Meu caro Tadeu,
Fiquei muito feliz com a notícia de que você está pastoreando a igreja de seus pais desde o ano passado. Agradeço a sua carta comunicando o fato e também a confiança depositada em mim, ao expor os conflitos com o ‘grupo de louvor’ de sua nova igreja. Percebo que desde sua posse esse tem sido um dos assuntos que mais o tem afligido. Você foi eleito para cinco anos e ainda há um longo caminho a ser percorrido. Como pastor da igreja, você tem prerrogativas quanto à condução do culto e autoridade para orientar o que vai ser cantado no culto e a maneira como isso vai ser feito. Em alguns casos, o desgaste já é tão grande que não existe mais diálogo possível entre o pastor e o grupo de louvor. Espero que não seja esse o seu caso, e nessa esperança, dou-lhe alguns conselhos.
1) Aconselho que você reconheça que nós, reformados, já perdemos a batalha por um culto simples, espiritual, teocêntrico e equilibrado. O movimento gospel veio para ficar. Nós perdemos, Tadeu, porque erramos na estratégia. Há cerca de dez anos, quando a Igreja Batista da Lagoinha começou a comandar o louvor nas igrejas evangélicas no Brasil, preferimos resistir frontalmente e insistir com nossas igrejas a que ficassem com os hinos de nosso hinário. Foi um erro. Poderíamos, além disso, ter apresentado uma alternativa às músicas deles. Há exceções, mas muitas delas são sofríveis, musicalmente falando, e têm uma teologia fraquíssima. São cânticos permeados de conceitos arminianos, neopentecostais, da teologia da prosperidade e da batalha espiritual, característicos daquilo que é produzido pelos músicos e cantores gospel da atualidade. Infelizmente, não conseguimos oferecer nada melhor desde o início, a não ser apelos para ficarmos com os hinos tradicionais.
2) Comece solicitando ao grupo de louvor uma relação de todos os cânticos do seu repertório e se comprometa a estar em todos os ensaios deles para estudo bíblico a respeito do louvor e da adoração, para analisar a propriedade, a teologia e até mesmo o português desses cânticos. Nesses encontros, aja humildemente e não autoritariamente. Lembre-se que eles estão acostumados a tocar tudo o que querem sem serem críticos do que estão cantando. Procure conduzir as discussões para a Bíblia, como o referencial último de tudo o que vai ser feito no culto. Leve-os a perceberem por si próprios que determinadas letras são inadequadas e a desistirem delas. Nesse sentido, seu maior aliado é o púlpito. Pregue sobre a centralidade de Deus no culto, sobre a necessidade da boa doutrina, sobre o perigo dos falsos ensinamentos, sobre o poder da música para o bem e para o mal e o imperativo de mantermos o culto dentro dos parâmetros bíblicos.
3) Coloque como regra inflexível – se possível aprovada como decisão do Conselho da Igreja – que todos os participantes do grupo de louvor também devem estar totalmente integrados na vida da igreja, participando da escola dominical, das sociedades domésticas, sendo assíduos aos cultos. Mais importante do que tudo, deve ser colocada como condição sine qua non, que suas vidas sejam irrepreensíveis, sendo exemplo para os demais jovens da igreja. Insista que eles devem participar do culto todo e que é inaceitável que após a parte deles, que saiam e fiquem do lado de fora da igreja. Não abra mão disso.
4) Com muito cuidado, procure diminuir o volume com que eles tocam. Domingo à noite fui pregar em uma igreja e sentei-me no primeiro banco, aguardando o momento da pregação. O volume do grupo de louvor estava tão alto que não agüentei – levante-me e sai discretamente. Quando consegui sair do local e chegar do lado de fora, meus ouvidos estavam zumbindo. De alguma maneira, os grupos de louvor têm a idéia de que os cânticos têm que ser tocados e cantados com os instrumentos e o vocal no volume máximo. Uma coisa que você pode fazer para convencê-los de que sempre estão tocando muito mais alto do que é necessário é conseguir trazer um especialista com um medidor de decibéis durante os ensaios para medir o nível de ruído. Isso vai mostrar para eles como muitas pessoas se sentem incomodados – inclusive vizinhos silenciosos que não vão reclamar na polícia, mas que no íntimo já tomaram a decisão que jamais se tornarão crentes. Em especial, trabalhe com o baterista, procurando convencê-lo que o alvo da bateria não é fazer barulho, mas marcar o compasso da música de maneira discreta, misturando-se com a melodia, a ponto de se tornar quase imperceptível. Esse provavelmente será o seu trabalho mais difícil. Se quiser o testemunho de um presbítero que quase ficou surdo com o volume do grupo de louvor, veja seu testemunho aqui.
5) Uma outra tarefa difícil será convencer o guitarrista principal de que o culto não é show e nem os louvores uma oportunidade dele mostrar solos incríveis de guitarra. Exibições individuais da performance dos instrumentistas apenas chamam a atenção para eles – não para Deus. Como alternativa, sugira uma noite de som gospel, num sábado à noite, onde outras bandas poderão ser convidadas para um festival de gospel. E tenha cuidado para não dar a esse encontro qualquer conotação de culto. Lá eles podem mostrar toda a sua capacidade com a guitarra. Mas, no culto, usem os instrumentos de forma discreta, para acompanhar os cânticos.
6) Tente mostrar para eles que mandar o povo ficar em pé toda vez que assumem o microfone nem sempre fica bem. Às vezes o pastor acabou de mandar o povo sentar. Deixem o povo sentado. Não vai prejudicar em nada o louvor se o povo ficar sentado. Além disso, tem velhos, idosos e pessoas doentes que não conseguem ficar vinte minutos em pé. Eles devem pensar também no pregador da noite, que além de ficar em pé durante o tempo do louvor, vai ficar em pé mais uma hora pregando. Não tem quem agüente.
7) Procure convencê-los a ocupar menos tempo da liturgia. Se conseguir, será uma grande vitória. Uma sugestão que você pode dar nesse sentido é que não repitam o mesmo cântico duas ou três vezes, como costumam fazer. Também, que cortem as ‘introduções’, geralmente compostas da repetição de frases clichês e batidas que não dizem nada. Se você conseguir convencer o líder do grupo que a tarefa dele é cantar e não exortar e dar testemunho, irá diminuir bastante o tempo empregado no louvor, além de poupar os ouvidos dos crentes de ouvir besteiras, frases clichês, chavões batidos, que só tomam tempo mesmo.
8) Outra coisa que me ocorre: insista em que estejam preparados antes do culto. Fica muito feio e distrai o povo quando os componentes do grupo de louvor ficam afinando instrumentos, equalizando o equipamento de som, plugando e desplugando microfones e fios quando o culto já começou. Ensine-os a serem profissionais naquilo que fazem, e que Deus é Deus de ordem.
9) Procure mostrar que eles não são levitas. Não temos mais levitas hoje. Todo o povo de Deus, cada crente em particular, é um levita, um sacerdote, como o Novo Testamento ensina. É uma idéia abominável que os membros do grupo de louvor são levitas. Isso reintroduz o conceito que foi abolido na Reforma protestante de que o louvor e o acesso a Deus são prerrogativas de apenas um grupo e não de todo o povo de Deus. Resista firmemente a essas idéias erradas, que são oriundas das igrejas neopentecostais, especialmente daquelas que se fizeram em cima do movimento de louvor. Tais conceitos apenas servem para que eles se sintam mais especiais do que realmente são e, portanto, intocáveis. Procure incutir na mente deles que aquilo que eles fazem no culto não é mais louvor e mais espiritual do que o cântico de hinos acompanhados ao órgão ou ao piano.
10) Por fim, ore bastante para que os membros do grupo de louvor não sejam filhos de presbíteros e de famílias influentes da igreja, porque se forem, profetizo que sua missão fracassará. Por mais crentes e sérios que os presbíteros sejam, eles não irão contra a sua própria família, e muito menos contra os seus filhos. Você não terá o apoio deles para reduzir, minimizar, limitar e mesmo qualificar a participação do grupo de louvor no culto. Nesse caso, restarão poucas opções. Uma delas é capitular inteiramente e simplesmente deixar o grupo de louvor fazer o que sempre fez, suportando heroicamente, enquanto ora baixinho no culto, ‘Deus, dá-me paciência para que eu possa suportar esse calvário durante o tempo em que fui eleito aqui’. Outra opção é simplesmente pedir as contas e ir embora para outra igreja, tendo aprendido a importante lição de que a primeira pergunta que se faz ao ser convidado para ser pastor de uma igreja é essa: ‘tem grupo de louvor? Os componentes são filhos dos presbíteros?’
Um velho pastor do Recife costumava se referir ao conjunto da sua Igreja como ‘cão junto’. Espero que não chegue a esse ponto em sua igreja, Tadeu, mas que você encontre misericórdia da parte de Deus para que esse desafio seja vencido e que sua igreja desfrute do verdadeiro louvor durante os cultos.
Um abraço!
Augustus”
*NOTA: A carta é fictícia. Toda semelhança com qualquer situação pela qual algum pastor reformado esteja passando será mera coincidência...
Caro Rev. Augustus, parabéns pelo assunto. Creio eu que mesmo atrasados podemos nos contrapor a Lagoinha e cia. Pude conhecer muitos grupos em nossas igrejas presbiterianas fazendo boa música, com boas letras. Talvez o tratamento com os músicos caminhe por um pastoreio bem próximo, que envolva o dia-a-dia, o que muitos pastores não querem fazer e usem de um autoritarismo. Isso leva a perda de bons jovens e adolescentes que só precisavam de pastoreio.
ResponderExcluirParabéns
Presb. Alexandre Almeida
Acho que minha Igreja é perfeita...
ResponderExcluirPois todos os conselhos descritos são cumpridos a risca pelos membros do grupo de louvor.
Pr. Nicodemus só não entendi uma coisa. A IPB tem alguma regulamentação acerca do louvor? Sei que até hoje acontece a discussão sobre palmas, mas sobre o louvor em si, há alguma coisa concreta?
Essa é uma dúvida que nunca me esclareceram.
Olá Pastor Nicodemus...
ResponderExcluirMuito interessante o seu texto, fez-me lembrar os tempos de arminiana. O culto para mim terminava nos cânticos espirituais! Mas graças a Deus, fui regenerada pelo sangue do Cordeiro e hj o culto para mim tem como fator principal a pregação da Palavra, para a glória de Deus Pai.
Lembranças à família!
Em Cristo,
Anna
Caro Rev. Augustus Nicodemos.
ResponderExcluirSem dúvida alguma, se existe algo dentro das igrejas locais que mais gera mais problemas, são os chamados "grupo de louvor". É incrível que muitos pastores, talvez por encontrarem as dificuldades expostas pelo Sr. (e.g. filhos de presbíteros)- e eu acrescento, a fim de não perderem o "sustento" - permitam que a "facção" ou "partido" (haeresis, no bom sentido do termo, rssss) atuem como verdadeiros "pastores" - repreendem, exortam, pregam, oram, cantam etc. Se desejam ser "levitas", por que, então, não fazem, também, o serviço pesado da igreja: "mas tu põe os levitas sobre o tabernáculo do testemunho, sobre todos os seus móveis, e sobre tudo o que lhe pertence. Eles levarão o tabernáculo e todos os seus móveis, e o administrarão; e acampar-se-ão ao redor do tabernáculo. Quando o tabernáculo houver de partir, os levitas o desarmarão; e quando o tabernáculo se houver de assentar, os levitas o armarão" Nm. 1. 50, 51); Não deveriam terem menos de 25 anos de idade (Nm 8. 24; ICr 23. 27), o que é contrariado pelos inúmeros adolescentes nos grupos. Acredito que as recomendações apresentadas em seu post são ideias para remediar, pelo menos parcialmente, a situação. Temos uma Confissão, uma Constituição, mas será que ainda temos algum respeito por isso? Já não sei quantas consultas foram feitas ao SC sobre "atos litúrgicos" em nossas igrejas, o SC faz recomendações, mas aqui em baixo dificilmente se cumpre. Foram os tais "grupos de louvor" que introduziram "palmas", "danças", "coreografias", "show" ("Xô" aqui no Nordeste é interjeição de espantar galinhas - Ariano Suassuna). Muitos pastores perderam a autoridade para os "grupos"; se o "partido" sair, muitas "crianças" vão com eles; se o pastor discordar, eles fazem beicinhos, choromingam, esperneiam, porque são "levitas". Ora, "São funções privativas do ministro: orientar e supervisionar a liturgia na igreja de que é pastor"(CI/IPB. art. 31, d) e ponto final. Bom, para não mais me alongar, agradeço novamente, saudando a oportunidade do post do Rev.
GdS
Como batista reformado, tendência bem minoritária dentro da Convenção Batista Brasileira hoje, sofro bastante com o que anda acontecendo na minha 'denominação' (entre aspas porque os batistas não são denominação, por não terem a figura de um líder e um fundador terrenos) no tocante ao louvor e à liturgia. A luta dos crentes fiéis daqui tem sido inglória contra os tais 'hinetos' (curioso o uso do diminutivo, já que tomam mais tempo que os hinos tradicionais; vai ver, é um reconhecimento inconsciente de que tais composições merecem mesmo referência pejorativa). Só fico surpreso ao saber que a coisa também está feia aí na IPB (logo ela, a trincheira dos presbiterianos conservadores!) Mas o irmão tem razão: é preciso também que os cristãos conservadores reconheçam a sua parcela de culpa no processo, ao ficarem insistindo em combater a 'gospel music' contemporânea com as composições tradicionais apenas. Já fui radialista de um programa de fim de noite da minha igreja, onde a música ocupava boa parte do tempo, e posso testificar da luta que tive para preencher o horário com canções que fossem, a um só tempo, atuais e teologicamente sadias, sem ter de ficar preso apenas à velha fórmula dos hinos tradicionais (que também eram tocados).
ResponderExcluirOlá Augustus
ResponderExcluire a tendência é piorar...
só um detalhe, sou presbitero e meus filhos tocam no louvor da igreja...
estou em conflito, me sinto "culpado".
Aceito sugestões!! hahaha
Estamos aqui em nossa igreja no processo de filtragem de canticos, pelo andar da carruagem não vai sobrar muita coisa.
Espero que na Europa consiga encontrar um pouco mais de tradição musical cristã. Será??
Abraço
Wilson Bento
O líder de uma grande denominação (ou seita) no Brasil seguiu quase todos os seus conselhos. O nome dele é Bispo Edir Macedo.
ResponderExcluirOla Rev. Augustus, é a 1º vez que escrevo no seu blog, ja li varios livros e artigos publicados pelo rev. Quanto a esse assunto especifico, queria concondar em todo com o que escrito, porém não consigo, participo do grupo musical da minha igreja, sou presbiteriano, filho e neto de presbiteriano, temos acompanhado até os nosso hinos, visto que nosso organista não esta sempre nos cultos, o volume é controlado e não ha excessos, visto que também sou filho de presbitero e diacono de minha igreja, por isso aumenta ainda mais a nossa responsabilidade de ordem no culto, e não serve de proteção para exageros, não podemos generalizar, acusando todos os conjutos de excessos, concordo plenamente com o que foi escrito pelo Pb. Solano em outro artigo que o sr. sita. Sou a favor da simplicidade de um culto reformado teocentrico, e acredito que pode ser assim, que ainda não estamos vencidos, creio que nossos jovens estão dispostos a nos ouvir, e contribuir para o bom andamento da liturgia.
ResponderExcluirUm abraço e fique com Deus
Prezado Rev.
ResponderExcluirFaco parte do louvor da minha Igreja e desde que me converti ha 14 anos atras, musica tem sido grande parte da minha caminhado com Jesus. Apesar de nao ser profissional no "ramo" eu escrevo musica, e tenho muitas letras que eu tive que rever para nao passar falsos ensinamentos de Deus da verdadeira doutrina. Fui membra da Igreja Batista da Lagoinha, e creio que por mais que no meio "calvinista" ela tem sido desprezada pelo trabalho que faz, talves com as atitudes erradas, porem fazendo a coisa certa..para defender a minha ex-Igreja quero dizer que todo esse movimento nao provem deles e sim da Australia, Estados unidos e como o Brasil e um pais que gosta de reciclar coisas estrangeiras, viu que esse movimento fazia sucesso, entao...cohecemos o resultado.. No mais estou fora do Brasil por mais de 7 anos e infelismente nao me sinto mais em casa na Lagoinha. Realmente muita coisa mudou.. No mais a Igrejinha da minha irma, que e uma Igreja carismatica, que Crer nos dons do espirito, mas nao faz o "Show da Fe" e que o louvor e algo prazeroso, me sinto mais em casa la.. NO mais concordo 100% com o Sr. que as coisas estao indo pra um lado extremo, e e ate dificil discutir essas coisas com os "crentes" Neo-adoradores. O melhor e ensinar nossas Igrejas a sairem desse paradigma e voltar-mos para o louvor que agrada a Deus verdadeiramente.. No mais gosto muito dos seus post. Fique com Deus!!
Pastor Augustus,
ResponderExcluirsenti como se fosse para mim o seu conselho, embora lá na igreja estamos caminhando relativamente bem nessa área.
O estilo do post me lembrou um livro que ganhei na ordenação: Amado Timoteo, org. Tom Ascol, editora Fiel.
Obrigado pela postagem, fique a vontade para escrever mais sobre dilemas sofridos por jovens pastores (risos).
Deus o abençoe,
Juan de Paula
Meu caro Lou,
ResponderExcluirEu não sei dizer se o Edir aproveitou meus conselhos pois não costumo freqüentar a Universal. Mas, se é como você diz, espero que você esteja gostando.
Um abraço.
Caro Rev. Augustus. Sou da IP de SBC (Rev. Alceu Davi Cunha). Sou violonista clássico e durante minha juventude estive envolvido com a área de música na igreja. Apesar das incompreensões nesta área, gostaria de compartilhar o que ocorre em SBC. Existe um grupo de cânticos (aliás controlado pelos pastores), mas o que marcou a atividade musical dos jovens e adolescentes da igreja nos últimos 15anos foi o "Coral Jovem" e o "Projeto Musical", que oferece a todas as idades cursos de canto, teoria musical e instrumentos (violão, piano, violino, flauta, violoncelo, viola, trompete). Temos vários frutos desse trabalho, inclusive crianças. São feitas audições de música e de vez em canto temos um conjunto de cordas acompanhando os hinos... e apesar das inúmeras limitações e muitas incompreensões nessa área, o que posso testemunhar é que a música gospel não é referência em nossa igreja, pois algo foi proposto em seu lugar, a duras penas,é verdade. O desafio agora é sustentar e aperfeiçoar esse trabalho. Quanto à IPB em geral, vejo que o simples fato dessa discussão (e sua necessidade) já expõe a superficialidade dos nossos crentes modernos. Mas a causa disso não é tão simplória assim. Falta ao cristianismo brasileiro uma identidade hinológica nacional. Ainda está para nascer um músico brasileiro cristão e reformado capaz de conciliar uma musicalidade brasileira (portanto acessivel ao homem comum) com a sacralidade aceitavel num culto reformado, sem deixar-se contaminar pelo paganismo de nossa herança afro-indígena e pela "junked music" americana. Nossos pastores bem que poderiam ter maior familiaridade com esta área já que essa questão periférica tem sido motivo de tanta polêmica. Outra coisa, boa música dá trabalho para quem faz, para quem toca e para quem ouve... Pergunto: na era da internet, do fast food, do e-book, quem se habilita a estudar música 10 anos a fio? Solução? prioridades precisam ser revistas e as crianças devem ocupar o centro de nossas atenções... Essa geração já era...Abraços. RICARDO BARBOSA
ResponderExcluirCaro Anônimo (Solano me convenceu a abandonar minha regra de não responder anônimos, pois eles crescem em número a cada novo post...)
ResponderExcluirEu não acredito que sua igreja é perfeita, mas acredito que o grupo de louvor se comporta direitinho, e que isso é uma bênção.
A IPB não tem um regulamentação específica acerca do louvor, mas tem princípios de liturgia, a Confissão de Fé, que amarram alguns pontos centrais. Há decisões do Supremo Concílio sobre alguns pontos, mas nunca se elaborou uma regulamentação específica para os problemas contemporâneos.
Na IPB a responsabilidade da liturgia é do pastor. Provavelmente só regulamentações não adiantarão muito, se os pastores não resolverem enfrentar o problema.
Um abraço.
Amigos,
ResponderExcluirObrigado pelos comentários que enriqueceram, em muito, o meu post. Fiquei surpreendido com a resposta rápida, rica, detalhada, profunda e lúcida da quase absoluta maioria dos que comentaram.
Pela quantidade de comentários em menos de 24 horas, vou me limitar apenas a responder um ou outro, OK?
Abraços!
Caro Reverendo Augustus, não sei ao certo se, por fim, nos sentimos felizes de não estarmos sozinhos num universo cristão de cultos vazios ou tristes por descobrir que essa situação não é uma exceção. Mas quero crer que a batalha ainda não está perdida. Lutemos para termos um culto simples, espiritual, teocêntrico e equilibrado em cada uma de nossas igrejas. Parabéns pelo texto e abraços.
ResponderExcluirRev. Nicodemos:
ResponderExcluirSempre fiz parte de grupos musicais,creio que a crise nos louvores são compostas de erros ou falta de técnica tanto na composição quanto nos arranjos. Nesses dias subi ao púlpito e informeir um erro de letra, que por sinal era da batista da lagoinha, a música dizia: "É Deus de perto, e não de longe...". Creio que as escrituras mostram justamente o contrário - Deus é Deus de perto e de longe. Quanto a termos perdido, discordo, creio que quando reconhecemos nossa debilidade podemos virar a mesa. Um abraço e continue a escrever sempre....
Nicodemus
ResponderExcluirO Louvor da Universal é mais uma das razões pelas quais estou muito distante deles, é horrivel.
Olá Rev ...
ResponderExcluirRealmente muito bom o texto. Infelizmente, muitas pessoas que participam de equipes de louvos usam esse momento do culto para se promoverem, como se fosse um show de calouros, uma boa oportunidade de aparecer.
Acho que o ponto principal do seu post, é no que diz respeito aos líderes e participantes da equipe de louvor participarem ativamente dad igreja, assistirem os cultos até o fim e principalmente, terem uma vida santa perante o Senhor.
Creio que o senhor poderia qq hora dessas, enfatizar a importância dos ensaios, pois quer coisa mais horrivel que um louvor mal ensaiado ? Ah, e tb a importância da pontualidade nos mesmos. Já vi gente de equipe de louvor chegar 1 hora atrasado, e dizer que era para andarem logo com o ensaio pois só tinha 20min para ensaiar ... não preciso dizer o desastre que foi no domingo ...
Enfim, enquanto os participantes da equipe de louvor não colocarem em suas cabeçinhas que o louvor é para Deus, Todo Poderoso, e que eles devem dar o melhor de sí mesmos, porque é em meio de louvores que Deus habita, e enquanto eles não perceberem que é madito aquele que faz a obra do Senhor relaxadamente, as coisas nunca vão mudar ...
Agora, só uma perguntinha ... porque existe tanta briga entre participantes de equipes de louvor ?
That's all folks !!!
[]'s ...
Na minha humilde, porém polêmica, visão nem precisaria de cânticos.
ResponderExcluirNão tenho o menor problema em ouvir 2, 3 horas de pregação. Aliás, o que ouço em casa nos meus momentos de lazer são as pregações, muitas delas, incluisive, dos autores desse blog.
Caro Augustus:
ResponderExcluirExcelente post. Só não entendi como é que os filhos dos pastores escaparam e sobrou somente para os rebentos dos presbíteros...
Um abraço,
Solano
Olá Pr. Augustus .... extremamente oportuno o texto, e digo isso como filho de presbítero e membro do Ministério de Música da minha amada Igreja, pastoreada pelo Pr. Misael Nascimento que te espera aqui em outubro( vem, vem!! =))
ResponderExcluirTrago boas notícias do louvor em minha Igreja, não perfeito como Deus merece, mas melhorando e buscando a excelência a cada dia.... graças a Deus pela intervenção pastoral tão necessária para que ofereçamos um louvor coerente com nossa fé e sóbrio para com nossas consciências!
Bem, fica apenas a questão : é realmente tão dificil assim que presbíteros aceitem posições corretas de seus pastores com relação ao louvor em suas igrejas se os seus filhos fazem parte dos grupos ? A liderança deveria ser exemplo , admestando e aconselhando em suas casas os seus filhos com relação a extrapolações!
Jonathas,
ResponderExcluirObrigado pelo seu comentário. Fico feliz com as boas notícias do louvor da sua igreja. Mande meu abraço ao pastor Misael.
Eu não pretendia generalizar quando disse que presbíteros e pastores tendem a ficar do lado de seus filhos que tocam no grupo de louvor. Acontece muitas vezes que os presbíteros e pastores, com medo de perder os filhos, toleram os exageros, desde que os filhos permaneçam na igreja. Receiam confrontá-los e fazer com que eles saiam da igreja, revoltados. Eu posso compreender esse tipo de sensação. Não é fácil para pais de filhos adolescentes.
Mas, você tem razão, presbíteros e pastores deveriam dar o exemplo.
Um abraço.
Prof. Augustus, o que significa a expressão "sine qua non"?
ResponderExcluirDaniel,
ResponderExcluirÉ latim. Uma paráfrase seria "indispensável". Literalmente, "sem a qual, não".
Um abraço.
Solano,
ResponderExcluirHá duas razões pelas quais tem mais filhos de presbíteros tocando em grupos de louvor do que filhos de pastores. A primeira é que geralmente existem meia dúzia de presbíteros para cada pastor nas igrejas locais. A segunda é que os pastores raramente demoram mais do que quatro anos numa mesma igreja, enquanto que os presbíteros ficam muito mais tempo, o que dá condição para que os seus filhos se entrosem com o grupo de louvor desde cedo.
Contudo, o que se diz dos filhos de presbíteros também se diz dos filhos de pastores.
Um abraço.
Caroline,
ResponderExcluirEu não sei direito o motivo pelo qual tem tanta briga nos grupos de louvor. Talvez nossos leitores e comentaristas poderiam nos dar sugestões. Da minha parte, lembrando o que diz Tiago, as contendas nascem dos desejos carnais que imperam em nosso coração.
Abraços.
Filho de presbítero também é gente! :)
ResponderExcluirJá faz um bom tempo que reverência deixou de ser marca distintiva do culto protestante em muitas igrejas.
ResponderExcluirHoje o que se ensina é que Deus procura "adoradores extravagantes". Mas, pelo menos, na Bíblia se diz que Ele procura os que o adoram em espírito e em verdade e, em outro lugar, que tudo no culto seja feito com decência e com ordem. Aliás, no dicionário, extravagante vem de extravagar que, entre outras coisas, é sinônimo de andar fora da ordem.
Há cânticos aos montes por aí ensinando nosso jovens a serem sensuais e irreverentes diante de Deus.
Eduardo Rosa.
Gostaria de colocar um ponto a ser pensado.
ResponderExcluirTalvez alguns grupos de louvor também sejam reféns da mebresia da igreja. Talvez algum de nós (sim, sirvo a Deus com a música) não consigam manter os bons cânticos - até "modernos", como vencendores - pelo simples fato de que no final do culto muitos irmãos nos solicitam que o repertório seja "atualizado". Acho que não preciso dizer o que seria essa atualização.
Quem sabe muitos de nossos pastores presbiterianos também não tenham aderido ao movimento de adoração extravagante (que extravasa a paciência)?
Uma solução possível é o investimento em composições do próprio grupo de louvor local, que deveria buscar unir a música mais "moderna" com a teologia mais bíblica possível. Mas para isso precisamos desenvolver os dons musicais dentro da igreja. Aqui vejo um problema. Poucas igrejas presbisterianas no Brasil teriam a possibilidade de sustentar um ou mais membros do grupo de louvor, de forma a prepará-los para o trabalho de compor novos cânticos.
Realmente o problema não é simples. Nem na solução e nem em sua importância, muitas vezes minimizada.
Abraços
José Eduardo
Augustus,
ResponderExcluirFilhos de pastor também exercem pressão... Minha filha (10 anos), tão bem conhecida, quer aprender bateria. Fiz um trato: disse que ela pode aprender bateria depois que estudar piano! E ela está estudando... mas não esquece a bateria.
abs
Mauro
PS. Parabéns pelas conquistas do nordeste.
Olá Rev.
ResponderExcluirDeixarei meu intempestivo testemunho:
Toco violão desde meus 12 anos. Mas a confusão da Honra que não era minha ofuscou minha visão do que era principal e caí da Fé por longos sete anos...(sempre lembro que Lúcifer não foi diferente).
Tempo atrás assisti ao filme "Senhor dos Anéis" e percebi o quanto me deixei levar pelos "desejos carnais em meu coração", que hoje vejo como aquele anel poderoso e muito perigoso - creio que é por isso que no Louvor Deus usa pessoas de coração puro, até ingênuas, como o Frodo do filme. Entende? Hoje me vejo como o mago, que prefere fugir do anel.
Hoje estou longe deste Ministério, até que o próprio Deus faça a obra sem a intervensão malígna da minha "boa intensão" - até que eu não tenha mais tanta vontade de estar lá na frente.
Abraço,
Caio
Reverendo,
ResponderExcluirMuitíssimo pertinente o seu texto! Peço vênia para dar um breve testemunho e sugerir uma alternativa adicional às que o senhor propôs.
Fui regente do coro de uma igreja do interior de São Paulo até o fim do mês passado. Nela, os conjuntos musicais existentes se revezam em escala, sempre para o culto de quinta-feira, escola dominical e culto dominical vespertino.
Um dos conjuntos não tinha disponibilidade para tocar nos cultos de quinta-feira, e eu me propus a assumir esse encargo. Tomei de alguns coristas que também tocavam alguma coisa e passamos a elaborar a liturgia dos cultos de quinta-feira!
Sim, porque numa igreja em que o culto se resume a "louvor, sermão e bênção", ou os demais atos litúrgicos se comprimem no "louvor", ou passam em branco.
Abusando da minha autoridade, eu passei a elaborar todo o culto. E em vez de fazer um "momento de louvor", com três ou quatro músicas cantadas em bloco e entremeadas de exortações, passei a encaixar cânticos e hinos entre os atos do culto.
Por questão de gosto pessoal, me aproximei mais do modelo de culto europeu do que do anglo-americano mais comum nas IPBs.
Então, tínhamos chamada à adoração, confissão de pecados, todas as quatro leituras (VT, Salmo, Evangelho e Epístola) segundo o lecionário (peguei emprestado o da PCUSA), antífonas, litanias, responsos, credos e oração do Pai-Nosso, todos entremeados de cânticos ou hinos com letra pertinente! Cheguei a ousar dirigir o culto usando minha beca do coro e estola na cor da estação litúrgica -- o que hoje reconheço que foi um pouco de abuso...
Curiosamente, esses cultos em que o "coral" elaborava a ordem litúrgica davam mais "ibope" que os outros... Será que o excesso de barulho não incomoda também seus apreciadores, ainda que inconscientemente?
Então a proposta que eu tenho é essa: E se em vez de um "momento de louvor", tivermos todas as músicas distribuídas ao longo dos atos do culto, com letras pertinentes (como os hinos costumam ser)? Acho que aí, sim, estaremos voltando à forma litúrgica reformada, com um conteúdo atualizado e dentro dos nossos conformes teológicos! Acho que tudo que é preciso é um pouco de diplomacia entre o pastor e o conjunto!
Me parece que, via de regra, os adeptos do louvor extravagante, que se intitulam levitas, têm dificuldade em entender o apelo reformado por um culto mais ordeiro e taxam isso de mero tradicionalismo. No entanto, sabemos que ordem e decência não significam ausência de alegria, senão os salmos seriam considerados irreverentes, pois muitos deles nos convidam a louvar à Deus com alegres expressões de louvor. Assim, juntamente à alegria, a mesma Bíblia apresenta a reverência como um princípio a regular nossos atos de culto: "Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o Senhor". (Levítico 19:30) - "Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor". (Hebreus 12:28). Portanto, isso não é mera implicância de puritanos tradicionalistas, mas uma necessidade apontada pela Bíblia.
ResponderExcluirQue Deus nos capacite a aplicar o equilíbrio que sua Palavra nos ensina.
Fraternalmente.
Eduardo Rosa.
Augustus;
ResponderExcluirHá, por aqui, um grupo de filhos de presbíteros que estão se organizando para ir tirar satisfações com você. Até agora não foram porque estão muito ocupados brigando com os filhos dos pastores :-)
Mas, falando sério: Você já reparou que o Dr. Emile Leonard fez observações muito parecidas com as que você fez sobre "corinhos", quantos aos hinos cantados nas Igrejas Brasileiras (anos 50-60)?
Acho que o padrão cultural se repete.
Quando fui criticar meus jovens que estavam cantando "coroai a Jesus" percebi que temos, no NC, 2 hinos que exortam a Igreja a fazer o mesmo. E assim por diante. Sempre que percebo um "corinho" apelando para uma figura descabida, reflito sobre nossos hinos e encontro neles as sementes.
Hoje entendo porque o Hinário Presbiteriano teve verba votada, para sua confecção, a partir das últimas décadas de 1800, e em 1940(?) o relator da comissão explicava que só podia 'aproveitar' uns 200 hinos.
Ab
Fôlton
Folton,
ResponderExcluirDiga aos filhos de presbíteros que são bem vindos, isto é, se conseguirem terminar vivos a briga com os filhos de pastores :-)
Eu não me recordo do que o Emile Leonard disse sobre isso, pode me mandar em pvt?
Concordo com você, não são somente os "corinhos", mas nos próprios hinos encontramos por vezes linguagem teológica inadequada. Mas, como os nossos hinários ganham quase status de Bíblia nos cultos, fica bem mais difícil mexer nos hinos do que nos cânticos.
Um abraço.
Oi,
ResponderExcluirRev. Folton ou Augustus, porque não é correto cantar "coroai a Jesus". Creio que Folton não estava se referindo à transitividade do verbo, estava?
Carlos,
ResponderExcluirEeuuuuuuu? O Folton que responda!:-)
Um abraço.
Caro Pastor Augustus,
ResponderExcluirMuito feliz sua abordagem sobre os conjuntos de louvor.
O maior problema, contudo, é discutir com franqueza esses 10 pontos da carta com o grupo. Certamente haverá melindres e ressentimentos; infelizmente essa é uma característica do nosso tempo: praticamente ninguém aceita admoestações.
Que o Senhor nos ajude.
Presb. Daniel Gomes de Oliveira, IP Vila Gerti, São Caetano do Sul/SP.
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ResponderExcluirExcelente Rev. Nicodemus!
ResponderExcluirSou Presbítero e líder de louvor em minha Igreja. Tenho me esforçado para inculcar suas orientações aos integrantes da Equipe de louvor de minha igreja! Num ponto já alcançamos um grande avanço: Todas as músicas cantadas são avaliadas pelo Conselho da Igreja e só então entram na lista de cânticos. Eliminamos muitos erros doutrinários que eram cantados emocionalmente sem que se percebesse!
Vamos continuar sempre, para honra e glória de Jesus!!
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ResponderExcluirAmado Rev. Augustus.
ResponderExcluirGraça e Paz!
Tenho visto que a igreja brasileira tem sido influenciada por uma espécie de "Teologia da Música", em que a música é vista como algo vindo propriamente de Deus, que guiará os santos a uma comunhão mais profunda com Ele.
Diante disso, pergunto:
1)Como o senhor reverendo vê o futuro da música gospel no Brasil?
2) È possível haver uma renovação dos hinos teologicamente corretos?
3) Como deve ser a relação do cristão com a música secular? Será que eles estão certos em se rejeita-la total e absolutamente?
Na espera de uma possível resposta, agradeço a atenção dispensada!
Jovem Pentecostal,
ResponderExcluirÉ muito dificil profetizar, especialmente sobre o futuro...
Não tenho a menor idéia quanto ao futuro da música gospel no Brasil. Temo apenas as implicações teológicas e práticas que ela trará a longo prazo nessa geração de evangélicos, a principal delas sendo a superficialidade.
Sobre a relação do cristão com a música secular -- não sou contrário, considerando que na sua graça comum, Deus concedeu inclusive a não cristãos o dom da música. Tem muita coisa bonita, bem feita, da parte dos não cristãos e não vejo problemas em desfrutarmos dessas músicas.
Abraços.
Sobre música
Reverendo.
ResponderExcluirEstava me deliciando com seu artido ainda que discordando de pequenas coisas.
o 10º conselho caminhou pra um rumo terrível. A pergunta mais importante a se fazer a um conselho não é essa. A mais importante é: "Esse Conselho quer ser pastoreado ou os senhores querem ser os donos desta Igreja?" No nosso meio presbiteriano essa é uma pergunta muito pertinente. Sobre louvor é fato que a IPB passa tempo demais se gabando de sua boa teologia mais não faz muitas coisas práticas com ela.
As iniciativas na área de música, louvor, rádio, TV, internet, multimídia..... quase inexistem.
É tempo (já passou o tempo) de a IPB agir mais. Só criticar outros grupos não adianta.
Muitos grupos tem preenchido espaços que não ocupamos. Se queremos mudanças o negócio é mostrar como se faz, fazendo.
O nosso problema é que tudo vai pra uma comissão, que remete ao SC. O SC nomeia outra comissão que fará um estudo.... Quando tomamos alguma postura todos os espaços já foram preenchidos por outros seguimentos.
Há muito o que pensar, planejar e executar.
O problema nem é tanto o que a lagoinha faz. O problema é o que deixamos de fazer, afinal, estamos por aqui faz 150 anos. Não é IPB?
Caro Rev. Jouberto,
ResponderExcluirQue pena que o ponto 10 estragou seu prazer em ler o post. Se serve de remendo, esclareço que esse ponto é uma ironia. É claro que não estou dizendo seriamente que devemos orar para que os filhos de pastores e presbíteros não sejam parte da equipe de louvor. Eu estava apenas querendo enfatizar que às vezes os pastores e presbíteros ficam "amarrados" pelo fato de os filhos estarem no grupo de louvor e não conseguem tomar medidas mais sérias para moderar, melhorar, modificar o repertório do grupo e a maneira como se apresentam.
Grande abraço.
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ResponderExcluircaro rev. sou pentescostal mas gosto muito de seus comentarios, e acho que hoje no brasil precisamos de uma teologia pura sem se preocupar se vai agradar a todos,o importante é saber que estamos trilhando o caminho certo.
ResponderExcluirFico muito feliz em perceber que alguns pastores, como Rev. Augustus defendem bem as pobres ovelhas que ficam sentadas tendo que ouvir mantras evangélicos que nada dizem e percebem que tudo aquilo não passa de show e exibição de performances. Obrigada! Que Deus o abençõe
ResponderExcluirMaria Ruth Fernandes
O mais surreal é quando o grupo tem mais responsabilidade com as letras e ordem no culto do que o próprio reverendo, que com 1 versículo consegue falar 30 minutos sem sequer ler a Bíblia e outras referências...
ResponderExcluirMaranata!!!!
Parabéns pelo artigo Rev Nicodemus, cheguei às mesmas conclusões num artigo, o qual transcrevo parte dele aqui
ResponderExcluir"... Tenho visto nestes últimos tempos, que a teologia de algumas músicas - a qual só reflete a teologia que vem dos púlpitos - tem exposto uma postura mais vétero-testamentária do que a revelada pelo Novo Testamento. A maioria dos refrões das músicas expressa uma verdadeira tateação no escuro para encontrar Deus: “tenho sede e fome de ti”, “vem Senhor, vem Senhor...” “desce do teu trono...”, “...toque no altar...”; frases que na verdade mostra uma mentalidade mais deísta (posição adotada pelo racionalismo do sec. XVIII), cujo argumento é de que Deus está transcendentalmente bem distante de nós, fora do mundo e de difícil acesso, do que a da imanência onde diz que Deus está em nós, vive em nós, afirmada por Jesus e os demais autores do NT. Um exemplo de que os ministérios de louvor ainda estão na consciência do Velho Testamento é o chamado movimento dos levitas, onde um grupo seleto, privilegiado, o Ministério de Louvor - tal qual o Levítico, Crônicas e etc. - é responsável em conduzir a igreja em adoração e se isso não acontecesse, lembro-me, ficávamos com a culpa pelo fracasso pelo resto da semana. Ora, isto é estritamente do judaísmo antigo e presta um desserviço à idéia do sacerdócio universal, onde todos, sem exceção, podem oferecer a Deus, por meio de Jesus, "sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome"(Hb.13:15). Mas nossa teologia musical retirou o direito do povo de, por si mesmo, louvar a Deus e o tornou especializado, profissional novamente, tal qual a família de Levi ..."
Amei esse post, vou afixar lá na igreja e distribuir pro grupo de louvor de lá.
ResponderExcluirGostei e muito do post. Reverendo Augustus, admiro muito o senhor, e queria que, se possível, explicasse a diferença entre a Salmodia Exclusiva e o Principio Regulador de Culto que o senhor defende. Já fui neo-puritano, e queria entender melhor o Princípio Regulador de Culto.
ResponderExcluirUma honra poder ler-te e ser abençoado com tuas palavras!
ResponderExcluirApesar dos meus poucos 30 anos de vida ("nascido", graças a Deus, no "berço" da IPB), sou um pouco "retrogrado" no tocante à musica.
Lagoinhas, Adoradores, Ministerios, e etc nao fazem parte do meu gosto musical. Tenho preterido-os em favor de Vencedores por Cristo, Joao Alexandre, Jorge Camargo, Guilherme Kerr Neto, Stenio Marcius, Baixo e Voz, Silvestre Kuhlmann, dentre outros poetas biblicamente corretos.
Partilho das "dores de ouvido", do "ensurdecimento" e, especialmente, dos mantras hoje entoados por muitas igrejas.
Tais mantras tem me deixado, sem meias palavras, preguiçoso com relaçao à minha presença em determinadas igrejas.
Deus tem trazido a mim e minha esposa uma "nova casa", e desejo ser parte desta casa com meu dom: usar minha musica para o louvor dEle.
Em Cristo
Olá rev. Augustus;
ResponderExcluirPrimeiramente, quero declarar minha gratidão EXCLUSIVA a Deus pelo serviço abnegado e profundamente bíblico que o sr. tem prestado à igreja invisível.
Em segundo lugar, tenho enfrentado uma crise com relação à música gospel. Como jovem que saiu por conta do pentecostalismo há cerca de dois anos e meio ao descobrir a teologia reformada, cedo descobri que ser calvinista não é ficar no face degladiando-se com alguém carnalmente. Por falta de interesse, estudo os nossos símbolos de fé por conta própria, já que não são ensinados na minha igreja e muito menos conhecidos. E comecei a perceber como a música gospel se choca frontalmente com a Escritura...muitas letras quebram ensinos após ensinos bíblicos, mas poucas se salvam (mesmo na Lagoinha)...e essa percepção tem aumentado mais depois que, por influência do me curso universitário (História), resolvi estudar mais seriamente a História da Igreja...são letrar muito arminianas, neo-pentecostais e adeptas do movimento de Batalha Espiritual mesmo.
Bem, eis os meus problemas: 1)a ciência de que como membro novo não conseguirei convencer o grupo de louvor (do qual faço parte tocando o piano) dos problemas dessas letras (minha igreja não aceita, mas tudo o que o pastor fala ela compra porque ele estudou- num seminário que nem é presbiteriano, na verdade), e o fato de que quase todas as letras são problemáticas; 2)meu desejo de largar a música gospel, mas a impressão de que se reter algumas (com letras bíblicas e sem conceitos criticáveis) estarei sendo contraditório; 3)a ideia que o meu pastor deu ao grupo de que não precisamos nos preocupar muito com o que o autor quis dizer com a letra porque constantemente nós reinterpretamos as letras,de modo que podemos sim cantar certas letras se nós mudarmos o significado das palavras (como por exemplo, entender as letras que dizem "profetizar" como simplesmente pregar a palavra de Deus, não no sentido pentecostal).
O sr. (ou alguém aí) teria alguma orientação (isso se o sr. ler o que escrevi, com a vida corrida que tem a serviço do Reino de Cristo)?
Obrigado desde já.