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quinta-feira, janeiro 13, 2011

Ainda chorando (e agindo) por nossas tragédias!

Estamos ainda em estado de choque pelos terríveis acontecimentos no Rio de Janeiro, onde as avalanches de terra e enchentes ceifaram mais de 400 vidas, testemunhando enchentes em São Paulo e Minas, também com perdas de vidas e de bens básicos, amealhados com grande sacrifício. Lembramos que, mais uma vez, as últimas viradas de anos têm sido marcada por tragédias. Em 2008/2009 foram inundações e deslizamentos assoladores em Santa Catarina. Na transição 2009/2010 tivemos também mortes e prejuízos causados pelas águas, no sudeste do Brasil. Naquela ocasião escrevíamos, também, sobre o terremoto no Haiti e choramos com o conseqüente sofrimento chocante e intenso daquele evento que dizimou cerca de 200 mil pessoas. Um ano depois, aquele povo ainda geme com a orfandade, dissolução social, promessas não cumpridas pela "comunidade internacional" e com a extrema e endêmica corrução arragaida naquela terra. Isso porque ainda não nos saiu da memória o Tsunami de 26.12.2004, no Oceano Índico, quando pereceram cerca de 220 mil pessoas.

Enquanto vemos as cenas de dor e tristeza, e avaliamos tudo isso, procurando aferir o que podemos e devemos fazer, somos levados às Escrituras para procurar alguma compreensão trazida pelo próprio Deus, para esses desastres. É no meio dessas circunstâncias que decidimos recolocar aqui alguns pensamentos que já foram expressos neste Blog, há um ano.

Na ocorrência de tragédias devemos resistir à tentação de procurar respostas que diminuem a bíblica soberania e majestade de Deus, e conseqüentemente não fazem justiça à sua pessoa. Tais “explicações”, “conclusões” e “construções” aparentam ser plausíveis, mas revelam-se meramente humanas, pois contrariam a revelação das Escrituras. Esse tipo de resposta sempre aparece, quando ocorrem desastres; quando diversas vidas são ceifadas e pessoas que estavam entre nós desaparecem, de uma hora para outra. Interpretações estranhas dessas circunstâncias não são novidade e nem têm surgido apenas em nossos dias.

Por exemplo, em novembro de 1755 a cidade de Lisboa foi praticamente arrasada por um grande terremoto. A conclusão emitida por padres jesuítas foi a de que: “Deus julgou e condenou Lisboa, como outrora fizera com Sodoma”. Voltaire (François Marie Arouet), que era um deísta, escreveu em 1756 “Poemas sobre o desastre em Lisboa”. Ali, ele culpa a natureza e a chama de malévola, deixando no ar questionamentos sobre a benevolência de Deus. Jean Jacques Rousseau, respondeu com “Carta sobre a providência”. Nela ele culpa “o homem” como responsável pela tragédia. Ele aponta que, em Lisboa, existiam “20 mil casas de seis ou sete andares” e que o homem “deveria ter construído elas menores e mais dispersas”. Ou seja, procurando “inocentar a Deus e a natureza” ele coloca a agência da tragédia no desatino dos homens, de maneira bem semelhante à que os especialistas contemporâneos e comentaristas da mídia adoram fazer.[1]

Quando do terremoto no Haiti, à semelhança do que ocorreu no Tsunami, alguns depoimentos de pastores, que li, falavam sobre a “mão pesada de Deus, em julgamento”; opinião semelhante à emitida quando do acidente com o avião que transportava o grupo “Mamonas Assassinas”, em 1996. Ninguém tem essa capacidade de julgamento, que reflete apenas orgulho e prepotência.

Mas outros procuram uma teologia estranha às Escrituras, para “isolar” Deus da regência da história. São os mesmos que, quando da ocorrência do Tsunami e do acidente ocorrido com o Vôo 447 da Air France em junho de 2009, emitiram a seguinte conclusão: “Diante de uma tragédia dessa magnitude, precisamos repensar alguns conceitos teológicos” (veja as excelentes reflexões sobre esse último desastre, no post do Augustus Nicodemus, neste mesmo blog). No entanto, em vez de formularmos nossa teologia pelas experiências, voltemo-nos ao ensinamento do próprio Jesus.

Graças a Deus que temos, em Lucas 13.1-9, instrução pertinente sobre como refletir sobre desastres e tragédias. A primeira tragédia tratada é aquela gerada por homens (Vs 1-3). Certos galileus haviam sido mortos por soldados de Pilatos. A Bíblia diz que “alguns” colocaram-se como críticos e juízes (a resposta de Jesus infere isso); deduziram que aqueles que haviam sofrido violência humana, sangue derramado por armas (um paralelo às situações que vivemos nos nossos dias) seriam mais pecadores do que os demais. No entanto, o ensino ministrado pelas Escrituras é o seguinte: Não vamos nos colocar no lugar de Deus. Não vamos nos concentrar em um possível juízo ou julgamento sobre as vítimas. Jesus, em essência diz: cuidem de si mesmos! Constatem os seus pecados! Arrependam-se!

Mas ele nos traz, também, um segundo tipo de tragédias. Esta que é referida é semelhante, guardadas as proporções, a essas enchentes e deslizamentos, ou ao terremoto do Haiti. São tragédias classificadas como “fatalidades”. Jesus fala da Torre de Siloé. O texto (Vs 4-5) diz que ela desabou, deixando 18 mortos. Jesus sabia que mesmo quando, aos nossos olhos, mortes ocorrem como conseqüência de acidentes, isso não impede que rapidamente exerçamos julgamento; não impede que tentemos nos colocar no lugar de Deus. E Jesus pergunta, sobre os que pereceram: “Acham que eram mais culpados do que todos os demais habitantes da cidade”? O ensino é idêntico: Não se coloquem no lugar de Deus; não se concentrem em um possível juízo ou julgamento sobre as vítimas; cuidem de si mesmos! Constatem a sua culpa! Arrependam-se!

O surpreendente é que Jesus passa a ilustrar o seu ensino com uma parábola (Vs.6-9). Ele fala de uma figueira sem fruto. Aparentemente, a parábola não teria relação com as observações prévias, mas, na realidade, tem. Ela nos ensina que vivemos todos em “tempo emprestado” pela misericórdia divina. O texto nos ensina que:

Figueiras existem para dar frutos - o homem vinha procurar frutos - essa era sua expectativa natural. Todos nós fomos criados para reconhecer a Deus e dar frutos. Esse é o nosso propósito original.

Figueiras sem frutos “ocupam inutilmente a terra”. O corte é iminente, e justificado a qualquer momento.

O escape: É feito um apelo para que se espere um pouco mais, na esperança de que, bem cuidada e adubada, a figueira venha a dar fruto e escape do corte.

Lições para o vizinho? Jesus não apresenta a figueira como um paralelo para fazermos uma comparação com outras pessoas – cujas existências foram ceifadas como vítimas de violência ou fatalidades. Ele quer que nos concentremos em nós mesmos, em nossas próprias vidas, pecados e na necessidade de arrependimento.

Tempo emprestado: O que ele está ensinando e ilustrando, aqui, é que nós, você e eu, como os habitantes das regiões serranas do Rio, de Franco da Rocha, em São Paulo, ou do Haiti, vivemos em tempo emprestado; vivemos pela misericórdia de Deus; vivemos com o propósito de frutificar, de agradar o nosso proprietário e criador.

Creio que a conclusão desse ensino, é que, conscientes da soberania de Deus e de que ele sabe o que deve ser feito, não devemos insistir em procurar grandes explicações para as tragédias e fatalidades. Jesus nos ensina que teremos aflições neste mundo (João 1.33) - essa é a norma de uma criação que geme na expectativa da redenção. 1 Pe 4.19 fala dos que sofrem segundo a vontade de Deus. Lemos que não devemos ousar penetrar nos propósitos insondáveis de Deus; não devemos “estranhar” até o “fogo ardente” (1 Pe 4.12).

Assim, as tragédias, desde as locais pessoais até as gigantescas, de características nacionais e internacionais, são lembretes da nossa fragilidade; de que a nossa vida é como vapor; de que devemos nos arrepender dos nossos pecados; de que devemos viver para dar frutos.

Também, não cometamos o erro de diminuir a pessoa de Deus, indicando que ele está ausente, isolado, impotente. Como tantas vezes já dissemos, “Deus continua no controle”. Lembremos-nos de Tiago 4.12: “um só é legislador e juiz - aquele que pode salvar e fazer perecer”. Não sigamos, portanto, nossas “intuições”, no nosso exame dos acontecimentos, mas a Palavra de Deus. Como nos instrui 1 Pe 4.11: “ se alguém falar, fale segundo os oráculos de Deus”.

Em adição a tudo isso, não podemos cometer o erro de ser insensíveis às tragédias - Pv 17.5 diz: “o que se alegra na calamidade, não ficará impune”; mesmo perplexos, sabendo que não somos juízes nem videntes. Devemos nos solidarizar com as vítimas, na medida do possível. E o que podemos fazer para auxiliar e agir a favor daqueles que foram severamente atingidos nesses desastres causados pelas águas, entre os quais estão vários dos nossos irmãos na fé? A Igreja Presbiteriana do Brasil possui um Conselho de Ação Social (CAS). Contatado, obtive a seguinte informação, sobre o que pode ser feito:

1. Um pastor da região, o Rev. Carlos Augusto, da Igreja Presbiteriana de Magé, presidente do Presbitério de Magé, está responsável pelos esforços de coleta e distribuição de auxílio aos sobreviventes, que se encontram em dificuldade. Eles esperam doações de roupas em perfeito estado, roupas íntimas novas; roupas de cama, mesa e banho; alimentos não perecíveis, velas, material de higiene pessoal, limpesa, etc. Esse tipo de material pode ser entregue ou remetido para o seguinte endereço: Avenida 02, No. 21, Jardim Novo Mundo, Magé.

2. Para doações em dinheiro
a. Igreja Presbiteriana do Brasil (CNPJ 00.118.331.0002/01) - doações terminando em R$2,00
Banco do Brasil, Agência: 4442-3, Conta Corrente - 6000-3
Exemplo: R$ 202,00.

b. Presbitério de Magé (CNPJ 01.264.150-0001/75),
Banco Bradesco, Agência 1546-6, conta corrente, 7806-9.

“Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade” ( 1 João 3.17-18).

Solano Portela

[1] Folha de S. Paulo 28/12/2004; Jornal do Commércio - Recife - 2/1/2005, de onde foram extraídas as citações desse trecho.
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Adaptado de estudos e sermões proferidos em 2005, e de POST de janeiro de 2010

16 comentários:

  1. Caríssimos irmãos:

    Não sei se é pertinente neste momento de dor, mas postei uma reflexão sobre "A origem das tragédias humanas". Postei também vídeo do resgate mais dramático dos últimos tempos. Pensei em compartilhar com os irmãos. Em:

    http://www.filosofiacalvinista.blogspot.com/

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  2. Solano,

    Qual o CNPJ do Presbitério? Em algumas opções de depósito, é necessário dar essa informação.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  3. Caro filósofo conterrâneo: resgate impressionante e emocionante! Vou dar uma passeada no seu post! Obrigado.

    Caro Hélder: Quando obtive a informação ainda não tinha o CNPJ, mas postei provisoriamente. Nesta manhã recebi a informação e já a inseri no texto. OBRIGADO e que Deus o abençoe sempre.

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  4. Caro Solano, entender que Deus é Soberano em todas as suas ações que que todas tem um propósito segundo a vontade Dele é tranquilo. A dificuldade é saber se expressar com a palavra certa e na dose certa para quem está sofrendo. Um abraço, uma roupa, chorar junto, limpar com a enxada lado a lado pode dizer bem mais. Vejo a má compreensão das verdades bíblicas mais em quem se expressa se comparado ao que sofre. Peço a Deus sabedoria para agir na medida exata. Se ajuda contatos tambem podem ser feitos com o Rev. João Alfredo (revjacsantiago@gmail.com), pastor da 1a IP de Petrópolis. Um forte abraço.

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  5. Caro Solano,

    Eu gostaria de entender porque seria um erro procurar respostas diante de uma tragédia, como o do acidente da AF 447? Falo pela aviação ,pois faço parte dela, porque pelo seu texto me dá a entender que seria tirar a glória de Deus, se a caixa preta da aeronave fosse encontrada, e as falhas da aeronave e o que de fato acontceu fosse revelado. Mas não é esse o objetivo da investigação. O obejtivo da investigação é de buscar aprimoramento e melhorias ou pelo menos minimizar as chances de uma nova tragédia do mesmo nível acontecer. Contra fatos naturais, de fato, nada podemos fazer pra evitar, mas naquilo que depende da inteligência que Deus deu ao homem para aprimorar suas criações(como o avião), não consigo ver isso como tirar a presença de Deus na história, se de fato, diante das mesmas circunstâncias, esse acidente da AF pudesse ter sido evitado.

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  6. Somos informados que a causa das catástrofes é fruto de mudanças naturais somadas a ação do homem que gera todo tipo de desequilíbrio ambiental. Mas a questão fundamental é: as catástrofes naturais são, de fato, somente fenômenos naturais?

    Estas são notáveis declarações das Escrituras:

    “Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente; dá a neve como lã e espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas; quem resiste ao seu frio? Manda a sua palavra e o derrete; faz soprar o vento, e as águas correm.” [Sl 147.15-18]

    “Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se secou. Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. Feri-vos com o crestamento e a ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, devorou-a o gafanhoto; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. Enviei a peste contra vós outros à maneira do Egito; os vossos jovens, matei-os à espada, e os vossos cavalos, deixei-os levar presos, e o mau cheiro dos vossos arraiais fiz subir aos vossos narizes; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.” [Am 4.7-10]

    Deus governa a matéria inanimada e os seres vivos. Eu creio nisso, blogueiros! Assim, os desequilíbrios ambientais são meramente causas secundárias, pois por detrás delas está o próprio Deus.

    O fato atual mais delicado sobre as catástrofes são as mortes, que nos levam para outro questionamento: Deus é o responsável pelo que aconteceu no RJ, MG, SP...? Acho que os filósofos citados neste post não tiveram a base ou alicerce correto para a construção de seus pensamentos (os quais acabam desmoronando e "matando"). Nós, os cristãos, antes de colocarmos Deus no banco dos réus, devemos considerar Gn 3 e meditarmos profundamente nessa questão. Culpa é algo inerente ao homem rebelde e não ao Santo Deus. Acontece que é mais fácil acreditar numa “mãe natureza que está em transformação” do que em um Deus que é Soberano sobre tudo e sobre todos e que ao longo da história do homem dá sinais de que algo maior se aproxima: o Juízo Final [Mt 24]. Se a segunda for verdadeira, faz todo sentido a lição central de Lc 13.1-9: "cuidem de si mesmos! Constatem os seus pecados! Arrependam-se!"

    Portanto, as catástrofes que acontecem são manifestações do fato de que o mundo presente está sob a maldição de Deus [Gn 3.17], e que a ira de Deus está constantemente sendo revelada do céu contra a impiedade e perversão dos homens [Rm 1.18]. Esses sinais fazem lembrar continuamente que o Juízo está às portas [Tg 5.9].

    Catástrofes, como enchentes, terremotos, epidemias, além de guerras e fomes, são sinaleiros de Deus que apontam para a volta de Cristo e por mais terríveis que eles sejam, “quando eles acontecerem, não devemos ficar atemorizados, mas devemos aceitá-los como dores do nascimento de um mundo melhor” Anthony Hoekema

    Se não crermos assim, mesmo que o sofrimento seja extremo, devemos então deixar com que a nossa esperança seja arrastada pelas enchentes do ceticismo e da dor...

    Em Cristo,

    Danilo.

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  7. Somos informados que a causa das catástrofes é fruto de mudanças naturais somadas a ação do homem que gera todo tipo de desequilíbrio ambiental. Mas a questão fundamental é: as catástrofes naturais são, de fato, somente fenômenos naturais?

    Estas são notáveis declarações das Escrituras:

    “Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente; dá a neve como lã e espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas; quem resiste ao seu frio? Manda a sua palavra e o derrete; faz soprar o vento, e as águas correm.” [Sl 147.15-18]

    “Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se secou. Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. Feri-vos com o crestamento e a ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, devorou-a o gafanhoto; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. Enviei a peste contra vós outros à maneira do Egito; os vossos jovens, matei-os à espada, e os vossos cavalos, deixei-os levar presos, e o mau cheiro dos vossos arraiais fiz subir aos vossos narizes; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.” [Am 4.7-10]

    Deus governa a matéria inanimada e os seres vivos. Eu creio nisso, blogueiros! Assim, os desequilíbrios ambientais são meramente causas secundárias, pois por detrás delas está o próprio Deus.

    O fato atual mais delicado sobre as catástrofes são as mortes, que nos levam para outro questionamento: Deus é o responsável pelo que aconteceu no RJ, MG, SP...? Acho que os filósofos citados neste post não tiveram a base ou alicerce correto para a construção de seus pensamentos (os quais acabam desmoronando e "matando"). Nós, os cristãos, antes de colocarmos Deus no banco dos réus, devemos considerar Gn 3 e meditarmos profundamente nessa questão. Culpa é algo inerente ao homem rebelde e não ao Santo Deus. Acontece que é mais fácil acreditar numa “mãe natureza que está em transformação” do que em um Deus que é Soberano sobre tudo e sobre todos e que ao longo da história do homem dá sinais de que algo maior se aproxima: o Juízo Final [Mt 24]. Se a segunda for verdadeira, faz todo sentido a lição central de Lc 13.1-9: "cuidem de si mesmos! Constatem os seus pecados! Arrependam-se!"

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  8. Portanto, as catástrofes que acontecem são manifestações do fato de que o mundo presente está sob a maldição de Deus [Gn 3.17], e que a ira de Deus está constantemente sendo revelada do céu contra a impiedade e perversão dos homens [Rm 1.18]. Esses sinais fazem lembrar continuamente que o Juízo está às portas [Tg 5.9].

    Catástrofes, como enchentes, terremotos, epidemias, além de guerras e fomes, são sinaleiros de Deus que apontam para a volta de Cristo e por mais terríveis que eles sejam, “quando eles acontecerem, não devemos ficar atemorizados, mas devemos aceitá-los como dores do nascimento de um mundo melhor” Anthony Hoekema

    Se não crermos assim, mesmo que o sofrimento seja extremo, devemos então deixar com que a nossa esperança seja arrastada pelas enchentes do ceticismo e da dor...

    Em Cristo,

    Danilo.

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  9. Caro Alexandre:
    Boas palavras. A Bíblia também nos ensina que o sofrimento não é algo que possa ser aquilatado, e muitos menos minimizado, por quem não sofre. Na realidade Paulo diz que o sofrimento, quando vem até nós, é para nos capacitar a consolar os que passarão por aflições, pois somos confortados pelo próprio Cristo (2 Cor 1.4-7).
    Abs
    Solano

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  10. Caro Marcelo:

    Certamente não é um erro procurar as causas de um acidente. Jesus, certamente, não está se colocando contra a investigação técnica da queda da torre de Siloé, mas fala contra as ilações de juízo, que comumente são proferidas pelos homens.

    Um acidente aéreo, ou outro qualquer, deve ter as causas investigadas, chegando até a conclusão, se assim for, das chamadas "falhas humanas".

    O ponto, aqui, é quando alguém pretende ter acesso às causas últimas. E aí, ninguém tem acesso à mente de Deus.

    Assim, a tentação é - ou de julgar os que perecem, ou de diminuir a pessoa e a soberania de Deus, dizendo que "Ele não tem nada a ver com isso".

    O ponto é: quando tragédias ocorrem, quer as que chamamos de "causas naturais" (como no Rio), quer as claramente geradas por mãos humanas (como a violência assassina que impera) - essas coisas devem PRIMARIAMENTE servir de alerta a cada um de nós sobre a transitoriedade da vida. Como anda a nossa vida, perante as demandas do nosso Deus?

    Um abraço,

    Solano

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  11. Caro Danilo Neves:

    Grato por suas considerações e pertinente comentários sobre o tema.

    Solano

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  12. OK, Solano.

    Obrigado pelos esclarecimentos!

    Deus continue os abençoando!

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  13. Presb.
    Muito oportuno o post.Como foi dito isso nos faz lembrar nossa fragilidade, nos tornando mais humildes, generosos, solidários e que realmente a alegria e tristeza vem para todos independente do seu status social ou espiritual. Quanto
    a discussão teológica do tema fico quieta e quando vem a tentação de julgar procuro tirar do pensamento e me focar no sofrimento dos que estão passando por isso, pois tenho a certeza que não sou melhor do que eles, para que desta vez, não ter sido atingida.
    Deus o abençoe.t

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  14. Confesso que exitei em fazer qualquer cometário seja em outros blogues ou mesmo no meu. Mas iluminado o entendimento sobre providencia divina percebi que o cáos é uma oportunidade de refazer as coisas. Fundamentos básicos como o de não julgar é uma ponte para respirarmos os ares da providência de maneira a enxergar o propósito dela. lendo este artigo pude então refletir melhor sobre a questão da região serrana e até ousar postar alguma coisa tanto aqui como no meu blog, repensando o valor da providência divina ... o artigo é: http://resenhaereino.blogspot.com/2011/01/o-trabalho-providente-de-deus-continua.html

    Graça, paz e saúde.

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  15. Todas essas tragédias nos deixam chocados e, muitas vezes, não há explicação suficiente que traga consolo.

    No caso dos desastres brasileiros, é preciso lembrar que a grande maioria das vítimas sofreu as conseqüências de viver à margem da sociedade, em áreas impróprias, o que claramente é fruto do grave pecado de exclusão social das nossas grandes cidades.

    A especulação imobiliária é imensa, provocando preços de habitação altíssimos e virtuais, forçando as pessoas a morarem onde ninguém deveria morar.

    Neste caso, não basta dizer "não julgar", mas é preciso lembrar que todos somos culpados.

    Qualquer dúvida, é só ir para uma grande cidade com uma família pra sustentar tendo uma renda entre 1 e 3 salários mínimos e ver onde é possível morar.

    É fácil encontrar casas e aptos que deveriam valer metade ou menos do que valem, sendo o excedente pura especulação de investidores que compram várias unidades. O comprador final, ou seja, aquele que só quer uma casa pra morar, é obrigado a pagar valores virtuais que inflacionam o mercado e provocam a favelização. Resultado, não há espaço, chove e as pessoas morrem.

    No fim, é claro, tudo isso é fruto do pecado.

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  16. O paradoxo de Epicuro (321-270 a.C.) continua sendo desconfortante para nós, teístas e, feitas as tentativas na história, desde agostinho e Leibniz, ainda continua insolúvel.

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