Patrulhamento teológico, ou responsabilidade cristã?
Ensaio a propósito do falecimento do escritor Rubem Alves (1934-2014)
“... exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. Judas 1.3
Vivemos em meio a heresias e distorções do cristianismo histórico, e somos impelidos, pela própria Bíblia a, repetidamente, reafirmar os ensinamentos das Escrituras. É verdade que por vezes cansamos e chegamos a duvidar se vale a pena gastar tempo em tanta discussão. Alguns críticos, neste nosso blog, várias vezes aventaram se não estávamos forçando um pouco a barra em cima dos liberais. Deveríamos falar de outras coisas; de pontos mais positivos.
É verdade que ninguém gosta muito de controvérsia. Apesar de umas poucas pessoas darem a impressão de serem alimentadas por dissonâncias de opiniões, a grande maioria, principalmente do Povo de Deus, procura a concórdia e a harmonia. Não nos sentimos bem discutindo questões a toda hora e isso é um reflexo de que Deus nos tem chamado “à paz” (1 Co 7.15). No entanto existe “paz” que pode ser enganosa, superficial e até mortal. Controvérsias doutrinárias, por mais desagradáveis que sejam, ocorrem no seio da igreja. Muitas vezes somos sugados a uma batalha que não nos alegra, nem representa o nosso desejo. Estas ocorrem na época e na providência divina, exatamente para nos testar, para que o nosso testemunho possa ser renovado, para que aqueles que introduzem falsos ensinamentos sejam revelados e identificados na igreja visível. A história já provou como a doutrina verdadeira é depurada, triunfa e é cristalizada e esclarecida às gerações futuras, no cadinho da controvérsia.
Como bem indica Judas 1.3 (acima), esta é uma luta não só de especialistas ou de algum "clero especializado, mas de todos nós. Temos que ter a consciência de que vivemos uma batalha na qual nossas mentes e corações são testados pelas mais diferentes correntes de pensamento. Ela é vencida quando brandimos a Espada do Espírito – a Palavra de Deus; quando nos empenhamos no estudo das Escrituras e enraizamos suas doutrinas nas nossas vidas, de tal forma que vamos ficando equipados a reconhecer o erro e seus propagadores. Sempre mantendo uma postura cristã no trato, devemos ter firmeza doutrinária sobre o que cremos, principalmente porque existem aqueles que não possuem o mínimo apreço pela Bíblia, mas sorrateiramente possuem seguidores em nossos arraiais.
Um grande exemplo claro disso foram os convites que eram feitos ao famoso educador, escritor e ex-pastor Rubem Alves para conferências e palestras em igrejas presbiterianas, nos no início deste século (>2000). Ele estava sendo convidado, apresentado e reverenciado em certos círculos presbiterianos e isso motivou até uma decisão do concílio maior da igreja - para que ele não tivesse a plataforma eclesiástica, contra a qual havia se pronunciado e se insurgido em tantas ocasiões. Agora, com o seu falecimento neste dia 19 de julho de 2014, ressurgem pronunciamentos enaltecendo não apenas as qualificações literárias do falecido, mas também a presença de um suposto espírito cristão elevado e uma mensagem essencialmente cristã em suas palavras e textos.
Um grande exemplo claro disso foram os convites que eram feitos ao famoso educador, escritor e ex-pastor Rubem Alves para conferências e palestras em igrejas presbiterianas, nos no início deste século (>2000). Ele estava sendo convidado, apresentado e reverenciado em certos círculos presbiterianos e isso motivou até uma decisão do concílio maior da igreja - para que ele não tivesse a plataforma eclesiástica, contra a qual havia se pronunciado e se insurgido em tantas ocasiões. Agora, com o seu falecimento neste dia 19 de julho de 2014, ressurgem pronunciamentos enaltecendo não apenas as qualificações literárias do falecido, mas também a presença de um suposto espírito cristão elevado e uma mensagem essencialmente cristã em suas palavras e textos.
Ora, ninguém disputa as grandes qualificações acadêmicas e o enorme talento que o Sr. Rubem Alves possuiu. Ele encantou multidões, principalmente educadores, com suas palestras e livros de histórias. No entanto, como desconhecer que foi uma pessoa que abjurou publicamente da fé? Como ignorar que ele, tanto explicitamente como nas entrelinhas, propagou uma mensagem destrutiva contra os ensinamentos da Palavra de Deus? Se a situação de tietagem teológica equivocada estava se alastrando a um ponto em que o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, definiu explicitamente que ele não deveria ocupar púlpitos da denominação, será que com a sua morte haverá o esquecimento disso e caminhamos para uma quase "canonização" protestante? É claro que o seu nome é alvo da abordagem politicamente correta que, em ocasiões do falecimento, oblitera as falhas e exalta as virtudes, mas o problema é que essa visão enaltece pronunciamentos metafísicos do Rubem Alves, que são letais para a alma. Não podemos passar às gerações à frente a ideia de que tombou no campo de batalha um grande general, ou mesmo soldado, cristão, que foi injustiçado ou incompreendido em suas proposições.
Se você duvida da propriedade dessa análise (ou até da decisão conciliar da Igreja Presbiteriana), veja algumas frases que Rubem Alves proferiu, em 2003, em uma igreja presbiteriana do Rio de Janeiro que o havia convidado para uma cerimônia (pasmem!) de comemoração da Reforma do Século 16 – logo ele, que é contra tudo o que os reformadores ensinaram. Disse ele: “... Deus criou o homem e viu que era bom. Ser homem deve ser, na realidade, melhor do que ser Deus tanto que Deus se encarnou como homem. Somente um Deus cruel e sádico enviaria seu próprio filho para morrer daquela forma para pagar os pecados humanos. Essa ideia é construção do medievalismo. Acho que Deus quis ser homem porque ser homem deve ser melhor do que ser Deus”.
Acho que dá para entender por que não podemos deixar passar esse resgate de sua biografia em branco. Faz parte do "batalhar pela fé". Deus é todo-poderoso e não precisa de nós para cumprir seus propósitos. Na realidade, é o próprio Cristo que nos ensina que “as portas do inferno” não prevalecerão sobre a sua igreja. No entanto, é a sua Palavra que nos comissiona a vigiar e orar; a estarmos alerta porque Satanás está nos rodeando, almejando a nossa queda. Que Deus nos capacite e nos dê discernimento sobre a multidão de ensinamentos falsos que estão infiltrados no meio dos evangélicos pela ação dos falsos mestres. Rubem Alves pode ser lembrado como um grande escritor e exímio contador de estórias, mas nunca como um teólogo, ou como alguém que tinha uma mensagem verdadeira das coisas espirituais.
Se você duvida da propriedade dessa análise (ou até da decisão conciliar da Igreja Presbiteriana), veja algumas frases que Rubem Alves proferiu, em 2003, em uma igreja presbiteriana do Rio de Janeiro que o havia convidado para uma cerimônia (pasmem!) de comemoração da Reforma do Século 16 – logo ele, que é contra tudo o que os reformadores ensinaram. Disse ele: “... Deus criou o homem e viu que era bom. Ser homem deve ser, na realidade, melhor do que ser Deus tanto que Deus se encarnou como homem. Somente um Deus cruel e sádico enviaria seu próprio filho para morrer daquela forma para pagar os pecados humanos. Essa ideia é construção do medievalismo. Acho que Deus quis ser homem porque ser homem deve ser melhor do que ser Deus”.
Acho que dá para entender por que não podemos deixar passar esse resgate de sua biografia em branco. Faz parte do "batalhar pela fé". Deus é todo-poderoso e não precisa de nós para cumprir seus propósitos. Na realidade, é o próprio Cristo que nos ensina que “as portas do inferno” não prevalecerão sobre a sua igreja. No entanto, é a sua Palavra que nos comissiona a vigiar e orar; a estarmos alerta porque Satanás está nos rodeando, almejando a nossa queda. Que Deus nos capacite e nos dê discernimento sobre a multidão de ensinamentos falsos que estão infiltrados no meio dos evangélicos pela ação dos falsos mestres. Rubem Alves pode ser lembrado como um grande escritor e exímio contador de estórias, mas nunca como um teólogo, ou como alguém que tinha uma mensagem verdadeira das coisas espirituais.
Apoiadíssimo. Em minha linha do tempo no Facebook postei uma mensagem onde estava a declaração dele para a revista IstoÉ onde abjurava da fé cristã. A revista ULTIMATO publicou as declarações apóstatas dele em sua edição de janeiro/fevereiro de 2003.
ResponderExcluirCaro presb. Solano, entendo que não é patrulhamento, trata-se dever legítimo cristão, as Sagradas Escrituras são clara, quais devem ser nossos paradigmas, nossos modelos: "Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram", Hb. 13.7
ResponderExcluirRubem esteve no nosso meio, mas não dos nossos, na quinta-feira passada solicitei que nossa Igreja se colocasse em oração em favor da existência dele, juntos clamamos ao SENHOR por ele. Mas, no que diz respeito ao seu legado, ele não construiu para o Reino, lamentavelmente. Hoje, pela manhã oramos em favor de seus queridos filhos e esposa. Forte abraço em todos.
Não dá pra levar a sério um grupo que se auto intitula ortodoxo, mas que até mesmo na morte de alguém tenta se auto enaltecer. Não é defesa da fé não, isso aí é sapatear em cima do caixão alheio pra poder dizer: "minha teologia venceu".
ResponderExcluirCaro Presb. Solano Portela.
ResponderExcluirNunca é demais o que os gigantes escrevem e escreveram para orientar a nossa fé. Os autores deste blog, para mim, são gigantes, e creio que devemos olhar sobre os ombros dos gigantes. Agradeço muito a Deus e oro a Ele pelos senhores, pois nos tem ajudado a dar respostas sobre a razão da nossa fé.
Obrigado!!!
Nivaldo Siqueira
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Gálatas 1:8-9
ResponderExcluirBOM DIA.
ResponderExcluirPB SOLANO, estava esperando "alguém de peso" se posicionar sobre o assunto, tenho que confessar que achava estranho as citações de frases e poemas "leia-se parábolas anti-cristãs" nos púlpitos, busquei entender quem era essa tal Rubem Alves tão aclamado nos púlpitos presbiterianos, via sua historia de aluno do SPS a exilado politico e cursando mestrado e doutorado nos EUA em Princeton, até ai seguiu um caminho "TEOLOGICAMENTE FALANDO" tranquilo, mas após isso, foram um centena se não milhares de declarações,citações, artigos e até livros, com conteúdo ácido, desprezando as escrituras, frases como DEUS é um sádico, Se acredito em DEUS, qual dEUS? O inferno seria algo de um DEUS mau, ser homem é melhor que ser DEUS, etc... fiquei pensando como falar de alguém que fez o que fez pela educação e literatura?, e como não se posicionar contra alguém que desmerece o sacrifício de Cristo? não tenho a erudição do Pb Solano e não sei um dia a terei, mas sinto representado por esse texto, fico triste em ver essa situação!e perplexo tentando entender quem o admira como "teólogo" (pois como educador e escritor ele é digno de admiração)no que crê e como concilia a fé com os pensamentos quase de "ATEU" que ele propagava...
Eu sempre admirei um ilibado e idôneo teólogo, e me penitencio por não ter aprofundado meus conhecimentos ao que tange a teologia.
ResponderExcluirMas mesmo com meu exíguo conhecimento busco a cada dia aprimoramento, e já que não sou um teólogo, permita-me através do dom que Deus me deu o que eu entendo a cerca do que sentiu Deus ao ver seu filho morrendo lentamente em uma cruz.
***
A sombra da cruz
Olhava para Jesus
que morria em dor,
mas dor que dói mais
do que dor que fere a carne
o cerne
dói na lagrima que escorre
nesta dor que não carcome
esta dor que não e não
pois na dor não acode
por isto dói dentro d’alma
que machuca a calma
ao ver a dor lancinante a doer
e o único filho a morrer.
E o dono da vida
se viu tão impotente
onipotentemente inerte
na impossibilidade de ser
o alivio da dor que ao doer
morria lentamente por mim
e também por você.
...E a sombra da cruz
olhava para Jesus
angustiado vê-lo
amargurado ao tê-lo
percebê-lo vida a morrer
sem poder socorrê-lo
E as trevas funestas
a zombar e a rir
de uma vida a exaurir
onde o seu filho amado
este Deus soberano
tão calado humilhado
ferido sofrendo
qual maldito pregado.
Explodiu-se em clamor
o clamor do amor
foi ao Pai que calado
a sombra da cruz
escorria uma lágrima
o seu filho Jesus
tão doce esta luz
como doce é o amor
se o amor é poder
Ele pôde por amor!
...E o pai que no céu
veio rasgar o seu véu
este véu que em lenço
sei depois do silencio
foi secar suas lágrimas
e na lagrima escorrida
este véu se rasgou
meus pecados lavou!
E na dor de um Pai
ao ver sangue do filho
foi rasgado o véu
foi aberto o trilho
novo e vivo caminho
para o Santo do santos.
...A sombra da cruz
Ele olhava Jesus
se mantinha calado
com os olhos molhados
e o véu sei rasgado
a secar suas lágrimas
pois tão triste estava
ao ver o seu amigo
o seu filho querido
machucado ferido.
Que ao sentir tanta dor
um clamor ecoou
não clamava da dor
sentia falta do amor
pois seu Pai é o Deus
e Deus é amor!
Que por amor se calou
a sombra da cruz
do seu filho Jesus
e sofria ao ver o filho
lentamente a perder todo brilho
para hoje nos iluminar.
_Deus meu Deus meu!
Porque me desamparastes
de mim se retirastes
sua voz tão amiga calaste!
Implorava Jesus
não importava a dor
mas doía em si
a ausência do amor
que na sombra da cruz
escutava o clamor
um clamor de amor!
Deus é amor!
Sua essência é amor
tanto amor que por amor
o próprio filho entregou
de tal maneira amou
seu amor trouxe o perdão.
Na sombra da cruz
hoje vou descansar
pois Jesus Cristo morreu
para o homem salvar.
***
Que Deus continue trazendo-me sempre atento a homens como o senhor para que eu me limite a fazer o que ele mesmo mandou-me fazer....
APENAS ISTO E NADA MAIS!...
Caro Pb. Solano, é preciso mesmo falar a verdade. Ficar em silêncio é uma forma de concordar, é nosso dever defender a fé que nos foi entregue, agora porque no passado o homem foi um grande pregador e depois se desviou não quer dizer que ao morrer seus erros serão apagados, muito pelo contrário, sendo escritor ainda é pior, em tempos de internet tudo fica gravado, o erro deve sim ser denunciado, jamais devemos nos calar diate das heresias que tentam destruir a fé cristã, se o homem (seja ele quem for ) crer e confessar a Cristo, se arrepender de seus pecados estará com Ele, se não, lamentamos, esta é uma doutrina que não exclui ninguém. Hoje temos outros "Rubem Alves" por aí, não preciso citar nomes, mas muitos são os que ocuparam púlpitos das igrejas e depois apostataram. Mais o pior não é apostasia deles e a volta ao lamaçal, mas a presença deles em meio as igrejas defendendo não à Cristo, muito mensos a Palavra de Nosso Senhor, mas seus conceitos e vans sutilezas, falsos ensinos que mantem o povo longe de Deus e caminhando em trevas(os assim chamados iludidos, gente que jura que ta salvo, mas está em trevas.
ResponderExcluirQue Deus tenha misericórdia da sua igreja, (sabemos que Ele tem, mas não custa pedir mais).
Em Cristo.
Muito impróprio o texto. Em primeiro lugar porque não se trata de canonizar Ruben Alves, antes, estabelecer o respeito devido por alguém que, pesando todas as diferenças doutrinárias, foi um intelectual distinto entre seus pares e educador com sólida bibliografia nos currículos universitários no Brasil, e exterior diga-se. Honra-se portanto um gigante brasileiro e a memória do ex-pastor não nubla ou mancha uma carreira devotada à reflexão, insisto, independente dos senões calvinistas. Impróprio ainda o texto porque nas suas entrelinhas deixa evidente um ressentimento surdo, pois, tomadas as providências do Concílio presbiteriano, toda manutenção da questão -- sobretudo no luto -- reflete uma ferida nao curada, uma questao nao resolvida exigindo desforra sobejando assim uma ausência de misericórdia com o pecador. Enfim, não subscrevo a teologia de Ruben Alves (sequer acho que ele tenha uma teologia embora admire sua prosa poética e reconheca seu legado em educação) tampouco acho que há excesso em desfavor dos liberais neste blog, há, certamente, somente a voga exclusiva, a despeito da pastoral, em se defender teologicamente o calvinismo.
ResponderExcluirE a questão que ele diz que foi traído pela IPB durante a ditadura?
ResponderExcluirÉ muito importante saber diferenciar, como feito pelo Pb. Solano Portela, o educador, escritor e pensador Rubem Alves do Rubem Alves teólogo. É muito forçoso enxergar aqui uma tentativa de autoenaltecimento de um grupo, como posto anteriormente. O que se vê aqui é apenas uma defesa da fé bíblica e uma refutação à tentadora ideia da veneração post mortem.
ResponderExcluirPrezado irmão Solano, seu texto foi providencial sobre a questão da vida e morte do escrito Rubem Alves. Pessoalmente, não reconheço qualquer contribuição positiva na esfera eclesiástica e pastoral desse escritor e filósofo, quando, anos atrás, exercia o pastorado até apostatar da fé. Infelizmente firmo isso pois o mesmo foi um percussores, juntamente com Richard Shall, na década de 60 e 70 da famigerada Teologia da Missão Integral. Desculpe-me, mas como pastor, que foi, não deixará saudades.
ResponderExcluirTexto oportunista e sobretudo com um certo ´temor´. Como Calvinista que foi e bebeu da mesma fonte onde o Reverendo bebe é injusto tripudiar e elevá-lo a categoria de herege. Não se trata de provar que a Teologia venceu, ou a tentativa de afastar da história o falecido que outrora fez parte da Igreja Presbiteriana do Brasil.
ResponderExcluirPara além da ortodoxia está a vida, e ela a vida é dada e tirada pelo criador.Se foi o não foi, se fez ou não,jugar sua "teologia" é puro debate de intelectualidade e dizer "Minha Teologia venceu".
Seria nobre da parte do Reverendo ter feito este texto antes da morte do falecido.
Mas a tentativa de manchar a verdade e o legado da vida do falecido é mais uma cartada de apagar da história da Igreja alguém que fez barulho e conseguiu pensar para além das esferas da Teologia.
Não concordo com tudo o que Rubem escreveu e tampouco simpatizo com sua Teologia, mas sou convencido que o debate e a discordância deve ser feita e combatida com e perante o referido. Do contrário é covardia!
Soli Deo gloria
Caro Solano, respeito suas considerações, mas creio que você podia ter esperado um pouquinho mais pra postar este texto, em respeito aos familiares e amigos que ainda estão de luto e sofrendo com a morte dele. Achei uma falta de sensibilidade e bom senso.
ResponderExcluirE incrível [e lamentável] ver comentários das pessoas do tipo: "do escritor e pedagogo eu lamento a morte, mas do teólogo e herege não". Parece que, se ele fosse apenas um teólogo e herege, sua morte deveria ser comemorada.
No mais, obrigado pelo alerta! ;)
Solano, você termina seu texto dizendo que Alves não tinha uma "mensagem verdadeira". Que é a verdade? Acredito que seja o que o Concílio Presbiteriano ensina! Rubem Alves foi um grande pensador, perseguido pela ditadura e denunciado pelos seus "amigos" pastores presbiterianos, "donos da verdade".
ResponderExcluirSolano, gosto muito desse blog, mas há momentos em que o conservadorismo dele causa asco nos leitores!
Carpissimo, seu texto é, no mínimo, inoportuno.
ResponderExcluirÉ desproporcional: quase "canonização" protestante...
E, ao meu ver, promove uma batalha inglória.
Digo isso num espírito irênico, e espero que soe assim. Do contrário, me desfaço de qualquer má impressão.
Segue minhas agradáveis impressões:
O Rubem Alves morre: e deixa um país mais pobre.
O Rubem foi um grande telólogo. Grande tanto, que talvez o maior. Ficou sendo mesmo quando não mais quis ser.
O poeta quis ser, às vezes trazia à tona o teólogo não mais. Não mais?
Era acadêmico, jovem, tinha utopias. Foi muído pela instituição. Muitas reticências aqui. As reticências são partos! São saltos.
Envelheceu: isto é, ficou mais sábio, mais divertido e menos chato.
E citam as suas molequeiras como se ainda fossem teses. O Rubem queria era provocar... "Deus quis ser homem porque era melhor ser homem", diz brincando. Diz sério porque diz para homens que se recusavam a ser homens, menosprezavam o ser homem, disseminavam a culpa de ser! Para Deus, ele talvez não dizia o que dizia.
Mas os homens que dizem que dizer que é melhor ser Deus, mas sem sê-Lo, são os mesmos que acrescentam peso de verdade na tristeza do homem.
A verdade é triste - dizem.
O Rubem que ensinou a ser homem mais leve, que enalteceu o simples, que deu Jardins a Deus, tem que ser herege.
Ah, que tempos!
Voltemos... aos jardins!
Sobre a religiosidade de Bertrand Russel e Rubem Alves, conjecturo a seguir. Chamo o que vou escrever de conjectura, no sentido de que todo conhecimento é conjectural; mas, de fato, darei apenas uma opinião, como se estivesse participando de um "brainstorm".
ResponderExcluirConceituada a religião como um sistema de orientação e devoção, seguindo o raciocínio de Erich Fromm, fica evidente que não há quem não seja religioso. Sob essa perspectiva, há várias religiões, entre elas: a religião utilitarista/capitalista, a religião materialista/comunista, a religião romana dos dogmas e a religião do amor como a mais alta expressão da religião do conhecimento. Esta última foi resumida por Cristo com a máxima "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará", o que coincide com a região de Einstein, Bertrand Russel e Rubem Alves, com a diferença de que a religião de Cristo parte do conhecimento em primeira e última instância que, como tal, é amor e verdade. Deus é amor. Deus é Verdade com v maiúsculo, tudo o mais sendo percepções de aspectos do movimento da existência perecível.
Bertrand Russel afirmou ter abandonado a religião cristã por não ter encontrado fundamento para os seus dogmas. Ele disse que abandonou os dogmas para trabalhar com conhecimento, mas suas conclusões foram tiradas entre os seus 15 e 18 anos, quando ele ainda não era um especialista em teoria do conhecimento. Contudo, creio que ele levou a sério a afirmação "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará", embora com aplicação do conceito num campo restrito da realidade. Talvez ele fosse ateu apenas no sentido de ser contra o "Deus" descrito pelo formalismo religioso, necessariamente fundamentado em dogmas. Ele era um seguidor da religião do conhecimento, embora não tenha se dado ao trabalho de ver que a teoria mais avançada sobre o conhecimento está explicada em 1 Coríntios 13. Ele privilegiou o conhecimento filosófico e matemático, e não foi tão profundo quanto Einstein, que cuidou de conhecer a mente de Deus expresso em leis universais verificáveis na prática.
Quanto a Rubem Alves, após chocar-se contra certos dogmas que feriam o seu intelecto, ele seguiu caminho parecido com o de Russel quanto à apreciação da religião cristã. Contudo, além de não ter a mesma profundidade de Russel quanto à teoria do conhecimento, demonstra ter guardado mágoa por ter sito traído por um dos seus melhores amigos presbiterianos. Ele e Russel, pelo que pude perceber, adotaram tacitamente a religião do amor, além da religião do conhecimento, sem perceber que estavam adotando a teoria do conhecimento de Cristo, explicada em 1 Coríntios 13, entre outras passagens bíblicas.
Creio que, assim, salvo melhor juízo, é possível analisar com lógica e piedade a posição de Rubem Alves. Creio que ele tornou melhores aqueles que o leram.
Os calvinistas são mesmo cruéis, não dão um descanso e nem uma trégua nem com a morte do cara... Eu o conheci como educador e escritor e diga-se de passagem, não pela sua morte, mas pelas suas obras e ações, ele foi muito competente naquilo que se propôs a viver e fazer. Penso que é isso que incomoda até hoje a muitos, pois o cara teve coragem de ser ele mesmo, não como muitos que vivem uma farsa religiosa apenas para usufruir das benesses da sua instituição religiosa. Rezam a cartilha apenas para se manterem nos seus pedestais... Prefiro mil vezes Rubem Alves à esses religiosos hipócritas...
ResponderExcluirEntão é esse o espírito "reformado"?
ResponderExcluirPorque não publicaram enquanto ele ainda estava VIVO?
Porque esperaram o cara morrer para publicarem isso?
???
Como vocês AMAM acender fogueiras! A IPB está galopando rumo a um fundamentalismo mais raso que o chão por conta de vocês, os caciques de hoje! Todavia, a assertiva da esperança!, vocês também passarão! Como escreveu John Spong, os navios fundamentalistas afundarão! Que seja breve o vosso "afundamento"!
ResponderExcluirPois é Márcio Retamero, que de Reverendo nada tem, os navios da homossexualidade não precisarão afundar porque não singrarão os mares cristãos, mas o mar do pecado, e sabemos que as portas do inferno não prevalecerão.
ResponderExcluirExcelente texto, Presb. Solano. Ele é apenas um cronista e pensador. Nada mais. Admirou-me que ele ainda fosse chamado a ministrar em uma igreja, pois não se baseia nas Escrituras.
ResponderExcluirSinto que tudo que cerceia Rubem Alves e a IPB ressoa resentimentos. Não comungo com as ideias de Alves, tampouco com postura da Igreja no passado, no que toca o tratamento com os chamados “subversivos”. Ele não foi feliz em muito de suas falas, e nos como IPB hoje, também não fomos e não seremos felizes em todas as decisões.
ResponderExcluirPéssimo texto, péssima reflexão, péssima teologia. Não do Rubem, do Portela.
ResponderExcluirPouco agradável é fazer um texto deste logo após a morte do Rubem Alves.
ResponderExcluirPor que não escreveu antes?
Concordo que não é porque ele morreu que seria o caso de apagar as divergências, mas não vejo propósito em uma crítica desta logo após a morte do Rubem Alves, como já mencionaram, chega a ser desrespeitoso, concordando ou não com as ideias que ele divulgava.
Não concordo com pesamento teológico de Rubens Alves. nunca o considerei relevante para o meio teológico. não obstante, mas sua mente de educador é realmente brilhante e não vejo mal não algum sitá-lo quando for aportuno. Calvino já dizia que "toda verdade procede de Deus,se algum ímpio disser algo verdadeiro,não devemos rejeitá-lo, porquanto o mesmo procede de Deus. Além disso,
ResponderExcluirvisto que todas as coisas procedem de Deus, que mal haveria em empregar,para sua glória, tudo quanto pode ser corretamente usado dessa forma?”
Excelente texto, Pb. Solano.
ResponderExcluirEu estava presente nesse culto e em minha memória foi em 2003, na Igreja Presbiteriana de Copacabana. Na ocasião da "mensagem" fiquei pensando: ele disse mesmo o que ouvi? Nada do que ele falou lembrava a reforma protestante ou mesmo as Escrituras, nada mesmo. Que bom que alguém se pronunciou e deixou claro que, a despeito de sua contribuição como educador, não poderia ser chamado de cristão.
Abraço,
João de Séllos.
Em primeiro lugar, todos, absolutamente todos os comentários sobre o falecido Dr. Rubem Alves existentes nesta postagem, contra ou a favor das idéias e posturas dele, já haviam sido feitos em vida. Ninguém esperou que ele morresse para distilar seu veneno ou louvar seu conhecimento. Nenhuma baixaria, portanto.
ResponderExcluirComo cronista, RA estava entre os melhores, ao descrever episódios de sua vida, especialmente de sua infância. Como ensaísta, sabia prender a atenção do leitor, especialmente espicaçando sua forma de ver o mundo. Como educador, trouxe algumas contribuições mas, ai de nós, as teorias de educação em voga no Brasil não estão sendo de muito valor para... educar, e têm se mostrado intolerantes para com os que com elas não concordam. Como sociólogo, publicou um livro descrevendo vários pecados do protestantismo brasileiro, mas a solução que propunha era basicamente esquecê-lo. Como teólogo - e ele ERA teólogo por formação e por titulação e assim se apresentou em vários de seus livros, ele foi abandonando a postura reformada calvinista, depois a reforma protestante em si, depois o próprio núcleo da fé cristã, e parecia divertir-se em assim se apresentar. Por mais que se conceda que ele assim fazia para provocar os mais ortodoxos, o estrago que ele fez na formação do protestantismo brasileiro de minha geração foi enorme.
Vejo Rubem Alves como um exemplo da ação da Graça Comum divina, pela qual recebeu vários dons de forma sobremaneira acentuados, mas sem aquele caminhar humilde, diante de Deus, e não de suas próprias idéias.
Perfeito seu comentário. Já estava ficando agoniado lendo tanta besteira nos comentários anteriores. UFA. Deus t abençoe.
ExcluirEstive a ver e ler algumas coisas, não li muito, porque espero voltar mais algumas vezes,mas deu para ver a sua dedicação e sempre a prendemos ao ler blogs como o seu. Se me der a honra de visitar e ler algumas coisas no Peregrino e servo ficarei radiante, e se desejar deixe um comentário. Abraço fraterno.António.
ResponderExcluirProfundamente lamentável a atitude de muitos aqui.
ResponderExcluirOra, não se trata de lançar uma pessoa à fogueira, muito menos de oportunismo, agora que R. Alves morreu. Trata-se de seguir o ensinamento do Senhor Jesus: FORMAR JUÍZO SOBRE O TIPO DE FÉ DE UMA PESSOA A PARTIR DOS FRUTOS QUE ELA PRODUZIU.
É incrível quantos ditos cristãos são cativos ao pensamento politicamente conveniente (que de correto não tem nada): uma pessoa pode dizer-se cristã (e obviamente não tomo aqui R. Alves como exemplo), agir de maneira depravada toda uma vida e, no entanto, não pode ter sua fé questionada por outrem - pois, diz-se, 'não devemos julgar os outros'. Cínicos! Incrédulos! Não foi o julgamento hipócrita, APENAS, que Cristo condenou nos fariseus que condenaram a prostituta?
Onde a Bíblia ensina que não devemos julgar a fé de uma pessoa a partir de sua conduta? É óbvio que aqui não se trata de dizer se uma pessoa, finalmente, é ou não uma das eleitas - mas de analisar a condição PRESENTE da sua fé. O livro de Provérbios diz que devemos julgar com sabedoria.
E o apóstolo Paulo, que advertiu para excomungar falsos cristãos e com eles sequer sentarmos à mesa? Não estava Paulo, por meio disso, implicitamente nos ordenando a julgar a fé de tal pessoa (julgar se era ou não falsa cristã)?
Parabéns pelo artigo, pastor Solano. Parabéns por se ater à Bíblia, não se rendendo à maré da idolatria.
marcelo h.