outros lugares (repararam o número de filmes de Hollywood que tratam temas “religiosos” sob a ótica do catolicismo – a exceção talvez seja a Walden Media de Philip Anschutz, membro da EPC).
Vozes que venham a questionar as detestáveis falácias que, à maneira de Goebbels, de tanto repetidas tornaram-se verdades: A Igreja de Roma tem 2000 anos, o Papa é sucessor de Pedro, os protestantes são “seitas”, obscurantistas, medievais e contra o progresso (!!!) dos costumes e das idéias, Roma tem o monopólio da defesa dos valores cristãos, entre tantos outros.
Que Deus nos ajude a continuar levantando homens como os autores deste blog, para propagar, com fé, firmeza e conhecimento, as Verdades do Evangelho.
Que Deus os abençoe.
Osvaldo Pimentel Filho
IP Vila Mariana – São Paulo
Caro Augustus:
ResponderExcluirEstivemos juntos, e tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente, quando acompanhei o vice-presidente dos Ministérios Internacionais da Associação Evangelística Billy Graham, para apresentar o projeto Minha Esperança à cúpula da IPB, no Mackenzie.
Como um "quase" calvinista, defensor ferrenho do resgate da cosmovisão cristã como um princípio de vida integral, sem compartimentos, na linha de Abraham Kuyper, Francis Shaffer e mais recentemente Charles Colson e Nancy Pearcey (tive a honra de ser o supervisor da edição brasileira de seu primeiro livro traduzido para o Portugês: "E agora, como viveremos?"), sinto-me bastante à vontade para navegar nestes mares da fé vivida em toda a dimensão humana.
Vim parar aqui através do blog de Norma Braga, a quem lia no Mídia Sem Máscara (agora vou direto ao seu blog). Seu texto sobre a canonização de Frei Galvão me fez lembrar outro que escrevi e postei no meu blog: "João Paulo II, santo?" É um texto leve, sem nenhuma pretensão acadêmica, para um público pouco afeito aos métodos filósficos do pensamento. Mas faz parte de minhas contribuições a essa visão de não "reter" numa "redoma" evangélica aquilo que é norma de vida universal, estabelecendo, nós mesmos, um "apartheid", onde nos excluímos voluntariamente da realidade que nos cerca.
Não é isso que o Senhor espera de nós. Como disse à Norma Braga, sou, tal qual vocês, como o pássaro da lenda, um transportador de pequenas gotas d'água, uma de cada vez, para tentar apagar o fogo da floresta, enquanto outros cuidam de aumentá-lo.
Parece que estamos esoondidos, mas há milhares de nós por aí. Faço parte dessas fileiras. Estamos juntos.
Deus lhe abençoe.
A visita do Papa ao Brasil e sua cobertura jornalística (vide principalmente Rede Globo) mostram a total futilidade de um povo que vive à margem de Deus. É triste demais pensar que milhões de nossos conterrâneos vivem imersos em tamanhas trevas espirituais, soterrados pela idolatria e pela mais completa ignorância bíblica. Enquanto isso, pastores, bispos e apóstolos(!) de araque pregam o evangelho da prosperidade na TV. Onde está a igreja como sal da terra e luz do mundo? Onde está a opção cristocêntrica, bíblica, para as multidões seduzidas pela idolatria? Onde está a igreja evangélica séria neste país?
ResponderExcluirCaro Geremias,
ResponderExcluirQue satisfação ler seu comentário, obrigado, passe sempre em nosso blog e deixe sua contribuição! Visitei seu blog -- parabéns!
Um grande abraço.
Augustus
Caro Solano,
ResponderExcluirEm reportagem de Ricardo Muniz, sob o título 'A única Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica', publicada em “O Estado de S. Paulo” de sábado, dia 12, esse jornalista diz: “Para quem se animou com a confraternização que o papa manteve anteontem com líderes de igrejas cristãs não católicas (além de um xeque e um rabino), o papa não poderia ter sido mais claro: ‘A única Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro (ou seja, no momento, por ele mesmo, Bento XVI).´ Ele estava citando o documento Lumen gentium, editado pelo papa Paulo VI em 1964.”
O cardeal Ratzinger já havia dito isto antes de ser papa, em sua declaração "Dominus Iesus sobre a Unicidade e a Universalidade Salvífica de Jesus Cristo e da Igreja”, de 06 de agosto de 2000. Esse documento diz: “Assim, e em relação com a unicidade e universalidade da mediação salvífica de Jesus Cristo, deve crer-se firmemente como verdade de fé católica a unicidade da Igreja por Ele fundada. Como existe um só Cristo, também existe um só seu Corpo e uma só sua Esposa: «uma só Igreja católica e apostólica». E, mais adiante, “Os fiéis são obrigados a professar que existe uma continuidade histórica — radicada na sucessão apostólica — entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja Católica: «Esta é a única Igreja de Cristo [...] que o nosso Salvador, depois da sua ressurreição, confiou a Pedro para apascentar (cf. Jo 21,17), encarregando-o a Ele e aos demais Apóstolos de a difundirem e de a governarem (cf. Mt 28,18ss.); levantando-a para sempre como coluna e esteio da verdade (cf. 1 Tim 3,15). Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste [subsistit in] na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele». (http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html)
Na linha daquilo que o Augustus disse, o catolicismo não mudou. Enganam-se os que pensam que Roma busca uma aproximação “religiosa” com as demais religiões. Como disse o articulista acima citado, “... Colocados todos os pingos nos is, Bento XVI deixou explícito o contexto em que aceita ‘um franco diálogo ecumênico, através do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, zelando pelo pleno respeito das demais confissões religiosas, desejosas de manter-se em contato com a Igreja Católica no Brasil’. O alvo desse diálogo é ‘a defesa dos fundamentais valores morais’, contra a sua destruição numa cultura relativista e consumista”.
Esta defesa, a dos valores morais, temos que reconhecer que Bento XVI tem feito com coragem e firmeza, mais do que muitos de nós, protestantes. Mas também é só, infelizmente.
João Alves
Caro Augustus:
ResponderExcluirCom certeza aqui estarei para pensar, refletir, compartilhar e contribuir para ampliar a nossa "frente" de pensadores evangélicos comprometidos com a dimensão integral da vida cristã, sem "apartheid". Parabéns a você e seus companheiros pelo blog e obrigado pela visita ao meu. Apareça sempre!
Um abraço.
Caro Geremias
ResponderExcluirEu li parte do livro "E agora, como viveremos?" e ainda estou lendo-o lentamente, mas tenho tido alguma dificuldade.
Ele me parece arminiano na sua teologia.
E como outros, recentemente tenho sido irresistivelmente atraído à fé reformada, então quando leio um texto ou ouço um sermão onde parte é Deus e parte é mérito do homem, parece que soa uma campainha na minha mente dizendo... ...tem alguma coisa que não fecha.
As obras são lindas, mas o alicerce parece equivocado.
Mas vou continuar lendo.
Não deve ser fácil ser um "quase" calvinista...
Caro Geremias
ResponderExcluirImagino que não irás ler este meu comentário... mas é que depois deste tempo todo acabei por terminar de ler o livro "E agora, como viveremos?".
Eu fui injusto com você.
O livro é muito bom.
Apesar de o autor ser arminiano não sei como ele é carregado de um otimismo para o futuro que quase chega a ser pós-milenista.
Os caminhos de Deus são misteriosos mesmo... como que uma mensagem arminiana pode resvalar num otimismo que prega uma reconstrução da cultura cristã numa ótima bem semelhante a ótica pós-milenista?
Mas enfim... iniciei lendo com preconceito e terminei lendo tomado pelo otimismo do autor de que a reconstrução da cultura do mundo é possível sim.
Um abraço