Dr. Michael Behe é bioquímico e tornou-se conhecido por defender a existência de complexidades irredutíveis no mundo molecular que jamais poderiam ter se formado por meio do processo defendido pelo darwinismo evolucionista. Behe defende que há um propósito inteligente claramente discernível por detrás da formação das complexas "máquinas" moleculares que compõem a vida.
Ele esteve no Mackenzie para falar no IV Simpósio "Darwinismo Hoje" (os vídeos estarão em breve disponíveis no site do Mackenzie) e me concedeu esta entrevista no programa Academia em Debate, da TV Mackenzie Digital. Aqui falamos de fé, ciência, ateísmo, evolucionismo e temas afins.
Assista aqui a entrevista.
Prezado Nicodemus,
ResponderExcluirSegundo o prof. Bartelt, a teoria do Design Inteligente de Michael Behe e William Dembski não pode ser reputada como ciência por uma razão muito simples: é que se assumirmos que Behe está certo, e que os seres humanos são capazes de discernir planejamento, então sugiro que podem também discernir planejamento deficiente (processamos empresas por isso o tempo todo!). Em A Caixa Preta de Darwin, Behe define design como "arranjo de partes visando um propósito." E quando as "partes" não têm propósito segundo nenhum critério padrão de engenharia? Quando confrontados com o "Projetista Desajeitado" -- quem quer que tenha projetado a espinha, o canal de nascimento, a próstata, o fundo da garganta, etc.-- Behe e os adeptos do DI refugiam-se na teologia.* [Isto é, Deus pode fazer qualquer coisa que quiser, ou, Nós não somos competentes para julgar a inteligência segundo os padrões de Deus, etc.]
Boa sorte!
Por que não dizer que o darwinismo também se refugia em um certo de teologia ao partir do pressuposto que o Deus não existe? Porque, querendo ou não, eles não podem provar que Ele não existe.
ResponderExcluirDeus pode fazer qualquer coisa, inclusive salvar seres humanos.
Crítico,
ResponderExcluirVou começar com o argumento da autoridade. Você cita este professor como a base de sua argumentação. Este tipo de argumento corta dos dois lados, pois eu poderia também citar professores renomados que acham que o darwinismo, como ciência, está em crise e precisa de uma revisão urgente. Por exemplo, mais de 700 cientistas (de várias disciplinas), convencidos por novas evidências científicas de que a evolução darwiniana é deficiente, assinaram uma lista afirmando serem “céticos das afirmações que a mutação aleatória e a seleção natural expliquem a complexidade da vida".
Você pode ler o manifesto e os nomes dos cientistas neste link aqui:
http://www.discovery.org/scripts/viewDB/filesDB-download.php?command=download&id=660
Outra coisa. Ao afirmar que DI não é ciência, você está pressupondo que existe um consenso sobre o conceito de ciência. Todavia, como você deve saber, não existe este consenso. Cientistas, historiadores e filósofos de ciência não concordam sobre como definir a ciência. O maior problema é a demarcação: como definir a ciência e distingui-la da pseudociência, metafísica, história, religião ou outras formas de pensamento ou inquirição? Não há uma única resposta, mas muitas.
Os próprios darwinistas reconhecem o design intencional da vida, ainda que acreditando que seja apenas aparente, como o famoso Richard Dawkins: “A biologia é o estudo de coisas complexas que dão a impressão de ter um design intencional.”
Portanto, existe a admissão tácita de que há design intencional nas coisas complexas, ainda que seja aparente para eles. Afirmar que causas inteligentes são empiricamente detectáveis é afirmar a existência de métodos bem-definidos que, baseados nos aspectos observáveis do mundo, podem distinguir com segurança causas inteligentes de causas naturais não dirigidas.
O DI se apresenta como um um argumento contra a afirmação darwinista ortodoxa de que forças inconscientes como variação, herança genética, seleção natural e o tempo sejam capazes de explicar as principais características (complexidade e diversidade) do mundo biológico. E aqui o DI surge no rastro de uma afirmação de Darwin: "Se se pudesse ser demonstrada a existência de qualquer órgão complexo que não poderia ter sido formado por numerosas, sucessivas e ligeiras modificações, minha teoria desmoronaria por completo". Portanto, o DI tenta mostrar isto que Darwin admitiu seria possível de ser demonstrado cientificamente, a complexidade irredutível e o design intencional da máquina da vida.
Outra coisa. Vários exemplos que eram usados pelos darwinistas de design incompleto ou imperfeito que apontavam para restos do processo evolutivo já foram descartados. Um deles é o famoso dedo polegar do urso panda, considerado inútil e como prova de um processo evolutivo ao acaso pelo darwinista Stephen Gould em 1986. Mas, cientistas demonstraram que na verdade é o contrário: o dedão tem uma utilidade maior do que se pensa. Eis os dados do artigo: Endo et al. (Nature 397 [1999]: 309-310) sobre o mecanismo do pseudo-polegar do panda.
Um outro exemplo mais recente é do DNA lixo. Como você deve saber, pensava-se que mais de 95% do DNA humano não tinha função e era o lixo que restou do processo evolutivo do genoma humano. Este "fato" era usado contra a idéia do design proposital. Todavia, meses atrás, uma equipe de cientistas do projeto ENCODE soltou os resultados: longe de ser lixo, aquele DNA tem uma função indispensável e determininantes na condificação dos gens. E agora? Mais um exemplo de projeto desastrado que não era tão desastrado assim.
Por fim, indico os vídeos de um simpósio no Mackenzie exatamente sobre isto, que você pode assistir aqui:
http://www.mackenzie.com.br/3_darwinismo_videos.html
Espero ter ajudado.
Ah, uma última coisa - por que as pessoas sentem necessidade de se esconder atrás de pseudônimos e até mesmo criar perfis e blogs falsos para expressar suas críticas? Será que estas pessoas nunca vão evoluir?
Crítico
ResponderExcluirVocê está equivocado, isso é uma via de uma mão e não de duas mãos. Vejamos dois exemplos fictícios que provam isso.
1. Certo arqueologo encontra certo tipo de sinais em muitas placas de pedra. Alguns supõem que é uma escrita, outros supõem que não. Eventualmente programas de computador feitos com a finalidade de reconhecer se sinais são escrita ou não, resultam mostrar que tais sinais são realmente escrita. Posteriormente, tais sinais são decifrados, e textos inteligíveis, elucidadores e interessantes são traduzidos para o português. Mas entre os textos, há narrativas com as quais alguns historiadores não concordam, que consideram absurdas. Seria racional voltar atrás e concluir que tais sinais realmente não são escrita?
2. Cientistas recebem sinais de rádio vindos do espaço, que claramente mostram inteligência. Conseguem discernir o número Pi, muitas relações fundamentais da matemática e da física, etc. Com base no que é recebido, conseguem discernir todo um código de linguagem. O público está eufórico com essa prova de vida inteligente extraterrestre. Mas eventualmente, as mensagens trazem descrições astronômicas e da física com as quais os cientistas terráqueos não concordam. Seria inteligente concluir que na verdade não há mensagem nenhuma? Que nenhum ser inteligente pruduziu aqueles sinais eletromagnéticos?