Páginas

sábado, novembro 21, 2009

Carta a Bultmann



Rudolf Bultmann (1884 – 1976) foi um dos maiores estudiosos do Novo Testamento do século passado, e provavelmente o maior representante do liberalismo teológico na área dos estudos bíblicos (embora ele mesmo não se considerasse um liberal). A carta, obviamente, é fictícia, bem como os comentários jocosos que irão aparecer assinados por Bultmann...
Meu caro Bultmann,

Sei que você não pode mais me ouvir. Não quero parecer covarde escrevendo para quem já morreu. Mas, não tive a oportunidade de conhecê-lo enquanto você ainda vivia (tornei-me cristão um ano após a sua morte). Além do mais, você sabe que escrever é dar a cara à tapa, mesmo depois de morto. E o que coloco aqui é baseado nas coisas que você escreveu e que, depois de sua morte, ainda falam.
Começo expressando minha profunda admiração pela sua cultura, seu conhecimento, domínio do grego e do latim e pela lógica de seus posicionamentos. Posso não concordar com você em praticamente tudo que você concluiu, mas seria injusto deixar de reconhecer seu valor e talento como pesquisador, erudito e escritor para os estudos no Novo Testamento e para a hermenêutica.
Reconheço também a sua piedade. Sei que sua religiosidade foi moldada no pietismo alemão, o qual valorizava a piedade individual e defendia uma vida cristã consistente. Pelo que li, você era membro dedicado da Igreja Luterana na Alemanha e um excelente pregador. Li recentemente que você também pregava sermões natalinos e fiquei curioso em saber como você conseguia fazer isto, uma vez que não acreditava realmente que Jesus de Nazaré era o Filho de Deus encarnado.
Sabe, caro doutor, pode ser que sua intenção real, ao dizer que o Novo Testamento está cheio de mitos, lendas e estórias fabricadas pela fé da Igreja, tenha sido libertar o kerygma de uma determinada visão mitológica de mundo. Você aparentemente intencionava alcançar o homem moderno, que tem uma visão de mundo moldada pelo cientificismo, que não acredita mais em milagres, e que já tem uma explicação científica para tudo o que acontece. Você queria desmitologizar o Novo Testamento e apresentar a este homem racionalista um Evangelho que não o ofendesse e que ele pudesse aceitar sem perder a sua respeitabilidade científica. Quero dizer que reconheço que sua intenção era boa e seu alvo, legítimo. Devemos envidar todos os esforços para falar à nossa geração. Vejo neste propósito seu uma intenção missionária, que aprecio e com a qual concordo.
Mas, se você pudesse ver hoje o resultado de sua estratégia, desconfio que ficaria desconsolado em ver que não funcionou como você queria. Seria injusto acusá-lo de esvaziar as igrejas na Europa, Estados Unidos e outros locais. A secularização geral da Europa também contribuiu para isto. Mas o fato é que onde suas idéias mais radicais foram adotadas por professores liberais de teologia e pastores, as igrejas secaram, se esvaziaram e morreram. Pode ter sido coincidência. Mas a verdade é que este homem moderno, por mais científica que seja sua mentalidade, quando ele vai aos domingos para a igreja, quer saber como pode alcançar paz interior, perdão para sua consciência culpada, reconciliação com Deus e ter esperança da vida eterna – coisas que o Jesus histórico com sua mensagem existencialista que você apresentou, depois de despi-lo de sua divindade, não pode oferecer.
Se você pudesse ver alguns de seus seguidores hoje entenderia melhor o que eu quero dizer. Uma parte deles não consegue contribuir em nada para a Igreja, o que era sua intenção inicial, caro Rudolf. Eles acabam virando acadêmicos, dando aulas em escolas de teologia secularizadas ou nos seminários das denominações históricas e tradicionais, onde nem sempre dizem o que pensam (há exceções, é claro). Não ouvi ainda falar de algum que seja um pastor reconhecido, plantador de igrejas, evangelista, que ame missões e que tenha feito sua igreja crescer - embora eu deva reconhecer que conheço alguns fundamentalistas que também são assim, secos e infrutíferos. Mas, a diferença, caro doutor, é que um pastor liberal (é assim que chamamos, certo ou errado, quem adota suas idéias) que não planta igrejas, não evangeliza, não tem interesse em missões, está sendo coerente com aquilo que acredita; enquanto que um pastor conservador que não planta igrejas, não evangeliza nem tem interesse em missões está sendo inconsistente para com o Cristianismo histórico tradicional.
Eu gostaria de poder lhe dizer que suas idéias morreram e que hoje praticamente não tem mais ninguém que seriamente as defenda. Mas, não, não posso dizer isto. Lembra do Karl Barth, que viveu na sua época, e com quem você trocou correspondências por mais de 30 anos? Vocês dois tinham muita coisa em comum, embora também diferenças. Pois é, acho que ele acabou levando a melhor, pois muitos de teus discípulos acabaram virando bartianos ou neo-ortodoxos – é assim que os chamamos – e embora falem a língua dos ortodoxos (daí o nome neo-ortodoxia) ainda conservam em grande parte aquele seu ceticismo radical para com a veracidade e historicidade do Novo Testamento. Estes neo-ortodoxos detestam ser identificados como liberais, mas ao final, não sendo realmente uma nova ortodoxia, o melhor nome para eles deveria ser neo-liberais mesmo.
Por último, não poderia deixar de lhe dizer que a premissa maior de seu programa de desmitologização – aquela de que o homem moderno tem uma mentalidade científica e não acredita mais em milagres – acabou se provando falsa: o homem moderno continua cada vez mais religioso, apesar dos esforços dos ateus evangelistas (não que você tenha sido ateu), como Richard Dawkins, Sam Harris e Christopher Hitchens, e do crescimento da mentalidade secularizada no mundo ocidental.
Termino aqui. Espero sinceramente não ter entendido mal as coisas que você escreveu. Digo isto, pois mostrei o esboço desta carta a um amigo, um jovem, erudito, inteligente e capaz teólogo, seu admirador, e ele me disse que discordava totalmente de mim. Não tivemos tempo de aprofundar nossa conversa e discutir os pontos de discordância. Mas, pelo que tenho lido das tuas obras, acredito que não fui injusto para com tuas idéias.
Sinceramente,
Augustus

Veja aqui resenha minha de uma das obras críticas de Bultmann sobre o Novo Testamento

118 comentários:

  1. Rev. Augustus,
    Obrigado pelo texto. Minha admiração por você tem crescido. Estudei em um seminário de "linha liberal", convivi com a teologia bultmaniana e bartiana. Tenho grandes reservas, mas profundo respeito por aqueles que a adotam. Seu texto consegue fazer-nos pensar nas falácias teológicas ali contidas. Muitas absolutamente fatais! Sempre ouvi dizer da piedade de Bultmann, o que me faz levantar-lhe uma questão: É possível manter uma piedade consistente e confessar uma teologia falaciosa?

    ResponderExcluir
  2. Existe uma religiosidade inata ao homem, mesmo naqueles não regenerados, que pode assumir capa de piedade cristã.

    Devoção, orações, experiências misticas, sacrifícios pelo que se crê, - tudo isto acontece nas religiões pagãs ou em seitas oriundas do Cristianismo.

    Paulo falou de pessoas que eram capazes de entregar o corpo para ser queimado e mesmo dar tudo o que tinham aos pobres - mas que não tinham amor, a marca maior do verdadeiro cristão (1Cor 13:1-3).

    Os fariseus cumpriam meticulosamente os preceitos da lei - eram piedosos conforme os padrões de sua época.

    Abs.

    ResponderExcluir
  3. rsrsrsrsrsrsrs
    É briga de gente grande!!!
    Vou ficar sorrindo!!
    rsrsrsrsrsrsrs
    Até por que se eu fosse falar iria relembrar das ideias sobre o religioso e a religião que a ciência nos dá. Entretanto creio que deva ficar para outra oportunidade.
    Para quem foi um dia atacado pelos escritos liberais, muito boa resposta. Penso que deva ter sido de fato horrível, mas boa resposta!!!

    ResponderExcluir
  4. Caro Pr. Nicodemus,

    Excelente o estilo, informal, e, ainda que não exaustivo, sintetiza o pensamento de Bultmann e suas consequências, que o tornaram em um dos maiores hereges que o anticristianismo produziu.
    O verso de Paulo cai-lhe como luva: "aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade" (2Tm 3.7).

    Quando escreverá as missivas a Tillich e Barth?

    Uma pergunta de quem evita perder tempo com "lobos em pele de cordeiros": até que ponto vale a pena ler esse e outros autores digamos, no mínimo, contraditórios?
    Existe realmente algo que se possa aproveitar em suas "teologias"? Ou seria apenas um exercício pedante e masoquista?

    Cristo o abençoe!

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Pr. Nicodemus paz!

    Acho que uma das maiores provas do equívoco do programa de desmitologização de Bultmann é exatamente a crescente religiosidade do homem [pós]moderno...

    Por exemplo: entre imigração... conversões... o islamismo tem crescido na Europa [pós]cristã[?]...

    Nos EUA, apesar de toda secularização, questões religiosas como o Criacionismo não foram abandonadas...

    Isso tudo entre outros exemplos...

    Então, mostra-se desnecessária a principal premissa bultmaniana que o levou a dissecar e a descaracterizar o NT...

    É o que penso!

    Abraços!

    ResponderExcluir
  7. Quanto a mim, posso parecer estreito demais, mas não consigo nutrir nenhuma admiração por Bultmann, Barth, e cia.

    Não que alguma do que escreveram não seja de algum modo aproveitável, mas é que no fim de tudo os males da teologia deles é muito superior a qualquer benefício.

    Também não consigo vislumbrar tais homens como teólogos brilhantes, tendo-se em vista que essencialmente o conceito que nutriam sobre a Escritura Sagrada não passava de tolice.

    Durante todo o tempo da Teologia Liberal, e da chamada Neo-Ortodoxia, a boa e velha Teologia Reformada não deixou de ter os seus representantes, estes sim, teólogos brilhantes, embora nem sempre tão famosos e badalados.

    ResponderExcluir
  8. Rev. Augustus,

    tive algum contato com a literatura dele no período de seminário. Influenciou muitos colegas, :(

    Ele submeteu a teologia bíblia a hermenêutica heideggeriana (Martin Heidegger) criando uma abordagem existencialista (nada de certo ou errado mas autêntico e inautêntico).

    Certa ocasião vi numa literatura biografica de Heidegger sobre o contato dele com Bultmann e este anotava as piadas que aquele contava em intervalos na universidade. Isso para mostrar que Bultmann era um autêntico discípulo de Heidegger com uma roupagem crista.

    Pode-se ver na Europa o efeito do pensamento de Bultmann e a consequência nas igrejas.

    Um abraço,
    Juan

    ResponderExcluir
  9. Um diatribe tão bem articulado quanto pueril... Acredito, com todo o respeito, que o autor deste artigo deve sentir-se muito ameaçado ou amedrontado com qualquer coisa que ele conceba como se tratando de liberalismo ou neo-ortodoxia... Afinal de contas, já se diz há muito tempo: a melhor defesa é o ataque! Não é?

    De fato os neo-ortodoxos não gostam de serem chamados de liberais, simplesmente porque, de fato, não são. Entendo que seja, no mínimo desonestidade ou malícia querer pôr ambos, liberais e neo-ortodoxos no mesmo saco... Mas, como se trata de uma teimosa insistência do articulista, eu também me aventuraria a arriscar uma casquinha: fundamentalistas calvinistas e xiitas islâmicos toghether! Uma combinação perfeita, não acham???

    ResponderExcluir
  10. Muito me alegrou a resposta dada pelo Pr Augustus à primeira pergunta, feita pelo "anônimo". Aqui e acolá, deparamo-nos com pessoas que professam falsas doutrinas, mas que aparentam piedade, o que é usado por alguns para justificar suas heresias. A verdade sobrepõe-se à pseudopiedade, e antecipa-se, também, a ela. Como disse o apóstolo, a "sabedoria, porém, lá do alto é, PRIMEIRAMENTE, pura; DEPOIS..." o resto.

    ResponderExcluir
  11. "(...) amor, a marca maior do verdadeiro cristão (1Cor 13:1-3)."

    Creio ser este o ponto central. Mas esse amor, no caso do Cristão, deve ser o fruto da fé em Jesus Cristo. Então, surgem algumas questões:

    1 - a fé em Jesus Cristo depende de se ter fé na Bíblia como um todo?;
    2 - o Cristão não deveria interpretar a Bíbica apenas a partir dEle? (visão de Lutero defendida no livro Da Liberdade do Cristão).

    Tendo em vista que pessoas brilhantes deram respostas diferentes à mesma pergunta, qual deve ser o critério das pessoas comuns para se decidirem entre essas respostas?

    Se há eleitos, a questão está resolvida. Porém, qual a função da teologia? Karl Popper, um dos maiores estudiosos da espistemologia afirmou que "a teologia é uma atividade de ateus".

    Se Deus, pois, não me instruir diretamente a partir do meu interior, dando-me convicção subjetiva, como poderei, usando a mina inteligência, conhecer a Verdade?

    É lógico que posso pesquisar a verdade no plano material e, portanto, objetivo. Mesmo assim, nesse campo, à verdade só se chega por aproximação.

    Quanto a Deus, Ele só pode ser conhecid por meio da revelação. Mais uma vez: - qual é o papel da teologia?

    Acreditando nEle, que não era teólogo, mas que impactava os eleitos com sua prática que decorria do fato de ser, Ele mesmo, a Verdade.

    ResponderExcluir
  12. Nicodemos,PaZ.No mundo cristão de hoje além do que ocorreu no passado Teológico,isso de liberalismo,neo-ortodoxia,para confundir os incaltos,hoje apareceu outra roupagem das astucias de teológos que se desviaram da simplicidade do evangelho,a tal de igrejas emergentes,uma tentativa de trazer pessoas para o Cristianismo a todo custo,é uma confusão atrás da outra,se não formos como os Bereanos,estamos fritos.

    ResponderExcluir
  13. Leon,

    Sobre meu post ser pueril, vou pedir aos leitores que visitem o teu blog e ai digam o que é realmente pueril, meu post ou as coisas que você posta lá. Aqui vai: http://nordestedagente.blogspot.com/

    Agora vamos ao resto.

    Não, Leon, não me sinto ameaçado nem amedrontado por vocês, liberais. Vocês são a minoria. Não me oferecem risco absolutamente algum. Meu ataque ao liberalismo não é uma maneira disfarçada de defesa. LEio liberais, e inclusive os indico aos meus alunos para que leiam. Meu desejo é apenas ajudar almas instáveis, desinformadas e que ficam deslumbradas com o falso apelo científico do liberalismo. Só isto.

    Sim, é claro que neo-ortodoxos não são liberais, se usarmos os termos no sentido técnico e histórico. Os neo-ortodoxos vieram depois e criticaram os liberais em vários pontos. Todavia, mantiveram o método exegético dos liberais, que é o método histórico-crítico, que muito deve a Bultmann. Este foi o ponto da comparação no meu post. Não disse que neo-ortodoxos são liberais, mas neo-liberais. É diferente.

    Veja o que escrevi sobre neo-ortodoxos e veja como faço a diferença e semelhança entre eles e os liberais:

    http://tempora-mores.blogspot.com/2006/06/neo-ortodoxia-e-ressurreio-de-jesus.html

    http://tempora-mores.blogspot.com/2006/05/barth-para-leigos-2-neo-ortodoxia-e.html

    http://tempora-mores.blogspot.com/2006/05/voz-de-jac-porm-as-mos-so-de-esa.html

    Ou ainda este excelente artigo de Solano sobre Barth:

    http://tempora-mores.blogspot.com/2006/05/barth-para-leigos.html

    Não sou desonesto ou malicioso ao dizer que neo-ortodoxos e liberais têm muita coisa em comum, Leon.

    Sobre fundamentalistas e xiitas, veja meu outro post sobre este assunto:

    http://tempora-mores.blogspot.com/2006/01/sobre-fundamentalistas-e.html

    Deixemos os leitores julgar, pelo tom e pelo respeito do meu post e da tua reação, quem é o xiita.

    E por fim, não é toghether, mas together...

    ResponderExcluir
  14. Rev. Augustus, obrigado pelo texto. Acredito que será valioso e útil para aqueles que entram em seminários e ficam maravilhados com as idéias de Bultmann (e outros). É uma pena que muitos seminários tradicionais já estão infectados pela idéia de que a teologia não serve mais à igreja nem leva a adoração. uma pena.

    um abraço

    ResponderExcluir
  15. Rev. Nicodemus

    Deus continue te abençoando ricamente. A sua vida mais a sua equipe de teólogos e pensadores reformados, calvinistas, teonomistas e reformacionais possam construir faculdades, universidades e igrejas que possam espalhar a Glória de Deus no Brasil e no mundo e levantar as igrejas que tem sido afetadas negativamentes pelas teologias liberais e neo-ortodoxas.
    Vejo que muitos grupos carismáticos tem em seus seminários e faculdade bebido desta "fonte-suína" e igrejas que pelo menos tinham um respeito pela santidade estão perdendo a identidade evangélica e caminhando para o relativismo ético e moral, tudo por causa destas teologias satânicas introduzidas em suas disciplinas.

    Fique com Deus!

    http://direitoreformacional.blogspot.com

    ResponderExcluir
  16. "uma vez que não acreditava realmente que Jesus de Nazaré era o Filho de Deus encarnado."

    Acreditava em que, então? Cada coisa...

    ResponderExcluir
  17. Anônimo das 18:44,

    O amor é a marca maior do verdadeiro cristão, sem dúvida. Foi o que Paulo disse em 1Cor 13:1-3. Mas, Paulo explica em seguida que amor é este: atitudes de obediência, coisasa que fazemos e deixamos de fazer em obediência a Deus (1Cor 13:4-9).

    De fato, este amor é fruto da fé em Jesus Cristo, que na Bíblia não é um sentimento vago, mas uma confiança definida e certa de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que ele morreu pelos pecados e ressuscitou fisica e literalmente de entre os mortos (Rom 10:9; Mt 10:32-33).

    Já em sua época, Paulo disse que a fé vem pela Palavra de Deus (Rom 10:17). Ele disse a Timóteo que era pelas Sagradas Letras que ele se tornaria sábio para a salvação (2Tim 2:15). Isto porque a segunda geração de cristãos, que não tinham visto Jesus Cristo, e com a morte dos apóstolos, dependeriam do registro inspirado da revelação de Deus em Cristo.

    Então, a resposta à sua indagação é outra indagação: como alguém pode ter fé em Jesus Cristo, se o conhecimento de Jesus Cristo se encontra em um livro presumivelmente falível, que reflete somente a fé da primeira geração de discípulos, que é uma testemunha falível, e com erros de todo tipo?

    Os bartianos querem manter a fé ortodoxa com uma Bíblia liberal -- simplesmente não funciona.

    Quando Lutero disse que Cristo era o centro da Bíblia, não era uma declaração hermenêutica, criando um cânon dentro do cânon, como disseram os liberais, "was Christus treibet". Mas, simplesmente que tanto o Antigo como o Novo Testamento têm a Cristo como o centro de sua mensagem. Isto nunca foi um problema para os reformados e nunca os obrigou a relegar as Escrituras a um plano secundário em troca de uma experiência existencial, mística, com o Cristo.

    Nunca neguei que existe um elemento de subjetividade na fé. Está na Confissão de Fé de Westminster, Capítulo I, seções 4 e 5.

    O papel da teologia é sistematizar e sintetizar a mensagem da Bíblia de maneira que ela possa ser apreciada e mais bem entendida. Mas, certamente não precisamos de teologia, em seu sentido formal, para ler, entender e crer na mensagem da Bíblia. Por outro lado, ela nos ajuda a ter uma compreensão mais ampla e clara. É importante mas não crucial.

    Sim, Jesus não era um teólogo no sentido moderno, mas certamente o era no sentido daquela época, como seus próprios inimigos reconheceram, ao chamá-lo de "rabi", mestre.

    Ele é a Verdade, mas qual o proveito disto se o que ele disse e fez ficou perdido no passado? Se porém ele, que é a Verdade, graciosamente permitiu que esta Verdade fosse transmitida às outras gerações por meio deste livro que ele inspirou, então podemos hoje ler e conhecer a Verdade por meio da Verdade da Palavra.

    ResponderExcluir
  18. "A comunidade cristã estava convencida de que Jesus havia feito milagres e contava com muitas histórias de seus milagres. A maior parte dessas histórias, contidas nos evangelhos, é lendária ou pelo menos está revestida de lendas. Porém, não pode haver dúvidas de que Jesus realizou tais feitos, os quais foram, no entendimento dele e dos seus contemporâneos, milagres; ou seja, eventos que resultaram de causalidade sobrenatural divina. Sem dúvida ele curou enfermos e explusou demônios" Rudolf Bultmann (Jesus, Berlim, 1926, pg 159)

    Essa citação de uma citação, reverendo, me deixou bastante surpreso! Ela foi tirada do livro "Em Defesa da Fé", de Lee Strobel, 2ª impressão, pg 90. O contexto dela é de uma entrevista do Lee com Willian L. Craig sobre a objeção à fé cristã de que os milagres contradizem a ciência e por isso eles não podem ser autênticos. Craig então cita a frase acima concluindo que "até mesmo Bultmann cita que milagres e exorcismos pertencem ao Jesus histórico"

    De duas, uma: ou a história toda não foi citada pelo Craig em sua argumentação (ele foi parcial) ou Bultamann fez, digamos, "uma concessão" na sua desmitologização. Como é que eu entendo isso, reverendo?

    ResponderExcluir
  19. Aproveito o comentário do Prof. Luis Cavalcante e expresso aqui a minha indignação.

    Sou reformado, mas leciono em diversas instituições de ensino teológico pentecostais. O que tenho visto é o crescimento da influência do liberalismo teológico entre eles, especialmente nas faculdades que buscaram o reconhecimento oficial do MEC. Pentecostais e neopentecostais, que antes não davam valor ao labor teológico, agora estão rendidos ao pensamento de Bultmann, Tillich e cia. Vi obreiros da Assembléia de Deus entrarem no curso com vontade de servir a Deus, orar e evangelizar, se transformarem em gélidos críticos da igreja e repetindo as velhas ladainhas liberais.

    Por isso, caro Pr. Augustus, acho oportuna sua crítica ao pensamento liberal, conforme o sr. expressou de forma tão criativa em sua carta ao Bultmann.

    Aproveito o espaço para fazer uma indicação. O livro da Dra. Eta Linnemann, que foi aluna de Bultmann, acabou de ser lançado pela Editora Cultura Cristã. Ela apresenta uma crítica devastadora ao pensamento bultmaniano e defende com maestria a ortodoxia cristã.

    Indico para aqueles que não querem ficar repetindo as ladainhas liberais e sim expressar um vibrante louvor ao verdadeiro Deus.

    Li em algum lugar que a teologia deve resultar em louvor e adoração e não em criticismo vazio e aridez espiritual.

    ResponderExcluir
  20. "Anônimo das 18:44,

    (...)

    O papel da teologia é sistematizar e sintetizar a mensagem da Bíblia de maneira que ela possa ser apreciada e mais bem entendida."

    Reverendo Augustus,

    Obrigado pela boa vontade em responder-me. Reconheço que está sendo coerente com o seu paradigma calvinista.

    Penso que:

    1 - a Bíblia, como um sistema articulado por Deus, não precisa ser novamente sistematizada pelos homens, a não ser que o trabalho de Deus seja rejeitado. Prova-se que isso é até perigoso levando-se em conta que os sistematizadores criaram a mair confusão, por exemplo, agrupando-se de acordo com a interpretação de que:
    1.1 - ela é Palavra; 1.2 - ela contém a Palavera; 1.3 - ela torna-se a Palavra.

    Quanto a isso, a ICAR é mais coerente, pois reivindica uma interpretação única, alegando que a Verdade não pode ser múltipla. Se, por outro lado, ela errou, com toda a sua boa intenção e dedicação, de onde poderia vir a garantia de que alguém ou um grupo de pessoas está apto a interpretar a Bíblia corretamente?

    2 - Entendo que o próprio Jesus sintetizou a mensagem da Bíblia como estando contida no primeiro e segundo mandamentos. Quanto a isso, acredito que;
    2.1 - isso é suficiente para quem atingiu alta maturidade intectual e emocional, mas é apenas um alvo para as crianças;
    2.2 - para quem não está apto a ingerir alimento sólido, a sistematização e a síntese a que você se são necessárias, desde que não atropele o trabalho já realizado por Jesus quanto a isso.

    CONCLUSÃO:
    Cada um, de acordo com o seu grau de maturidade, terá a percepção da Verdade que lhe for concedida por sua condição. A Verdade mesma só pode ser alcançada pela convicção interna concedida pelo Espírito Santo àqueles a quem Ele julgar aptos para compreendê-la.

    Abraços,

    ResponderExcluir
  21. Nicodemos, aguardo a missiva para Barth.

    Shalom.

    ResponderExcluir
  22. Caro Rev. Augustus Nicodemus creio que você como um grande teólogo tem conhecimento dos escritos de um teólogo chamado Bart D. Ehrman, o qual se diz ex-cristão e agnóstico.
    Já lí deste teólogo o livro: "O que Jesus disse? o que Jesus não disse?" (sobre o qual já lí uma refutação no Site do CACP), agora estou lendo: "O problema com Deus" do mesmo autor.
    Este livro (O problema com Deus, ed. Agir) trata do problema do sofrimento humano e o autor confessa que não entender porque um Deus todo-poderoso e amor permite o sofrimento humano foi um dos motivos que o levou a abandonar o cristianismo.
    Por isso amado apologista confiando em vossa capacidade, gostaria de solicitar-lhe que escrevesse um artigo (quem sabe uma resenha) refutando os argumentos de Bart D. Ehrman e publicasse no blog ou me enviasse via e-mail, pois muitos crentes ficam confusos quando se deparam com obras de críticos do cristianismo como o gnóstico Ehrman.

    Pb. Edinei Siqueira, Th.B

    ResponderExcluir
  23. Prezado Augustus,

    muito obrigado por suas observações pertinentes e abordagem perspicaz quanto à teologia de Bultmann e seus efeitos negativos para a prática eclesiológica protestante.

    Escrevi, também, uma resenha, de modo mais simples, sobre o livro "Jesus Cristo e Mitologia" que consta em duas partes no meu blog:

    http://tiagoabdalla.blogspot.com/2009/06/jesus-cristo-e-mitologia.html

    http://tiagoabdalla.blogspot.com/2009/06/jesus-cristo-e-mitologia_27.html

    Deus o abençoe!

    Tiago Abdalla

    ResponderExcluir
  24. "E por fim, não é toghether, mas together..."

    Um verdadeiro chute na canela do liberal Leon. kkkkkkkkkk

    Aguardo com ansiedade uma postagem neste blog sobre as desventuras de Silas Malafaia. É possivel?

    Renata B. Kendra
    São Paulo - sp

    ResponderExcluir
  25. Isso foi um verdadeiro cruzado de direita, nocaute no 1° round:

    "E por fim, não é toghether, mas together..."

    Que soco violento.

    rsrsrs

    ResponderExcluir
  26. Leo,

    Já há várias postagens aqui no blog sobre Barth, espero que sejam suficientes...

    Abs.

    ResponderExcluir
  27. Anônimo das 18:44,

    Não pretendo me engajar numa discussão teológica sobre este assunto aqui. Não é que estou fugindo. Você sabe que não sou disto É que o que penso sobre sua posição bartiana já está amplamente exposto aqui no blog. São quase uma dezena de postagens sobre neo-ortodoxia e bartianismo que tratam destas questões que você levanta aqui. Nestes posts falo do relativismo na interpretação, sobre teologia, a Bíblia como Palavra de Deus, enfim, todos estes pontos que você levanta.

    Eu só diria uma coisa. Para quem acha que teologia é inútil, você teologiza muito bem. É mais um daqueles casos interessantes em que a pessoa, para provar que teologia não serve para nada e que a interpretação é relativa, escreve um texto cheio de argumentação teológica e quer que os outros recebam seriamente o que ele diz.

    Abs.

    ResponderExcluir
  28. Danilo,

    Muitos liberais estavam convencidos que Jesus nunca operou milagre algum, e que os mesmos foram invenção dos discípulos. Um exemplo é Reimarus, conforme a obra póstuma Wolfenbuettel Fragments de 1744.

    Outros estudiosos críticos estavam convencidos que alguma coisa havia acontecido no ministério de Jesus, e que estas coisas foram entendidas pelos discípulos como milagres. Bahrdt acreditava que Jesus era ilusionista. Venturini acreditava que Jesus nunca curava sem usar remédios (1802) e que os casos de ressurreição eram, na verdade, retorno à vida de pessoas que não haviam morrido, mas entrado em coma e enterradas prematuramente. H. E. Paulus acreditava que Jesus atuava no sistema nervoso das pessoas (1828). Outros, como Marcus Borg, vêem Jesus como um místico judeu, que tinha habilidade de tocar os corações das pessoas e produzir sensações. E por ai vai, a lista é enorme.

    Se eu entendi bem a citação de Bultmann que você colocou, ele não está afirmando que Jesus realmente curou pessoas e realizou milagres, mas sim que seus discípulos estavam convencidos disto. Alguma coisa de fato aconteceu no ministério de Jesus (pode ter sido qualquer umas daquelas coisas que mencionei acima) e que foram interpretadas pelos discípulos em termos lendários, como se fossem curas reais.

    Abs.

    ResponderExcluir
  29. Tiago,

    Excelentes as suas duas resenhas, parabéns!

    Abs.

    ResponderExcluir
  30. Edinei,

    Eu sugiro que você leia o livro de Craig Evans "O Jesus Fabricado", lançado recentemente pela Cultura Cristã", onde ele faz uma análise muito boa das posturas do Ehrman.

    Abs.

    ResponderExcluir
  31. "Anônimo das 18:44,"

    Encerro citando Calvino (Institutas, Cultura Cristã, 2006, pag. 74);

    "(...). Porque a verdade está livre de toda a dúvida, visto que, sem nenhuma ajuda, ela é suficiente para manter-se."

    Despedida (Hino 368 do Hinário Novo Cântico):

    Deus vos guarde pelo seu poder,
    Permaneça ao vosso lado,
    Vos dispense o seu cuidado,
    Deus vos guarde pelo seu poder!

    (...)
    Deus vos guarde bem no seu amor!

    ResponderExcluir
  32. Muito obrigado Rev. Augustus pela indicação. Vou adquirir esta obra, pois estou empenhado uma pesquisa apologética séria para estar preparado para argumentar com os céticos e críticos.

    Pb. Edinei, Th.B

    ResponderExcluir
  33. Entendo que a conversão independe da precisão teológica.

    Um louco pode ser vivificado pelo ES.
    Pessoas sem nenhum conhecimento podem ser vivificadas.
    E mesmo pode ocorrer de existirem pessoas verdadeiramente nascidas de novo, mas totalmente erradas teologicamente.

    Claro que o meu argumento será fraco, pois será baseado apenas na experiência, mas quando pequeno na Assembléia de Deus, conheci centenas de irmãos verdadeiramente convertidos...

    ... Mas depois descobri que estava "tudo errado".

    Do ponto de vista da salvação eles eram arminianos sinergistas e quando eu li os cinco pontos num livrinho de 20 páginas, de cara "vi" que a minha teologia assembleiana estava errada.

    A chamada "Sã Doutrina" (leiam-se costumes)... Estava errada.
    A doutrina do batismo com o Espírito Santo... Estava errada.
    A doutrina do batismo em águas... Estava errada.
    A doutrina da constituição do homem (tricotômica)... Estava errada.

    E por fim a doutrina escatológica (pré-milenista dispensacionalista) também estava errada... E olha que eu era fã e exímio conhecedor de tal sistema.

    Então eu me perguntava... Como que podem ser sinceros, piedosos, e teologicamente errados em quase todos os pontos de estudo?

    A conversão de muitos deles era inquestionável, uma vez que as prostitutas deixavam de serem prostitutas, bandidos deixavam de serem bandidos, bêbados eram libertos, péssimos maridos se tornavam bons maridos... Etc...

    Para que serve então a teologia?

    Para mim a teologia serve para trazer qualidade de vida ao cristão.

    O monergista (eu que o diga, pois vivi debaixo dos dois modelos) vive o seu dia-a-dia sob outra ótica.

    O pós-milenista preterista parcial muda totalmente do ponto de vista ético da prática do dia-a-dia.

    E o coitado que nunca fala em línguas, mas vive chantageado pelos supostamente mais fervorosos do que ele, liberta-se definitivamente e psicologicamente do rótulo de "morno" e "vomitável". Texto este de apocalipse que o pentecostal adora usar para colocar "pressão" no supostamente ainda não "batizado no Espírito Santo".

    Estes são alguns exemplos do que a teologia monergista-reformada-calvinista-pós-milenista-preterista-parcial trouxe para a minha vida, em resumo: Qualidade de vida cristã!

    O cara é mais útil à causa do Reino e sabe o real significado e propósito da sua vida diante de Deus, e sinceramente entender corretamente a graça de Deus, a eleição, a perspetiva otimista do Reino, e muitos outros assuntos me deixou mais em paz comigo mesmo e com Deus.

    É a minha atual impressão sobre o assunto.

    ResponderExcluir
  34. Graça e Paz Reverendo Augustus e demais irmãos,

    Sou membro de uma Igreja Pentecostal histórica há sete anos, onde o Senhor me salvou, tudo que o irmão Oliveira relatou esta acontecendo comigo, tudo o que ele viu eu estou vendo.

    Faço História e sempre me interessei pela história da Igreja, li Agostinho, depois pelo Spurgeon conheci a doutrina da soberania de Deus, li Calvino a CFW os cânones de DORT, por ultimo estou estudando a Teologia dos Puritanos, enfim, o Senhor me esclareceu de muitas coisas, hoje sou um cristão reformado conservador.

    Mudar de Igreja implica numa enorme mudança na vida, família e etc, toda minha família é dessa Igreja. Ainda tenho duvida sobre escatologia na visão reformada, eu aprendi anos o pré-milenismo dispensacionalista estava seguro e curiosamente (não tinha pesquisado sobre) há pouco tempo vi que os reformados não pensam assim.

    Gostaria de uma indicação de leitura sobre o tema, um artigo na internet ou um livro. Parece que o Senhor deseja que eu mude de Igreja, que decisão difícil! Orem por mim pra que o Senhor me esclareça e me oriente na melhor decisão a ser tomada.

    Deus abençoe os irmãos!

    ResponderExcluir
  35. O termo pueril me fez lembrar o Elogio da Loucura de Erasmo, Que escreve um livro com o titulo de "pueris ".
    Eu tenho um colega que diz que pior que um liberal é um liberal que não conhece a falha gigantesca que a no liberalismo teologico.
    Eu digo que pior do que um liberal é um liberal com medo de exposição Bíblica verdadeira.
    hehehehehehehe
    Pueril!!! hehehehehe
    Verdadeiro. Bíblico.Real!!!!

    ResponderExcluir
  36. Caro amigo

    Quanto ao assunto escatológico minha recomendação é que leias TODOS os textos localizados no antigo site do monergismo:

    http://www.monergismo.net.br/

    Leia os seguintes tópicos da lista à esquerda no site:

    - Amilenismo;
    - Pré-Milenismo;
    - Pós-Milenismo;
    - Preterismo;
    - Dispensacionalismo

    De antemão já lhe aviso que será um "mergulho" sem volta.
    Prepare-se para uma grande aventura teológica.

    São só 213 textos... risos...
    Leia um por dia.

    Depois de lê-los, não serás mais o mesmo.

    Quanto a trocar de igreja ou não... Entregue isto à Deus em oração e confie Nele, no tempo certo Ele encaminhará as circunstâncias da melhor forma, e falo isto com confiança pois sei muito bem que é "Ele quem opera em nós tanto o querer quanto o realizar".

    Grande abraço

    Hoje a noite, orarei por você.

    ResponderExcluir
  37. Tânia Cassiano24/11/09 02:25

    Rev. Augustus,
    Me corrija: Teologia não é o Estudo sobre Deus? Como dizer que ela não é importante? Claro que nem todos seremos teólogos, mas não faz mal nenhum ler o que eles traduzem das Escrituras.Claro que precisamos ter discernimento sobre os tais. Pelo que entendí no seu post, e pelo pouco conhecimento que tenho, não vi "lógica" nenhuma no Liberalismo, acho até antigo, parece discurso de ideologias falidas.O senhor diz que ele é um erudito,etc. quem sou eu prá discordar, mas prefiro a "prata" da casa, que em momento algum demonstrou sentir-se ameaçado e sim
    conhecimento, coerência e clareza, de maneira simples e objetiva, para os mortais comuns, que amam ler a Bíblia, a sã doutrina e livros de Teologia.
    Que Deus o abençoe.
    Tânia Cassiano

    ResponderExcluir
  38. Prezado Rev. Augustus

    aos interessados em refutações a Bart Ehrman, também indico o livro - em Português - "Os Evangelhos Perdidos", do Prof. Dr. Darrel Bock
    http://www.thomasnelson.com.br/catalogo/livro_detalhe.asp?idlivro=10

    Abraços

    Osvaldo Pimentel Filho
    IP Vila Mariana

    ResponderExcluir
  39. Olá Anônimo, uma sugestão de um livro que aborda a escatologia na visão reformada é: A Bíblia e o Futuro de Anthony Hoekema. Você pode encontrá-lo digitalizado na internet para consulta.

    ResponderExcluir
  40. Graça e paz Rev. Augustus,

    Vi sua exposição de Tiago 4 sobre o mundanismo (pela internet na Conferência da Fiel em Portugal) e queria saber da sua opinião de como o liberalismo teológico contribui HOJE para o mundanismo na igreja brasileira (de forma bem prática).
    Obrigado.

    ResponderExcluir
  41. Augustus, muy buen artículo. ¡Gracias!

    ResponderExcluir
  42. Prezado Rev. Augustus,

    Me senti motivado a escrever este comentário acerca do seu texto tão somente por dois fatos:

    1) Por reconhecer sua erudição e importância dentro do cenário evangélico brasileiro, especialmente dentro da Igreja Presbiteriana do Brasil.

    2) Por estranhar que, a despeito disto, o texto apresente tantas imprecisões, confusões e omissões importantíssimas à questão.

    Estou enviando-o em duas partes porque ele está limitado pelo número de caracteres:

    Em primeiro lugar, é preciso discordar e esclarecer que o seu texto traz somente uma caricatura do que vem a ser o projeto da desmitologização proposto por Bultmann. O que o exegeta de Marburgo propôs foi, como esclarece o filósofo e hermeneuta reformado francês, Paul Ricoeur, teve viés duplo: um negativo (o de isolar o Kerygma da linguagem mitológica) e um positivo (o de interpretá-lo como uma interpelação ao homem moderno). Assim, Bultmann categoriza o mito como uma aplicação da linguagem sujeito-objeto à esfera que ele não pertence, mas que fala de realidades atemporais. E é precisamente essa linguagem atemporal de abandono radical a Deus e de viver determinado por Deus e não por nós mesmos que se constitui na mensagem de Bultmann ao mundo moderno. E, convenhamos, isso é muito mais ofensivo à mentalidade do auto-suficiente homem moderno do que reafirmar a crença em milagres. Ou será que é a crença em milagres que se constitui na grande virtude soteriológica do cristianismo? Se assim fosse, pentecostais estariam muito mais próximos da salvação do que tradicionais...

    Em segundo lugar, é uma atitude muito simplista, diria até, nada acadêmica, a tentativa de debitar a secularização e o declínio do cristianismo histórico na Europa na conta de Bultmann ou da neo-ortodoxia. O processo de secularização europeu vem desde antes da Reforma, com o Humanismo e a Renascença. Os esforços de neo-ortodoxia e de seus sucessores, como a Teologia da História, com Culmann e Pannenberg, e a Teologia da Esperança, de Moltmann, são tentativas de dialogar com esta realidade pós-cristã européia. O mundo está em constante transformação, queiramos ou não, e a Igreja precisa aprender a dialogar contextualmente com cada época. Eu sei que pode parecer até arrogância minha dizer isto para um exegeta graduado como o senhor, mas digo por cuidado por quem quer que possa ler este comentário.

    Em terceiro lugar, está completamente fora da realidade a afirmação de que não há nenhum líder importante no cristianismo que seja simpatizante das idéias de Bultmann ou da neo-ortodoxia. Parece que o senhor ignora completamente a vida e a obra de gente como o sul-africano David J. Bosch, considerado o maior missiólogo da última metade do século XX, que fez seu doutorado sob a orientação de Oscar Culmann; ou de gente como Thomas Forsyth Torrance, renomado teólogo escocês que, inclusive, foi mediador da Kirk, a Igreja da Escócia, berço do presbiterianismo; ou de gente como Gerrit Cornelis Berkouwer, renomado teólogo holandês, que relacionou-se com o celebrado (até entre os mais conservadores) Herman Dooyeweerd. Enfim, poderia apresentar aqui uma extensa lista de líderes e igrejas de profícuo e abençoado ministério, que simpatizam ou simpatizavam com a neo-ortodoxia, até em novos centros de influência reformada, como a Coréia do Sul e a Hungria, mas me delongaria em demasia.

    ResponderExcluir
  43. Em quarto lugar, é preciso salientar que a designação de “neo-liberal” para os simpatizantes da neo-ortodoxia deve, mesmo, ser entendido como ofensivo. O liberalismo foi precisamente contra o que a neo-ortodoxia se levantou. Aliás, nem mesmo o termo “neo-ortodoxia” satisfazia aos proponentes do movimento, como Barth e Brunner, por exemplo. Eles se consideravam plenamente ortodoxos. O termo neo-ortodoxia vai ser cunhado apenas mais tarde nos EUA, enquanto que na Europa o movimento continuou a ser conhecido como “teologia dialética” (que também se tornaria obsoleto, tendo em vista, os desenvolvimentos do movimento). Tentar identificar num suposto racionalismo de Bultmann uma ligação com o liberalismo já é um erro, uma vez que Bultmann não era racionalista, mas existencialista, que se opõe completamente ao racionalismo desde os tempos de seu primeiro proponente Sören Kierkegaard. Agora, tentar impingir o suposto racionalismo de Bultmann e a alegada semelhança com o liberalismo aos outros teólogos neo-ortodoxos é um erro ainda maior! Suponho que o senhor não teve essa intenção, mas deve ter sido por falta de atenção em face do gênero lúdico do texto.

    Em quinto e último lugar, o mais grave equívoco do texto e que, se corrigido, evitaria quase todos os deslizes anteriores, consiste no erro de considerar (consciente ou inconscientemente) a neo-ortodoxia como um grupo homogêneo e atribuir a Barth os mesmos defeitos/qualidades de Bultmann e vice-versa. Isto vale também para qualquer outro autor identificado com a neo-ortodoxia. Cada um deles tem suas particularidades, mas unem-se basicamente na premissa metodológica fundamental: a rechaçar os erros do liberalismo teológico, valorizando a ortodoxia teológica e refletindo sobre ela a partir dos novos instrumentais hermenêuticos e filosóficos. Não acredito que o senhor, como um exegeta experimentado, vá acreditar nesta história de que nada no desenvolvimento da teologia liberal, especialmente no campo da metodologia exegética, deva ser jogado fora e não possa ser aproveitado. É essa noção de perspectiva histórica e análise crítica (de cunho bem paulino: “julgai todas as coisas, retende o que é bom” – 1Ts 5.21) que, estranhamente, noto ausente no seu texto e nos escritos dos detratores da neo-ortodoxia.

    No mais, Rev. Augustus, despeço-me com a esperança de que o senhor leia este comentário, publique-o e teça suas considerações acerca dos pontos levantados, a fim de dirimir as dúvidas que fiquei na leitura do texto.

    Em Cristo, que nos une,

    José Luiz M. Carvalho

    PS - Só uma coisa a acrescentar: não sou adepto da teologia bultmanniana. Sou apenas um simpatizante da neo-ortodoxia (bem como de outros grupos teológicos, como a Missão Integral, por exemplo) e, como o senhor mesmo disse no texto, reconheço as grandes contribuições de Bultmann à exegese e gostaria de esclarecer os pontos apresentados.

    ResponderExcluir
  44. Osvaldo Pimentel muito obrigado pela indicação. Já tenho o referido livro e já o lí e estudei, só estou a procura de mais bibliografia.

    Pb. Edinei, Th.B

    ResponderExcluir
  45. Caro seminarista José Luiz, ou Zé (1).

    Reli meu texto para ver se de fato cometi as "imprecisões, confusões e omissões" que você diz que eu cometi, e sinceramente não as encontrei.

    O que eu disse sobre Bultmann não é uma caricatura, mas uma descrição justa e real, obtida pela minha leitura dos livros dele, e não de informações de outrem, como parece ser seu caso, pois cita Ricoeur como sua fonte de informação. Você pergunta "se a crença em milagres se constitui na grande virtude soteriológica do Cristianismo" e a resposta é obviamente sim. Se não crermos na ressurreição literal, física de Jesus Cristo, não seremos salvos. No coração da soteriologia cristã está o milagre da ressurreição física de Cristo. O que Bultmann propõe é eliminar o sobrenatural desta mensagem e reinterpretá-la em termos existenciais.

    Não debitei o declínio do Cristianismo europeu na conta de Bultmann. Veja o que eu disse:

    "Seria injusto acusá-lo de esvaziar as igrejas na Europa, Estados Unidos e outros locais. A secularização geral da Europa também contribuiu para isto. Mas o fato é que onde suas idéias mais radicais foram adotadas por professores liberais de teologia e pastores, as igrejas secaram, se esvaziaram e morreram. Pode ter sido coincidência."

    Se você fosse acadêmico, Zé, veria que eu reconheci que existem outros fatores além do liberalismo teológico responsável pelo esvaziamento das igrejas européias. Você diz ainda que eu culpo a neo-ortodoxia por isto, mas onde no meu texto eu disse isto, Zé?

    Sua falta de academicismo, Zé, impediu que você lesse direito o que eu escrevi. Eu não disse que não havia "nenhum líder importante no Cristianismo que seja simpatizante das idéias de Bultmann ou da neo-ortodoxia", como você afirma. Vou reproduzir aqui o que eu disse:

    "Se você pudesse ver alguns de seus seguidores hoje entenderia melhor o que eu quero dizer. Uma parte deles não consegue contribuir em nada para a Igreja, o que era sua intenção inicial, caro Rudolf. Eles acabam virando acadêmicos, dando aulas em escolas de teologia secularizadas ou nos seminários das denominações históricas e tradicionais, onde nem sempre dizem o que pensam (há exceções, é claro)."

    Leu? Além de eu ter dito que é somente "uma parte" ainda acrescentei "há exceções". E note, Zé, que eu estou falando de Bultmann e não de Barth.

    Continuo no próximo comentário.

    ResponderExcluir
  46. Caro Seminarista José Luiz, ou Zé (2),

    Agora, vamos aos seus ícones: Bosch, Torrance e Berkouwer. Todos barthianos, em maior ou menor grau (Torrance mais, Berkowuer, menos), eruditos, respeitáveis, capazes -- como o próprio Bultmann, cujo valor eu reconheci no início do meu post. Sua lista de barthianos ilustres (todos ecumênicos, por sinal) não desprova o meu ponto, de que muitos seguidores do método crítico de Bultmann não estão envolvidos com a igreja, com missões, evangelismo.

    O que você chama de "mais grave equívoco" do meu texto, que é considerar a neo-ortodoxia um grupo homogêneo, se deve à falta de atenção de sua parte para com o que eu escrevo sobre o assunto. Num post anterior sobre Barth eu escrevi:

    "Há pelo menos três pontos da doutrina da Escritura em que a neo-ortodoxia se afasta da ortodoxia. Sei que não é sempre possível falar da neo-ortodoxia como se fosse um movimento unificado e monolítico. Assim, aqui nesse post falarei de maneira genérica, tomando de vez em quando as idéias de Karl Barth como representativas."

    Leia aqui: http://tempora-mores.blogspot.com/2006/05/voz-de-jac-porm-as-mos-so-de-esa.html

    Percebe, Zé, que eu sei que a neo-ortodoxia não é um movimento homogêneo? Se você se desse ao trabalho de ler direito o que escrevem as pessoas de quem você discorda, isso facilitaria a discussão e o entendimento. Mas as caricaturas que você faz impedem a continuidade do diálogo.

    Por último, Zé, você não me ouviu dizer e nem leu em lugar algum que eu rejeito tudo que a teologia liberal diz. Semana passada mesmo, por ocasião de uma fala minha no Seminário do Rio de Janeiro (é o seu seminário, ou estou enganado?), eu falei do método histórico-crítico e mencionei diversas coisas boas a serem aproveitadas. Pena que você não estava lá.

    ResponderExcluir
  47. Como diria Drummond: E agora, José?
    Ja postou na comuna a resposta do Nicós?

    ResponderExcluir
  48. Anônimo do dia 23/11 as 19:37

    Relatei aos caros irmãos a minha duvida sobre escatologia reformada e agradeço novamente ao irmão Pedro Henrique pela indicação, localizei o livro e vou ler.

    Também agradeço ao irmão Oliveira, a sua experiência chamou muito a minha atenção, vou ler aos poucos (rs,rs) os textos indicados pelo irmão. Quanto a trocar de Igreja faço isto, entrego nas mãos de Deus, continue orando por mim.

    Certo de que o Nosso Senhor continuara a nos abençoar!

    Um abraço!

    ResponderExcluir
  49. Rev. Nicodemus, parabéns! O Sr. domina a arte de escrever. Uma forma fantástica e não cansativa de falar de um assunto pedante.

    O que fiquei impressionado foi dos posts liberais. Cada um mais arrogante que o outro. Leon "toghether" chama o blog de pueril. O outro, sendo ainda seminarista, escreve como sendo O erudito ensinando os demais e afirma logo de cara que houve omissão, imprecisão, sem ao menos esclarescer. Será que o liberalismo tira o bom senso também?

    Se eles meteram pedras no Sr., imagine em mim agora que vou dar minha opinião:

    Para mim, liberalismo, neo-ortodoxia, neo-liberalismo ou qualquer outro nome que deem estão no mesmo saco de lixo. Essas diferenças são apenas didáticas, na minha opinião. Quando não se acredita na inspiração verbal da Bíblia como Palavra de Deus, entra-se no mesmo erro de Bultman, pois tem-se que entrar no subjetivismo hermenêutico de qualquer forma. Não há diferença nenhuma. Tanto Bultman como Barth eram existencialistas, principalmente Barth. Não entendi por que o José falou que era somente Bultman. Portanto, é a mesma coisa. Achar-se ofendido por ser chamado de liberal ou neo-liberal sendo neo-ortodoxo é algo patético e causa-me riso.

    O problema é que os seminaristas pensam que ler livros liberais é sinônimo de erudição e leem mais os liberais que os demais livros e a própria Bíblia. Com o tempo ficam assim (não que seja contra a leitura, claro, mas deve-se ler de uma forma crítica).

    ResponderExcluir
  50. Marcus Paixão25/11/09 01:24

    É reverendo Augustus, do túmulo o Bultman deve está confirmando a tragédia de suas idéias a cerca do Novo Testamento.

    ResponderExcluir
  51. A Teologia "Liberal" tem tido mais influência do que nós percebemos, ou queremos admitir. Recordo que enquanto ministrava uma aula num Seminário Teológico Pentecostal, em Minas Gerais, fui informado por alunos, que um pastor convidado estivera em uma reunião domiciliar, na qual teria lançado sérias dúvidas quanto a veracidade história das Escrituras... E, como para os alunos, do básico em Teologia, tudo aqui era novidade... ficaram pasmados, visivelmente abalados!

    Pra mim, esse pessoal, por mais piodosos que seja, podem facilmente ser classificado como "deistas práticos", mas, não como cristãos bíblicos. E, cá entre nós, não sei o que ganham com tal terrorismo - me refiro a plantar duvida na cabeça de gente 'leiga' em assuntos teológicos.

    Hoje, sendo um assembleiano reformado, me entristece saber que estão alcançando seu espaço em nosso meio. É lamentável.

    Marcelo Lemos
    'Olhar Reformado'

    Paz e bem!

    ResponderExcluir
  52. Zé: percebo que, como acadêmico em teologia, tu és um Ninguém, porém muito promissor. Espero que não te tornes tão competente na arte do debate que possas confundir inadivertidamente os pequeninos que seguem a Cristo com inocência.

    Minhas reverências ao Mestre Agustus!

    ResponderExcluir
  53. Prezado Rev. Augustus,

    Agradeço sobremaneira a sua pronta resposta às minhas considerações. Fiquei triplamente feliz ao lê-la:
    Primeiro, fiquei feliz (e lisonjeado) por perceber que alguém de tal vulto dentro da IPB sabe quem eu sou, mesmo eu não sendo nem um acadêmico (rsrsrs).
    Segundo, fiquei feliz também por ver dirimidas algumas das dúvidas que coloquei. Tanto mais ao saber que convergimos na heterogeneidade do movimento neo-ortodoxo, na existência de bons líderes simpatizantes da neo-ortodoxia, e, até, na maior complexidade do projeto bultmanniano para além do que está expresso no texto original.
    Terceiro, fiquei ainda mais feliz por ver que, de uma maneira geral, o senhor concorda com o teor das considerações que fiz em meu comentário, como o alegado racionalismo de Bultmann, a necessidade de contextualização do discurso eclesiástico, a inadequação do termo “neo-liberal” aos neo-ortodoxos, entre outras coisas, apenas acreditando que eles não se aplicam ao seu texto.

    Quanto à sua resposta, apenas alguns adendos:

    1) Conheço as obras de Bultmann (pelo menos, as consideradas mais importantes). Citei a palavra de Ricoeur a seu respeito precisamente porque não sou acadêmico e procurei apoiar a minha interpretação do seu projeto de demitologização na palavra de um acadêmico respeitável, tal qual o foi o filósofo francês. Assim sendo, me preocupou perceber que visão do texto acerca do projeto bultmanniano está prejudicada pela falta do seu segundo viés: a interpelação ao homem moderno de abrir mão de sua auto-suficiência e caminhar segundo a vontade de Deus e não da sua própria.

    2) Quanto ao legado da teologia bultmanniana e da neo-ortodoxia, confesso que generalizei a sua crítica (certamente, por minha falta de academicismo). Mas, talvez, Rev. Augustus, o senhor poderia nos ter ajudado na compreensão de suas idéias, se tivesse colocado, além dos exemplos ruins da influência do pensamento de Bultmann e da neo-ortodoxia, os bons exemplos, a fim de que tivéssemos um quadro justo dessa influência no seu texto. Aliás, acho que até o próprio destinatário da missiva teria gostado de poder saber dos dois lados da influência: do ruim e do bom. Acentuando apenas o lado ruim desta influência, o texto tende a parecer tendencioso, especialmente para os leitores não-acadêmicos do seu blog, como eu.

    3) Quanto às caricaturas, Rev. Augustus, confesso que não sou leitor assíduo do seu blog, mas olhando aqui de relance para minha estante, pude perceber alguns títulos: “A Bíblia e Seus Intérpretes”, “A Bíblia e a Sua Família”, “O Culto Espiritual” entre outros. Todos lidos e resenhados (sim, eu tenho a mania de resenhar todos os livros que leio). Além disso, ontem eu estava dando aula de Pneumatologia, mais especificamente, sobre a Pneumatologia de João Calvino e um dos livros-texto foi um opúsculo publicado pela PES intitulado “Calvino, o Teólogo do Espírito Santo”, cujo autor o senhor deve conhecer... Isto é só para o senhor perceber, Rev. Augustus, que não há em minha mente nenhuma caricatura do seu pensamento, nem mesmo uma discordância teimosa. Apenas a preocupação em ver um texto que não expressa claramente o caráter da teologia bultmanniana e nem da neo-ortodoxia escrito por alguém que respeito e sei que influencia muitas mentes.

    No mais, Rev. Augustus, agradeço mais uma vez a sua resposta e fico triste por não ter podido acompanhar sua palestra sobre as coisas a serem aproveitadas no método histórico-crítico (era aniversário da minha esposa). Torço para que da próxima vez em que o senhor estiver no Rio de Janeiro, eu possa acompanhá-lo.

    Em Cristo, que nos transforma,

    José Luiz M. Carvalho, ou Zé (rs)

    ResponderExcluir
  54. Fala, Adalba!

    Quando liguei o computador agora de manhã, já tinham postado... rs

    [ ]'s

    ResponderExcluir
  55. Prezado Francisco Mário,

    Fiquei preocupado com a sua forma de pensar: só porque não tenho um diploma em teologia não posso levantar questões quanto ao texto do Rev. Augustus? E, pior ainda, eu preciso ter um diploma em teologia para que eu possa escrever como "O erudito"?

    Francamente, meu irmão... Parece que você está mais preocupado com títulos do que com argumentos. Estamos aqui para dialogar, essa é a essência dos blogs. E na descrição deste não há qualquer explicação sobre quem pode ou não pode tecer críticas ao texto.

    No mais, sua forma de dizer: [i]"Para mim, liberalismo, neo-ortodoxia, neo-liberalismo ou qualquer outro nome que deem estão no mesmo saco de lixo"[/i]. Só demonstra o quanto é importante que textos escritos por gente respeitada e gabaritada, como o Rev. Augustus, devam ser bem claros quanto aos termos, conceitos e idéias de que tratam.

    Em Cristo, que nos ama como somos, mesmo sem títulos,

    José Luiz M. Carvalho

    ResponderExcluir
  56. Zé,

    Agora vejo que você tem futuro de verdade. Poderá fazer muita diferença entre os cristãos esclarecidos!

    Abraços,

    ResponderExcluir
  57. Amado José Luiz, preocupado fico eu, pois ainda você nem terminou seu curso e já tem pressupostos que trazem preocupação, pois demonstram uma certa tendência liberal ou qualquer nome que queira dar. A minha crítica não foi a respeito da sua discordância em si, mas da forma arrogante que escreveu. A prova é a resposta crítica do Rev. Augustus. Todos nós podemos discordar. Eu mesmo já discordei várias vezes, mas o irmão ainda nem terminou seu curso e já dá seu ponto de vista como fosse dono da verdade. Veja como escreveu e a resposta do Rev. e você verá se não tenho razão.

    Não estou preocupado com títulos, tanto que nem coloco em meu blog. Estou preocupado com seus argumentos cheios de arrogância. O problema é que você argumentou como se tivesse um título e pior que seus argumentos não convenceram, foram fracos e bem refutados.

    Quanto ao que escrevi sobre liberalismo, neo-ortodoxia ou neo-liberalismo que estão tudo no mesmo saco, dei a minha opinião. Mais uma vez o irmão mostra arrogância em achar duas coisas: primeiro, que eu aprendi sobre esses termos nesse post; segundo, que o Rer. Nicodemus desvirtuou verdades mesmo depois de ter-lhe respondido. É sobre isso que o irmão precisa pensar.

    O irmão não me refutou, não colocou seus argumentos a respeito disso, que era de se esperar de alguém que afirmou que está interessado em argumentos. O que vejo é apenas afirmativas como dono da verdade. Isso reivindica algo que você não é.

    Eu afirmei que essas diferenças entre neo-ortodoxia e liberalismo que você está aprendendo em Teologia Contemporânea são apenas didáticas, pois todas têm pressupostos iluministas e existencialistas. Todas vão para a Bíblia com uma Hermenêutica subjetiva. Isso para mim é liberalismo. Qual a diferença daqueles que têm que desmitologizar as palavras de Jesus para aqueles que tentam encontrar a Palavra de Deus na Bíblia, pois afirmam que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas contém? Afinal de contas tudo depende de uma experiência subjetiva. Tudo vai cair no mesmo buraco.

    Você termina dizendo “Em Cristo que nos ama”, mas que Cristo você está falando? O que nasceu de uma virgem; morreu e ressuscitou ao 3º dia num dia histórico? Ou o de Bultman? Se for o de Bultman, eu rejeito, porque esse não é o Cristo verdadeiro que a Igreja proclamava e cria. Se for o que eu descrevi, por que criticou o post do Rer. Nicodemus?

    ResponderExcluir
  58. Amado Francisco Mário,

    Mais uma vez, reitero, estou aqui com o desejo de argumentar. Sem títulos, sem preconceitos e sem ataques, para que cresçamos juntos naquele que é O Cabeça, isto é, Cristo. O meu desejo aqui é um diálogo saudável e com respeito mútuo, para que possamos aprofundar a questão e edificarmo-nos uns aos outros.

    É por conta disso que acho estranho que o irmão diga que eu argumentei "como se tivesse um título". O que seria isso? Não seria porque o irmão acredita que só pode argumentar com profundidade aquele que tem um título? Não lhe parece uma forma de preconceito acadêmico? Pois a mim me parece. Perdoe-me se estou analisando errado, mas em momento nenhum de minhas críticas ao texto (note: críticas ao texto e não ao Rev. Augustus) quis demonstrar que tivesse um título. Apenas argumentei como um cristão comum que se interessa pelos assuntos em questão.

    Quanto às diferenças entre neo-ortodoxia e liberalismo, elas estão para muito além do que uma simples diferenciação didática, como o irmão afirmou. Além disso, o irmão comete outra imprecisão ao identificar pressupostos iluministas com existencialistas. Iluminismo e Existencialismo são opostos entre si, tanto quanto a Teologia Liberal é oposta pela Neo-Ortodoxia. O Iluminismo está na base da Teologia Liberal e parte da perspectiva onde a Razão é o critério de tudo e onde o homem não precisa da Revelação, isto é, da Bíblia para conhecer a Deus. Do outro lado, estão o Existencialismo e a Neo-Ortodoxia, afirmando que o homem só pode conhecer a Deus pela Revelação, negando qualquer capacidade humana de sozinho chegar a Deus a não ser por Cristo, conforme expresso na Bíblia. São duas perspectivas totalmente distintas. Por isto, discordei firmemente quando o irmão colocou a ambas no mesmo "saco de lixo".

    Em relação às críticas ao texto, como disse desde o primeiro comentário, as fiz porque acreditei que o texto não expressava com clareza alguns aspectos da neo-ortodoxia. Achei importante colocar as questões, pois conheço o nível de influência que o Rev. Augustus tem em nossa igreja e fiquei feliz com a resposta dele que dirimiu muitas das questões. Mesmo assim, fiz questão de esclarecer no post scriptum que não partilho das mesmas idéias de Bultmann. Apenas estava interessado no esclarecimento das questões apontadas. Acredito no Jesus dos Credos Ecumênicos (Niceno, Niceno-Constantinopolitano e Atanasiano) e das Confissões Reformadas (Galicana, Escocesa, Belga, Heidelberg, 1ª e 2ª Helvética e Westminster). É nesse Jesus que creio.

    Em Cristo, o Deus Encarnado,

    José Luiz M. Carvalho

    ResponderExcluir
  59. José Luiz (1)
    Amado José Luiz, o irmão começa de uma forma humilde, mas escreve de uma forma diferente e arrogante como demonstrei acima. Claro que não é somente quem tem títulos que deve argumentar ou discordar. Eu mesmo também discordo de pessoas que tenham mais títulos que eu. Não é isso o caso. O problema não é deixar de ter título para argumentar, mas insinuar ter um título sem tê-lo e a arrogância como demonstra.

    Nete: o irmão afirma da erudição do Rev. Nicodemus, mas logo depois afirma peremptoriamente que o texto dele apresenta “tantas imprecisões, confusões e omissões importantíssimas à questão”. Essa forma de escrever para um seminarista é arrogante e exigiu um título, mesmo sem demonstrar um. O irmão ainda afirmou que o texto era uma “caricatura” e “simplista”. Para uma pessoa a quem o irmão afirmou que era alguém que tinha “erudição e importância dentro do cenário evangélico brasileiro, especialmente dentro da Igreja Presbiteriana do Brasil” e “alguém de tal vulto dentro da IPB” é completamente incoerente. Se isso não for arrogância, não sabemos mais o que é.

    Outra coisa importante: O irmão escreveu: “Segundo, fiquei feliz também por ver dirimidas algumas das dúvidas que coloquei”. Mas todos viram que o irmão não escreveu como tivesse dúvida alguma. Se foi essa a sua intenção, deve aprender como tirá-las. Isso apenas confirma o que disse que não houve bom senso da sua parte.

    Amado irmão, você precisa aprender que a crítica ao texto é à pessoa também. Se o Rev. Faz um texto simplista, impreciso e confuso, isso diz respeito a sua pessoa também. Demonstra que ele foi simplista, impreciso e confuso, nem que seja nesse texto. Para confirmar isso, o irmão coloca a culpa no próprio autor acerca das minhas opiniões. O irmão está completamente incoerente. Creio que a razão é a teologia que você abraça. Se a sua fé é dúbia, tudo o mais será.

    Começo a descobrir que o irmão não sabe o que é existencialismo. Notei quando o irmão escreveu que Soren Kierkegard era um racionalista. Sendo que ele refutava os racionalistas. Ele era um “Voluntarista”. Ele foi um dos iniciantes do existencialismo. Por isso que ele foi um forte crítico de Hegel na sua época.

    Primeiro precisamos conceituar existencialismo. É a ideia filosófica de que qualquer resposta começa pelo homem (semelhante ao racionalismo). Baseia-se numa experiência inexplicável de autenticação intrínseca.

    Tanto o Racionalismo como o Existencialismo vêm de uma ideia iluminista, pois partem do homem e somente do homem e não da Revelação como ela é. Você afirma que a Neo-ortodoxia e Existencialismo afirmam que podemos conhecer a Deus pela Revelação, mas essa revelação não é proposicional, objetiva, separada do homem. Ela é o que Soren Kierkegard falou do “Salto de fé”. Essa revelação é a própria experiência que o homem tem diante da Bíblia. Portanto, não há diferença entre aqueles que rejeitam a revelação e aqueles que têm a revelação como uma experiência humanista, intríseca, incomunicável.

    ResponderExcluir
  60. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  61. Olá Rev. Augustus, não encontrei outra forma de enviar este recado, não estou comentando sobre o assusto postado, mas sim, estou te enviando um link que mostra a entrevista de dois "pastores gays" que se casaram este final de semana na forma tradicional "http://www.redetv.com.br/portal/Video.aspx?124,28,66904,Entretenimento,Manha-Maior,Pastores-gays-sofrem-preconceito-ao-assumir-o-relacionamento" . Gostaria que o senhor desse uma olhada e se pudesse postar algum comentário. Deus te abençoe. Abraço fraterno em Cristo.
    Rev. André Gomes

    ResponderExcluir
  62. José Luiz (2) Rev., o texto saiu errado. Coloque de novo, por favor.

    A Revelação do Cristianismo é objetiva, não está no homem, mas nas palavras reveladas de uma forma proposicional como Jesus afirmou: “Examinai as Escrituras e vede ter nelas a vida eterna e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39).

    O Cristianismo histórico não começa no homem, nem busca a revelação no homem. Sim, os liberais (assim chamo todos por esses motivos) não têm uma revelação proposicional, objetiva e inteligível; mas uma revelação que está no próprio homem. Se isso não for iluminismo, o irmão precisa pesquisar mais.

    Outra coisa que noto que você não sabe do existencialismo. Jamais um existencialista iria falar em revelação proposicional, pois a experiência que se tem é incomunicável. Na verdade, Bultman ensinava isso. O que vale é a experiência que temos das primeiras impressões da comunidade primitiva, mas nada objetivo e comunicável.

    Tanto o racionalismo como o existencialismo dependem do homem e exigem respostas que estão no próprio homem e não na Revelação em si. Portanto, continuo colocando-as no saco de lixo.

    Se você afirma que acredita “no Jesus dos Credos Ecumênicos (Niceno, Niceno-Constantinopolitano e Atanasiano) e das Confissões Reformadas (Galicana, Escocesa, Belga, Heidelberg, 1ª e 2ª Helvética e Westminster). É nesse Jesus que creio”. Então, não pode ser Neo-ortodoxo ou ter qualquer prefixo antes do ortodoxo, porque esses credos exigem uma revelação proposicional e objetiva. Começo a pensar que você não está sabendo bem o assunto que está escrevendo. Uma hora afirma que não é bultmaniano, outra escreve assim: “Ou será que é a crença em milagres que se constitui na grande virtude soteriológica do cristianismo? Se assim fosse, pentecostais estariam muito mais próximos da salvação do que tradicionais...”. Esse pensamento é uma tendência ao pensamento de Bultman.

    Concluindo, acho que você é mais um seminarista que quer demonstrar conhecimento sem ao menos saber o que está escrevendo. Isso você já demonstrou. Você é inteligente, lê, mas muito incoerente e sem uma base filosófica e teológica. Pelo menos foi isso que demonstrou.

    Quero terminar concordando com você em alguma coisa: Você afirmou: “Eu sei que pode parecer até arrogância minha dizer isto para um exegeta graduado como o senhor”.

    Concordo com você.

    ResponderExcluir
  63. É possível não crer no milagre da ressurreição de Jesus... e ao mesmo tempo estar preocupado em "... abrir mão de sua auto-suficiência e caminhar segundo a vontade de Deus e não da sua própria" (suposto 2o. viés do projeto bultmanniano segundo o colega comentarista José Luiz)?

    Não entendi...

    Se Jesus não ressuscitou, não seria tudo vão?

    ResponderExcluir
  64. Essa eu deixo para o Apóstolo Paulo:

    "14 - E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
    15 - E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam.
    16 - Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
    17 - E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.
    "
    (1ª Coríntios 15:14-17).

    Em Cristo (ressuscitado), MAC.

    ResponderExcluir
  65. Evandro Lemes25/11/09 23:14

    Brother, meu comentário não tem nada a ver com o texto (apesar de ser muito bom) mas queria dizer que li o livro "O que estão fazendo com a Igreja" e gostei muito mano... Muito bom, continue assim... Só queria ser ousado e dizer que acho que o Cristianismo é muito mais dificil de ser seguido do que uns enganados pensam... Enfim, não dá pra explicar o que escrevo, mas talvez esteja certo...
    Falou Augustus! Gostei de ti...

    ResponderExcluir
  66. tania cassiano25/11/09 23:37

    Rev. Augustus,
    Alguém já falou que a "sofisticação, está na simplicidade".
    Acredito que a erudição também.
    Por isso, consigo entender o que o senhor escreve.
    Que Deus o abençoe,
    Tânia Cassiano

    ResponderExcluir
  67. Reverendo,
    O senhor destruiu o Leon. Legal. Mas que tal se o senhor respondesse sobre a Letargia das Igrejas Tradicionais do Brasil, especialmente a do Ne. Eu acho que, diferente do que Bultmann tentou fazer (e eu não admiro sua teologia), as Igrejas Tradicionais não fazem nenhum esforço para se adequar ao meio. Me parece que estão muito preocupadas com Liturgias, batismos, linguas originais etc. Podem atá abrir Igrejas por aí, mas evangelizar "ZERO". Onde eu moro existem várias Igrejas. Pentecostais, Tradicionais e Católica. Pasmem, pois eu só vejo pentecostais e até os católicos na rua evangelizando, e não vejo ninguem das Igrejas reformadas. Eu só vejo é cultos que parecem uma missa e gente que gosta de um barzinho pra tomar uma. Desculpe se estou sendo rude, mas essa é minha opinião. E eu não gosto de arrodeio e mais-mais-mais.
    Grato.
    Euclides.

    ResponderExcluir
  68. Com sua aprovação, iremos compartilhar esse texto em nosso blog.

    ResponderExcluir
  69. Anônimo das 01:49,

    Não destrui ninguém, muito menos Leon. Não quero ver o Tempora-Mores como arena. Simplesmente respondi no mesmo tom do comentário dele. Temos de ser maduros (nem sempre eu mesmo consigo) para discutir e argumentar sem que a coisa vire pessoal.

    Eu já escrevi sobre a letargia das igrejas tradicionais. Inclusive publiquei este material em meu livro "O que estão fazendo com as igrejas". Veja aqui no blog os seguintes posts:

    http://tempora-mores.blogspot.com/2007/08/dez-motivos-pelos-quais-pastores.html

    http://tempora-mores.blogspot.com/2007/11/creio-em-avivamento.html

    Eu sou conservador, mas não estou cego para ver que dentro do campo conservador há quem é conservador apenas por tradição, comodismo ou outros motivos, e que não é bom pastor, bom estudante das Escrituras.

    No post acima sobre Bultmann eu escrevi:

    "Não ouvi ainda falar de algum [liberal] que seja um pastor reconhecido, plantador de igrejas, evangelista, que ame missões e que tenha feito sua igreja crescer - embora eu deva reconhecer que conheço alguns fundamentalistas que também são assim, secos e infrutíferos".

    Leu? Sou crítico também do campo conservador, caro anônimo.

    Um abraço.

    ResponderExcluir
  70. André,

    Eu já tinha lido a notícia e bloguei aqui sobre ela.

    Veja:

    http://tempora-mores.blogspot.com/2009/11/pastores-evangelicos-homossexuais-irao.html

    Abs.

    ResponderExcluir
  71. Rev. Augustus Nicodemus,

    O monólogo é fácil, muitos se sentem seguros nele, mas este não é o caso do sr. que além de expor o qe pensa, é capaz de ouvir as críticas, publica-las e se defender delas, com fez neste post de forma magistral.

    Parabéns,

    Heronim

    ResponderExcluir
  72. "Eu sou conservador, mas não estou cego para ver que dentro do campo conservador há quem é conservador apenas por tradição, comodismo ou outros motivos, e que não é bom pastor, bom estudante das Escrituras."

    Isto também tem me incomodado em certos segmentos e grupos reformados.

    É algo preocupante.

    “... embora eu deva reconhecer que conheço alguns fundamentalistas que também são assim, secos e infrutíferos".

    Hehehe... também recomendaria a leitura "...Lloyd-Jones, Spurgeon, Nettleton, Whitefield e os puritanos..."seria salutar.

    ResponderExcluir
  73. Percebi que, se eu quiser entrar nesse debate, meus fundamentos não devem ser buscados na teologia, mas na filosofia.

    Então, ficaria mais ou menos assim:

    1) a filosofia nega credibilidade à Bíblia;
    2) a teologia tem na filosofia sua serva;
    3) considerando os pressupotos 1 e 2 como verdadeiros, estou perdido para sempre!

    Se ficar nisso, Richard Dawkins venceu o debate.

    Contudo, a fé se instalou em mim. Assim, continuarei sendo um cristão ingênuo. Aleluia. Glória a Deus. Amém!

    ResponderExcluir
  74. Amado Francisco Mário,

    Fico feliz por podermos dar continuidade ao nosso diálogo de uma maneira saudável e respeitosa.

    É precisamente por isso que tenho enfatizado aqui que não critiquei a pessoa do Rev. Augustus, nem mesmo a sua capacidade. Pelo contrário, afirmei, desde o início, que reconheço a sua erudição e a capacidade. Eu critiquei o texto e tão somente o texto. Dizer que um texto apresenta “imprecisões, confusões e omissões”, ou que ele mostre uma “caricatura” de uma idéia externa, ou, ainda, que ele avalia determinada realidade de maneira “simplista” não é arrogância nenhuma, é apenas análise crítica. E as críticas ao texto não se aplicam à pessoa, tanto é que na resposta que dirigiu a mim, o próprio Rev. Augustus fez questão de apontar para outros textos a fim de esclarecer idéias suas que não ficaram claras para mim no texto em referência. Qualquer um de nós pode escrever bons textos e outros nem tanto. Ninguém é imune a isso...

    Com relação ao irmão achar que eu não sei o que é existencialismo, deve ser porque o irmão não entendeu o que escrevi: eu disse no meu comentário inicial ao texto que Bultmann não pode ser classificado como racionalista, mas como existencialista, e disse que o existencialismo se opõe ao racionalismo desde o seu precursor, que foi Kierkegaard. Na verdade, foi você mesmo quem cometeu essa imprecisão ao associar iluminismo e existencialismo, o que contra-argumentei no meu último comentário. O existencialismo nasce precisamente como um protesto contra o iluminismo. Além disso, tudo o que o irmão falou acerca da Revelação ser separada do homem, extrínseca, é precisamente o que defende a Neo-Ortodoxia, para quem Deus é o “Totalmente Outro”. Talvez, o irmão não tenha a idéia correta do que ela vem a ser. Por isso, lhe sugiro que, se possível, possa ler dois textos que escrevi a este respeito:

    http://teologiahoje.blog.com/2009/03/14/o-desafio-do-liberalismo-e-a-resposta-da-teologia-dialetica/

    http://teologiahoje.blog.com/2009/07/27/manifesto-neo-ortodoxo/

    O primeiro é um excerto de minha monografia que já foi aprovada no seminário. O segundo é uma reflexão feita a partir de alguns questionamentos lançados num grupo de debates. Se o irmão puder fazer o obséquio de ler os textos poderia compreender melhor o que penso a respeito do assunto e, quem sabe, até rever alguns de seus conceitos acerca da Neo-Ortodoxia.

    Com relação à minha fé, ela é plenamente ortodoxa, conforme afirmei minha concordância com os Credos Ecumênicos e com as Confissões Reformadas. Já disse anteriormente que a Neo-Ortodoxia também se considerava plenamente ortodoxa e que o prefixo “Neo” foi-lhe atribuído por outrem, tardiamente, e que os próprios proponentes do movimento o rejeitavam. No entanto, foi este o termo que ficou consagrado nos lugares onde predomina a influência da teologia norte-americana. Por isso, não se apegue tanto aos termos, pois eles mudam com o tempo e, como dizia Wittgenstein, o grande filósofo da linguagem, “as palavras são bolsos”, cada um coloca nelas o sentido que mais lhe apraz...

    Por fim, irmão Francisco, eu só gostaria que não partíssemos para os julgamentos pessoais, como você fez quando afirmou: ”acho que você é mais um seminarista que quer demonstrar conhecimento sem ao menos saber o que está escrevendo”. Eu não quero demonstrar conhecimento. Apenas desejo ver esclarecidos os pontos acerca de um assunto que é do meu interesse. Nada tenho a ganhar vindo aqui neste espaço além do enriquecimento do diálogo e da minha própria experiência.

    Em Cristo, que nos edifica dia-a-dia,

    José Luiz M. Carvalho

    ResponderExcluir
  75. Evandro Lemes26/11/09 16:04

    Augustus meu caro, se tu for debater com todo mundo que te confronta nesse blog, vai ficar louco.. E ele vai sim virar uma arena... Fica com Deus gente fina...

    ResponderExcluir
  76. Caro Rev. Dr. Augustus Nicodemus,
    As reverberações das práticas da teologia literal trouxeram sequidão espiritual. Revelou-se um estado de deserto na Igreja. Acredito que seu texto tocou nesse ponto delicado. E realmente, hoje muitos vivem sob a ótica de uma interpretação pautada pela Teologia da Cultura.
    Para expor a Bíblia procuram respaldo na ciência, ou em outros campos do conhecimento.
    A escritura é tomada de forma desacreditada, pois supostamente o homem moderno precisa de explicações mais consistentes.
    Portanto, sua leitura é exemplo da Graça de Deus, e pelo cuidado em ensinar e edificar a Igreja.
    Sola Gratia,

    ResponderExcluir
  77. Caro Dr. Augustus,

    Os liberais são bem diferentes dos "neo-ortodoxos". Veja como Schleiermacher é diferente de Bultmann. Segue abaixo as citações:

    Vos tenho mostrado o que é propriamente a religião. Haveis encontrado algo nisto que fosse indigno de vossa cultura e da mais elevada cultura humana? (SCHLEIERMACHER, Sobre a Religião)
    Contudo, é impossível restabelecer uma concepção passada do universo, mediante uma simples resolução. Sobretudo, é impossível restabelecer a concepção mítica do universo, depois que o pensamento de nós todos foi irrecorrivelmente moldado pela ciência. (…) O pensamento moderno, transmitido a nós por nossa história, tem como conseqüência a crítica a concepção neotestamentária do universo. (...) Experiência do mundo e domínio do mundo se desenvolveram tão amplamente na ciência e na técnica que nenhuma pessoa pode seriamente sustentar, nem sustentar, a concepção neotestamentária do universo. (BULTMANN, Crer e Compreender).


    Ah, mas alguém pode dizer: "Bultmann é mais radical mesmo. Barth é mais moderado." Então, para ser honesto, vamos citar o moderado e bem diferente neo-ortodoxo Barth. Segue abaixo:


    A Bíblia é um monumento literário de uma antiga religião étnica e de uma religião de culto helenístico do Oriente Próximo. Um documento humano como qualquer outro, que não pode estabelecer um a priori dogmático e reivindicar atenção e consideração especial. (BARTH, A Palavra de Deus Palavra do homem)

    Vixi, parece que os liberais são mesmo diferentes dos neo-ortodoxos... rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

    Abraço neo-liberal... rsrsrsrsrsrs
    Anonymus

    ResponderExcluir
  78. Caros irmãos,
    Discussões muitos interessantes e relevantes, mas o que me chama atenção é nossa inabilidade de mantermos algumas vezes o respeito mutuo quando discordamos uns dos outros – como conseqüência usamos um vocabulário emocionalmente carregado que tem o objetivo mais de insultar do que esclarecer.
    Aqui seguem algumas sugestões:
    1 - Evitar afirmações não qualificadas. Ser específico e comentar sobre as falhas dos argumentos não o caráter do comentarista.
    2 - Evitar o uso de palavras agressivas. O vocabulário usado nestas situações é geralmente de palavras puramente emocionais, das quais todo o conteúdo conceitual desapareceu e as quais só têm a função de expressar ou estimular a emoção.
    3 – Lembrar que a função do debatedor é usar informação pertinente, lógica e bom senso - não descarregar o ódio, mas expor os motivos para discórdia; não ridicularizar as falhas, mas diagnosticar e expor as deficiências dos argumentos. Infelizmente, expressar nossa antipatia e retaliação é mais fácil. Daí o uso de palavras de cunho pejorativo que tem a função não de esclarecer, mas de ofender.
    4 - Finalmente, em discussões como estas devermos ser acima de tudo gentis e civilizados. Temos que fixar em nossas mentes que as ocasiões nas quais mais queremos escrever uma resposta agressiva são precisamente aquelas em que deveríamos controlar nossas reações. A própria da vontade é um sinal de perigo. A intensidade da nossa aversão é um sintoma provável que nem tudo está bem dentro de nós; que algo em nossa psicologia tem sido tocado, ou então que algum motivo pessoal ou partidário pode estar secretamente afetando nossa resposta. Se quisermos ser cordatos deveríamos simplesmente exercer maior controle, ficarmos mais serenos e menos ansiosos de falar. E, se expressarmos nossa reação, certamente faremos estúpidos de nós mesmos.
    No Senhor,
    Paulo (Recife)

    ResponderExcluir
  79. Nas palavras de Nancy Pearcy: “Quando o período medieval se fundiu no Renascimento (que come¬çou por volta do século XIV), uma chamada começou a soar em prol da separação completa entre a razão e a revelação, tornando-se um crescen¬do que irrompeu com força total no Iluminismo (que começou no sécu¬lo XVIII). O credo do iluminismo era a autonomia” (Pearcey, Verdade Absoluta, p. 114) .

    O existencialismo é uma corrente iluminista, apesar de que seja contraditório em seus postulados, mas é iluminista porque exige do homem e somente dele a resposta aos seus questionamentos existenciais. Isso, no entanto, somente confirma que quando o homem busca resposta partindo de si mesmo se contradiz. Os mesmos existencialistas que negavam a razão como resposta, exigiam dela para que seus leitores lessem ou ouvissem acerca de sua “experiência incomunicável”, embora não falassem nunca nessa experiência. Todas exigiam uma autonomia, lembrando a palavra de Nancy Pearcy.

    O liberalismo e a Neo-ortodoxia são a mesma coisa. Ambos têm tendências iluministas. Ambos rejeitam a revelação proposicional, objetiva, verbal. Ambos não aceitam a revelação separada do homem. Ou seja, independente de mim, a Revelação tem seu próprio significado. A Neo-ortodoxia exige que cada um dê seu significado a começar pela indefinição de Palavra de Deus. A Palavra de Deus é diferente para cada um e não objetiva como deveria ser. “Examinai as Escrituras...” (Jo 5.39).

    Finalizo dizendo, irmão, que seria mais útil se estivéssemos conversando pessoalmente para mostrar-lhe os perigos de achar que a Neo-ortodoxia é ortodoxia. A etimologia em si já a desqualifica “ortos” (correto) “doxa” glória ou “conceito”. Mas por que neo, se já existe o conceito correto? Nem na etimologia há lógica.

    Um abraço e fica na paz do Cristo da Palavra de Deus, não daquilo que concebemos como Palavra de Deus que pode estar correto ou errado.

    ResponderExcluir
  80. Ao José Luiz (1)

    Amado irmão, gostaria de pedir-lhe desculpas se você se sentiu ofendido. Na verdade julguei-o mediante os motivos que já escrevi e da forma que, a meu ver, você se expressou. Foi tão arrogante que o irmão mesmo chegou a escrever que parecia tal.

    Mas vamos ao ponto em questão, pois é isso que importa: os argumentos.

    Tenho que dizer que o irmão está enganado achando que a Neo-ortodoxia é a mesma coisa que ortodoxia, achando que os termos que eles usam significam a mesma coisa que a ortodoxia. O próprio Rev. Augustus tem um texto muito bom sobre isso com o nome “A voz é de Jacó, mas as mãos é de Esaú” ou ele mesmo pode falar, já que não sou autor do post (http://tempora-mores.blogspot.com/2006/05/voz-de-jac-porm-as-mos-so-de-esa.html).

    Pelas palavras do irmão: “Bultmann não era racionalista, mas existencialista, que se opõe completamente ao racionalismo desde os tempos de seu primeiro proponente Sören Kierkegaard” deixou transparecer que o irmão estava colocando sim como um racionalista (talvez da forma dúbia que escreveu usando o pronome “seu”)

    Com respeito aos termos Neo-ortodoxia. Antes, você me criticou porque coloquei tudo no mesmo saco de lixo. Agora afirma que o termo “Neo” não é importante?! Sentia-se ofendido quando foram chamados pelo Rev. Nicodemus “Neo-liberais”, agora defende a falta de importância dos termos? Demonstrei por que para mim estão no mesmo nível, pois termina no mesmo buraco do subjetivismo existencialista.

    Estamos tratando de conceitos diferentes de Iluminismo.

    Quero trazer um conceito do próprio Imannuel Kant sobre o Iluminismo que escreveu numa revista berlinense em 1784: “O iluminismo é a saída do homem de um estado de menoridade que deve ser imputado a ele próprio”. A esse estado de minoridade, Kant chamou de incapacidade de usar somente o intelecto, deixando toda revelação ou uma autoridade de revelação. Toda a filosofia traz um postulado iluminista de racionalismo. Qualquer que seja a escola: idealismo, racionalismo, existencialismo. Ou seja, o homem deve buscar por conta própria e jamais fazer uso da revelação para basear-se. Aconselho a você ler “A Morte da Razão” de Francis Shaeffer. Nesse livro, Shaeffer demonstra que tanto o racionalismo (o andar de baixo) como o existencialismo (o andar de cima) são da mesma origem – o iluminismo. Ele cita, inclusive o pensamento de Michel Foucault: “No desespero que revela para com os poderes transcendentes do intelecto racional”. Tudo é um salto, seja para a razão ou da experiência incomunicável vindo da “transcedência do intelecto racional”.

    ResponderExcluir
  81. Ainda: quero trazer as palavras do Rev. Nicodemus que para você talvez seja simplista, mas faço isso para levá-lo a esse precioso texto com o título: "A voz é de Jacó, mas as mãos são de Esáu"

    "Não acho que perdi meu tempo ao criticar liberais em posts anteriores, mesmo que o liberalismo teológico clássico, como movimento, já passou na Europa e nos Estados Unidos. O velho liberalismo ressuscita na historie, transformado em neo-ortodoxia. Neo-ortodoxos identificam-se com orgulho como seguidores do afável e simpaticíssimo Karl Barth, cuja teologia consideram inteligente, reformada e certamente ortodoxa. Não há o que duvidar que é inteligente. Reformada... pode-se discutir. Mas, certamente, ortodoxa, não."

    Nesse texto explica melhor em que a Neo-ortodoxia se assemelha ao liberalismo. Todas têm uma ideia subjetiva de revelação.

    ResponderExcluir
  82. Eu fui destruído??? hehehe...

    Poxa, me destruíram e se esqueceram de me avisar, oOOHH!

    Eu apenas deixei um comentário, simples... na realidade, um sucinto protesto! Não entrei pra debater, afinal de contas, sei que toma muito tempo e dá muita "dor de cabeça", debater com fundamentalistas e neo-puritanos. Tenho mais o que fazer, irmãos! Ademais, o Zé tem postado excelentes respostas às questões e falácias aqui levantadas por aqueles que confundem, sem o apropriado conhecimento de causa, o caduco liberalismo teológico e a neo-ortodoxia protestante. Meus parabéns ao Zé, pelas suas postagens tão respeitosas quanto desconcertantes! Para a turma do Malleus Maleficarum, um abraço! Quando eu terminar a minha resenha sobre a Teologia da Esperança, de Moltmann, eu passo aqui pra ver se já providenciaram o passaporte da minha alma para as "regiões inferiores do cosmo" rsrsr, já que fui "destruído", neh???

    ResponderExcluir
  83. Leon,

    Como eu disse em comentário anterior, ninguém destruiu ninguém.

    Sobre as respostas do Zé, é claro que elas foram inteligentes, respeitosas, mas longe de conseguir descolar os neo-ortodoxos do liberalismo quanto às Escrituras.

    E ninguém aqui o condenou ao inferno.

    Também, não sei a que você se refere, regiões inferiores do "cosmos". VocÊ está se referindo às regiões inferiores da "terra", citado por Paulo em Efésios 4:9?

    Por último, eu compreendo o que você diz, que debater com fundamentalistas e neo-puritanos toma muito tempo e dá "muita dor de cabeça". Sinto a mesma coisa quando debato com liberais e neo-ortodoxos, e especialmente aqueles que não conhecem a Bíblia.

    ResponderExcluir
  84. Ora, doutor, VSa. bem sabe que kosmos, no grego, pode muito bem signifcar "terra", "mundo" ou "universo", entre outras coisas, também... ou será que estou errado, por não ser "doutor" em grego?

    ResponderExcluir
  85. Rev. Augustus, só para lembrar o Leon: o texto de Ef 4.9 não tem kosmos de forma alguma. Deve ser outro texto que ele queira se referir (eu espero). Quem sabe!

    ResponderExcluir
  86. Curiosa a mentalidade dos teólogos liberais.

    Eles dizem que o "homem moderno" não suporta mitos pelo seu cientificismo "racional." Mas é óbvio que nem todos são cientistas; como também o suposto consenso científico "cético" é tão somente peça de propaganda dos ateus incrustados nas Academias.

    Então quando Bultmann fala de "homem moderno" deve ser evidente para nós cristãos que ele não está, na verdade, se referindo à humanidade (ainda que seja essa sua intenção). Mas tão somente um grupelho de "intelectuais" e "professores" que, se chegarem a mil pessoas, é muitíssimo.

    Bultmann prefere agradar a mil réprobos (certamente errados em suas conclusões, como o avanço da ciência mostra a cada dia) do que considerar os outros bilhões de pessoas que existem por aí.

    Esses réprobos são tão infinitamente arrogantes que quando invocam a palavra "Homem" na verdade se referem a si mesmos, como se os demais bilhões não existissem.

    Que Deus lhes dê a paga por essa soberba vil.

    ResponderExcluir
  87. Leon,

    Tenho dúvidas se você citou a passagem usando "kosmos" intencionalmente no lugar e com o sentido de "terra". O que parece que aconteceu foi que você equivocou-se e misturou as coisas. Não é uma questão de ser doutor em grego, mas sim de ser cuidadoso quando citamos outra língua que não a nossa, erro que você já cometeu com o "toghether".

    Mesmo que você tenha intencionalmente introduzido "kosmos" no sentido de terra, escolheu uma passagem muuuuito complicada para fazer isto. A expressão "regiões mais inferiores da terra" (gê) ali em Ef 4:9 pode ser entendida de 3 maneiras: (1) "terra" como chão, e neste caso quer dizer que Cristo desceu à sepultura; (2) como a condição mais humilde do local ("terra") onde a humanidade habita, e neste caso a referência é à encarnação de Cristo; (3) o local dos mortos, ou inferno, neste caso significando simplesmente que Cristo morreu, ou que morreu e foi ao inferno (pregar aos mortos).

    Em nenhum destes casos, "gê" (terra) poderia ser substituida por kosmos, a não ser talvez no caso 2, mas muito remotamente. Mas note que quando você citou a passagem, você tinha em mente o conceito de inferno (o sentido 3), até mesmo disse que os fundamentalistas iam lhe mandar para lá (heheheh, até achei engraçado quando li).

    Se você puder dizer sinceramente que citou kosmos como sinônimo de gê neste sentido 2, retiro o que disse e peço desculpas por ter criticado seu desconhecimento da Bíblia.

    ResponderExcluir
  88. Amados(as),

    Vejam que bom conselho para os estudiosos de qualquer assunto:

    "Nossa principal preocupação (...) deve ser a busca da verdade)."(...)

    "Mas a busca da verdade só é possível se falarmos clara e simplesmente e se evitarmos tecnicismos e complicações desnecessárias. A meu ver, visar à simplicidade e à lucidez é um dever moral de todos os intelectuais: a falta de clareza é um pecado e a presunção é um crime.".

    Pg. 51, do livro Conhecimento Objetivo, de Karl R. Popper. Editora Itatiaia.

    ResponderExcluir
  89. Dr. Nicodemus... por que dar uma forçada de barra tão grande pra tentar me desqualificar? Não estudo formalmente teologia e também não sou doutor, ainda, como VSa.... todavia, nem por isso utilizo-me de subterfúgios como o tal pra chamar os menos "graduados" de burros. Tá na cara, desde o princípio, que eu utilizei o termo "kosmos" como sinônimo de "universo"! Admiro-me que, aparentemente, desconheça a célebre afirmação de Rudolf Bultmann, à qual fiz alusão [qualquer aluno de ED mataria a "charada" na hora]:"...não mais cremos em um universo estruturado em três andares, universo este que os credos pressupõem." Nem precisaria alguém fazer qualquer esforço intelectual, pra saber de cara que Bultmann ao falar de "universo", está se referindo à concepção cosmológica pré-científica dos escritores sacros, a qual ele considerava mítica, obsoleta e irrelevante para o homem moderno...

    ResponderExcluir
  90. Rev. Augustus,
    Gosto dos livros dos Puritanos. Tenho assinatura da revista. Mas não conhecia o termo neo-puritano.
    O que isso quer dizer? Tem alguma literatura à respeito. Se for
    possível, pode indicar alguma?
    Grata.
    Tânia Cassiano.

    ResponderExcluir
  91. Leon,

    Bom, acho que agora basta. Você colocou um comentário na minha postagem me chamando de pueril e outras coisas e querendo dar uma esnobada no inglês.

    Depois passa de novo, me chama de fundamentalista e neo-puritano e quer dar outra esnobada citando o grego.

    Quando eu mostro quem é pueril e mostro que você desconhece o inglês e o grego, então estou tentando lhe desqualificar? Dei uma oportunidade de você admitir que errou mesmo, numa boa, mas em troca você se faz de vítima.

    Lamento, Leon, mas não publicarei mais seus comentários aqui. Vai ter que fazer como outros que entram como anônimos.

    ResponderExcluir
  92. Tânia,

    Sobre neopuritanos, veja o seguinte post aqui mesmo no blog:

    http://tempora-mores.blogspot.com/2006/02/sobre-puritanos-puritnicos-e_24.html

    Abs.

    ResponderExcluir
  93. "regiões inferiores do cosmo"

    É uma expressão completamente sem inteligência. Não importa quem tenha dito ou escrito. Não estou levando em conta nem o erro da falta do "s" "cosmo" que poderia ser "Kosmos" ou "Cosmos".

    Se o significado de "Cosmos" for universo. Não existe regiões inferiores, pois o universo abrange o todo. Fica difícil saber onde é a parte inferior do universo.

    Se o significado de Cosmos é terra. Com certeza quis levar ao texto bíblico, embora que a Bíblia para esses é somente um "livrinho" de referenciais semânticos. Se foi essa intenção, não existe no texto grego a palavra "kosmos". Portanto, essa citação é estranha para enfatizar somente a palavra kosmos. Mesmo que o significado seja da humilhação de Cristo (que o liberal diz que é um mito), mas o que Paulo usou para demonstrar isso foi gë (terra), pois universo seria sem nexo.

    Se a palavra significar "mundo" (pessoas). Fica o sentido mais grotesco ainda. Como pode existir região inferior do mundo (pessoas)?

    Portanto, se Bultman escreveu isso, começo a duvidar muitas coisas a respeito dele e de sua inteligência.

    Concluo o seguinte: Realmente qualquer pessoa que faça ED não saberia isso, pois lá estudam a Bíblia e não frases sem sentido e sem inteligência.

    Concordo perfeitamente que os liberais são inteligentes, estudiosos mas muito limitados em lógica e em teologia(desculpem a sinceridade).

    ResponderExcluir
  94. Caro Reverendo,

    Sem importar os rótulos, neo-ortodoxos, liberais, existencialistas, racionais, etc., todos se embrenham por caminhos tortuosos, de alguma maneira negando a plena suficiência de Cristo no processo de salvação.

    Não é possível conceber ao cristão - mesmo que seja para uma resposta palatável ao homem moderno - a ideia de que o evangelho esteja eivado de "lendas, mitos e estórias fabricadas pela fé", como se esse mesmo homem moderno passasse a ser agora o "centro". Volta a ideia do humanismo e tantos outros "ismos".

    Penso que, a pretexto de alcançar esse "homem moderno" não se pode abandonar a verdade, ou diminuí-la, sob pena de cairmos no indefectível relativismo tão acalentado pelos pós-modernistas.

    Não há técnica de evangelização eficaz que negue Cristo, ou a inerrância da Palavra. O Evangelho ainda continua simples para os simples (que são a grande maioria). A erudição, por seu turno, é um acessório belíssimo, mas continua sendo acessório.

    Não duvido da necessidade da teologia e dos grandes pensadores nesta área ( até os admiro muito), mas a Palavra ainda continuará a falar por si mesma, por ser "viva e eficaz".

    Creio, salvo melhor juízo, que Deus ainda continua alcançando os seus eleitos e a Sua obra será completada - a despeito do homem.

    NEle.

    Ricardo

    ResponderExcluir
  95. Rev.Augustus,
    Lí o post.Muito bom!Agora entendí a postura do movimento aquí, em Recife.
    C.S Lewis sintentiza muito bem.
    Concordo quando diz "talvez ainda haja esperança para que a teologia puritana sobreviva.....".
    Obrigada pela atenção.
    Tania Cassiano

    ResponderExcluir
  96. Vinícius Corrêa1/12/09 13:53

    Caro amigo, discipulador e Rev. Augustus, Graça e Paz!

    Estou lhe enviando um link de um blog latino que repassa seu artigo sobre o Bultmann e gostaria que o senhor lê-se, se é que ainda não o fez, Ok? Pelo que entendi, eles meio que apóiam os mitos, a teologia liberal e tal... Mas me intrigou usarem seu artigo, portanto, lhe envio pq sei que o senhor irá responder a altura.
    Deus o abençoe sempre!

    Abraços,

    Vinícius Corrêa - acadêmico do 3º ano de Teologia - UMESP

    OBS: Envio lhe meu e-mail caso o senhor precise ou queira entrar em contato: vinicorrea@hotmail.com / prvinnycorrea@hotmail.com

    http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://reformadoreformandome.files.wordpress.com/2007/11/nicodemus.jpg&imgrefurl=http://reformadoreformandome.wordpress.com/2007/11/08/hay-mitos-en-la-biblia-bultmann-tenia-razon/&usg=__pRCBKtevdlvBhks8eeN8l3_fQ0M=&h=459&w=474&sz=39&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=RztiyS-e1sfdqM:&tbnh=125&tbnw=129&prev=/images%3Fq%3DAugustus%2BNicodemus%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26um%3D1

    ResponderExcluir
  97. Caro Vinicius,

    O artigo que eles traduziram e reproduziram lá é este aqui:

    http://tempora-mores.blogspot.com/2006/03/claro-que-h-mitos-na-bblia.html

    Neste artigo eu mostro, de maneira irônica, que o conceito de mitos é tão antigo quanto as Escrituras, e que os autores do AT e NT sabiam a diferença entre mito e história real. Portanto, meu artigo, longe de apoiar a idéia de mitos na Bíblia, desmitologiza esta idéia, hehehe.

    O site é reformado e na verdade vai contra o liberalismo teológico.

    Eles têm neste site vários outros artigos meus traduzidos.

    Obrigado pela dica.

    Abs.

    ResponderExcluir
  98. Sr.Dr. Nicodêmus,

    VSa. não pretende mais publicar meus posts... tudo bem! Eh um direito que lhe assiste! Mas, pergunto, porque permitir que postagens infames e detratoras da minha pessoa e das minhas crenças sejam publicadas, sem que eu tenha o pleno direito de resposta? Isso eh cristão? Voltamos novamente à Idade Média?

    M.L.G.M.J..'.

    ResponderExcluir
  99. Leon,

    Você tem razão. Eu não devia ter autorizado aquele comentário. Já o exclui e não autorizarei outros que se dirijam à sua pessoa.

    ResponderExcluir
  100. Nicodemos, interessante seu texto. Acho que você escreve com alguma propriedade sobre certos assuntos justamente pelo fato de pesquizar e não ficar como muitos conservadores calvinistas fazendo citações sem nunca ter lido nada na integra. Aprecio o Bultmann em muitos dos seus escritos e idéias, alias o "Jesus" é um bom livro. Acho que o maior erro do teólogo alemão foi o de ter interpretado o mito na perspectiva dos críticos gregos posteriores a Homero e Hesíodo, como "ficção", "fábula", "mentira" etc., por entender, como de fato aconteceu, que os dois escritores corromperam o sentido e estrutura original dos mitos. Conceito que mais tarde vai ser adotado pelo cristianismo, quando não encontra em nem um dos Testamentos justificação para tais construções. Quem sabe se o Bultmann tivesse lido Mircea Eliade e outros mitólogos do nosso tempo, compreenderia o mito na perspectiva do homem arcaico, seja, o mito como representação de uma verdade complexa demais, por isso sendo representada por símbolos, na construção de uma linguagem de sentido. Acho que nós também quando pensamos no mito somos extremamente desonestos e ignoramos - alguns de propósito - esse sentido original do mito para ficar com o mais conveniênte, seja, a crítica grega posterior. Por isso nos assustamos quando alguém diz que a Bíblia contém mitos. Lógico, dependendo de como se compreenda o mito. Agora, não podia deixar passar essa, acho muito engraçado a forma como você contra ataca quem o desagrada com algum comentário, típico de um conservador que gosta de matar logo no ninho.

    Que a paz do nosso Senhor seja contigo

    Alex

    ResponderExcluir
  101. Alex,

    "... acho muito engraçado a forma como você contra ataca quem o desagrada com algum comentário, típico de um conservador que gosta de matar logo no ninho."

    Isto não é engraçado. Engraçado é a maneira como os liberais (já que o termo "conservador" foi usado) torcem as coisas. Se um conservador reage de maneira proporcional à provocação (pois em alguns casos, não são comentários, mas inclusive agressões do tipo "pueril") então é um matador que se torna típico de todos os demais conservadores. Ele, que foi agredido, passa de vítima a culpado.

    E a motivação do "matador", ainda que tenha sido meramente acadêmica e substanciada com argumentos, é vista como reação pessoal a quem o desagrada.

    Essa inversão de valores e a tendência liberal de se passar por vítima é que realmente é engraçado...

    No mais, interessante a sua análise sobre mito.

    Abs.

    ResponderExcluir
  102. Mestre Augustus:

    Se Bultmann recebesse sua carta no céu(ops), aonde mesmo? Enfim, onde ele estiver (tenho certeza que no inferno ele não está rs), o que será que ele diria?

    O homem moderno é cada vez mais religioso? depende. A europa já é pós-cristã; os EUA transformou a religião cristã em show capitalista; os orientais, estes sim, podemos dizer que continuam muito bem servindo seus deuses; já no Brasil, a religiosidade é macaco de imitação da americana e a ética inexiste nos empresários da fé.

    Somos mais "religiosos"? Mas que religiosidade é a nossa? Temos sede de Deus, sede de justiça, sede de paz, ou nossa religião só serve para "bater o ponto" domingo na igreja e pedir, pedir, e pedir bençãos e "vitórias" para Deus?

    Sei não, mestre, tendo certeza que 98% dos crentes que frequentam igreja nunca ouviram falar de "desmitologização", mas creio que precisamos de um novo projeto que livre a nossa religiosidade cristã evangélica dos mitos modernos que ela mesma criou e deles se alimenta vorazmente caminhando a passos largos para morrer de obesidade religiosa mórbida.

    abraço, mestre.

    ResponderExcluir
  103. Eduardo,

    A atual localização de Bultmann certamente dependerá do que Paulo disse, "se no coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (Rom 10:9). Somente se você tiver certeza que ele em seu coração cria na ressurreição física de Jesus Cristo -- Paulo não conhecia outro tipo de ressurreição -- é que pode afirmar que ele não está no inferno. Como eu não conheço o coração dele, não afirmo nem uma coisa nem outra.

    Você confunde religiosidade com Cristianismo. Não afirmei em minha postagem que o homem moderno está mais cristão hoje do que antes, mas sim que ele está cada vez mais religioso. É diferente. A Europa é pós-cristã, mas mergulhada nas religiões orientais, islamismo, esoterismo e nova era.

    O fato que os EUA transformaram o Cristianismo em show capitalista não anula meu ponto, pois continuam religiosos, ainda que com uma religião falsa.

    Você confundiu religião com a teologia da prosperidade, no caso do Brasil.

    Concordo, todavia, com seu último parágrafo, apenas não sei que novo projeto seria este, senão o velho Evangelho.

    ResponderExcluir
  104. Pergunto: Quando vocês (Eduardo e Nicodemos) falam em inferno, ao que mesmo é que se referem? Ao inferno às vezes presente nas pregações de Jesus, ou ao inferno propalado pela igreja, este a serviço do medo e da monopolização da consciência das massas, cujo benefício é meramente ideológico?

    Abraço,

    Alex

    ResponderExcluir
  105. Alex,

    Não posso responder pelo Edson.

    Da minha parte, refiro-me ao inferno constantemente pregado por Jesus, e que é o mesmo pregado pela Igreja quando esta segue o que Jesus diz nos Evangelhos.

    Ou seja, um lugar para onde os ímpios, os hipócritas e incrédulos (Mateus 23:33) vão após a morte (Lucas 16:23), onde sofrem tormentos (Lucas 16:23) semelhantes a serem queimados com fogo (Mateus 5:22; 18:9), fogo este que jamais apagará (Marcos 9:34 e 48), uma fornalha acesa (Mateus 13:50), onde seus corpos serão lançados após a ressurreição (Mateus 5:29; 10:28: 11:23).

    Refiro-me ao inferno sobre o qual Jesus disse que foi preparado para o diabo e seus anjos, mas para aonde vão aqueles que nunca creram nele e o mostraram pela falta de amor ao próximo (Mateus 25:41).

    É aquele lugar que Jesus disse que o sofrimento é eterno, comparado a ser comido por um verme que não morre (MArcos 9:48), comparado a viver eternamente na escuridão, rangendo os dentes e chorando (Mateus 8:12; 13:42; 13:50; 22:13; 24:51; Lucas 12:28).

    Jesus disse que para lá vão os hipócritas (Mateus 23:33; 24:51), os filhos do reino das trevas (Mateus 8:12), que praticam iniquidade e causam escândalos (Mateus 13:42).

    Serão julgados e condenados para lá os que não crêm nele (João 3:18), onde sofrerão a ira de Deus (João 3:36).

    Todas estas referências acima são dos Evangelhos, de pronunciamentos de Jesus. Ainda que consideremos estas palavras de Jesus como figuradas, a pergunta é: o que existe de tão terrível após a morte que Jesus teve de usar este tipo de linguagem para descrever?

    ResponderExcluir
  106. Rev.
    Sua analise sobre Bultmann é muito esclarecedora e acredito que a informação ainda é uma das forma para combater o liberalismo teológico, sou de base pentecostal e uma vez ou outra encontramos pessoas abraçando pensamentos oriundo de Bultmann embora o mesmo ainda seja um desconhecido no meio, mas como Você trouxe nos um contraste de Bultmann com Barth e a forma prolifera que a teologia de Barth tem sido mais popularizada em alguns meio, gostaria de lhe questionar, não seria a neo ortodoxia mais perigosa para o ortodoxia do que o liberalismo teológico, em função de nosso contexto brasileiro? parabéns pelo artigo sou um apaixonado por teologia histórica.

    ResponderExcluir
  107. Mestre, você tem razão em dizer que a religiosidade é crescente, não necessariamente, a religiosidade cristã. É que eu queria enfatizar o cristianismo, já que a ele pertencemos. Será que a mensagem da cruz já não faz mais sentido hoje? Aliás, era essa uma das premissas de Bultmann. Da minha parte, creio que o cristianismo institucional de qualquer vertente carece de autenticidade.

    E respondendo ao Alex, eu diferentemente, tenho minhas reservas com a literalidade do inferno, pois creio que a concepção conforme registrada na Bíblia (que não podemos ter absoluta certeza que foi dita por Jesus ou se é arranjo teológico) está muito contaminada pela cultura grega. Creio mesmo, que a concepção geral do inferno bíblico é devedora do hades grego. Ou não?

    um abraço

    ResponderExcluir
  108. Eduardo,

    Tenho absoluta certeza de que não sou seu mestre. Se fosse, você certamente não acreditaria nestas coisas que escreveu.

    Agradeço seu comentário, que só vem comprovar o que tenho dito neste post e as pessoas não me acreditam: que ainda existem liberais. Elas ficam dizendo que o liberalismo já é um movimento defunto e que já passou historicamente. Eu sempre replico que, como história, passou, mas como ideologia, permanece.

    Seu comentário é uma peróla. Mostra exatamente os pontos defendidos pelos liberais de então e de hoje. Senão, vejamos:

    1 - Não existe hoje qualquer vertente cristã que seja autêntica -- os liberais sempre tiveram este espírito arrogante e de julgamento, ao mesmo tempo em que acusavam os conservadores de serem radicais e fundamentalistas.

    2 - Negam que as palavras de Jesus encontradas nos Evangelhos tenham sua origem no Jesus histórico, e atribuem-na à imaginação criativa da fé da igreja primitiva -- ou seja, não podemos realmente confiar na Bíblia, ela simplesmente reflete a fé dos primeiros cristãos.

    3 - Os conceitos cristãos encontrados no NT foram contaminados pela cultura grega -- mesmo que os autores bíblicos tenham sido judeus, nascidos na Palestina ou na Diáspora, mas de formação hebraica e influenciados pelo Judaísmo, pela LXX.

    Eis o liberalismo em todas as suas cores!!!!

    ResponderExcluir
  109. Não é só Nicodemus que escreveria esta carta ao Bultmann:

    http://historiaedebate.blogspot.com/2010/01/uma-critica-desmitologizacao-de-rudolf.html

    ResponderExcluir
  110. Engraçado... nesse blog vcs só aceitam comentários de quem concorda com vcs, né?
    Admiro os calvinistas do blog "HIStória e Debate", que apesar de fundamentalistas, aceitam a crítica e dialogam abertamente.

    ResponderExcluir
  111. Xico,

    A rigor, temos o direito de aceitar somente os comentários que quisermos. Isto aqui não é um espaço público, aberto, onde os autores têm a obrigação de publicar tudo o que se manda para cá. É um espaço particular. Quando você escreve um comentário aqui, aparece a mensagem de que o blog tem moderação, o que significa que os autores exercerão seu direito de publicarem o que quiserem.

    Mas, se você ler os mais de cem comentários postados aqui, verá que tem muita coisa de gente que discorda. Portanto, sua afirmação não é justa nem verdadeira. Leia também os comentários a outros posts e verá que publicamos opiniões contrárias.

    No post "Tempora Mores - Ainda em 2010" eu deixei bem claras as razões pelas quais não publicamos determinados comentários. Nem precisaríamos explicar, mas explicamos.

    Como eu disse, se você acha que está certo e que tem a verdade, e que todos têm o direito de ter seus comentários publicados no espaço de outros, abra seu próprio blog e publique suas idéias e os comentários que vierem.

    Aliás, continue freqüentando o blog que você mencionou e publique lá seus comentários. É um excelente blog. Aliás, você teve seu comentário publicado lá e respondido magistralmente pelo autor do blog. Não foi suficiente?

    ResponderExcluir
  112. A questão não é essa, eu já tenho meu blog e já interajo em outros tbm.

    Só imaginei que uma autoridade cristã fosse mais dialogavel, respondendo às críticas a altura.
    Esse retrato de Bultmann que foi pintado em sua descrição, é prejudicial a teologia brasileira por que a maioria dos internautas acredita nisso, sem consultar a literatura em primeira mão.

    Nessa descrição de Bultmann falta situá-lo na depressão mundial pós-guerra e "pós-liberalismo". E mais importante: a desmitologização é apenas uma de suas teses.

    ResponderExcluir
  113. Xico,

    Meu entendimento de Bultmann está correto e o retrato dele desenhado aqui é benéfico para a teologia brasileira. Ele tem outras teses, mas esta da desmitologização, que o leva a entender os milagres da Bíblia como construções míticas da fé dos discípulos, e não fatos históricos acontecidos no tempo e no espaço, pode ter sido feita antes ou depois da guerra, o efeito é o mesmo: Cristo não ressuscitou realmente de entre os mortos. O que para mim, coloca Bultmann fora do círculo cristão.

    Eu costumo responder críticas -- é só ler outras postagens neste blog. Só que as suas, feitas no blog História e Debate, mostram a sua falta de compreensão do assunto e do que eu disse, e já foram corretamente respondidas pelo autor do blog. POrtanto, não há o que dialogar.

    ResponderExcluir
  114. Olá Pastor!Bom n sei se vais lembrar de mim,Meu nome é Germana e frequentei a I Igreja Presbiteriana aqui em Recife,estudava com Samuel.é um prazer reve-lo e ter acesso ao seu blog e assim ler matérias bem interessantes!saiba q sempre passarei aqui para dar uma olhada!
    beijos!

    ResponderExcluir
  115. Excepcional!

    Bultmann, foi fenomenal para o seu tempo, soube ser pietista e 'liberal', não negociou com a fé em Jesus de Nazaré, em detrimento da sua releitura moderna. No entanto, deixou muitas portas abertas para um 'liberalismo' libertino, que de nada serve, senão para abdicar da fé.

    Acho só que deveríamos tentar entender ou reformular a partir de nosso tempo, os postulados desse grande teólogo!

    Parabéns pela sua sensatez, Augustus.

    Jason Costa
    aluno STBSB-RJ

    ResponderExcluir
  116. o que há de importante neste texto do lopes?
    há aqui apenas ingenuas observasoes e louvores de um amador!
    observacoes tais como:


    as pessoas de hoje nao O entenderam/ que sua teologia nao foi assaz eficaz/que a intencao dele era boa,e o alvo dele tambem legitimo/que acusa-lo de ter esvaziado as igrejas europeias é injusto/que os ideais dele,hoje, nao ha quem defenda

    ResponderExcluir
  117. EXCELENTE!

    COMO PODERIA ESTE APRENDIZ, CONHECER MAIS DO QUE SE MENCIONA ACERCA DE COISAS TÃO INTERESSANTES...?

    PARABÉNS A TODOS MESMO QUE DIVERSOS.

    MAIS CONVENHAMOS, COMO PODEREMOS NÓS SABERMOS O QUE DE FATO É BOM SENÃO PELOS SEUS FRUTOS, E MESMO PROVÁ-LOS(CONHECENDO SEUS TEÓRICOS), ASSIM SENDO UMA OU MAIS COISAS SÃO DE SE QUESTIONE:

    JESUS CRISTO NOS DISSE QUE "PELOS FRUTOS CONHECEREIS...", SE MÁ ÁRVORE, MAU FRUTO, SE BOA ÁRVORE, BOM FRUTO.
    OK! QUEM TEM PRODUZIDO O BOM OU MAU FRUTO?
    QUE DEUS CONTINUE NOS ABENÇOANDO.

    ResponderExcluir
  118. Como é bom saber que existem homens de Deus, os quais levantam a bandeira da teologia pura e santa! Muitos não se posicionam por medo de perder “amizades”, de prejudicar sua ascensão denominacional ou por simples corporativismo. Esse tema era exclusivo do meio acadêmico, e não faz muito tempo. As igrejas ingenuamente sustentavam Escolas Teológicas sem ter o conhecimento de que doutrinas demoníacas eram ensinadas como a verdade. Nada contra conhecê-las. Porém, é preciso ser claro: são doutrinas de demônios. Defendê-las no meio acadêmico, escondendo-se por trás de púlpitos, de pregações eloquentes, é no mínimo farisaísmo. Doutrinas que mitificam tudo, anulam os milagres e o poder de Deus, como poderiam ser saudáveis? Na realidade, heresias e controvérsias sempre existiram, isso não é novidade. Só a aparência é que se torna mais produzida para esconder a podridão. Nas cartas às igrejas da Ásia, Jesus é enfático em ser contra aqueles que toleram hereges e heresias. É necessário dizer de que lado estamos, se do lado de Deus ou do diabo.

    ResponderExcluir