Tive o privilégio semana passada de ser um dos debatedores do Dr. Richard Horsley (foto), famoso estudioso do Novo Testamento, em palestra que ele proferiu no Mackenzie sobre Jesus e o underground da Galiléia. O outro debatedor foi Dr. Carlos Caldas, professor do Mackenzie, que trouxe importantes contribuições ao evento.
De maneira geral, podemos enquadrar Horsley na linha social da Terceira Busca do Jesus Histórico, juntamente com Martin Hengel, Geza Vermes, Marcus Borg, E.P. Sanders e Gerd Theissen. Horsley desenvolve seu trabalho principalmente a partir dos estudos sociológicos do mundo daquela época. Sua releitura dos Evangelhos a partir de referenciais sociais e de modelos de luta de classes entre oprimidos e opressores se assemelha em muito à hermenêutica da teologia da libertação. Essa visão é claramente perceptível nos muitos livros que ele tem publicado.
Em sua palestra, Horsley argumentou que a situação social da Galiléia e da Judéia era de opressão e violência institucionalizada praticada pelo império romano contra os camponeses e moradores das vilas através de líderes comunitários e da hierarquia do templo. É nesse ambiente de tensão que surge Jesus. Ele escolheu ser um revolucionário social, tomando o partido dos pobres e oprimidos e se colocando contra as elites poderosas, compostas das hierarquias do templo de Jerusalém que estavam a serviço do poder imperial de Roma. Ele organizou uma revolução social de baixo para cima, de base, a partir dos camponeses, moradores das comunidades e vilas espalhadas pela Galiléia, reorganizando a vida rural, comunitária, das vilas na Galiléia, pregando a renovação da vida comunitária com base em seus ensinamentos éticos.
A ação revolucionária de Jesus foi possível por causa daquilo que Horsley denominou em sua palestra de underground, um movimento subterrâneo subversivo, que formava uma rede de comunicação entre as vilas e comunidades, e que era alimentada pelas esperanças messiânicas de Israel. Assim, Jesus, para Horsley, é um profeta da mudança social, a exemplo dos profetas Elias e Jeremias (daí, o título dessa postagem). Um exemplo que Horsley dá da ação de Jesus, como profeta, para enfrentar as elites poderosas é a entrada triunfal em Jerusalém.
Na minha resposta a Horsley, destaquei, em primeiro lugar as muitas contribuições positivas do seu trabalho, entre elas sua insistência nas questões sociais como pano de fundo para entendermos a Galiléia nos tempos de Jesus. Seus estudos, sem dúvida, nos ajudam a entender melhor o ambiente sócio-político daquela época.
Em seguida, fiz algumas observações à apresentação dele e às suas teses em geral. As primeiras observações tiveram a ver com as fontes que Horsley usa para reconstruir a situação da Galiléia, os movimentos proféticos populares, as revoltas dos camponeses, a vida e mensagem de Jesus e o movimento iniciado por ele. De acordo com ele, as fontes escritas foram produzidas pelas elites cultas e letradas e refletem somente as instituições e a ideologia do dominador. Todavia, ele não hesitou em usar Guerras Judaicas, uma das principais obras de Flávio Josefo, um destacado membro da elite judaico-romana, ex-fariseu, como fonte confiável para reconstruir o clima sócio-político da Galiléia.
Ainda nessa linha, mencionei que Horsley tem a tendência de rejeitar o quadro que os Evangelhos canônicos pintam de Jesus. É, portanto, estranho que ele usa Josefo com segurança para reconstruir as revoltas e os movimentos proféticos da Palestina e tem restrições quanto ao uso dos quatro Evangelhos e no quadro de Jesus que eles nos fornecem. É por esse motivo que ao comparar Jesus com Teudas, o Samaritano, o Egípcio e outros líderes populares mencionados por Josefo, Horsley relega a segundo plano as diferenças fundamentais entre eles e Jesus, conforme os Evangelhos e as cartas dos primeiros discípulos de Jesus nos informam, a começar do fato que Jesus se considerava Deus.
A releitura que Horsley fez da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém pressupõe que o relato dos Evangelhos não retrata a realidade, embora contenha elementos historicamente plausíveis. Para ele, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém foi teatro intencional, com propósitos políticos, disfarçado de peregrinação religiosa. Jesus teria escolhido a festa da Páscoa de propósito, para deflagrar a sua revolução social. A profecia que Jesus pronuncia sobre o templo é entendida como um castigo pela exploração do povo – mesmo que os Evangelhos insistam que era parte do castigo porque os judeus não o reconheceram como o Filho de Deus, conforme várias parábolas nos ensinam.
Ainda nesse contexto, observei que muitas afirmações e conclusões de Horsley não podem ser substanciadas a partir dos textos cristãos mais antigos. Por exemplo, se a mensagem de Jesus e suas ações eram dirigidas para o confronto com as classes dominantes e eram revestidas primariamente de um caráter social e libertário, por que não encontramos nas fontes histórias de Jesus confrontando os dominadores das vilas e comunidades ou as elites poderosas de cidades da Galiléia, como Séforis ou Tiberíades?
As segundas observações que fiz tinham a ver com a abordagem sociológica do ilustre palestrante. Fiquei com a nítida impressão de que ele tem a tendência de diminuir e menosprezar o componente teológico dos ensinamentos dos grupos existentes na Galiléia, como fariseus, zelotes, saduceus, e reduzi-los apenas a grupos que tinham interesses sociais. Se entendermos que todo o conflito de Jesus com os lideres da sua época era de natureza exclusivamente social, em que sentido ele foi diferente de Teudas, Judas, o Egípcio, o Samaritano e outros líderes revolucionários sociais cujos movimentos foram de curta duração? E se o movimento iniciado por Jesus foi um movimento social fracassado, que terminou com sua execução, sem que as reformas sociais esperadas viessem, como explicar a continuidade, crescimento e fortalecimento do movimento por ele iniciado até os dias de hoje?
Outro ponto: embora existisse uma enorme brecha entre ricos e pobres na Galiléia, agravada pelos fazendeiros ricos e opressores, não é claro se podemos falar de “tensões sociais” dentro da Galiléia na época de Jesus, como hoje temos. Embora Jesus tenha dito muita coisa na área social (família, dinheiro, pobreza, riqueza, poder, etc.) elas foram ditas num contexto onde a luta de classes era desconhecida.
Levantei também o fato de que as abordagens sociológicas à vida, obra e mensagem de Jesus e os inícios da igreja cristã costumam deixar sem explicação o surgimento das tradições teológicas/escatológicas presentes na pregação da Igreja primitiva em curto espaço de tempo. Não há a menor dúvida que Jesus levou em consideração, em seus ensinamentos, a pobreza, a opressão e a violência de sua época. Todavia, os Evangelhos e as cartas de Paulo, algumas escritas antes dos Evangelhos, nos retratam um Jesus que via como sua missão principal não uma reforma social, mas uma de natureza espiritual, que buscava em primeiro lugar a reconciliação do homem pecador com Deus e o estabelecimento de uma nova comunidade, a sua igreja. O Reino pregado por Jesus era uma idéia primariamente religiosa-escatológica, com conotações sociais.
Obviamente, Horsley teve a oportunidade de responder às minhas críticas. Sua principal argumentação foi que sua palestra visava apenas mostrar o lado humano e social de Jesus, e que ele não teve chance de mostrar também o lado transcendente e espiritual do Jesus histórico, que ele diz acreditar. Num esforço visível para mostrar que era evangelical conservador, o nobre erudito afirmou que era crítico dos liberais – e de fato é mesmo – e que chega próximo de uma postura inerrantista da Bíblia – a confirmar.
Num certo sentido, podemos dizer, sem qualquer demérito para a obra brilhante e instrutiva de Dr. Horsley, que de novidade ela nos apresenta apenas uma reconstrução social interessante da Galiléia camponesa e dos movimentos que possivelmente a infestaram no período antes, durante e depois de Jesus. Pois, a idéia de Jesus como revolucionário social, com uma mensagem e ação de confronto das classes dominantes, já nos é bem conhecida, desde os tempos áureos – agora passados – da teologia da libertação em nosso país, com sua análise marxista da Bíblia.
A farsa humanista que pretende Cristo apenas como um revolucionário libertário não é recente.
ResponderExcluirMas nesses tempos em que as esquerdas e o esquerdismo virulento ganham hegemonia em várias frentes, é especialmente preocupante a força que essas idéias adquirem.
Como praticamente não existem contestações aos pressupostos socialistas e humanistas, e o liberalismo abriu as portas a todo tipo de doutrina estranha, a igreja muitas vezes fica acuada e recebe esses falsos ensinamentos sem questionar.
Na verdade a contestação a esses falsos e perigosos ensinamentos não pode ser do modo "light" descrito aqui. É preciso identificar o mal e combatê-lo com energia, e ao mesmo tempo pregar a sã doutrina à exaustão. Pois caso contrário, veremos nossos filhos e netos descrendo da divindade, encarnação e ressurreição de Cristo e terá, então, sido tarde demais. Então: Bíblia neles!!!
Gostaria de aproveitar e deixar o endereço do meu blog, se possível:
http://christianviewer.blogspot.com/
Caro Porf Nicodemus
ResponderExcluirNão dá para julgar homens ou sociedades passadas tomando-se como ponto de partida a realidade dos dias atuais. A linguagem utlizada no texto tem um cunho visivelmente marxista. Esta questão de classes sociais, lutas entre elas(como o senhor bem observou são criações da nossa época), também o conceito de direitos e cidadania não era conhecido até o final do séc XVIII e começo do XIX, aliás, este tipo de abordagem esta meio demodê.Portanto, imaginar Jesus como um revolucionário politicamente correto tipico dos anos 60 é anacronico.
Pb Cleber Leite - Teresina/PI
Um fator muito importante que o Dr. Horsley parece ignorar são os inúmeros benefícios trazidos para as colonias Romanas, como as estradas, o correio, a "polícia" em termos de segurança pública enfim a chamada "Pax Romana". Tanto é verdade, que muitas das colônias romanas não foram tomadas a força, mas os romanos foram convidados e os governos lhes foram simplesmentes outorgados de livre e expontânea vontade. Nem tudo era tão ruim assim.
ResponderExcluirObviamente este último não é o caso de Israel, mas isso nos leva a pensar, se haviam tantos benefícios sociais, por que os Judeus tinham milícias que constantemente se rebelavam? E a resposta a meu ver é simples, porque o ideal judaico de governo é teocrático, onde o imperador ou rei não é apenas um líder político, mas também religioso, e de preferência (obrigatóriamente)descendente da cada de Davi. E era aí que Roma não se enquadrava nos planos rebeldes dos judeus. A questão era puramente religiosa.
Sim, haviam diferenças de classes. Sim, os romanos eram abusívos e violentos.
Sim, haviam problemas sociais.
Mas, estes problemas sociais sempre existiram e são claros na comunidade judáica muito antes de se quer haver império romano.
Horsley também parece simplesmete ignorar as profecias messiânicas que desde sempre disseram a quem seu chamado tocaria.
Realmente a posição de Horsely se assemelha a alguns "ramos" da teologia evangélica brasileira muito, mas muito mesmo, próximas da teologia de Boff.
Caro Nicodemos,
ResponderExcluirmeu comentário foi assim tão chato, que não pode ser publicado?
Ou é só ansiedade minha e ele está aí na fila de espera? Ou foi alguma falha técnica?
Saudações,
Roger
Roger,
ResponderExcluirNa verdade, eu estava resolvido a não publicar mais nada da sua parte. Deletei seu comentário. Nossas interações anteriores não me deixaram boa impressão e eu faço questão de não em aborrecer com o blog, que para mim é lazer e diversão. Já tenho sarna demais para me coçar...
Mas, vamos caminhar uma segunda milha. Mande de novo, se quiser. Publicarei.
Abraços.
Caro Augustus,
ResponderExcluirvou responder assim meio na emoção, sem muita reflexão (talvez esse seja meu principal problema). Mas serei cuidadoso.
Sua resposta me comoveu. Sinto um misto de tristeza e alegria.
Tristeza por ter te causado essa impressão tão negativa a ponto de te acrescentar mais sarnas e levá-lo a barrar meus comentários.
Alegria por você se dispor a caminhar mais uma milha, apesar desta imagem negativa que passei.
Enfim, desculpe-me. Minhas intenções foram as melhores, possíveis. Sei que às vezes exagero. Perdo-a me. (Com a Norma e o Nagel, tive que ser persistente até eles me tolerarem novamente em seus respectivos Blogs, depois de uma "bricadeirinha" sem graça que fiz com eles.)
Acho que todos nós temos dificuldades suficientes, vc tem razão, ninguém precisa de adicionais, principalmente vindas do seio da família cristã.
A não ser aquelass que desafiem nossa reflexão cristã, que contribuam para glória de Deus e para alcançar novas vidas. Vejo na Blogesfera muitos Blogs que proporcionam estes desafios, próprios da diversidade do meio evangélico.
Vou revisar o comentário que fiz sobre esse texto e debate que achei verdadeiramente muito interessante e útil. Tenho certeza que poderei expressar uma visão diversa da vossa aqui, com o linguajar apropriado sem ser sensurado. Tentarei ser mais light, menos irônico, mais claro, pois estimo muito este espaço e a abertura para comentários.
Acho que isso é o que tenho a dizer para podermos caminharmos não somente mais uma milha nesta esfera sibernética.
respeitosamente, em Cristo,
Roger
RELEITURA????
ResponderExcluirEsse termo já me deixa com nâuseas.
A única releitura que desejo fazer das Escrituras é segundo a direção do Espírito Santo, não segundo o homem carnal que não compreende as coisas do Espírito, tomando como exemplo os santos homens de Deus do passado que fizeram-na na direção do Espírito Santo.
O tempora,
O mores!
Mas tudo bem, não há nada novo debaixo do sol.
Fala Creuse, que bom tê-lo aqui.
A paz
Tales
Caro Augustus,
ResponderExcluirinteressante esse Post.
Gostei mais dos primeiros parágrafos (visto que tenho simpatia pelo socialismo). Mas, suas críticas são também importantes (não vou destacá-las aqui visto que a quase totalidade dos comentaristas se empenham nisso).
Porém deixo aqui apenas minhas ponderações, quase que costumeiras:
Sua afirmação,
"Jesus que via como sua missão principal não uma reforma social, mas uma de natureza espiritual, que buscava em primeiro lugar a reconciliação do homem pecador com Deus e o estabelecimento de uma nova comunidade, a sua igreja. O Reino pregado por Jesus era uma idéia primariamente religiosa-escatológica, com conotações sociais."
me leva aos seguintes questionamentos: a) Até que ponto essas conotações sociais não corresponderiam diretamente a uma reforma social para o hoje e não somente para o porvir? b) Reforma Espiritual e criação de uma nova comunidade não se desenvolveria paralelamente a ações nos campos psicológicos e sociais e até mesmo políticos, ou seja, a missão principal dependeria fortemente e não existiria sem as secundárias? c) A confrontação, provocada pelos religiosos invejosos, entre Jesus e Roma (na pessoa dos governantes e soldados) não teria desempenhado um papel libertador tanto espiritual (sacrifício vicário) como social, mostrando que o poder está no amor, perdão, serviço, altruísmo e não na força, violência, burocracia e culto às personalidades e falsas divindades?
Minha conclusão é que, no ministério de Cristo, o espiritual e o social sempre andaram e andarão juntos. O que pra mim é algo lógico, uma vez que o primeiro mandamento é semelhante ao segundo e que nenhum homem é uma ilha. Em todos os sentidos Cristo foi, então, um verdadeiro profeta, mas muito mais que isso!
Saudações fraternas,
Roger
PS: Obrigado por voltar a considerar meus comentários.
As releituras sobre a vida de Jesus atraem a atenção de muita gente. São eruditos competentes, como é o caso do Dr. Horsley. Gosto de muita coisa que ele escreve, mas sustento sérias críticas ao pressuposto Jesus Libertador, bem conhecido entre nós através da Teologia da Libertação.
ResponderExcluirAs revistas populares de divulgação cinetífica, como a Super Interessante e a Galileu, fundamentam suas reportagens nas releituras promovidas pelos eruditos críticos.
O que eu acho bom nisso tudo, é que deperta os cristãos reformados e conservadores a pesquisar e produzir obras eruditas.
Cada vez que eu leio um liberal, alimento a minha convicção que a literatura reformada e conservadora é a melhor para auxiliar a exegese bíblica.
Um abraço.
Ele estará no Seminário Batista do Rio na Segunda, onde eu estudo. Estarei lá para assistir e trago meus comentários de leigo...
ResponderExcluirAcho que mesmo que o espiritual e o social andem juntos, isso não quer dizer que ambos sejam co-iguais. Como foi dito, Jesus foi um profeta e muita mais, mas creio que o "muito mais" é o fator que ocupa a posição principal na vida, obra e mensagem de Jesus. É importante ver que o primeiro mandamento (espiritual) vem antes do segundo mandamento (social), mesmo que diante de Deus o social também seja espiritual (fazer essa diferença bem rígida só é válida para o próposito do estudo). O espiritual sempre afetará o social, isso fica bem claro até pela história dos movimentos cristãos, mas o social é sempre reflexo e não a fonte.
ResponderExcluirAcho que tentar entender a vida e a mensagem de Jesus tendo como fundamento principal a perspectiva social é um erro, pois antes de ser homem Ele é Deus.
Rev. Augustus,
ResponderExcluirNão é de hoje que procuram diminuir o verdadeiro significado da missão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Desde os tempos do apóstolo João já existia tal problema (vide 1 João 4 - 1 a 3, por sinal corrija-me se estiver errado!).
Desde que o diabo foi humilhado na Cruz do Calvário tem sido a sua forma de tragar os incautos para o inferno inventar falsos ensinos a respeito do Senhor Jesus Cristo.
O Espiritismo faz isso (seria apenas um espírito iluminado). O islamismo defende que não passaria de um mero profeta, inferior ao próprio Maomé...
Os estudos científicos são importantes e não duvido disso. Mas, qualquer ilação feita buscando desacreditar a Palavra de DEUS tem origem espúria e infernal!!! Carecem do discernimento dado pelo Espírito Santo.
Repare que todas as tentativas de desacreditar o Envangelho sempre trazem bastante furor na mídia (lembre-se do caso do Código Da Vinci, por exemplo), mas nunca obtém sucesso (até porque sabemos que é impossível...).
Os estudos históricos são importantíssimos para conhecermos o contexto em que foi produzido o texto bíblico, aprendendo seus usos e costumes.
Todo e qualquer discurso que procura reduzir tudo ao conflito entre as classes sociais (capital x força de trabalho) só foi útil para produzir monstros como Stalin, Mao Tse Tung e Fidel Castro!!!
De qualquer forma, parabenizo a todos os integrantes do "BLOG". Faço votos que DEUS abençoe a sua vida e ministério.
Cristiano Pereira de Magalhães
Interessante artigo Augustus.
ResponderExcluirConcordo com você, essa visão do "Jesus dos pobres, com pés descalços" é antiga, porém constantemente refinada com uma dose de erudição.
O mais triste é ver a igreja cristã adotar tal visão.
Abraços e Deus o abençoe!!!
Muito bom o post. Mas tenho uma dúvida: será que o debate serviu para o dr. Horsley refletir sobre sua posição?
ResponderExcluirRafael
Roger,
ResponderExcluirObrigado por resolver caminhar mais um pouco também.
As suas indagações parecem partir do pressuposto que eu tento eliminar o social e favorecer o espiritual. Posso ter dado essa idéia, mas se o fiz, foi sem querer. É um grande equívoco querer separar as duas coisas. Lembre-se que sou calvinista. Calvinistas entendem que o domínio de Cristo se estende sobre todas as áreas da existência humana. Leia Kuyper "Calvinismo" da Editora Cultura Cristã. Minha crítica a Horsley de que ele eliminava o espiritual para favorecer o social não quer dizer que eu acredite que a mensagem de Jesus é estritamente espiritual.
Todavia, vejo uma relação de dependência entre essas duas coisas. O social sempre será fruto do espiritual. Como fé e obras. AS obras (social) decorrem da fé (social). Tiago explica.
Ou seja, os aspectos sociais da pregação e ministério de Jesus devem ser entendidos à luz do mitte de sua mensagem, que o Reino de Deus chegou, que aqueles eram dias de cumprimento das antigas promessas feitas ao povo de Deus, e que o dia da salvação havia raiado. Minha queixa do Horsley foi que ele em vez de subordinar os aspectos sociais à missão redentora-salvífica de Jesus, coloca esses aspectos como carro chefe.
Um abraço.
Olá, rev. Nicodemus.
ResponderExcluirEu me chamo Danilo Neves, membro da 1ª IPC de Goiânia.
A contradição do próprio Horsley quanto ao uso de fontes confiáveis, a sua tendência de rejeitar o quadro que os Evangelhos canônicos e as cartas dos primeiros discípulos de Jesus pintam sobre Ele e a sua (de Horsley) ênfase política e sociológica na interpretação da entrada triunfal de Jesus em Jerulasém são pontos que eu gostaria de saber, rev. Nicodemus, quais as argumentações desse ilustre palestrante que foram utilizadas em resposta às suas observações e críticas no blog, se é que ele as comentou.
Se a maior argumentação de Horsley foi dizer que a sua palestra visava apenas mostrar o lado humano e social de Jesus, então sem dúvida há grandes ajustes humanísticos na cosmovisão bíblica desse pesquisador. A dicotomia causada por ele (o Jesus humano e o Jesus divino) é perigosa, pois dá um novo-velho sentido para a Sua obra na Cruz, uma vez que as suas aspirações foram políticas e sociais e não redentoras e messiânicas. O ponto de vista teológico deve prevalecer, ainda que haja contribuição no campo do contexto sócio-político.
Soli Deo gloria
Danilo,
ResponderExcluirHorsley esforçou-se visivelmente para se aproximar da minha posição. Reafirmou que aceita a historicidade dos Evangelhos, embora somente quando Mateus e Lucas concordam...; disse que aceita o lado espiritual e que inclusive está escrevendo um livro sobre o poder do Espírito na vida de Jesus. Só que, pelas obras dele, ele vai na linha de ver Jesus como um profeta, um místico. Não disse nada do tipo: creio que Jesus é Deus, que ressuscitou literalmente de entre os mortos e que a salvação é pela fé nele, somente. Ele pode até acreditar nessas coisas (espero que sim) mas isso não foi dito.
Abraços.
Rafael,
ResponderExcluirBom, pelo menos uma coisa ele disse: que não tinha percebido que usava muito mais "Guerras Judaicas" de Josefo na sua reconstrução (uma obra da elite e propagandista) do que "Antiguidades Judaicas" do mesmo autor, uma obra menos polêmica e menos politizada.
Quanto ao mais, teremos de perguntar a ele...
Abraços.
Caro Augustus,
ResponderExcluireste (de)bate-papo vai longe... pois é pertinente ao momento político que vivemos no mundo e também à igreja no Brasil.
Para não me alongar tanto, destaco apenas três fatos da blogesfera evangélica que tem a ver com o assunto deste Post:
1) Ontem postei algo sobre Abraham Kuyper , em um blog onde faço uma leitura de „a morte da razão”. Realmente, a primeira coisa que percebi nesse primeiro contato com esse filósofo holandês foi sua não divisão do que é espiritual e cultural, artístico e portanto social. Oportunamente lerei o livro que você recomenda.
2) Meu primo Lucas, que é teólogo presbiteriano está aproveitando a COMEMORAÇÃO DOS 30 ANOS DA IGREJA PRESBITERIANA UNIDA DO BRASIL para fazer em seu Blog um apanhado dos Documentos de Atibaia. Essa semana ele postou sobre o Pronunciamento Social . Logo comentei: O Nicodemus deveria estar mais atento a isso... (mas sua resposta indica que você está bem atento!
3) Por fim, nosso amigo blogueiro e também teólogo, Vítor chamou a atenção (lá no teologia livre) para a primazia do amor nessas discussões dicotômicas. E ele tem razão. O debate via textos pela internet exige técnicas mais apuradas para nos deixarmos e fazermos entender, pois aqui não existe expressão corporal, tom de voz e etc. Acho que todos somos aprendizes nessa nova arte, e com um pouco de tato e boa vontade (como demonstrastes) conseguimos evitar as rotas de colisão.
Estamos torcendo para que a igreja brasileira (que tem muito a oferecer) e o mundo (principalmente USA) virem esta página da história com a ajuda amorosa das mãos do Espírito do Ressuscitado.
nEle,
Roger
PS: Concordo plenamente contigo, Blogar tem que ser lazer e diversão, mas até no futebol temos às vezes nossas sarnas! Mas longe de mim ser o estraga prazeres!
Nicodemus disse tudo ao afirmar que as obras decorrem da fé salvifica.
ResponderExcluirO Cristianismo inverte o sistema de salvação presente em todas as outras religiões que começa pela fé e, inutilmente, avança até a salvação. No Cristianismo, a verdade é o contrário, somos salvos e daí deriva-se nossas obras que testemunham nossa salvação
Reverendo, boa tarde;
ResponderExcluirParticipei do seu diálogo com o bispo Paulo Ayres na Universidade Metodista de SP, na sexta feira à noite, foi bom.
Gostaria de te fazer um convite para participar com suas opiniões, interagir, no blog que eu tenho construído com a ajuda de alguns colaboradores, ainda em fase incipiente.
Será um prazer.
Abraço.
Pastor AUGUSTUS,
ResponderExcluirAcabei de ler seu livro "O que estão fazendo com a igreja", e aprendi muito, rindo e chorando. De uma família assembleiana que venho, meu avô conheceu pessoalmente Daniel Berg e enquanto minha avó era batista tradicionalíssima, ele era da "igreja dos cabritos", como eram chamados os primeiros pentecostais em Pernambuco, por gritarem durante o culto. Muitas histórias ele nos contava desse duro momento dos primordios do movimento!
Outra curiosidade, é que no meu livro recém lançado (Expocristã2008) "GRANDES ENTREVISTAS" (Ed. Arte Editorial), na "Introdução", discuti também como você, a falta que faz um novo termo que nos defina como grupo religioso. Vivemos os dias dos "sem-igrejas", e essa é uma outra igreja!
Pena que não deu tempo de tê-lo como um dos entrevistas desse trabalho. Teria enriquecido ainda mais! Quem sabe numa próxima obra!
Olá, Nicodemus
ResponderExcluirPasso aqui para divulgar essa tradução de um texto do Pannenberg, não é para aceitar o comentário:
http://despertaibereanos.blogspot.com/2008/09/como-pensar-sobre-o-secularismo.html
Boa Tarde Rev. Augustus!
ResponderExcluirExiste tanta especulação a respeito da sociedade contemporanea de Jesus, mas sempre especulações de conotação depreciativas de qualquer resquicio do Cristo como sendo o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo! Porque? por que os historiadores nao tem o mesmo tratamento com as outras sociedades antigas? todo e qualquer fato é aceito sem reservas quando se trata de outas sociedades, mas quando se fala a respeito da época de Cristo e a sua sociedade tudo é questionado. Muitos escritos antigos são incoparavélmente mais pobres do que as Escrituras em detalhes, no entando são cridos piamente. Ao mesmo tempo em que isso me deixa triste, posso me alegrar porque vejo se cumprir em nossos dias a Palavra do Senhor, Mt.11:25"...Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos". Creio que o que podemos fazer diante disso é continuar testemunhando da Verdade como algo vital e real para a vida do homem, crendo que o Senhor segundo Sua Soberana vontade pode lhes tirar as vendas dos olhos.
2 Cr.4:3 "Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto".
Desejo que seus próximos e inúmeros anos, sejam cada vez mais claros em sabedoria e em conhecimento.
ResponderExcluirFeliz Aniversário.
Augustus:
ResponderExcluirA tese de mostra que a velha metodologia marxista ainda persiste. Tais intelectuais podem ser comparados a Kant no século XVIII que tudo fez para salvar o Iluminismo. Por outro lado, não dá mais para agüentar esse tipo de análise que se baseia nas estruturas rígidas de uma História que segue um único sentido pelas contradições geradoras de sínteses. Incluir todas as épocas na metodologia que apenas busca os meios de produção, a luta de classes e o determinismo econômico é desconsiderar uma ampla riqueza contida nas representações simbólicas da cultura humana. Metodologias propostas por Geertz, Bourdieu, Certeau (que também era teólogo), Elias, Burk e tantos outros são capazes de dar conta das nuances interessantes do comportamento social de qualquer época. Nem mesmo as propostas de Lévi-Strauss, Saussure ou Foucault são aceitáveis por serem ainda estruturantes, embora tenham rompido com o velho Marx. E veja que nem toquei na mais importante cosmovisão que há: a Visão Reformada.
Um saudoso abraço.
Alfredo.
Caro Alfredo (caro Augustus),
ResponderExcluirSó me pergunto se tal análise que tende a uma teologia da libertação, não teria mais que um valor didático? Será que ela não teria alguns outros valores adicionais?
Por exemplo, ela nos lembra de que um profeta era geralmente visto como um rebelde (revolucionário), talvez nem tanto por tocar nas questões sociais, mas por clamar por justiça em seu sentido mais absoluto o que não excluiria a social.
Você há de convir que mesmo muito antes de Marx, São Francisco de Assis já se levantava de forma pragmática a favor dos pequeninos. O próprio movimento dos monges era uma resposta à opulência que a igreja começava a ostentar.
Assim o Evangelho sempre reafirmará ao pobre sua dignidade, ora desbotada pela opressão de Mamon. Esse é outro valor que vejo nesse tipo de análise, tirar a sociedade da apatia. Sacudir pobres, ricos e cristãos e não cristãos. Voltando as atenções às promessas Messiânicas, da Basiléia de justiça e de um futuro possível e melhor o qual já começa aqui, tanto para pobres como para ricos.
Alfredo,
ResponderExcluirComo sempre, seus comentários são uma contribuição preciosa aos nossos textos. Obrigado, irmão! Sua explicação foi precisa, tocando na metodologia antiquada e ultrapassada do marxismo, que continua a influenciar a produção intelectual de muitos teólogos.
Abraços!
Caro Roger,
ResponderExcluira questão do marxismo não é a análise da opressão da elite sobre os pobres e miseráveis. Qualquer instância da sociedade pode apresentar essa preocupação. Um governo reacionário (direita partidária) populista, uma entidade humanitária ou uma religião de boas obras. O problema do marxismo reside na sua metodologia determinante e estruturante. Reconheço que muitas discussões avançaram a partir das propostas iniciadas por Marx como, por exemplo, o aprofundamento da visão multiétnica e as diferenças entre os povos em detrimento da visão puramente maniqueísta que imperava desde a Idade Média. Mas, no geral, a metodologia marxista é pobre e sempre traz a continuidade analítica. As imbricadas sociedades humanas não se restringem aos meios de produção, às lutas de classes ou à estrutura bipolar (infra e super estrutura). Tentar aplicar esse método à época do Novo testamento é complicadíssimo, até porque teríamos que inserir o Senhor Jesus numa "classe social" e, conseqüentemente, vê-lo como um tipo de antítese diante da "classe dominante" (termo que também traz muitas dificuldades). Penso que o Evangelho integral não se coaduna a essa estrutura (o mesmo se aplica aos profetas do VT, Francisco de Assis ou aos monges). Ainda sobre o Evangelho, não consigo vê-lo pela ótica de Gustavo Gutiérrez, Cornell West ou Leonardo Boff. Inclusive tenho um post em meu Blog que trata desse assunto mais detalhadamente cujo título é "O esquerdismo e o Evangelho".
Um grande abraço.
Caro Dr. Alfredo,
ResponderExcluirSabemos que ninguém precisa ser formado em ciências sociais para extrair dos evangelhos que havia uma classe dominante (da qual Jesus não fazia parte) e uma oprimida. Digo classe no sentido mais elementar da palavra: grupo. Roma dominava. Os Judeus eram dominados. Mas será que todos Judeus eram “economicamente” oprimidos? Imagino que esse underground que o Dr. Horsley fala era composto por aqueles estavam muito insatisfeitos com a situação das coisas.
A ideologia da época era mais simplista, César é o Rei, César é um Deus, qualquer que se faz rei é contra César. As lideranças dos judeus que obviamente não eram fãs de César usam esta ideologia para satisfazerem seus interesses. Por isso começaram a planejar a morte de Jesus como está descrito em Jo 11:48 e 53. O fato de que Deus, que está acima de tudo, usou todo esse mal e transformou em bênção para todas as nações, não significa que devamos agora deixar que tiranias e governos “bem intencionados” abusem do poder que detêm e o fundamente com filosofias mentirosas.
Especialmente na situação do Brasil no passado e até mesmo hoje, tanto na esfera política como religiosa, existe uma massa que vive sob ilusões bem elaboradas por grupos que tiram suas vantagens econômicas. Jesus, João Batista, os apóstolos e Cristãos de maneira geral foram perseguidos justamente por na época ameaçar essas filosofias. Esse continua sendo nosso papel hoje.
“A minha alma engrandece ao Senhor... Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos.” (Lc 1:46,52,53)
fraternalmente,
Roger
Estimado Roger,
ResponderExcluirpermita-me discordar mais uma vez.
Em primeiro lugar, o conceito de ideologia é bastante amplo, mas se você se refere ao conceito marxista, ou seja, toda afirmação abstrata (metafísica, diga-se de passagem) que estabelece a universalidade e promove uma lacuna, então teremos um problema uma vez que, teoricamente, essa ideologia depende da mais-valia. E os profetas, apóstolos ou o Senhor Jesus, bem como toda a sociedade da época não possuíam esse contexto. Mesmo na concepção de Gramsci, que afirmava existir uma "ideologia positiva" para "manter" a estrutura social, ainda assim temos problemas. Mesmo que a ideologia fosse simplista, o centro seria a economia.
Até onde percebo, tanto o Senhor Jesus, como os líderes judeus e até mesmo os zelotes, eram motivados pelo campo religioso (para usar um termo da Teoria da Prática). Uma prova disso é que ninguém questionava o sistema escravista, pelo contrário, tornou-se modelo aos seguidores do Senhor Jesus. Paulo, mais tarde, vai combater os "seqüestradores", mas o sistema perdura. Não que fossem (refiro-me ao santos do NT) coniventes, mas a luta era contra o pecado e não um tipo de opressão econômica ou social (para ser mais genérico). Portanto, não vejo uma ideologia, mas sim um sentimento de resgatar um sistema reputado como teísta e teocrático, isso no caso dos revolucionários. Tanto que a queda de Jerusalém centralizou-se na destruição do Templo. A opressão era muito mais religiosa que qualquer outra coisa. Claro que isso envolveu questões profundas na área da política, pois era o poder que estava em questão.
Em segundo lugar, no caso de Jesus ser penalizado, isso ocorreu porque ele se dizia o Messias e o Filho de Deus. Isso para os líderes era uma grande blasfêmia. O temor era que muitas pessoas se agregassem a essas idéias (verdadeiras, diga-se de passagem), desqualificando a teologia vigente (chamada por eles de "lei"). A solução encontrada foi condená-lo à pena de morte (Jo 19: 7).
Concluindo, eu não creio que o capital econômico é o fator determinante nas sociedades humanas em qualquer época. Aliás, os capitais são, acima de tudo, polissêmicos e multiformes em qualquer rede social. Ele pode ser religioso, econômico, político, artístico, acadêmico, tecnológico, familiar etc. Daí eu preferir o termo "capital simbólico" que promove, não "classes sociais", mas lutas de classificação.
Um forte abraço.
Oi Alfredo,
ResponderExcluirli alguma coisa sobre ideologia, como lhe havia dito. Me refiro a este termo no sentido que foi usado em outros comentários e no próprio post. Repito, acho que essa ideologia da época era bem simplória, e dominava todo o império: César é um Deus, ele é o Senhor.
Vinculado ou não com essa ideologia, Jesus aponta o problema da avareza (que segundo João é idolatria) como sendo o outro deus que concorre com Ele. Mamon é a única divindade que Jesus de fato menciona. Paulo aponta o amor ao dinheiro como a raíz de todos os males. Digo isso para mostrar que a questão da opressão econômica está mais profundamente arraigada nas intenções do coração humano do que pensamos. Independente da mais-valia, do conflito de classes e tudo mais que a sociologia queira inventar ou descobrir. Mas geralmente essas são as formas em que essa opressão se manifesta: salários injustos, os detetores dos meios de produção explorando os necessitados (vide livro de Neemias). Não isento com isso o pobre da avareza. Judas traiu Jesus por dinheiro!
Além da questão religiosa, havia um forte interesse material daqueles religiosos, o qual é exposto por Jesus na parábola do Rei e dos servos que mataram o herdeiro para se apoderarem do Reino. Claro, Jesus não estava ali para levantar um motim e talvez por isso mesmo as massas escolheram Barrabás ou Pedro acabou por negá-lo...
Penso e tenho certeza que vocês concordam comigo, que a presença corpórea de Deus na história humana, na pessoa do carpiteiro e rabi, Jesus de Nazaré é a principal prova de que a pregação do Evangelho tem seus elementos sociológicos, que não podem ser eliminados. Esses elementos estão dentro de um contexto político e econômico que exerceram um papel importante mas não primordial - pois Deus já tinha um plano para redenção da humanidade. Mas esses elementos são muito importantes e até mesmo determinantes daqueles acontecimentos, pois recebem destaque em toda Bíblia.
Saudações,
Rogério
Queria compartilhar com vocês um texto em meu blog onde comento sobre o problema do anacronismo na leitura dos evangelhos:
ResponderExcluirhttp://defideorthodoxa-informadordeopiniao.blogspot.com/2009/09/radicalidade-de-jesus.html
Hoje, chegamos a um ponto de não-retorno. É impossível sustentar intelectualmente a exegese do Novo Testamento à parte do contexto político, econômico e da geografia humana da época, e à parte do ideário do Judaísmo do Segundo Templo e da interação com o pensamento helênico. Apenas com petições de princípio.