Fiquei imaginando o que eu diria se fosse entrevistado sobre a
cessação e a continuação dos dons espirituais mencionados na Bíblia, e daí
nasceu esta sessão fictícia de perguntas e respostas. As perguntas estão em negrito e itálico.
Pastor Augustus, os dons espirituais cessaram?
Primeiro é necessário definir a que dons nos referimos. Acredito
que o Espírito continua até hoje a conceder à Igreja a maioria dos dons
mencionados na Bíblia. Mas, tenho a impressão que outros dons foram concedidos
somente por um tempo a determinadas pessoas, para atender aos propósitos de
Deus para aquela época. Estes não estariam mais disponíveis hoje. Por isto, é
necessário, antes de qualquer coisa, esclarecer a que dons estamos nos
referindo quando dizemos que os dons cessaram ou que continuam.
Outra coisa a ser levada em consideração é que, de acordo com a
história bíblica, Deus não agiu sempre da mesma maneira em todas as épocas. Há
muitas ações miraculosas e sobrenaturais que ocorreram somente uma vez ou
durante um tempo específico e não foram repetidas. Portanto, por princípio,
devemos admitir que Deus é soberano para agir de diferentes maneiras através da
história, e que dentro desta ação, ele concede diferentes dons a diferentes
pessoas em diferentes épocas. Assim, não podemos nem restringir a ocorrência de
determinados dons somente a um período da história e nem requerer que todos os
dons terão necessariamente de ocorrer em todos estes períodos.
Então, você não se definiria como um cessacionista?
Se por cessacionista você quer dizer uma pessoa que não acredita
que o Espírito Santo conceda dons espirituais à sua Igreja nos dias de hoje, é
claro que não sou cessacionista. Se, por outro lado, um continuísta seria
alguém que acredita que todos os dons espirituais mencionados na Bíblia estão
disponíveis hoje à Igreja, bastando ter fé para recebê-los, é claro que também
não sou um continuísta. Creio num caminho intermediário para o qual ainda não
achei um nome. Não posso ser chamado de cessacionista e nem de continuísta,
pois creio que alguns dons continuam como eram no Novo
Testamento, outros cessaram e outros continuam apenas em parte.
Bem, a discussão moderna gira mais em torno dos dons chamados
sobrenaturais, como curas, línguas, profecias... se Deus é o mesmo hoje, ontem
e eternamente, estes dons não estariam disponíveis hoje, como estavam na época
dos apóstolos?
Poderíamos perfeitamente aplicar a estes dons e outros o princípio
acima, de que Deus age de maneiras diferentes em épocas diferentes. Não podemos
confundir a imutabilidade de Deus - que significa que ele
não muda em seu ser e seus atributos - com a “mesmice” de Deus, que
significa que ele sempre age da mesma forma. Teoricamente, ele poderia ter
concedido os dons relacionados com curas, línguas e profecias a algumas pessoas
durante o período apostólico e uma vez cessado aquele período, suspendido a
atuação dos mesmos. Não vejo em que admitir isto afeta a imutabilidade de Deus
ou diminui o seu poder e sua glória. Querer que Deus sempre atue da mesma
maneira, isto sim, engessa Deus num padrão rígido e não admite que Ele tenha
maneiras diferentes de agir em épocas diferentes para atingir seus propósitos.
Mas o que havia de tão especial no período apostólico para Deus
conceder estes dons sobrenaturais?
Foi o período de transição entre a antiga e a nova alianças. Teve
a ver com a vinda de Jesus Cristo ao mundo e o cumprimento de todas as
promessas que Deus havia feito a seu povo pelos profetas de Israel. Foi a
inauguração dos últimos dias, do fim dos séculos, da última hora e do fim dos
tempos. Foi a época em que o Espirito prometido foi derramado. Deus levantou os
Doze e Paulo para através deles explicar e registrar estes fatos no Novo
Testamento. Era necessário, portanto, que o período mais importante da história
da redenção fosse marcado por sinais, prodígios e maravilhas feitos por pessoas
extraordinárias como os apóstolos e seus associados. Era preciso deixar claro
que era Deus quem estava por detrás daqueles acontecimentos e da mudança da
aliança. Uma parte dos dons mencionados no Novo Testamento está relacionada diretamente
com este período e com os apóstolos, como o dom de curar e fazer milagres e a
profecia como veículo de novas revelações. O dom de línguas, aparentemente,
estava também associado àquela época, como sinal externo da chegada do Espírito
Santo aos diferentes grupos que compunham a Igreja em seu início (judeus,
samaritanos, gentios e discípulos de João Batista). Mas, parece que ele servia
a outros propósitos além deste mencionado.
A questão é que estes dons aparecem em algumas das listas de dons
espirituais do Novo Testamento como ferramentas do Espírito dadas a todos os
crentes para edificar a igreja de Cristo. E agora?
Não vejo dificuldades. Estas listas aparecem em Efésios 4, Romanos
12, 1Coríntios 12 (2 listas) e 1Pedro 4. O que precisamos é definir com mais
precisão o que significam cada um destes dons. O que significa, por exemplo, o
dom de profetizar, que aparece nestas listas? Os crentes que tinham o dom de
profetizar nas igrejas cristãs eram profetas iguais a Isaías e Jeremias, que
foram capazes de predizer o futuro de Israel e das nações com incrível
precisão? Ou será que os profetas cristãos se limitavam a edificar, exortar,
consolar e instruir as igrejas, como Paulo diz em 1Coríntios 11:3 e 31? E o que
significa o dom de curar e de realizar milagres? Por que só encontramos este
dom associado ao ministério dos apóstolos? E por falar nisto, o que significa “apóstolo”
na lista de Efésios 4? O termo pode significar tão somente enviados,
missionários, sem qualquer relação com os Doze e Paulo. Infelizmente as pessoas
não levam em conta que existem determinados aspectos da função do profeta, do
ofício do apóstolo e mesmo do dom de línguas, os quais parecem estar
relacionados somente àquela época. Se levarmos em conta estas coisas, podemos
até dizer que todos os dons continuam hoje, mas que alguns aspectos ou
atributos deles cessaram após o período dos apóstolos.
E qual seria então o critério para dizermos quais os dons que
permanecem para os dias de hoje e quais os que cessaram?
Acredito que a regra de ouro é esta: todos os dons que foram
veículos de novas revelações ou que estavam ligados diretamente aos
instrumentos das revelações, que foram os apóstolos, cessaram com a morte
deles. Ilustrando, o dom de profecia continua hoje, conforme entendo, mas
somente enquanto exortação, consolo, confrontação pela Palavra. Já o aspecto
revelatório da profecia que vemos, por exemplo, em João ao escrever Apocalipse,
ou em Paulo e Pedro ao prever como será o futuro, a vinda de Cristo, a ressurreição
dos mortos, etc., isso certamente não faz parte da profecia hoje. Já cessou.
Da mesma forma o dom do apostolado. Se entendermos apóstolo como
missionário, enviado das igrejas para pregar o Evangelho aos povos (é este o
sentido básico do termo em grego), não vejo problemas em dizer que ainda hoje
temos apóstolos entre nós, que são os missionários que vão desbravar campos ainda
não atingidos pelo Evangelho. Mas, certamente não existem mais apóstolos no
sentido dos Doze e Paulo, que viram o Senhor Jesus ressurreto, foram chamados
diretamente por Ele pessoalmente ou numa aparição após a ressurreição, e que
receberam não somente poderes extraordinários de curar e realizar milagres,
como foram também veículos da revelação divina, tendo profetizado acerca do futuro
de Deus para seu povo e o mundo. E mais, seus escritos às igrejas foram
inspirados pelo Espírito Santo, de forma que são infalíveis e inerrantes, sendo
a própria Palavra de Deus. Obviamente, nenhum dos que se intitulam de apóstolo
hoje tem estas credenciais. Portanto, não podem ser considerados apóstolos como
Pedro, Tiago, João e Paulo. Este é um dos dons que permanece hoje somente em
parte.
Por este critério o dom de línguas teria cessado também?
Não necessariamente, pois, até onde eu entendo, ele não era
revelacional, isto é, não era veículo de novas revelações, como a profecia.
Acredito que o relato de Atos e de 1Coríntios 14 nos dão informações
suficientes de que o conteúdo das línguas era o louvor a Deus (Atos 2:11;
10:46). O dom consistia na capacidade de louvar e exaltar as grandezas de Deus
num idioma que a pessoa desconhecia, e que tinha de se traduzido para a
edificação da igreja. Portanto, teoricamente, este dom não precisaria ter
cessado pois não era revelacional. Todavia, temos indícios significativos da
história da igreja de que ele cessou após o período apostólico. Na
eventualidade de uma ocorrência genuína deste dom hoje, esperaríamos que fosse
de acordo com as regras bíblicas de 1Coríntios 14: dois ou três falando, em
sequência, e com interpretação. Como normalmente não é este o caso nas igrejas
que dizem ter este dom, continuo tendo dúvidas de que o que está acontecendo
nelas é a manifestação do genuíno dom de línguas. Mas, em tese, estou aberto
para a ocorrência do dom genuíno.
Mas, então, isto quer dizer que os crentes que falam em línguas
são mentirosos ou estão sendo influenciados pelo diabo?
Claro que não. Seria uma temeridade afirmar este tipo de coisa.
Prefiro pensar que em boa parte das ocorrências são irmãos em Cristo sinceros que
pensam estar de fato falando em línguas por terem sido ensinados desta forma
dentro de determinados ambientes. Eles foram ensinados que falar em línguas é
balbuciar palavras sem sentido num êxtase emocional. Há alguns que inclusive
foram ensinados por seus pastores a como fazer isto, tipo “relaxe a língua,
forme uma palavra desconhecida em sua mente e repita até que saia
espontaneamente da sua boca...”
Não consigo perceber qual é o mal em se falar em línguas hoje nas
igrejas. Qual o problema?
Se as línguas faladas não forem de Deus, a imitação delas deve
trazer algum prejuízo ou perigo de natureza espiritual. Não posso afirmar ao
certo, mas imagino que pode produzir arrogância, falsa espiritualidade, e abrir
a porta para a atuação de demônios ou da natureza pecaminosa do homem. Na
verdade, estes perigos estão presentes em qualquer manifestação que seja
meramente humana, e não somente línguas.
Alguns diriam que você nunca falou em línguas porque nunca foi
realmente batizado com o Espírito Santo...
Hehe, eu sei, já me disseram isto na cara, num congresso de irmãos
pentecostais onde estive como visitante. Bom, a minha resposta é que acordo com
Paulo todos os crentes verdadeiros já foram batizados com o Espírito Santo
(1Cor 12:13) mas nem todos falam em línguas (1Cor 12:30). Se não for assim,
terei de dizer que os reformadores e os grandes missionários da história da
igreja nunca foram batizados com o Espírito Santo, pois nunca falaram em
línguas. Todavia, se formos fazer uma comparação, eles fizeram mais pelo Reino
de Deus do que estes que hoje insistem em dizer que as línguas são o sinal
inequívoco do batismo com o Espírito Santo...
Mudando de assunto... Deus cura hoje?
Sem dúvida alguma. Eu mesmo já fui curado por Deus. Todavia é preciso
fazer a diferença entre o dom de curar e as curas que Deus faz em resposta à
oração. Aqueles que tinham o dom de curar - e parece que estava restrito aos
apóstolos e seus associados - nunca falhavam. Cada vez que determinavam a cura,
ela acontecia. Não há caso registrado de alguém com dom de curar, como Paulo e
Pedro, terem comandado a cura que ela não tenha acontecido. E estamos falando
da cura de cegos, coxos, aleijados, surdos e mudos, muitos dos quais nem tinham
fé. E mesmo da ressurreição de mortos. Obviamente não apareceu depois dos
apóstolos ninguém na história da Igreja, até os dias de hoje, com este mesmo
poder. E estou falando de homens como Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley,
Whitefield, Hudson Taylor, Spurgeon, Moody e outros homens de Deus, que não
podem ser acusados de não terem fé ou de serem carnais.
Isso não quer dizer que Deus deixou de curar depois dos apóstolos.
Ele cura sim, ao responder as orações por cura quando quiser. E nem sempre ele
responde positivamente. Se fosse feita uma pesquisa, aposto que ela revelaria
que existe proporcionalmente o mesmo número de doentes entre aqueles que dizem
acreditar que o dom de curar existe hoje e aqueles que acham que já cessou.
Isto é, vamos encontrar nos leitos dos hospitais proporcionalmente o mesmo
número de membros doentes de igrejas que dizem ter o dom de curar e daquelas
que não pensam assim.
Jesus disse certa feita que quem cresse nele faria os mesmos
sinais que ele fez. Esta promessa é verdadeira ou não?
O que Jesus disse foi que eles fariam as mesmas obras. Ele não
disse que fariam os mesmos sinais (ver João 14:12). Embora o termo “obras”
possa se referir aos milagres dele, é mais provável que Cristo se referia à
obra de evangelização e conquista de almas, que foi efetivamente a única obra
que os apóstolos fizeram que era maior do que as realizadas por ele. Sobre
isto, escrevi um post aqui no blog O Tempora, O Mores, dando as
razões exegéticas para esta interpretação. A verdade é que nunca ninguém
conseguiu superar os milagres de Jesus ao longo de dois mil anos de história do
Cristianismo.
E quanto a sonhos e visões?
De acordo com o autor da carta aos Hebreus, Deus de fato se
revelou de maneira extraordinária antes de Cristo, falando através dos profetas
por meio de visões e sonhos, conforme encontramos no Antigo Testamento. Com a
vinda do Senhor Jesus, que é a Palavra encarnada e portanto a última e maior
revelação de Deus, estes modos de revelação cessaram, à medida que os apóstolos
e escritores no Novo Testamento registraram de maneira infalível e definitiva
esta última revelação.
Não digo que Deus não possa hoje se manifestar de maneira
extraordinária a um crente. Mas, então, seria o caso de uma experiência
pessoal, que não pode ter validade e utilidade pública e nem ser usada como
meio para se impor alguma prática ou doutrina aos demais. A maneira geral,
normal e esperada de Deus se comunicar conosco hoje é pelo Espirito falando
pelas Escrituras e pela sua Providência, que é a maneira sábia pela qual Deus
controla e governa os acontecimentos.
Vamos voltar ao dom de profecia. Afinal, ele existe hoje ou não?
Depende do que estamos falando. Os profetas do Antigo Testamento,
como Isaías e Ezequiel por exemplo, receberam de Deus revelações quanto ao
futuro de Israel, nas nações daquela época e da humanidade em geral. Estas
revelações foram registradas em livros com o nome destes profetas e fazem parte
da Bíblia. Além da profecia preditiva, os profetas exortavam o povo de Deus a
que se arrependessem de seus pecados e voltassem à obediência da aliança. Na
verdade, os livros deles trazem proporcionalmente muito mais exortações e
advertências do que predições do futuro.
Os sucessores dos profetas do Antigo Testamento foram os apóstolos
do Novo Testamento. Paulo, Pedro, João e os demais apóstolos também receberam
revelações de Deus quanto ao futuro, a saber, a vinda de Cristo, a ressurreição
dos mortos, o novo céu e a nova terra.
Os profetas das igrejas locais no período apostólico não eram
iguais aos profetas do Antigo Testamento como Isaías, Jeremias, Oséias, Joel,
Amós, etc. Entendo que o dom de profecia que aparece nas listas de dons do Novo
Testamento se refere à capacidade dada por Deus a determinadas pessoas para
trazerem uma palavra de Deus à igreja, baseada nas Escrituras, em momentos de
crise e necessidade. O profeta exortava, edificava e instruía os crentes
reunidos. Não vejo qualquer base para dizermos que o dom de profetizar no Novo
Testamento é o poder para revelar o que está acontecendo na vida íntima dos
outros ou anunciar o futuro da vida das pessoas. Se fosse feito um registro da
quantidade de profecias deste tipo que se mostraram falsas, não cumpridas ou
que são tão gerais que cabe tudo nelas, já teríamos concluído de vez que o dom
de profetizar não é isto.
Mas, e o caso do profeta Ágabo no livro de Atos que profetizou por
duas vezes acontecimentos futuros?
Ágabo profetizou por duas vezes fatos que estavam relacionados com
a vida e o ministério do apóstolo Paulo, durante o período em que as Escrituras
estavam sendo feitas e no qual Paulo era o principal protagonista. Me parece
claramente uma situação excepcional e bastante diferente do período atual da história
da igreja.
Não acha que essa sua posição acaba por extinguir e apagar o
Espírito e impedir a ação de Deus no meio de seu povo? Não é este o pecado
imperdoável, a blasfêmia contra o Espírito Santo?
Acho que o maior pecado contra o Espírito é desobedecer as
orientações que Ele nos deu na Bíblia para examinarmos todas as coisas. Ele
orientou os escritores bíblicos a escreverem aos crentes dizendo que eles
deveriam estar atentos contra manifestações espirituais que não procediam de
Deus, contra a ação de falsos profetas e falsos irmãos e mesmo contra a ação de
espíritos enganadores que são capazes de realizar sinais e prodígios
(Apocalipse 16:14). O Espírito nos chama a discernir os espíritos, a exercitar
o bom senso e usar a razão. Pecamos contra o Espírito ao aceitarmos as
manifestações espirituais de maneira crédula, sem exame ou análise, renunciando
às orientações bíblicas e à nossa razão. É pela omissão dos crentes que os
falsos profetas entram nas igrejas e disseminam heresias perniciosas.
Qual o seu comentário final aos nossos ouvintes?
Não considero a questão da contemporaneidade dos dons como sendo
uma daquelas que se acham no coração do cristianismo. Não estou negando a
importância da discussão se todos os dons que aparecem na Bíblia estão
disponíveis hoje ou não. A verdade é que cristãos verdadeiros que são
cessacionistas ou continuístas têm o mesmo desejo, que é servir a Deus de todo
coração e serem instrumentos de bênção para os outros. Por outro lado, se não
tivermos uma compreensão clara de um assunto como este, poderemos não somente
nos privar da verdade como também promover a mentira – em ambos os casos, mesmo
que o prejuízo não seja fatal, certamente afetará a nossa vida e das pessoas ao
nosso redor.
Parabéns pelo artigo. Ele esclareceu algumas dúvidas com relação ao "falar em línguas". Se de fato alguns são instruídos a pronunciar determinados vocábulos sem nenhum sentido, ele professam uma falsa espiritualidade.
ResponderExcluirGraça e paz!
ResponderExcluirPastor Nicodemos sou um admirador dos seus sermões mas, infelizmente não posso concordar em tudo o que o senhor afirmou sobre os dons do Espírito Santo. O que está faltando nos homens de Deus é muita intimidade com Deus, através da oração e jejum. Muitos dos que exercem cargo eclesiástico nas igrejas perdem tempo com futebol e com coisas que são efêmeras. Mesmo aqueles que são ditos "pentecostais" não se envolvem tanto com o ministério que recebeu. FALTA ORAÇÃO E JEJUM tanto no ministério eclesiástico como nos membros da igreja. Até parece que não somos forasteiros neste mundo. Muitos membros se importam mais com o status profissional que ostenta no mundo e que o mundo aplaudem do que com o status de filho de Deus que o mundo não aplaudem. "Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos." (Marcos 8.38) - "Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos." (Lucas 9.26). Na terra já existe muitas escassez e uma delas é a fé. É preciso clamar de dia e de noite "E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lucas 18.8,9) Sinto saudades dos sermões de incentivo a oração, ao hábito de jejuar, de ler a Bíblia continuamente...o que aconteceu? Está escrito: "Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco". (I Tessalonicenses 5.17,18)
"Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias".
(I Tessalonicenses 5.19,20)
Olá Marcelo, graças e paz; você age da maneira correta como você afirma? Quantos dons você possui? Ora e jejua com que frequência? Em tudo o que Augustus Nicodemus disse, conseguiu respaldar com muita sabedoria tanto na Bíblia como na história da igreja. Qual seria seu respaldo para discordar de tudo o que ele disse?
ExcluirGRAÇA E PAZ!
ResponderExcluirAgradeço por esse artigo, esclareceu dúvidas si puder passar algum estudo ou recomendar algum livro que é mais profundo sobre este assunto, seria melhor, que Deus continue abençoando.
Caro Marcelo,
ResponderExcluirEu concordo que tem faltado a muitos homens de Deus a inimidade pela oração (jejum para mim não é mandatório como a oração). Mas, onde na Bíblia encontramos que a concessão dos dons espirituais é resultado de oração, espiritualidade e jejum?
Um dos pontos da entrevista foi que os maiores homens de Deus da história nunca falaram em língaus e nunca curaram ninguém. Ousaríamos dizer que eles não tinham intimidade com Deus? Alguns, como John Hyde, oravam 5 a 6 horas por dia e nunca curaram ninguém nem falaram em línguas. George Miller sustentou um orfanato pela oração. Ele orava várias horas por dia. Contudo, nunca teve visões, nunca profetizou, nunca curou ninguém e nunca falou em línguas.
Eu concordo com você que precisamos orar mais e em certos casos, jejuar. Mas simplesmente não consigo ver na Bíblia que os dons espirituais estão ligados á espiritualidade.
Para terminar - a igreja de Corinto tinha todos estes dons - profecia e línguas, mas não tinha uma igreja mais carnal do que ela em todo o Novo Testamento.
Um abraço.
Pq vc diz os maiores homens de Deus, porventura vc não é?
ExcluirOu Deus faz separação?
Pois para Deus não existe maiores e sim mais temente. Eles podem ter sido grandes em fama.
Prezado Rev. Augustus Nicodemus:
ResponderExcluirExcelente artigo, que expressa na íntegra as minhas convicções teológicas sobre o assunto.
Lembrei-me do primeiro livro que li de sua autoria: O Culto Espiritual, adquirido por mim em meados de 2000, do qual trata sobre alguns assuntos abordados neste artigo.
Grande abraço, em Cristo!
Ruy Marinho
Blog Bereianos
Rev.
ResponderExcluirO "jornalista" foi muito objetivo nas perguntas, o mesmo para o entrevistado. Um dia desses, um irmão que trabalha comigo, disse:"misericórdia, que Deus tenha piedade..." quando falei que a nossa denominação não cria em profecias como ele. Eu me encolhi com a cara dele.
Abs.
Olá Rev. Augustus, graça e paz!
ResponderExcluirAdimiro muito o equilíbrio com que o senhor trata cada assunto neste blog.
Eu ja tive muita dificuldade com essa questão. Fui membro de uma igreja pentecostal por 11 anos e depois me mudei (me transferi)para a IPB.
A principio eu me tornei meio "hibrido"...meio pentecostal meio cessacionista. Depois comecei a pensar exatamente como o senhor descreveu em seu artigo e, por fim, me tornei 100% cessacionista.
Embora eu ainda não consiga explicar de maneira fundamentada, acredito que as línguas faladas pelos irmãos pentecostais (e outros) se trata de algo pscicológico. Eu sei por experiência pessoal que não se trata de fingimento (pelo menos alguns casos...). Eu pelo menos, enquanto pentecostal, nunca fingi. Eu realmente falava palavras ininteligiveis de forma involuntária em momentos de oração e profunda comunhão com Deus. Só que o fato de supostamente "falar em línguas" nunca contribuiu em nada para o meu crescimento espiritual. Isso realmente causa é orgulho, uma brecha a insuficiência das Escrituras e uma fé subgetiva.
A partir do momento em que eu aceito a "possibilidade" das línguas, terei que também aceitar a possibilidade da "interpretação" e acredito que é exatamente ai que mora o perigo.
Um abraço fraterno!
Dr Augustus, talvez tenha faltado uma pergunta que o "jornalista" não fez:
ResponderExcluirQuando alguém testemunha uma cura com exames médicos antes e depois, podemos, efetivamente, atribuir a Deus essa cura?
Abraço, Marcos.
Paz Reverendo...
ResponderExcluirNa seguinte questão: "Por este critério o dom de línguas teria cessado também?" O Rev. respondeu:
"Não necessariamente, pois, até onde eu entendo, ele não era revelacional, isto é, não era veículo de novas revelações, como a profecia. Acredito que o relato de Atos e de 1Coríntios 14 nos dão informações suficientes de que o conteúdo das línguas era o louvor a Deus (Atos 2:11; 10:46).. O dom consistia na capacidade de louvar e exaltar as grandezas de Deus num idioma que a pessoa desconhecia, e que tinha de se traduzido para a edificação da igreja. Portanto, teoricamente, este dom não precisaria ter cessado pois não era revelacional."
Tenho algumas dúvidas de que esse dom permanece até hoje, pela fato de achar que era um dom revelacional. Por que? Porque em ICorintios 14, Paulo diz certos detalhes que me faz pensar o seguinte: se aquele tempo ocorria uma transição de Alianças, e a fundamentação da Palavra de Deus, pelos apóstolos e profetas(Efésios 3.5),os sinais, maravilhas e dons sobrenaturais ou extraordinários, foram como credências dadas a eles, para legitimar o ministérios deles, assim como os sinais e maravilhas que foram feito das mãos de Moisés, para que o povo cresse que ele era o libertador enviado de Deus. Então porque crer que o dom de línguas continua? Se: ICor.14.22 diz que esse dom é um sinal para o incrédulo;- se no versus 18, Paulo diz que oravam mais do que todos;- se Paulo exigia que houvesse interprete para as línguas (vs.27)porém não havendo, que se calassem;- se tanto nos versus 5 e 6, Paulo diz que as línguas com interpretação, tinha o mesmo peso de uma profecia, ciência, doutrina e revelação, e por esse motivo ele encorajavam ao povo profetizar mais do que falar línguas.
O que pretendo dizer através de minha análise, é que o dom de línguas teve 3 propósitos: primeiro: ser um sinal naquele tempo, tanto para os judeus como os gentios, tanto que sua primeira manifestação foi através de 120 pessoas(At.2)judias e gentílicas. Segundo: um dom apostólico, pois além de Paulo falar mais que todos, através das mãos dos apóstolos era concedido o sinal e por aqueles que se associaram com os apóstolos no decorrer daquele tempo. E terceiro revelacional, pois a interpretação era o dom que revelava o significado das línguas, que trazia edificação e entendimento num período onde as Escrituras Sagradas estavam ainda sendo concluídas. Ou seja, as línguas não tinham muita importância, a menos que houvesse intérprete e acredito que os apóstolos tinham esse dom, o que trazia um peso maior para a interpretação à igreja.
Enfim, acho que há mais sentido, em entender que as línguas cessaram com os apóstolos e profetas da igreja primitiva, devido ao tempo de transição das alianças, porque eram as credências dos mensageiros de fundação e devido ao período do fechamento do Cânon, o que encerra a necessidade desse dom de línguas, pois nas Escrituras encontramos tudo o que o homem precisa para ouvir de Deus o que Ele quer dos homens, pois é a Sua Poderosa Palavra Eterna.
Sei que pode haver provavelmente algumas lacunas vazias dentro do que escrevi, mas por enquanto é essas as minhas impressões.
Deus nos abençoe!
Reverendo o senhor disse que ainda procura um termo que o defina, um "amigo" nosso com idéias parecidas a essas aqui esposas se define como um "carismático com cinto de segurança". Abraços e muito obrigado pelo texto!
ResponderExcluir"Entendo que o dom de profecia que aparece nas listas de dons do Novo Testamento se refere à capacidade dada por Deus a determinadas pessoas para trazerem uma palavra de Deus à igreja, baseada nas Escrituras, em momentos de crise e necessidade". Este ponto é plenamente defendido pelos pentecostais clássicos (http://www.gracaesaber.com/2012/08/os-dons-e-as-escrituras.html).
ResponderExcluirParabéns pela coragem, pr. Augustus.
Graça e paz reverendo.
ResponderExcluirInteressante que se Deus é o mesmo ontem e hoje segundo essa interpretação de mesmice, talvez as pessoas que defendem essa posição deveriam também clamar pelo "dom de Elias" e fazer descer fogo do céu, afinal Deus é "obrigado" a ridicularizar os falsos deuses.
Esse "dom" é bem difícil de ser simulado corriqueiramente ou confundido, não é como línguas e profecias onde as pessoas podem produzi-las (seja por inocência ou por maldade). Talvez por isso não vemos nenhum desses que defendem essa posição clamando por isso, afinal sua credibilidade estaria sendo posta em sérios apuros.
Deus o abençoe.
Renato
Pastor com todo respeito me surge a mesma dúvida que postou nosso amigo Música,ciência e teologia: A que ponto existe a intervenção divina quando se é provado os tais pontos ditos por nosso amigo?
ResponderExcluirPS:Por favor não pense que estou criando conflitos,sou cristão,mais sempre tive essa dúvida.
Graça e paz Rev. Augustus!
ResponderExcluirApenas para complementar o que eu disse num comentário anterior...
Uma das coisas que também contribuiram para que eu me tornasse 100% cessacionista foi o fato de eu ter conhecido as grandes doutrinas da graça e da soberania de Deus através de pregações e leituras da Palavra, e não através das (línguas interpretadas", profecias, sonhos, revelações, etc, etc, etc...
Quando me tornei reformado em minha forma de pensar e viver, comecei a me perguntar o porque Deus nunca "usou" alguém para me abrir os olhos quanto aos erros doutrinários que eu acreditava. (peço perdão e compreenção aos meus irmãos arminianos e pentecostais por falar assim).
Foram 11 anos nas Assembléias de Deus, chegando inclusive a ser ordenado ao presbitério. Penso que se Deus de fato falasse por outros meios Ele certamente teria falado. Acredito que essa seja talves, uma das maiores dificuldades para que um pentecostal (ou carísmático) abrace as doutrinas da reforma. Pois lá (no meio pentecostal) somente há "revelações" que aprovam o dispensassionalismo, pentecostalismo, arminianismo, pelagianismo, e outras doutrinas que não se sustentam.
Se Deus de fato falasse por outros modos além das Escrituras, certamente que nossos irmãos carísmáticos teriam muito mais embazamento teológico que nós, pois o Sr. Jesus disse que o Espírito Santo nos guiaria em "TODA A VERDADE". Porém, o que eu pude comprovar é o extremo oposto.
E aos que pensam que uma das funções dos dons estraordinários não era doutrinar e orientar as pessoas eu cito alguns textos para reflexão: Jo 14.26; Jo 16.13; 1 Co 12.7; 1 Co 14.24-25, etc.
Um abraço fraterno!!!
As duas linhas são embasadas biblicamente, creio que você esteja realmente estudar um pouco mais, tanto a reforma quanto sobre o meio pentecostal.
ExcluirE procure mestres imparciais e tente sanar todas essas dúvidas, o pior crente é aquele que levanta a bandeira a partidos.
Se torna um crítico, se achando um combatente a heresias.
E realmente quem não ajunta espalha.
E a bandeira de orgulho é somente a de Cristo! Cessacionistas ou não, não irão pro céu por essa escolha/predestinação, mas sim por um coração quebrantado ao Senhor e temor a Sua palavra.
Abraço fraternal
Excelente texto amado pastor! Apezar de não concordar com o amado, pois sou pentecostal há vinte anos e concientemente desfruto desses dons.
ResponderExcluirMarcos (aka Música, Ciência e Teologia),
ResponderExcluirVocê perguntou, "Quando alguém testemunha uma cura com exames médicos antes e depois, podemos, efetivamente, atribuir a Deus essa cura?".
A rigor, toda cura vem de Deus. Ele cura de maneira indireta, através da ciência médica e dos remédios, ou, por vezes, diretamente, em resposta às orações. Tiago diz que a oração da fé levantará o doente (Tiago 5).
Se você prestou atenção diretinho na entrevista, verificará que eu disse que não estou negando que Deus cura hoje. Inclusive testemunhei que eu mesmo já fui curado por Deus em resposta à oração.
O meu ponto é que não encontro evidência de que exista hoje o dom de curar, como era exercido pelos apóstolos. Não vejo ninguém com aquele dom, que foi exercido tantas vezes por Pedro e Paulo, que levantavam defuntos, curavam cegos e aleijados, sem nunca falhar uma única vez.
Mas é claro que nosso Deus continua respondendo orações e quando Ele quer Ele cura. Mas, muitas vezes, ele prefere nos deixar sentir o peso da doença, como milhares de cristãos firmes e sérios poderão testemunhar.
Um abraço.
Graça e paz!
ResponderExcluirParabéns Rev.Augustus pelo esclarecedor artigo. Devo dizer, antes das demais coisas, que me alegra bastante ler um artigo com esse tema. Alegra-me ainda mais por ser um artigo provocado. Devo dizer que o Sr. Rev. Augusto, cresceu bastante no meu conceito. E olhe que já o admiro bastante. Por ter a coragem de falar sobre o assunto e ainda mais por provocá-lo visto que existe uma ausência quase completa de posicionamentos sobre esse tema.
Desde os primórdios da minha fé, quando andei por terras pentecostais e mesmo nos 20 anos seguintes até hoje como presbiteriano, tenho me preocupado com a questão, principalmente sobre o dom de “línguas”. Nunca falei “em línguas” pelo menos nessas "línguas" que escuto por aí e que sempre achei no mínimo “questionáveis”. Sem falar nos casos em que ouvi de pessoas que foram orientadas a “enrolar a língua” e coisas parecidas para começarem a falar “em línguas”. O que ouvi foi o balbuciar de alguma coisa parecida com palavras ou quando muito de frases, quase sempre as mesmas, e a comparar com o que li na bíblia, em nada parecido com o que encontrei lá.
Quando escuto alguma explicação ou indagação de algum pentecostal ouço-os falar de “línguas estranhas” , “falar em mistérios” e “línguas dos anjos” termos completamente equivocados quando relacionados com o fenômeno “línguas” descritos na bíblia. Sem falar no equívoco de usar o “fenômeno” como prova do batismo com o Espírito Santo.
O artigo evidentemente é mais abrangente posto que refere-se aos dons espirituais e não somente ao dom de”línguas” Seu posicionamento é bastante equilibrado e sensato além de tom esclarecedor sem polemizar. Me ajudou bastante. Graça e paz!
Caro Rev,
ResponderExcluirQual a sua opinião desta obra que Deus realizou entre os puritanos?
Vide o Link abaixo para que possa dá o seu parecer.
The gift of prophecy in church history, especially in Reformed and Puritan circles
http://www.theologyweb.com/campus/archive/index.php/t-2476.html
Abraços Reformados.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrezado ir. Wanderley Santana. É verdade que o Espírito Santo veio para nos guiar a TODA A VERDADE. Esta é sua função. Ocorre, que os vasos em quem Deus habita tem furos (Moody). Um cristão cessacionista ou pentecostal, ou quem abrace qualquer outra posição (como o pr. Augustus) ainda não terá chegado à plena verdade, pois ela está além de nossas débeis faculdades mentais e espirituais. Um abraço.
ResponderExcluirLeonardo Marinheiro,
ResponderExcluirVocê diz que o dom de línguas era revelacional e apresentou vários argumentos. Seu ponto é que este dom não existe mais hoje.
Eu concordo com você num ponto, que não estou vendo evidências claras de que as línguas faladas hoje são o mesmo dom de línguas que encontramos no Novo Testamento. Mas, discordo que a razão para isto é que este dom era revelacional e que cessou com o término da Bíblia.
"Revelação" no NT se refere primariamente à verdades ocultas que Deus revelou a seus servos, verdades estas relacionadas com a história da salvação. Por exemplo, Paulo nos revela o mistério de Cristo, a inclusão dos gentios na Igreja, a transformação dos corpos dos crentes vivos por ocasião da vinda do Senhor. João nos revela no Apocalipse o plano eterno de Deus para o mundo e para seu povo, nos dando detalhes do final dos tempos. Paulo ainda nos revela acerca da chegada do anticristo antes da vinda do Senhor.
Isto é que é revelação. É isto que é profecia no mesmo sentido das profecias do Antigo Testamento, quando Isaías e os demais profetas nos revelaram os planos de Deus para a chegada do Messias.
Diante deste quadro, dizer que as línguas eram meio de revelação me parece fora de propósito. O que Deus estava revelando na igreja de Corinto por meio das línguas faladas lá? Por que nenhuma destas revelações ficou registrada? Se as línguas eram veículo da revelação de mistérios ocultos, por que Paulo manda que aquele que fala em línguas fique falando baixinho na igreja somente para ele, se não houver interpretação? Por que Paulo diz que as línguas são "ações de graças" e podem vir na forma de oração e canto? veja 1Cor 14:14-16 e 28.
As línguas, portanto, se interpretadas, serviam como instrução e edificação para a igreja, pois expressavam gratidão, louvor e ação de graças a Deus, como a profecia nas igrejas neotestamentárias. Elas eram expressões devocionais e não veículo de revelação de novas verdades relacionadas com o plano de Deus.
Um abraço.
Caro Peter Böhler,
ResponderExcluirVocê mandou o primeiro comentário às 21:12 e 5 minutos depois pergunta por que não foi publicado... A moderação está ativada em nosso blog e leva algum tempo até que chequemos a caixa de entrada e leiamos todos os comentários e liberemos aqueles que queremos liberar.
Sobre a sua pergunta, eu estou a par da tentativa de provar que entre alguns puritanos houve casos de profecias preditivas. Mas e daí? Os puritanos não eram unânimes no seu pensamento e divergiam com muita freqüência em muitos assuntos. Podemos citar puritanos nos dois lados da controvérsia.
Para mim o que importa é o que a Palavra de Deus diz. O que eu acho intrigante é a completa ausência de orientações nas cartas que os apóstolos escreveram aos crentes quanto a buscar saber a vontade de Deus de maneira direta, mediante sonhos, visões e profecias deste tipo.
Não nego que Deus possa concedê-las - mas neste caso, como eu disse na "entrevista", é algo pessoal e jamais pode ser empregado como direção pública, como era o caso da profecia bíblica.
Um abraço.
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ResponderExcluirCaro Reverendo:
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Além das profecias preditivas de alguns Reformadores( John Knox) e puritanos há também essa citação interessante sobre Charles Spurgeon:
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Em sua autobiografia, Charles Spurgeon escreveu:
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"...Eu poderia contar os muitos casos parecidos em que eu apontava para alguém no salão sem ter nem o mínimo de conhecimento sequer daquela pessoa, ou qualquer idéia de que o que eu dizia estava certo exceto que eu cria que estava sendo movido pelo Espírito para falar. A minha descrição era tão impressionante que as pessoas iriam embora e contavam para os seus amigos: "Venha, conheça um homem que me disse tudo o que eu já fiz. Certamente ele deve ter sido enviado por Deus para a minha alma, pois do contrário ele não seria capaz de me descrever com tamanha exatidão". E não somente isso, mas diversas vezes os pensamentos dos homens me foi revelado no púlpito..."(Charles Spurgeon, Autobiografia, p. 226).
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Richard Baxter :
Foi um líder puritano inglês. A sua obra mais famosa é "O Descanso Eterno dos Santos" (The Saints' Everlasting Rest) e a sua obra mais extensa é "Diretório Cristão" (“Christian Directory”), segundo Max Weber, "compêndio de teologia moral puritana".
Aqui está o que ele pensava sobre o assunto, segundo a sua obra Christian Directory:
Pergunta CLX - Nós podemos esperar que Deus ainda nos dê revelações de sua vontade, além das que já foram dadas nas Escrituras?
Resposta - É preciso distinguir entre 1.---------> (novas leis de pactos para a humanidade e novas previsões ou informações de uma pessoa em particular.)<---------- 2. Entre o que possivelmente acontecerá e o que podemos esperar como certo ou provável. Com base nisso, eu concluo:
1. É certo que Deus não fará nenhuma outro pacto, testamento, ou lei universal, para o governo da humanidade ou da Igreja, como uma regra de dever e de juízo.
2. É certo que Deus não fará nenhuma nova Escritura ou a palavra inspirada como uma regra infalível, universal para a exposição da Palavra já está escrita.
3. É certo que Deus dará a todos os seus servos em diversas medidas, a ajuda e iluminação do seu Espírito, para a compreensão e aplicação do Evangelho.
4.---------------->(É possível que Deus pode fazer novas revelações a pessoas em particular sobre as suas funções específicas, eventos ou questões de fato, em subordinação à Escritura, seja por inspiração, visão ou aparição, ou voz, pois ele não nos disse que ele nunca faria esse tipo de coisa. )<----------------Como dizer-lhes o que acontecerá com eles ou com outros ou mandar ir a tal lugar ou mandar morar em tal lugar ou fazer uma coisa desss, que nem é contrária à Escritura, nem complementa a Escritura, mas apenas uma determinação subordinada...
Abraços Fraternos
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ResponderExcluirEsse outro fato(registro) que citei também é interessante sobre Spurgeon e Baxter.
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Fica a critério a sua publicação.
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Além disso leio quase todos os textos do Rev(nos quais sou muito edificado). Reconheço que o senhor foi muito equilibrado na Entrevista sobre Cessacionismo e Continuismo.
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Parabéns pela elucidação de um tema tão delicado e complexo .
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Abraços em Cristo!
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Graças a Deus eu encontrei um Reformada equilibrado. Por que me irrita em alguns do que se dizem reformados é que sempre que eles podem fazem criticas rasgadas a pregadores como eu que mesmo sendo de uma Igreja continuista "Renovada", prego expositivamente respeito os credos e os símbolos de fé. mas nunca encontro respeito por parte de muitos reformados.
ResponderExcluirFoi bom a oportunidade, por que quero falar para alguns dos que leem que vocês, "esses alguns" não podem mandar um crente pro inferno por que ele crer dessa forma. "Ao Senhor pertence a Salvação" Seja do Presbiteriano ou do Assembleiano. do Batista ou do Episcopal. É Deus quem salva por SOBERANA ELEIÇÃO.
Desculpe-me Rev. a acidez, mas a verdade tem que ser dita. Abs
Em Cristo Samuel Alves, O Pregador.
Reverendo...
ResponderExcluirEntendi muito bem sua explicação, do porque o dom de línguas não seria um dom revelacional. O senhor tá certo.
Agora, deixe-me perguntar...ok, não era revelacional, mas porque esse fato seria suficiente para acreditar que esse dom não cessou, e que poderia de uma forma soberana ativada em alguém em nossos dias eventualmente?
E o ponto que tratei, que sugere que esse dom era apostólico, afinal Paulo orava mais que todos. No caso das curas e maravilhas, temos casos de que esses dons extraordinários também foram exercidos por pessoas que não eram exatamente os apóstolos do cordeiro, como por exemplo Filipe o evangelista (At 8), que inclusive foi transladado de um lugar à outro. Estêvão fazia também sinais e maravilhas e também não foram apóstolos.
Tudo isso indica que naquele período os dons se manifestavam de forma extraordinária por meio dom coletivo. Esses dons eram abundantes entre o povo e especialmente através daqueles que estavam perto dos apóstolos. Muitos dons extraordinários eram efetivos na igreja primitiva pois ainda a estrutura da igreja a da sã doutrina, estavam ainda em construção.
O senhor não concorda, sendo o dom de línguas e a interpretação, dons sobrenaturais ou extraordinários, que esses foram sinais apostolicos que marcaram o início da era da igreja e a autoridade dos apóstolo?
E porque não teria cessado com o término da Bíblia? Qual seria a utilidade desse dom hoje, sendo que, não havendo intérprete a mente fica infrutífera? E para que a necessidade de uma língua interpretada, se temos as Escrituras para dar entendimento e manter nossa mente frutífera??
Se uma profecia de hoje deve se fundamentar nas Escrituras, como uma língua estranha se fundamentará? E pior...se a interpretação tem que estar pautada na Palavra de Deus, então para que uma língua desconhecida??
Compreende irmão Augustus Nicodemus a raiz da minha dúvida?
Grande abraço!
Prezado irmão George Gonsalves, graça e paz!
ResponderExcluirConcordo plenamente com você quando diz que sempre seremos limitados quanto ao total entendimento da verdade (acredito que foi isso que você quis dizer ao citar a frase do Moody), porém, o número de "furos" existente nos "vasos continuístas" é muito grande. Ao invés de "vasos" podem ser chamados de verdadeiras "peneiras"...
Até agora nunca encontrei algum continuísta que consiga desconstruir os argumentos da tese cessacionista. Eu mesmo, como ja disse anteriormente, me vi num beco sem saida: ou me tornava cessacionista ou seria forçado a cometer suicídio intelectual.
Sei por experiência própria o quanto é dificil abrir mão das experiências pessoais, porém, hoje eu piso no solo firme da verdade Escriturística.
Esses "supostos dons" em atividade hoje não contribuem em absolutamente nada para o reino de Deus. Basta analisar as igrejas pentecostais.
O Sr. Jesus disse que o Espírito Santo guiaria seu povo em toda a verdade, porém, o que vejo no meio continuísta é uma desvantagem muito grande quanto ao conhecimento da verdade em relação aos cessacionistas. Você não acha que deveria ser o oposto? E digo isso sem nem me referir aos gigantes da fé que viveram nos séculos passados e também não criam na continuidade desses dons.
Um abraço fraterno!
Sou membro de uma igreja tradicional (Congregacional da "União"), mas venho de uma igreja pentecostal. Acho que Deus concede o dom de profecia preditiva ainda hoje. Ao menos na vida da minha família temos testemunhado grandes coisas que Deus, pela sua misericórdia, de antemão anunciou por homens simples, um que até já morreu pela idade, mas a mensagem que ele entregou se cumpriu sem interferência alguma da parte dele, pois já estava com o Pai!
ResponderExcluirCaro Rev. Augustus.
ResponderExcluirPrimeiramente, o seu texto foi de arrancar o sabiá do toco. Excelente!
Dicas para a sua posição? Talvez semi-cessacionista ou cessacionista moderado sejam boas opções... ou não :)
Abraço.
Prezado ir. Wanderley Santana, creio que há no meio cristão "vasos" e "peneiras", mas a definição se dá pela experiência com Deus, e isto envolve vários aspectos como amor, conhecimento, devoção, etc. (o que está além do nosso alcance).
ResponderExcluirVc. tb. diz que esses "supostos dons" não contribuem em nada para o reino de Deus, bastando analisar as igrejas pentecostais. Essa afirmação é temerária. O movimento pentecostal é muito grande. A história descreve contribuições positivas para a igreja. É verdade que há muitas distorções, mas tb. há inúmeras dentro de igrejas tradicionais (como liberalismo e ecumenismo).
Por fim, recomendo a leitura de dois bons livros s/ o assunto: "No poder do Espírito" (Robert Menzies-Ed. Vida) e "Cessaram os dons espirituais?" (org. por Wayne Grudem-Ed. Vida).
Deus o abençoe!
Irmão George Gonsalves, eu não me referi a contribuição dos pentecostais para o reiuno de Deus, e sim, a contribuição dos dons de linguas, profecias, sonhos, etc...
ResponderExcluirCertamente que nossos irmãos pentecostais tem uma enorme contribuição na expansão do reino de Deus nesta Terra. Quando eles vão por esses vastos rincões do Brasil e do mundo pregando o evangelho é uma benção para o Reino de Deus.
Agora, em se tratando expecificamente do uso desses dons, que exemplos podemos citar de contribuição? acho que nunhum.O que pude constatar em 11 anos de pentecostalismo foi apenas confusão, erro doutrinário e arrogancia por parte de quem supostamente possui esses dons.
E sobre os cristãos cessacionistas que aderiram a distorções (liberalismo, ecumenismo, etc), basta dar uma espiada e se verá que eles sempre foram colocados em seu devido lugar. Ou seja, eles não tem livre acesso em nossos pulpitos. Tão logo são identificados, são logo tomadas as devidas providencias.
Pastor querido!! Tenho pelo senhor o maior respeito e lhe admiro muitíssimo. Mas não vejo o caso da doutrina pentecostal com tanta amabilidade e abnegação a ela.Fui durante quase 20 anos de igrejas pentecostais (clássicas) e tb neo pentecostais,lá ouvi,vi,práticas completamente estranhas ao evangelho .Eu mesma fui ensinada a falar em línguas(absurdo...). E desde qd estava nesse meio a duvida sempre habitou minha mente quanto a veracidade do que eu via e ouvia.E isso me levou a estudar as escrituras mesmo estando em tais lugares.E ATÉ hoje com o advento da Internet a quase 10 anos pude mesmo estudar a ORIGEM da doutrina pentecostal suas raízes,fundadores etc.Nunca irei me comparar ao senhor em conhecimento,claro.Mas como disse o assunto DOUTRINA pentecostal e MISTICISMO andam juntas,um ensino distorcido (falsificado) da doutrina do Espirito Santo e sua ação não deve ser levado tão mansamente e abnegadamente como eu já disse acima..
ResponderExcluirNO amor e na constância de Cristo ..
Obrigada pelo texto excelente
Ruth Rossini...
Reverendo concordo plenamente com seu ponto de vista em relação ao cessação de alguns dons. Mas me intrigou sua colocação:
ResponderExcluir"Pecamos contra o Espírito ao aceitarmos as manifestações espirituais de maneira crédula, sem exame ou análise, renunciando às orientações bíblicas e à nossa razão..."
Será este o pecado de blasfêmia contra o E.S. que o Sr. está colocando? Se for esse, será que está correto colocar assim, pois é um pecado imperdoável e as pessoas que o cometem são certamente réprobas.
Em Cristo
Caro Augustus,
ResponderExcluirLi toda a entrevista, que foi compartilhada na página "Reforma que Passa" no Facebook. Concordei com alguns pontos e discordei de outros. Entretanto, isso não vem ao caso, por hora. O que me intrigou, na verdade, é a sua afirmação acerca da blasfêmia/pecado contra o Espírito Santo. Você disse:
"Pecamos contra o Espírito ao aceitarmos as manifestações espirituais de maneira crédula, sem exame ou análise, renunciando às orientações bíblicas e à nossa razão."
Quer dizer, então, que há milhares, pra não dizer milhões de crentes, em todos os lugares desse mundo, que pecaram contra o Espírito Santo ao crer inocentemente nessas manifestações? Eu mesmo, se em algum momento acreditei nisso, então, perdi a salvação? Evidente que não! Por favor, nem acredito que li isso. O senhor tem noção do que pode acontecer se essa afirmação circular pelas igrejas? Pode causar verdadeiro pânico! Afinal, sabemos que esse é o único pecado do qual não existe perdão. Entende o que quero dizer? Muitos irmãos poderiam até mesmo tirar a própria vida ao ler isso, já que de qualquer jeito iriam para o inferno!!!!
Procurei manter contato com o senhor somente para pedir que retire esse trecho da entrevista, ou então o modifique. Não peço isso porque eu, porventura, tenha discordado do senhor. De maneira nenhuma. Tenho convicção do que Deus me revela por Sua Palavra. Mas penso nas almas preciosas dentro das igrejas que são levadas por doutrinas de demônios e acreditam nisso tudo por não conhecerem as Escrituras. Entretanto, não é por esse motivo que Deus não deseja mais a salvação desses! O senhor tem influência no meio cristão e provavelmente sabe que há citações suas circulando pelo Facebook. Para que não ocorra nenhuma tragédia, peço, novamente, por favor, pensando nessas almas, que retire esse trecho.
Deus o abençoe!
Peter,
ResponderExcluirO caso de Spurgeon não se configura, para mim, em dom da profecia. Não há no NT nenhum registro de que o dom de profecia seja isto. Acredito que seja uma orientação particular do Espírito a Spurgeon considerando o seu ministério evangelístico de grandes proporções. O que eu pergunto é onde encontraremos nas Escrituras, nossa única regra de fé e de prática, qualquer orientação ou sugestão aos pregadores de que o Espírito haverá de mostrar a eles os pecados ocultos de sua audiência?
O que chega mais perto é 1Cor 14:24, quando Paulo diz que diante da pregação da Palavra, os segredos do coração do incrédulo ficam descobertos, considerando que a Palavra é mais afiada que espada de dois gumes. Para não dizer que as experiências de Spurgeon ou de qualquer personagem da história da Igreja não é padrão, paradigma para a Igreja - e sim as Escrituras.
Sobre os escritos de Baxter - volto a dizer, e daí? Posso citar outros puritanos, como John Owen, que discordariam desta posição de Baxter.
Volto a dizer, Peter, não discuto que Deus pode, a critério de Sua soberania, falar de maneira direta a uma pessoa, mas isto não é o dom de profecia pois o conteúdo desta "revelação" é pessoal e particular e não pública e de caráter obrigatório para a Igreja, como eram as profecias de Isaías e as profecias de Paulo.
Um abraço.
Leonardo Marinheiro,
ResponderExcluirSão duas coisas distintas que estou tratando. Uma, é a natureza do dom de línguas. Espero ter deixado claro que não era revelacional. Portanto, não há objeção teológica ou exegética a que ocorra hoje.
Segunda, não vejo evidência de que isto esteja acontecendo hoje.
OS argumentos que você usa para eliminar qualauer possibilidade da ocorrência do dom autêntico hoje não têm sustenação bíblica ou exegética.
Felipe e Estêvão não eram apóstolos, mas receberam a imposição de mãos dos apóstolos, fazendo parte do chamado círculo apostólico, do qual também participaram João Marcos (que escreveu o evangelho de Marcos ) e Lucas (que escreveu o Evangelho e Atos).
Se o dom de línguas não era revelacional, se está na lista dos dons que edificam a igreja, se Paulo diz ao final do capítulo 14 de 1Coríntios que não devemos proibir o falar em línguas, por que eu deveria aceitar que é impossível que Deus o conceda hoje - muito embora eu pessoalmente não conheça nenhum caso destes -?
Abs.
Gustavo Amorim,
ResponderExcluirO problema quando a gente usa experiências para provar que existe o dom de profecia é que podemos também trazer casos e mais casos de profecias falsas, que nunca se cumpriram, profecias gerais nas quais cabem qualquer coisa, profetadas, etc.
Por isto a melhor coisa é submter as experiências à Bíblia e não o contrário.
Abs.
Ruth (aka Eternyzante),
ResponderExcluirNão se trata de ser amável ou abnegado com relação às doutrinas pentecostais, mas de saber o que a Palavra de Deus nos ensina e seguir a verdade onde ela nos levar...
Abs.
Mocidade Tessalônica,
ResponderExcluirEu escrevi na minha entrevista "Pecamos contra o Espírito ao aceitarmos as manifestações espirituais de maneira crédula, sem exame ou análise, renunciando às orientações bíblicas e à nossa razão..."
E aí você pergunta: "Será este o pecado de blasfêmia contra o E.S. que o Sr. está colocando? Se for esse, será que está correto colocar assim, pois é um pecado imperdoável e as pessoas que o cometem são certamente réprobas".
A resposta é que não. No Novo Testamento encontramos diversas atitudes que são consideradas como pecado contra o Espírito, e são elas:
- entristecer o Espírito: Efésios 4:30
- resistir ao Espírito: Atos 7:51
- apagar o Espírito: 1Tess 5:19
- blasfemar contra o Espírito: Marcos 3:29
Somente este último é imperdoável. E não creio que cristãos que são crédulos e desconhecedores de algumas doutrinas bíblicas, como mencionei, estejam cometendo a blasfêmia contra o Espírito, mas certamente o entristecem.
A razão da tristeza é esta: as Escrituras, inspiradas pelo Espírito, orienta os crentes a testar os espíritos, a examinar todas as coisas, a ter cuidado com falsos profetas, a ficar alertas contra manifestações espirituais espúrias e demoníacas. Quando estas ordens são desobedecidas, é claro que estamos pecando contra o Espírito - mas obviamente não blasfemando.
Terminando, por que você não se preocupou também com a acusação que alguns fazem contra os reformados de que eles blasfemam contra o Espírito porque questiona algumas supostas manifestações espirituais hoje?
Abs.
Marco Aurélio,
ResponderExcluirVeja a minha resposta à Mocidade Tessalônica.
É claro que não tenho a menor intenção de alterar o texto da minha entrevista, uma vez que é evidente que você se equivocou ao igualar pecado contra o Espírito com blasfêmia contra o Espírito - coisa que não fiz.
Abs.
Paz, rev. Augustus.
ResponderExcluirParabéns pela moderação e ponderação no artigo. Parabenizo também a moderação e alto nível nos comentários.
Como pentecostal que sou, louvo a Deus pela atitude em promover um debate saudável e abrir essa porta de diálogo.
Inclusive, deixo a dica para um diálogo respeitoso e saudável com um pentecostal (não-xiita) sobre o tema. Acho que esse diálogo não existe, infelizmente. Se existe, desconheço.
E, finalizando, existem muitos, mas muitos mesmo (eu conheço vários) irmãos das igrejas tradicionais ou reformadas que têm experiências reais, concretas e legítimas com os dons espirituais.
Infelizmente, reconheço: existe muito (muito) abuso no uso dos dons, além das fraudes. Mas, como disse o rev. Hernandes Dias Lopes na Vinacc do ano passado: "só porque existe fogo estranho eu não vou duvidar que existe fogo".
Grande abraço,
Wallace, do blog Desafiando Limites (aquele do menininho fazendo flexão, do marcador de páginas que lhe dei no lançamento da Anajure).
Ps. Conheço uma pessoa que lhe deu muito trabalho em Recife (segundo ela mesma, risos) e fala muito bem do senhor e melhor ainda de sua esposa). Lembra de Rivania? =)
Reverendo, realmente não tinha pensado nos outros pecados que podem ser cometidos contra o Espírito Santo além da blasfêmia, por isso perguntei se era esse que o Sr. estava se referindo. Realmente discordo com a posição de muitos pentecostais julgando nós, reformados, que pecamos contra o Espírito Santo (no sentido mesmo de blasfemar) quando falamos que alguns dons cessarão. Muito obrigado pela explicação.
ResponderExcluirEm Cristo
@Mocidade Tessalônica,
ResponderExcluirsinceramente, é a primeira vez que vejo alguém dizer que nós - pentecostais - dizemos que vcs - reformados - pecam (blasfemam) contra o Espírito Santo ao afirmarem que os dons cessaram...
mas, não duvido que alguns pentecostais desavisados digam isso, assim como já vi outros dizendo que falamos em línguas pelo demônio, por alucinação, problemas psicológicos, etc.
de fato, tem xiitas (haters) em todas as igrejas... rs
abs,
Pr. Augustus Nicodemus Lopes, parabenizo-lhe pelo artigo e pelo espaço que vocês mantêm aqui, parece um oásis no meio de muita esquisitice que tenho visto na internet. Gosto muito do blog, apesar de não ser um "comentador" kkk.
ResponderExcluirConcordo inteiramente com o senhor quanto à questão de "contar uma história que aconteceu comigo..." quando podemos relatar tantas "profecias" que enganaram muita gente (conheço uma mulher que profetizou o casamento com data e tudo a um membro da minha igreja e não aconteceu!).
Ainda assim, acho difícil que a profecia preditiva não aconteça nos dias de hoje, penso mais ou menos da forma como na teologia católica romana é entendida a revelação pública e a revelação privada.
Wallace Sousa
ResponderExcluirAmado, realmente escuto de muitos essa acusação, muitas vezes como uma advertência: "cuidado contra o blasfemar contra o Espírito Santo", é o que eles dizem e acredite, não são poucos. Acusações de frios, geladeiras, que somos salvos, mas não tomamos posse das maravilhas de Deus e por ae vai...
@Mocidade,
ResponderExcluirde fato, não vejo como isso - tanto uma coisa como outra - contribuem para o avanço do Reino e edificação do Corpo.
mas, graças a Deus que, no Céu, isso acabará. enqto isso, "só a graça"... rs
@Gustavo Amorim
de fato, falsas profecias existem desde antes da igreja, por isso Moisés disciplinou seu julgamento que, mesmo hoje, ainda é válido.
as falsas que já recebi, esqueço. as verdadeiras, eu guardo. na verdade, até escrevo para acompanhar seu cumprimento. e a lista é longa.
mas, qq um crente salvo em Cristo pode ter experiência e intimidade com Deus a ponto de Ele falar conosco, seja pela Palavra - a profecia por excelência -, seja em oração, em nosso espírito, seja por um 'profeta', na pregação, em um louvor, etc.
nós, pentecostais, os maduros, não negamos que Deus possa falar de várias maneiras: eu mesmo posso contar muitos sonhos e visões (outra área difícil...), existem pessoas que estão se convertendo em países árabes através de sonhos e visões, etc.
mas, sabe o que eu aprendi? não adianta eu querer convencer alguém que Deus usa profetas hoje (e as profecias se cumprem!), pq Deus é quem escolhe a forma de falar com as pessoas. se Ele quer falar APENAS pelas Escrituras, ótimo. agora, se Ele quer se revelar de outras formas "complementares", amém tb.
que em tudo o Senhor seja glorificado, de uma forma ou de outra.
e quanto a nós, continuemos caminhando em direção à nova Canaã, onde saberemos de tudo, visto que aqui sabemos apenas em parte.
gde abço.
Graça e Paz professor Nicodemus!
ResponderExcluirPor gentileza, gostaria que o senhor escrevesse um post sobre "blasfemar contra o Espírito-Santo: Marcos 3:29" que é o único pecado imperdoável, as explicações que vi até hoje acerca desse tema, sempre me pareceram muito superficiais e, como sou um cristão reformado dentro de uma igreja pentecostal, passo alguns apuros quando tento explicar que certas 'supostas manifestações' são simplesmente êxtase emocional...
Desde já muito obrigado e que Deus o abençoe sempre!!!
Nos laços do Calvário
Antonio Brito
Reverendo,
ResponderExcluirLendo sua resposta à participação do Marcelo (10/02/13 22:37)fiquei curioso quanto ao seu pensamento acerca do jejum. Há muita divergência de opiniões e práticas nesse sentido.
Portanto, peço que pense na possibilidade de escrever um post a este respeito. Creio que seria muito esclarecedor!
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ResponderExcluirPrezado Reverendo,
ResponderExcluirMinha pergunta não tem relação com o assunto abordado, porém, como só agora estou conhecendo melhor a Palavra, através do acompanhamento assíduo que faço de todo o conteúdo disponibilizado pela sua igreja de Santo Amaro, principalmente os seus, gostaria de saber: a quem devo orar? A Jesus ou a Deus? Desculpe-me pela ignorância! Abraços e muito obrigado.
Caro Rev. Augusto, graça e paz. Aproveito o contato para dizer o quanto respeito e admiro seu trabalho, sobretudo em função do equilíbrio que pauta suas teclas (não dá mais para dizer sua "pena" nos dias atuais, rs).
ResponderExcluirBrincadeira a parte, eu fiquei com duas dúvidas na "entrevista", se puder me esclarecer:
1 - Na sua opinião, o dom de línguas refere-se a línguas humanas (alemão, inglês, hebraico, etc) que são proferidas por aqueles que não as conhecem e traduzidas por outros, ou são línguas estranhas à razão humana, chamadas de celestiais?
2 - No caso da profecia, concordo 100% com sua colocação de que não há mais profetas como no AT, que trouxeram mais da Revelação de Deus, no sentido canônico. Porém, um caso como o de Ágapo, restrito a vida e/ou ministério de alguém, individual, que NÃO caracteriza, doutrina, é possível hoje, na sua opinião)?
Obrigado.
@Wallace Sousa,
ResponderExcluirGostei do seu comentário por que ele expandiu um pouco mais a discussão que me interessava na “Entrevista” do Pr. Augustus Nicodemus Lopes.
1 – Cheguei à fé (como todos nós, evangélicos) pela revelação de Deus à humanidade que está contida exatamente na Bíblia Sagrada, que testemunha de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
2 – Todas as visões e revelações (em sonhos, orações, louvores, enlevações, ou pronunciamentos de terceiros, etc.) verificadas depois da conclusão do Novo Testamento NÃO “completam” nem “complementam”, (deixe-me ser sutil com as palavras) a revelação que Deus fez de si mesmo na Bíblia. “Quando a profecia quer se tornar autônoma ou até se fazer passar por outro desígnio de salvação, melhor e mais importante que o Evangelho, então ela certamente não provém do Espírito Santo, que nos guia no âmbito do Evangelho e não fora dele”.
3 – Se há um papel para o dom da profecia hoje, e como sempre foi, é de clara subalternidade e de função subsidiária à Palavra de Deus (Bíblia), que se torna o próprio critério de aferição da profecia e de sua validade
4 – Além disso, o recebimento de qualquer profecia hoje não é obrigatório para a fé, constitui antes um auxílio para tempos difíceis e angustiantes, enfrentados ou por enfrentar individualmente ou coletivamente.
(CONTINUAÇÂO)
ResponderExcluir5 – O cuidado contra os falsos profetas é um dever de todo o crente: “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos”. Mateus 24:4-5. E como você falou, Wallace Sousa (Sousa com “Z” ou com “S”? kkk), devemos guardar as verdadeiras profecias, e lançar fora as falsas.
6 – Repito aqui as suas palavras Wallace Sousa: “Deus é quem escolhe a forma de falar com as pessoas. Se Ele quer falar APENAS pelas Escrituras, ótimo”. Se algumas pessoas entendessem a profundidade disso que você falou não ficariam ansiosas por uma revelação privada (o “APENAS pelas Escrituras” é o suficiente para todos), e assim evitariam a criação de tantos falsos profetas que se aproveitam de suas ansiedades e medos, manipulando-os.
7 – Repito aqui as palavras do Pr. Augustus Nicodemos Lopes:
- “o dom de profecia continua hoje, conforme entendo, mas somente enquanto exortação, consolo, confrontação pela Palavra”.
- “Entendo que o dom de profecia que aparece nas listas de dons do Novo Testamento se refere à capacidade dada por Deus a determinadas pessoas para trazerem uma palavra de Deus à igreja, baseada nas Escrituras, em momentos de crise e necessidade. O profeta exortava, edificava e instruía os crentes reunidos”.
Parece-me que, mesmo no movimento do profetismo em Israel, uma das funções dos profetas não era simplesmente anunciar o futuro e uma nova Aliança, mas testemunhar o declínio do povo em relação à moral e ao cumprimento da Lei de Moisés. Assim, também hoje entendo que há uma dupla utilidade neste dom: tanto anunciar (renuncio ao verbo “predizer” pela ideia que passa de determinação precisa submetida à curiosidade) coisas futuras dentro da Aliança eterna de Deus: Cristo; como também “ilustrando a vontade de Deus enquanto exigência e indicação para o presente” atualizando a única revelação (Bíblia).
Finalizo com as palavras do Apóstolo Paulo:
“Não extingais o Espírito, não desprezeis as profecias. Examinai tudo e retende o que for bom”. I Ts 5-19-21.
P.S. 1: Não tenho fôlego para debates (estou no meio de uma correria para terminar alguns trabalhos acadêmicos), por isso peço uma exagerada condescendência para estas poucas palavras que posto aqui.
P.S. 2: Me tornei subitamente um “comentador”, desse tema especificamente, por que a minha igreja está passando por um momento de “crise e necessidade” e algumas palavras proféticas vieram ao encontro dessas necessidades e da crise, nos auxiliando dentro da sã doutrina (Bíblia).
P.S. 3: Citei em alguns trechos um texto de Joseph Ratzinger (Teólogo católico e atual papa), escrito como um “Comentário teológico à Terceira parte do Segredo de Fátima”. Nesse caso não se trata de um acompanhamento subalterno dos pensamentos expressos nesse texto católico romano, mas de um exame do que é proveitoso ou não de acordo com a boa consciência na Palavra.
Abs.
Gustavo Amorim.
Igreja Evangélica Congregacional do Cabo – PE (ligada à União de igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil – UIECB). (Professor da classe dos Jovens na EBD).
Rev. Nicodemus,
ResponderExcluirEstou muito feliz em ler esse texto, pois é exatamente o que entendo em relação ao ensino bíblico sobre os dons. Muito obrigado, me confortou bastante, saber que existem irmãos, que bem antes de mim, já tinha esse entendimento sobre os dons.
Só uma observação: eu sou presbítero pela Assembleia de Deus, e é dificílimo suportar certas "manifestações", meramente emocionais e humanas, que vejo nas igrejas de minha denominação. Alguns irmãos da minha igreja acham que sou cessacionista, mas a verdade é que desde que me tornei calvinista muitos do meus posicionamentos entram em conflito com o que os pastores da minha denominação pregam.
Abraços Rev. Nicodemus.
Ricardo Luís
Blog Sigo o Caminho
@Gustavo Amorim, boa tarde.
ResponderExcluirobg pela referência, e irei responder em linha com o que vc escreveu, ok?
1. para saber um pouco sobre minha conversão, caso queira, pq o texto é um pouco longo - e não poderia deixar de ser assim (rs), segue o link: http://wallysou.com/2011/09/12/como-escaparia-eu/
2. mencionei revelações/profecias como "complementares" à experiência pessoal, e não à Revelação Escriturística. Talvez não tenha ficado claro, mas acho que vc entendeu =)
3. exato, sublinho minha concordância em quase tudo que vc escreveu, com a ressalva de que a profecia já foi diferente no passado, tanto funcional quanto em termos de objetivos. Ou seja, a profecia hoje está contida dentro da profecia do passado, mas esta compreende coisas que, hoje, não são mais necessárias e/ou realizadas. E penso que o rev. Augustus também sublinha essa tese.
4. sim, eu também sublinho esse seu pensamento, genericamente falando (regra geral), mas sempre com a ressalva de que o Senhor pode se utilizar desse expediente profético para nos revelar algo específico para nossas vidas.
5. Sim, infelizmente estamos vendo uma verdadeira praga de falsos profetas hoje... e é Sousa, com S mesmo. ;o)
6. esses dias, em Campina Grande, falei exatamente isso para alguém que pediu oração. Ela perguntou ao irmão que havia orado por ela: "Deus não te mostrou nada, não falou nada com vc?". E eu falei depois pra ela: "se a pessoa que orar não falar nada, não fique perguntando isso, pois vc fica ansiosa e se coloca à mercê de algum enganador que esteja mal-intencionado, gerando ainda mais confusão na sua cabeça".
7. ratifico o entendimento de profecia para exortação, consolo e edificação, todavia com a ressalva que, às vezes, esses objetivos maiores são alcançados pela profecia preditiva particular (como profetizou Ágabo para Paulo). E, sem hipocrisia ou sentimento semelhante, falo com experiência própria - positiva, claro.
ps¹: obg pelo debate, respeitoso e agradável, Gustavo. Gostei de trocar idéias com vc sobre o assunto. ;o)
ps²: quero pedir permissão ao rev. Augustus para fazer uso de sua idéia (devidamente creditada, obviamente) e fazer as vezes do pentecostal sendo entrevistado em relação ao mesmo tema, no sentido de fazer um contraponto à forma como ele respondeu.
agradeço a atenção de todos,
gde abço.
Wallace Sousa, presbítero da Ass. Deus de Brasília, editor do blog Desafiando Limites.
Paz! Reverendo, seu primeiro argumento não dá muita margem às bizarrices tidas como "novas maneiras de Deus agir", como o "cai-cai", unção do riso e demais "unções"?
ResponderExcluirOlá, Rev. Nicodemos, parabéns pela postagem, muito bem articulada. Eu não me identifico nem como cessacionista e nem como continuísta, pois, acho que as duas palavras perderam o sentido. Tantas pessoas definem a palavrae tantas formas que fica difícil saber o que significam.
ResponderExcluirEu só gostaria que você esclarecesse algo...
Você escreveu:
"Todavia, temos indícios significativos da história da igreja de que ele cessou após o período apostólico".
E também:
"Obviamente não apareceu depois dos apóstolos ninguém na história da Igreja, até os dias de hoje, com este mesmo poder. E estou falando de homens como Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley, Whitefield, Hudson Taylor, Spurgeon, Moody e outros homens de Deus, que não podem ser acusados de não terem fé ou de serem carnais".
Isso está no contexto do argumento histórico, frequente citado por cessacionistas. Mas, eu não acho que isso é tratado de maneira realmente satisfatória. Fala-se muito facilmente na ausência de ocorrência histórica, mas, às vezes penso que é insatisfatória a maneira em que o registro histórico é tratado.
Peguemos o exemplo de Lutero que você citou. Sabemos que Lutero cria que era o cumprimento de uma profecia de John Huss. Não só ele. Isso era suficientemente crido entre os luteranos que foi citado no sermão de seu funeral, pregado pelo Rev. Johann Bugenhagen. Eu tenho aqui alguns livros de uma coleção de obras de Lutero – Luther’s Works. No volume 34, há um comentário dele de um Edito Imperial promulgado em 1531. Ele escreveu:
ResponderExcluir“Eu, Dr. Martinho, fui chamado para esse ofício e fui compelido a me tornar um doutor, sem qualquer iniciativa minha, mas por pura obediência. Então eu tive que aceitar o ofício de doutor e fazer um juramento de que eu pregaria e ensinaria com fidelidade a minha tão amada Sagrada Escritura. Enquanto eu estava engajado no ensino, o papado cruzou meu caminho e queria me impedir… Mas não me impedirá. No nome e na vocação de Deus, eu andarei sobre o leão e sobre a víbora e pisarei com meus pés no filhote de leão e no dragão. E isso que começou durante a minha vida se completará após minha morte. São Jan Huss profetizou de mim… ‘Assarão um ganso agora (porque “Huss” significa “ganso”), mas em cem anos ouvirão ouvirão um cisne cantar e terão que aguentá-lo’. E assim será, se Deus quiser”.
No sermão do funeral de Lutero, o Rev. Johann Bugenhagen pregou:
“Mas em meio a tristeza, devemos reconhecer também a graça e misericórdia de Deus conosco e agradecê-lo por ter acordado por seu Espírito o querido Dr. Martinho Lutero para ir contra as doutrinas anticristãs do abominável e satânico papa e contra as doutrinas do diabo somente cem anos depois da morte do santo Jan Huss (que foi morto pela verdade em 1415), como o próprio Jan Huss profetizou antes de sua morte de um cisne futuro. Huss significa “ganso” na língua boêmia. ‘Vocês estão assando um ganso’, disse Huss, ‘mas Deus levantará um cisne que vocês não queimarão ou assarão’.
Evidentemente, poderia ser argumentado que a história foi inventada pelos luteranos ou pelo próprio Lutero. Mas, acontece que nós temos o registro histórico de um testemunha ocular de que John Huss de fato disse isso antes de morrer.
Um dos que estavam presentes na execução de Jan Huss foi o sacerdote católico romano Poggius Florentini, também conhecido com Poggius o papista. Ele foi o legado do papa que entregou a intimação para que Jan Huss comparessesse ao Concílio de Constança e depois participou do concílio como um membro votante. Foi neste concílio que Jan Huss foi condenado a morte. Depois da execução, Poggius escreveu para seu amigo Leonhard Nikolai duas cartas, que sobrevivem até hoje, contendo uma descrição detalhada no julgamento e morte de Jan Huss.
A obra contendo estas cartas em inglês pode ser comprada na Amazon e pode ser facilmente encontradas na internet gratuitamente. Poggius escreveu:
“Ele chegou até a estaca olhando para ela sem medo. Ele subiu nela depois que dois assistentes do carrasco haviam rasgado suas roupas… Naquele momento, um dos eleitores, o príncipe Ludwig do Palatinado, subiu e implorou que Huss voltasse atrás, para que fosse poupado da morte nas chamas. Mas Hus respondeu: ‘Hoje vocês assarão um ganso magro, mas em cem anos ouvirão um cisne cantar. Não serão capazes de assá-lo e nenhuma armadilha ou rede poderá segurá-lo’. O princípe voltou cheio de pena e muita admiração”.
O que dizer dessas coisas? Não parece que Deus, por Sua Providência, não estava realmente revelando a Reforma que estava para vir? Isso aconteceu em 1415. Noventa e sete anos depois foi 1512, o ano em que Martinho Lutero graduou-se Doutor em Teologia e foi recebido no Senado da Faculdade Teológica com o título de Doutor em Bíblia. E 1515, exatamente cem anos depois da morte de Jan Huss, foi o ano em que Lutero começou a lecionar sobre a Epistola aos Romanos. Foi ai que, segundo seu próprio relato, ele foi convencido da justificação pela fé com base em Romanos 1.17, o acontecimento que acabou desencadeando a Reforma Protestante.
Peguemos também o exemplo da Reforma Escocesa, onde encontramos as raízes do presbiterianismo. O que dizer do fato de que o Segundo Livro de Disciplina, escrito por John Knox, reconhece a existência de profetas ocasionais? Diz o Second Book of Discipline:
ResponderExcluir“Some of these ecclesiastical functions are ordinary, and some extraordinary or temporary. There are three extraordinary functions: the office of the apostle, of the evangelist, and of the prophet, which are not perpetual, and now have ceased in the kirk of God, EXCEPT WHEN HE PLEASED EXTRAORDINARILY FOR A TIME TO STIR SOME OF THEM UP AGAIN. There are four ordinary functions or offices in the kirk of God: the office of the pastor, minister or bishop; the doctor; the presbyter or elder; and the deacon”.
Autores da época, que nós reconhecemos como sendo os patriarcas do presbiterianismo, foram muito claros quanto ao que entendiam por isso. Veja o que escreveu George Gillespie em sua obra, Miscellany Questions:
"This question appears to be very perplexed and thorny, yet I am led upon it both by the controversies of the times, concerning the necessity of mission and ordination unto all ministers of holy things, and likewise by occasion of that which is maintained by some men of learning, that there are still, or may be, evangelists in the church. Calvin holds, indeed, that in that age of his, God raised up evangelists to rescue the church from Popery, (Institutes, lib. 4, cap. 3, sec. 4).
... concerning Prophets, I have before showed out of Justin Martyr (Dial. cum Tryph. Jud.) that, in his days, their were still some in the church who had an extraordinary gift of prophecy, and such there have been also in other places, and at other times; of which there might be diverse instances given.
... I say, again, the work of prophets and evangelists was extraordinary; for the distinguishing or characteristic property of a prophet, i.e., the utmost he could do which the ordinary officers could not do, nor any other but an apostle, is the opening of great secrets, or foreshowing things to come, by the special and extraordinary inspiration of the Holy Ghost. Their very names intimate so much, for propheetees and pheeteuo come from propheemi, I foretell.
… I must say it, to the glory of God, there were in the church of Scotland, both in the time of our first reformation, and after the reformation, such extraordinary men as were more than ordinary pastors and teachers, even holy prophets receiving extraordinary revelations from God, and foretelling diverse strange and remarkable things, which did accordingly come to pass punctually, to the great admiration of all who knew the particulars. Such were Mr. Wishart the martyr, Mr. Knox the reformer, also Mr. John Welsh, Mr. John Davidson, Mr. Robert Bruce, Mr. Alexander Simpson, Mr. Fergusson, and others. It were too long to make a narrative here of all such particulars, and there are so many of them stupendous, that to give instance in some few, might seem to derogate from the rest, but if God give me opportunity, I shall think it worth the while to make a collection of these things”.
Veja que ele dá até o nome de homens publicamente reconhecidos no presbiterianismo escocês pela habilidade de prever o futuro.
O que você pensa desse tipo de coisa? Outros exemplos poderiam ser dados também em relação a curas miraculosas.
A Paz!
Caro Frank,
ResponderExcluirAntes de responder aos exemplos históricos que você traz para o debate, deixe-me repetir mais uma vez o que eu escrevi na "entrevista" sobre profecia.
(1) Não existem mais profetas como aqueles do AT, tais como Isaías, etc. Isto é evidente. Os autores do NT olham para os profetas do AT como um grupo fechado e terminado. A profecia deles era pública, era para ser obedecida, era prefaciada com "assim diz o Senhor," eram inspiradas e infalíveis, eram canal da revelação do plano de Deus para a Igreja e o mundo. E tais profecias formam as Escrituras do AT. Creio que este ponto não carece de demonstração.
(2) Os sucessores dos profetas do AT são os apóstolos do NT: profetizaram sobre a vinda do Senhor, a inclusão dos gentios, a ressurreição dos mortos e o juízo final, o novo céu e a nova terra. A profecia deles era pública, mandatória, infalível e foi registrada no que conhecemos como o NT. Eles não deixaram sucessores, a não ser na opinião da Igreja católica e de algumas seitas neopentecostais.
(3) O dom de profecia que encontramos no NT tem toda evidência de que era uma palavra dada na hora, uma palavra de exortação, consolo, edificação, ensino e correção. Não parece ter sido algo predictivo, pois segundo Paulo, todos poderiam profetizar, se fossem no máximo três e em sequência, e ser edificados e as palavras dos profetas eram para ser julgadas por todos. O que que quer que tenha sido, era bastante distinto da profecia do AT e da profecia dos apóstolos. Não vejo por que este tipo de profecia exercitada em igrejas como Corinto (1Coríntios 14:3) não possa ocorrer hoje. Aliás, creio que muito do que se chamava de profecia no período da Reforma e do puritanismo era este tipo de pregação viva, direta, relevante, in promptu. A ponto do puritano William Perkins escrever um manual de homilética "A Arte de Profetizar" - que se referia à arte de elaborar sermões. Algumas das passagens acerca da profecia que você citou bem que poderiam ser encaixadas aqui.
(4) A profecia de Huss sobre Lutero, convenhamos, é um tanto vaga para podermos dizer com certeza que era mais que um desejo do mártir de que Deus haveria de fazer com que a sua obra fosse em frente. Temos que ser honestos e justos com esta profecia da mesma forma que criticamos os pentecostais por fazerem declarações tão vagas que podem ser interpretadas de inúmeras maneiras. É por isto que Deus nos deu a Bíblia, pois profecias assim sempre serão interpretadas e aceitas por uns mas questionadas por outros - já pensou se a Igreja tiver que se guiar por profecias feitas diariamente em seus cultos?
(5) Não neguei que Deus, eventualmente, pode se revelar de maneira direta a um de seus filhos. Olhe o que escrevi:
"Não digo que Deus não possa hoje se manifestar de maneira extraordinária a um crente. Mas, então, seria o caso de uma experiência pessoal, que não pode ter validade e utilidade pública e nem ser usada como meio para se impor alguma prática ou doutrina aos demais. A maneira geral, normal e esperada de Deus se comunicar conosco hoje é pelo Espirito falando pelas Escrituras e pela sua Providência, que é a maneira sábia pela qual Deus controla e governa os acontecimentos".
Pergunto se a maior parte dos casos que você cita e menciona não poderiam ser encaixados aqui, se aceitarmos que são legítimos e de fato aconteceram. Da minha parte, tenho propensão para acreditar que pode ter havido, em verdade, algumas destas manifestações particulares, especialmente porque era tempo de intenso avivamento espiritual (dos legítimos) e porque esse pessoal era muito apegado à Palavra e tinha uma teologia sólida, profunda - algo bem diferente dos ambientes de hoje onde se afirma que constantemente as pessoas têm revelação do que acontece na vida dos outros e profetizam o futuro da vida delas.
Espero ter ajudado.
Um abraço.
Lucas,
ResponderExcluirAcho que não!
Abs.
"Criador de poemas,"
ResponderExcluirPode se dirigir a ambos - Deus Pai ou Deus Filho. Mas, uma prática espiritual interessante que nos ajuda a manter a teologia sadia é orar ao Pai mediante o Filho no poder do Espírito. Abs.
Caro Rev.,
ResponderExcluir.
O fenômeno da glossolalia (falar em línguas estranhas) pode ser verificado em toda História da Igreja Cristã (Pais da Igreja até os dias atuais), há incontáveis milhares de fontes (na internet em português e sites Internacionais, livros, literaturas) que podemos ler facilmente tais registros (eu poderia citar os relatos, depoimentos e detalhes). O curioso é que o fenômeno de línguas estranhas foi visto até mesmo entre os Huguenotes (calvinistas franceses).
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Irineu,Justino Mártir,Orígines,Montanus,Crisóstomo,Tertuliano,Agostinho,Waldenses ,albigenses,Anabatistas,Huguenotes(Hugenots Cévennes ),Quakers,Metodistas,Irvingistas ,Shakers,Jansenistas ,D.L.Moody,Mormonismo,Charles Parham dentre outros.(Omiti outros casos.)
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Minha dúvida é a seguinte: Seriam estas fontes confiáveis, genuínas ou uma fraude (farsa)?
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Abraços fraternos!
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Leandro Hüttl,
ResponderExcluir1 - Para mim são idiomas humanos falados no poder do Espírito Santo. Paulo claramente se refere ao dom como sendo falar “línguas de homens” (1Co 13.1). A expressão “e de anjos” foi possivelmente adicionada por Paulo como exagero intencional, como também as expressões seguintes “conhecer toda a ciência” e “ter fé capaz de remover montes.” Em 1Co 14.20-21 Paulo claramente se refere a idiomas humanos. O dom de “interpretar” (1Co 12.10, hermeneia glosswn pode também ser entendido como tradução de um idioma conhecido para outro (ver At 9.36; Jo 1.42).
2 - Sobre o caso de Ágabo, veja os comentários acima onde trato do assunto de profecias/revelações no período pós-apostólico.
Abs.
Caro Peter,
ResponderExcluirPuxa, eu teria que ler todas estas fontes, não é mesmo? É o tipo da indagação que me deixa numa saia justa, pois humanamente falando eu não teria como responder. Teria de tirar um sabático para ler cada relato, cada testemunho.
Eu só posso dizer o seguinte. Alguns destes grupos e indivíduos foram considerados como heréticos pela Igreja Cristã, como Orígenes e Montanus. Outros faziam parte da chamada ala radical da Reforma, conhecidos como "entusiastas" por causa dos exageros, como alguns anabatistas e os quakers e shakers. Os irvingistas eram seguidos de Edward Irving, um presbiteriano que ensinava que Deus estava restaurando os doze apóstolos à Igreja. Este morreu doente, clamando pela cura. Os mórmons são uma seita...
Achei estranha a inclusão de Crisóstomo em sua lista, pois na verdade, o que ele declara em sua Homilia 29 na Carta aos Coríntios, é que as línguas e outros dons “espetaculares” haviam cessado tão antes de sua própria época, que ninguém mais sabia ao certo das suas características.
Não sei se onde você tirou esta lista, mas ela é no mínimo confusa e inexata. Eu não confiaria nesta fonte.
Abs.
Parabéns pelo texto lúcido, equilibrado e, principalmente, Bíblico.
ResponderExcluirParece com a posição “aberta, porém cautelosa” defendida por Robert Saucy no livro “Cessaram os Dons Espirituais?”.
Apenas uma questão. Qual o sentido de “tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo” da CFW?
Caro Rev.,
ResponderExcluir.
Um dos textos que eu li foi aqui:
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http://bit.ly/YeFxEJ.
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A outra fonte do Jornal Mensageiro da Paz saiu truncada a postagem.
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Mais pode ser lida aqui:
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http://bit.ly/WJWxp1
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Caro Peter,
ResponderExcluirEstas fontes fazem afirmações em um ou dois parágrafos sobre estes grupos. Desculpe, mas tem muito mais a ser lido, pesquisado nos livros de história da igreja e na patrística.
Abs.
Caro Rev. Augustus Nicodemus,
ResponderExcluirGraça e Paz!
Permita-me, respeitosamente, citar uma frase a respeito deste tema tão controverso.
"Cessacionismo é a falsa doutrina que as manifestações de concessões miraculosas tais como aquelas listadas em 1 Coríntios 12 cessaram desde os dias dos apóstolos e a finalização da Bíblia. Embora não exista nenhuma evidência bíblica para essa posição, um motivo principal para essa invenção é assegurar a suficiência da Escritura e a finalidade (completação) da Escritura. Contudo, tem sido mostrado que a continuação das manifestações miraculosas de fato não contradiz essas duas doutrinas, nem as coloca em risco. Dessa forma, o cessacionismo é tanto antibíblico como desnecessário." - Vincent Cheung
Assim sendo, manifesto concordância com a posição de Cheung por sua fidelidade ao relato das Escrituras.
Com respeito fraternal e em Cristo,
Graça e Paz!
Reverendo Augustus Nicodemus, graça e paz
ResponderExcluirMuito esclarecedor o seu artigo. Eu mesmo tenho muitos amigos petencostais, que buscam os dons para servir melhor a Deus. Realmente, nesse caso, penso no texto de Paulo em 1 Coríntios 13 9,10. " Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. "
Sérgio Fiúza,
ResponderExcluirPermita-me respeitosamente discordar de Vicent Cheung, pela falta de cuidado teológico e pela generalização que costuma acompanhar os pronunciamentos dele.
Qualquer exegeta mais cuidadoso teria ao menos qualificado ou notado que sob o nome de "profecia", por exemplo, ou ainda sob o nome de "apóstolo", ambos citados em 1Coríntios 12, existem categorias que obviamente não se encontram mais entre nós.
Se eu for seguir o que Cheung diz, devo acreditar que temos hoje profetas como Isaías e apóstolos como Paulo, porque profetas e apóstolos estão listados em 1Coríntios 12.
Quando uma suposta autoridade teológica comete um erro raso destes, deixando de notar que as palavras conotam mais de uma coisa, desconfio de suas conclusões.
Assim sendo, respeitosamente, manifesto total discordância copm a posição de Cheung pela sua falta de seriedade ao relato das Escrituras.
Abs.
Ola, pastor Augustus,que a paz de Deus em Cristo Jesus seja com o Sr!!
ResponderExcluirLi o seu post e achei fantástico,muito esclarecedor!!
Diante da situação atual dentro das igrejas e dentro da historia relatado nas escrituras creio ser uma boa exposição dos fatos.No meu íntimo sempre concordei com essa forma de pensar, porem as vezes tinha algumas duvidas com algumas passagens que são de difícil interpretações.E o fato de não ter interpretes juntos com o dom de línguas hoje, nos mostra a diferença que o Sr nos esclareceu de antes e hoje na igreja de Cristo.Acho também que o deveríamos nos ocupar mais é de nos revestirmos da armadura de Deus contra o desequilíbrio teológico que afeta muitos dentro das igrejas locais.
Enfim obrigado por esse post,que o Espirito de Deus esteja iluminado o Sr e seus leitores..
Dr. Augustus Nicodemus...
ResponderExcluirAssim, tanto a ideia da cessação quanto a da continuação dos dons espirituais, levadas ao pé da letra, seriam uma espécie de engessamento do modus operandi divino?
Portanto, nem cessação e nem a continuação do dons espirituais na atualidade, mas a possibilidade deles ocorrerem seria a melhor forma de se "pensar fora da caixinha"?
Possibilidade essa que seria condicionada exclusivamente à soberana, e por vezes misteriosa, vontade do Eterno?
Hum... Como chamaríamos isso?
Possibilismo? Possibilismo Condicionado? Cessacionismo Aberto ? rs
Maykon
Graça e Paz! Rev. gostei muito da sua colocação em relação aos dons, mas uma coisa me deixou intrigado, por exemplo quem ora em linguá ora a Deus,fala mistérios, 1 Coríntios 14:2,será que nao existe em intimidade com Deus um falar em linguá, onde nosso espirito possa orar bem e sermos edificados?
ResponderExcluirPrezado Rev. Augustus,
ResponderExcluirGosto de ler seus comentários, mesmo quando há discórdias em relação ao que compreendo. Sou aquele ex-aluno de teologia da UMESP que te convidou para palestrar, juntamente com o Bispo Paulo Ayres, no café teológico que fizemos na Metodista. Considero muito interessante a maneira com que o senhor, sendo um dos grandes teólogos brasileiros, responde às objeções no seu próprio blog. Isso faz com que a teologia brasileira (e calvinista) nos seja acessível.
Bem, como um metodista, creio em todos os dons espirituais expostos no Novo Testamento e na continuidade deles. Inclusive, já tive a experiência de falar em línguas, sem que tais línguas fossem aprendidas ou memorizadas. Mas não creio que esse seja um dom necessário ou que o batismo no Espírito seja evidenciado por ele.
No início do artigo, você diz que Deus poderia ter concedido os dons relacionados a curas, línguas e profecias a algumas pessoas durante o período apostólico e, uma vez cessado o período, poderia ter suspendido a atuação deles.
Já que a afirmação é feita com o verbo "poder", em resposta, cumpre também dizer que Deus poderia não ter suspendido a atuação desses dons.
Você também diz que uma parte dos dons mencionados no NT estaria relacionada diretamente com o período de transição entre a antiga e a nova aliança. Esses dons seriam: o dom de curar, o dom de fazer milagres e a profecia como veículo de novas revelações.
Ao questionar sobre qual seria o critério para pontuar os dons que permanecem e os que já cessaram, você diz: "todos os dons que foram veículos de novas revelações ou que estavam ligados aos instrumentos das revelações (...) cessaram com a morte deles (apóstolos)".
Enfim, diz que o dom da profecia continua enquanto exortação, consolo e confrontação pela Palavra. O dom de línguas, por sua vez, não se caracteriza como um instrumento de novas revelações e, julgo eu, pode ser real nos dias de hoje.
Tenho algumas questões:
Há algum versículo bíblico que trate claramente do fim de qualquer um dos dons do Espírito?
O fim dos dons é uma mensagem bíblica ou um aspecto fundamental para manutenção ou coerência de nossos sistemas teológicos?
Que tipo de fundamento bíblico você utiliza para afirmar seu critério de ouro, isto é, que o dom que é veículo de novas revelações não pode permanecer até hoje?
Ao relacionar os dons com os ministérios, declarando que, assim como é difícil aceitar apóstolos (como Pedro), também é difícil aceitar os dons revelatórios, sua preocupação implícita parece ser a continuidade das Escrituras e o problema do surgimento de "novas revelações" objetivas além das Escrituras. Se estou correto, parece-me sensata essa preocupação. No entanto, haveria problema no fato de o Espírito Santo falar com algum sujeito, obviamente dentro dos trâmites da Palavra de Deus, uma mensagem que exponha conteúdos ocultos e misteriosos guardados por outra pessoa?
Haveria algum problema no fato de Deus nos prevenir, através de um sonho ou de uma visão, de algo que poderá nos acontecer amanhã? Haveria algum problema no fato de Deus utilizar uma pessoa que, ao impor as mãos sobre outras, frequentemente acontecesse curas milagrosas?
Que tipo de contradição poderia haver entre essas experiências e a Palavra de Deus, desde que tais experiências não se identifiquem como uma "nova revelação" para a humanidade, mas como simples experiência, dada por Deus, para a precaução?
Ao meu ver, seria um grande problema se houvesse um "profeta das nações" ou "novas revelações para a humanidade" porque isso faria com que essas palavras tivessem o mesmo valor das Escrituras e não teríamos critério para julgá-las. Mas que problema haveria numa manifestação específica de Deus a alguém, exortando-lhe claramente a permanecer na sua Palavra?
Abraço.
Fique na paz do Senhor.
Guilherme Estevam Emilio
Caros leitores e comentaristas do blog,
ResponderExcluirAgradeço a participação de todos, os comentários que enriqueceram a "entrevista" e me deram oportunidade para esclarecer ou expressar melhor pontos que não ficaram claros.
O que eu não posso é ficar responder ad nauseam as mesmas questões.
Refiro-me em particular à referências históricas sobre grupos ou indivíduos que teriam falado em línguas ou profetizado. Creio que já fui claro quanto ao meu pensamento em vários comentários.
Todavia, amigos continuam mandando referências históricas de "fatos" que me deixam numa posição difícil para responder, pois eu teria de ir à fontes originais para checar tradução (nenhuma destes relatos foi em português) e a interpretação do relato, especialmente no que se refere às citações dos Pais da Igreja. Eu simplesmente não tenho tempo para isto.
Todos tiveram oportunidade de se manifestar, não cerceei nenhum comentárista, mas agora também basta, né?
Sugiro aos mais entusiasmados em me refutar que publiquem suas ideias em seus próprios blogs. Podem fazer referência direta a este post, tipo "estou aqui refutando o que disse Augustus Nicodemus no post tal..."
NO mais, obrigado a todos.
Abs.
Caro Guilherme (aka Alunos da Faculdade de Teologia),
ResponderExcluirObrigado por seu comentário.
1) Claro que Deus pode suspender ou dar continuidade aos dons que quiser. Eu estava primeiro estabelecendo a probabilidade de que ele podia suspendê-los sem que isto se constituisse numa violação de sua imutabilidade.
2) Não conheço nenhum versículo que trate claramente do fim de qualquer dom. VocÊ conhece algum que diga que todos os dons mencionados no NT estarão disponíveis em todas as épocas da igreja?
3) Você pergunta sobre o fundamento bíblico para que eu afirme que não há novas revelações hoje. Caramba, Guilherme, sério? Pensei que este era um assunto pacífico para metodistas. Não me lembro de ter lido nos Sermões de Wesley (li os dois volumes) que ele acreditava que Deus ainda hoje se revelava aos homens como costumava fazer aos profetas e apóstolos.
Tudo bem, eu poderia lhe responder devolvendo a mesma pergunta: e qual o fundamento bíblico para você dizer que Deus hoje se revela da mesma forma como se revelou a Abraão, Moisés, Davi, Isaías, Paulo e Pedro?
Se tiver tempo, dê uma lida na argumentação a favor do final das revelações neste artigo: http://www.monergismo.com/textos/pentecostalismo/communicatio_scripturae_bezerril.pdf
4) Você me pergunta "qual seria o problema se..." e ai lista uma série de exemplos. Acho que já respondi a tudo isto na entrevista ou nos comentários acima, dê uma lidinha com mais calma. Você vai ver inclusive que eu não tenho problemas com a possibilidade de Deus, em circunstãncias especiais à critério da Sua soberania, falar diretamente a uma pessoa, mas isto é particular, não tem valor público para a igreja e portanto não é o mesmo dom que Isaías e Paulo tinham.
Abs.
Juninho,
ResponderExcluirVocê perguntou, "quem ora em linguá ora a Deus,fala mistérios, 1 Coríntios 14:2,será que nao existe em intimidade com Deus um falar em linguá, onde nosso espirito possa orar bem e sermos edificados?"
Bem, Paulo diz que quem fala em línguas a si mesmo se edifica. Ao mesmo tempo, ele diz que se não forem compreendidas, não haverá edificação. Imagino que a edificação do que falava em línguas era diferente daquela edificação na qual se entendia o que era dito.
De qualquer forma, permanece o que Paulo diz, que línguas sem interpretação não devem ser permitidas nos cultos.
Abs.
Reverendo,
ResponderExcluirNão li os 79 comentários (embora li boa parte). Se minha pergunta foi respondida, não precisa publicar ou responder
Nasci numa igreja batista, mas na infância mudamos de congregação e começamos a caminhar com um grupo que prega a unidade da igreja e não tinha nome e cria nos dons espirituais.
Hoje faço parte da igreja Nova Vida junto com minha esposa e tenho familiares de reformados a neopentescostais. Posicionar-se sobre o assunto sempre me pareceu muito confuso.
Isso explico porque pergunto com coração aberto sem previamente ser cessacionalista ou continuista.
é fato que as igreja pentecostais tem crescimento numérico e capilar superior às igrejas tradicionais. Alguns comentários do blog dão testemunhos de pessoas que se aproximaram do contexto cristão por meios destes irmãos. Deus na sua soberania permitiu alguns dons neste último século para o bem da igreja? A confusão que vivemos hoje é por sermos filhos desta geração e necessitarmos mais da palavra do que dons?
Obrigado Rev. que Deus continue lhe abençoando e lhe dando capacidade e eloquência para anunciar as verdades de seu reino e dessa forma esclarecendo questões de âmbito coletivo e pessoal para a edificação da igreja de Jesus Cristo nosso Senhor e Amigo. Graça e Paz!!!
ResponderExcluirVocês podem publicar minha última resposta?
ResponderExcluirAbraços.
Fiquem na paz.
Guilherme Emilio
Querido pastor Augusto Nicodemus,
ResponderExcluirPeço paciência para ler minha opinião sobre "línguas".
A grande questão é, o fenômeno de Pentecostes envolve línguas. As línguas as quais se refere Paulo e Corinto são outra questão. As “línguas” faladas nas igrejas pentecostais são outra história. Vou explicar e peço por gentileza a maior atenção. Leiam com calma e atenção:
O milagre de Pentecostes consistia em pessoas falando e entendendo o que falavam porque falavam na sua própria língua e as pessoas estão ouvindo aquelas nas suas próprias línguas, embora estranhando que as pessoas que falavam eram galileus e eles estavam ouvindo elas na sua própria língua de origem. Funcionava assim. Um Galileu falava em aramaico e o que ele falava era ouvido, por exemplo, por um judeu vindo do Egito na língua egípcia. Isso sem tradução.
Já o que Paulo comenta em I Co 14.2 é outra coisa. É o caso de alguém que ora na sua língua materna, em voz alta, na igreja e para quem está ao seu lado, e não entende nada do que ele está falando, este, está falando mistérios. Ele não está edificando ninguém na igreja, já que ninguém fala a sua língua. Somente ele está se edificando porque somente ele e Deus entendem o que ele está falando.
Toda essa confusão se dá porque Paulo está falando do que era comum em Corinto. A cidade era uma confusão de varias línguas e a igreja conseqüentemente freqüentada também por pessoas de várias línguas diferentes. Paulo visa a edificação da igreja e está preocupado com isso quando percebe que alguém está orando numa língua, que embora Paulo saiba que ele está se edificando porque entende o que fala e Deus também, o que está ao seu lado não entende nada e não é edificado em nada. Então Paulo diz: “porque realmente tu das bem as graças, mas o outro não é edificado”. Ou seja, o que ora numa língua que só ele e Deus entendem é edificado e o restante da platéia que não entende nada, não é edificado. A isso Paulo chama de “ficar infrutífero”. Veja I Co 14.14: “Se eu orar em outra língua, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto.” Ele está afirmando que aquele que ora na língua que é desconhecida da platéia, sabe o que está falando (...o meu espírito ora bem”) mas (...”mas o meu entendimento fica sem fruto”) que deve ser entendido assim: “o que eu entendo não produz nada na igreja”. Ele pede então que ele deve orar baixinho, a menos que alguém ali conheça aquela língua e faça a tradução. O que na verdade causa a confusão é o entendimento desse texto que Paulo fala, que é entendido de forma errada.
E então o irmãozinho da igreja Pentecostal ... é ensinado de forma errada e psicologicamente induzido a falar “em língua” e não entende nada do que está falando, simplesmente porque o que ele está falando não é realmente uma língua, pelo menos não uma língua falada por alguma nação, como no caso de Pentecostes e de Corinto. Paulo fala lá no texto,uma coisa e hoje as pessoas entendem de forma diferente e tudo fica confuso. O que se chama hoje de “falar em língua” não é nada parecido com o que aconteceu em Pentecostes e muito menos com o que Paulo fala em I Co 14. Acho que é um lamentável equívoco de interpretação. Um erro de entendimento da Bíblia. Eu sei que pessoas crédulas e honestas “falam em línguas” mas na verdade, o que elas chamam de “línguas”, não pode ser chamado assim. Principalmente porque nos casos de Pentecostes e Corinto, quem falava entendia o que falava. Em Pentecostes, quem ouvia, ouvia na sua própria língua materna e entendia tudo. Já em Corinto quem ouvia não entendia nada.
Espero ter ajudado com a minha explicação. Confesso que não sou muito bom com as palavras. Caso alguém não entenda, por favor, terei o maior prazer em tentar explicar mais uma vez ou quantas forem necessárias. Hoje eu estou em paz com as minhas dúvidas esclarecidas. Nada é mais gostoso do que a luz da verdade brilhando sobre nós. O livro que eu li e que me ajudou foi: Línguas, em Jerusalém e Corinto. Autor: Orzebal Siviero.
Rafael,
ResponderExcluirEu dou graças a Deus pelo crescimento do Evangelho no Brasil. Não tenho dúvidas de que Deus tem usado a Assembléia de Deus e outras denominações pentecostais para que as boas novas da salvação mediante a fé em Cristo, e nele somente, atravessem nossos país.
Mas, o que Deus abençoa para a conversão de pecadores é a verdade do Evangelho.
No caso do dom de línguas, Paulo diz que se todos em uma igreja estiverem falando em línguas, ao mesmo tempo e sem interpretação, se entrar um incrédulo vai dizer que estão todos doidos (1Cor 14). Mas, se houver profecia - entendida como pregação da Palavra - ele é convertido e reconhece que Deus está no meio de nós.
Eu diria que Deus está usando os evangélicos no Brasil para alcançar muitos perdidos APESAR dos erros crassos, desvios doutrinários, escândalos e falta de caráter cristão de pentecostais, neopentecostais e - certamente - das igrejas históricas.
Isso não justifica estes erros e pecados - apenas mostra a graça e a misericórdia de nosso Deus e nos estimula a lutarmos pela pureza do evangelho e pela santidade da igreja.
Abs.
Djalma Moura,
ResponderExcluirVários estudiosos têm esta interpretação, que não havia nada de miraculoso nas línguas faladas em Pentecostes e em Corinto. Eram simplesmente idiomas humanos falados por quem os conhecia desde a infância.
Eu concordo que as línguas mencionadas tanto em Pentecostes quanto em Corinto eram idiomas humanos. Mas, discordo que não era um fenômeno sobrenatural. As línguas são chamadas de "dom" e são concedidas pelo Espírito. É um milagre, sim, no qual as pessoas eram habilitadas a se dirigirem a Deus num idioma humano que não conheciam previamente.
Um abraço!
Guilherme, querido.
ResponderExcluirEu escrevi. Você questionou e eu respondi. Está de bom tamanho. A sua tréplica não traz nada novo à discussão e simplesmente repete argumentos que eu já abordei na entrevista ou nos comentários.
Eu já disse acima que não vou delongar as discussões que não levam a lugar nenhum. O importante é que você deu sua opinião e ficou registrada aqui. Se você gostaria de continuar o assunto, sugiro que publique suas idéias no seu blog e interaja com os interessados.
Um abraço.
Pastor,
ResponderExcluirNo AT um profeta sempre foi alguém a quem vinha a palavra de Deus revelada, como o senhor mesmo expôs no seu texto.
A minha dúvida é: se nos tempos do AT o significado de profeta sempre foi este, por que haveria uma "repentina" ressignificação do termo para como sendo apenas um pregador expondo as verdades de Deus de forma não-inspirada? Isso não soa incoerente?
Obrigada desde já.
Augustus e demais, o Apostolo Paulo quando escreveu a primeira carta a igreja de Corinto, estava regulando um dom legítimo? Ou ele simplesmente preferiu não afirmar que o que acontecia lá (as línguas) não provinha do Espirito ?
ResponderExcluirCaro Augustus,
ResponderExcluirEu entendo que o dom de línguas cessou porque cumpriu um propósito histórico redentivo que não existe mais hoje. Penso que os continuístas se colocam numa posição confortável, como se coubesse aos cessacionistas a apresentação das provas da cessação. Pois eu inverto a questão e pergunto a eles: quais as evidências do continuísmo do ponto de vista histórico-redentivo? Será que a igreja ainda precisa de sinais de que deve pregar o evangelho a toda criatura? Será que os judeus precisam ainda de sinais do juízo de Deus por terem rejeitado o Messias? A meu ver os contemporalistas das línguas são incoerentes. POr que só as línguas? Por que não contemporalizam também o beber veneno citado em Marcos?
Abraço!
Charles
Como explicar esse fato:
ResponderExcluir“E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.” Romanos 8.26,27
“Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.”
1 Coríntios 14.14,15
Quando Paulo fala sobre o entendimento, está referindo-se à mente humana. Está falando sobre os dois tipos de oração: oração mental e oração espiritual. Existe uma diferença entre as duas.
Geralmente, as pessoas acham que toda oração é espiritual, mas não é assim. Portanto, Paulo disse: Se eu orar em língua estranha, meu espírito ora bem (v. 14). Ele estava orando com o espírito. Se tivesse orado com o entendimento, estaria orando com a mente.
Deus quer que oremos no Espírito, mas também que oremos com nosso entendimento. Por isso Paulo disse: Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento (v. 15). A Bíblia Ampliada diz: “Se oro numa língua desconhecida, meu espírito (por meio do Espírito Santo dentro de mim) ora” (v. 14). Quando você ora em línguas é o Espírito Santo dentro de você que está proferindo aquelas palavras, mas é o seu espírito que está orando.
A oração mental - oração com o entendimento limita-se ao seu conhecimento, ou ao seu entendimento. Por aí, pode-se ver o quanto pode ser insuficiente. A igreja, de modo geral, tem falhado porque na maior parte do tempo está empenhada em realizar a obra de Deus com apenas um tipo de oração: oração mental.
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém (Rm 8.26a). Seria impossível para nós, em nossa razão humana, saber o que devemos orar da maneira apropriada. Evidentemente, sei sobre as coisas que dizem respeito a mim mesmo. Entretanto, orar apenas pelas nossas necessidades individuais é uma oração limitada; muitas pessoas chegam somente até aqui.
O mesmo espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26b). De acordo com P. C. Nelson, a versão original desse versículo no grego indica “gemidos que não podem sem expressos por meio de palavras articuladas”. Nossa maneira comum de comunicação usa palavras articuladas. Esse versículo está referindo- se a orar em línguas, pois Paulo fala a mesma coisa aos romanos e aos coríntios. Em outras palavras, aqueles gemidos que brotam do nosso interior quando estamos orando são do nosso espírito. Não podem ser expressos por meio da linguagem regular.
Isso não é algo que o Espírito Santo possa fazer independentemente de você. É algo que Ele ajuda você a fazer. O Espírito Santo não foi enviado a terra para fazer qualquer coisa por si mesmo separado da igreja. Ele foi enviado para nos dar o poder para fazermos a obra de Deus. Jesus disse em João 14.16: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. Em muitas traduções, esse versículo diz “outro Auxiliar”, em vez de Consolador.
O auxiliar, em qualquer trabalho, não é o responsável pela tarefa. Ele está lá para ajudar aquele que tem a obrigação de realizar o trabalho. O Espírito Santo não vai orar em seu lugar. Esses gemidos, dos quais a Bíblia fala, não são os gemidos do Espírito Santo, mas sim os gemidos que não podem ser expressos por meio de palavras. São gemidos que procedem do mais íntimo do seu próprio ser e saem através de seus lábios em forma de oração. É o Espírito Santo ajudando você a orar.
Prezado Wanderley Santana,
ResponderExcluirA minha dúvida e experiência é semelhante a tua, mas não me acho 100 %, mas creio que em parte as manifestações não são similares ao tempo apostólico. Ainda estou buscando compreender a minha teologia. Mas não nego que já vi e continuo vendo coisas sem explicações no universo pentecostal apesar dos absurdos
Caro Rev. Augustus Nicodemus,
ResponderExcluirCerta vez li o seguinte comentário do Rev. Hernandes Dias Lopes sobre os Dom de Línguas:
"Uma questão levantada entre os estudiosos é: as línguas mencionadas em Atos 2 são da mesma natureza daquelas mencionadas em 1Co 12 e 14? Há quem defenda a semelhança. Porém, entendemos que elas são diferentes. Damos a seguir algumas razões:
1- As línguas em Atos eram pregação, ou seja, os discípulos falavam aos homens; já as línguas em 1Co eram oração, ou seja, os crentes falavam a Deus. Desta forma, essas línguas eram diferentes quanto ao seu endereçamento.
2- As línguas em Atos eram entendidas pelos diversos grupos linguísticos de judeus que habitavam Jerusalém, enquanto em 1Co as línguas eram ininteligíveis e existia a necessidade de um intérprete para traduzí-las. Consequentemente, elas eram diferentes também quanto ao caráter.
3- A línguas em Atos foram dadas a um grupo específico, num lugar específico, num tempo específico, para evidenciar a recepção do Espírito; ao passo que em 1Co as línguas são um dom espiritual que continua sendo outorgado a alguns para edificação própria e para a edificação da igreja.
4- As línguas em Atos eram dialetos (2.6,8), ou seja, línguas faladas e entendidas pelos vários povos que estavam em Jerusalém, ao passo que em 1Co quem falava em línguas proferia mistérios e ninguém podia entender (1Co 14.2).
5- As línguas em Atos não precisavam de intérprete, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua, enquanto em 1Co até quem fala não entende o que fala, a não ser que tenha também o dom de interpretação (1Co 14.13,14).
6- As línguas em Atos têm o propósito de proclamar as grandezas de Deus para fora, edificando as outras pessoas, já em 1Co, as línguas não deveriam ser usadas em público, a não ser que houvesse um intérprete. Era um dom de autoedificação (1Co 12.2,3,19).
7- As línguas em Atos eram faladas por todos aqueles que estavam cheios do Espírito Santo, enquanto em 1Co é um dom espiritual concedido não a todos, mas apenas a alguns (1Co 12.10,30).
8- As línguas em Atos são profecias, a proclamação das virtudes de Deus aos homens, ao passo que em 1Co são oração, palavras dos homens a Deus.
9- As línguas em Atos eram uma evidência de que aqueles homens estavam cheios do Espírito Santo, mas em 1Co elas não têm conexão com a plenitude do Espírito. Os crentes da igreja de Corinto falavam em outras línguas, mas eram crentes imaturos e carnais.
10- As línguas em Atos cessaram; em 1Co, por serem um dom espiritual concedido à igreja pelo espírito Santo, elas continuaram. A última palavra que Paulo tem sobre o assunto é: "...e não proibais o falar em outras línguas" (1Co 14.39)."
Fica claro em seu comentário, que sua colocação a respeito do Dom de línguas é praticamente igual de igrejas petencostais. Fato que me deixou confuso, já que o Rev. Hernandes Dias Lopes é um dos principais expoentes da Igreja Presbiteriana do Brasil na mídia brasileira.
Qual seria a opinião do senhor quanto ao comentário de Hernandes?
E qual é o posicionamento da IPB em relação aos Dons?
Agradeço desde já a sua atenção!!!
João Paulo Freitas
João Paulo,
ResponderExcluirA posição da IPB é que as línguas faladas nas igrejas locais, como em Corinto, eram as mesmas faladas em Pentecostes. Esta posição está na Pastoral do Espírito Santo aprovada pelo Supremo Concílio da IPB.
É esta a minha posição.
Um abraço.
Rev. Augustus.
ResponderExcluirInfelizmente, essas duas linhas, muitas das vezes se ofendem. Gostei muito da sua interpretação e "fecho" com o prezado irmão!!
Me lembro da questão da ceia, onde tem uma linha onde que na transubstanciação e a outra apenas simbólica. Calvino, fica no meio termo, crendo na presença ESPIRITUAL!
Um abraço.
José Leonardo S. Santos
Graça e paz a todos!
ResponderExcluirEsse debate entre cessacionista e continuista não vai acabar nunca. Na minha igreja IPB alguns irmãos oram em língua e interpretam sempre que esses dons são manifestos no culto ou onde for. São idosos, sérios e comprometidos com a verdade e com a Palavra de Deus. Lendo Jonathas Edwards percebi que ele usa o texto de 1ª Corintios para afirmar o cessacionismo. 1ª Corintios 13.8"O amor jamais acaba, mas havendo profecias desaparecerão, havendo línguas cessarão; havendo ciência passará; 9- Porque em parte conhecemos e em parte profetizamos. Quando porém, VIER O QUE É PERFEITO, então o que é em parte será aniquilado."
Aqui mora a confusão! O que o texto se refere a PERFEITO? Não pode ser a Palavra, pois essa já existia antes de Cristo. "A Lei do Senhor é perfeita e restaura a alma" Salmo 19.7
Eu acredito que Jonathas Edwards e muitos reformadores tropeçaram nesse versículo. Eu acho que o "PERFEITO" referido no versículo se refere a nossa vida lá na glória, ou seja, o Reino de Deus e nossos corpos transformados. Pense! Lá só vamos precisar de um dom: O amor! Por isso os demais vão cessar, mas o amor vai continuar. É só ler e querer enteder 1ª Corintios 13. Paulo fala: Agora vemos o Reino de Deus como um espelho, pois imaginamos como é pois a Bíblia fala dele. Porém depois verei como sou visto, face a face.
O que acha Rev. Augusto?
Paz! Rev. Augustus, o senhor disse que o dom de cura dos apóstolos nunca falhava. O que houve com Trófimo, que andava de um lado a outro com Paulo e não foi curado, antes foi deixado doente pelo apóstolo em outra cidade?
ResponderExcluirLucas,
ResponderExcluirEu não disse que os apóstolos curavam todos os doentes ao seu redor, e sim que todas as vezes em que eles foram curar doentes, em todas funcionou.
Não sabemos se Paulo tentou curar Trófimo ou não. Minha tendência é pensar que não. Não sei a razão. Da mesma forma com Timóteo. Em vez de tentar curá-lo, Paulo prescreveu a medicina da época - água com vinho.
Abs.
Parabêns dr. Augustus Nicodemus! Excelente texto, muito esclarecedor. Uma das maiores dúvidas, ou melhor, coisas estranhas, que tenho visto no Evangelicalismo são essas curas divinas maravilhosas em grandes concentrações. Claro que Deus tem o poder pra fazer isso, mas e esses homens/mulheres que se intitulam apóstolos ou possuidores dos dons de cura? Nem todos são curados, as igrejas vivem cheias de gente mas são poucos os que permanecem lá arrependidos (convertidos de verdade)... engraçado que todo obreiro de tais ministérios "tem" o dom da cura... como é que pode? Porque só lá? Muito provavelmente, como o texto deixou claro, não são verdadeiros dons... é aí que mora o perigo.
ResponderExcluirSabe reverendo, eu temo pelo nosso país e pelo Evangelho no mundo todo. Parece que não tem mais volta, não é? Cristianismo tá virando show bussiness e esquecendo da Bíblia... hoje o que importa é experiência/tradição... o sr. acha que teremos uma nova reforma ou um novo avivamento (ainda que local?). Podia viu... ou melhor: MARANATA!
Caro Pastor,
ResponderExcluirEste foi um dos melhores artigos que ja li a respeito dos dons! Esclarecedor e muito pertinente.
Quanto ao dom de linguas com interpretaçao, tenho um testemunho pessoal que gostaria de compartilhar.
Veja o que o Sr disse em um comentario:
"As línguas, portanto, se interpretadas, serviam como instrução e edificação para a igreja, pois expressavam gratidão, louvor e ação de graças a Deus, como a profecia nas igrejas neotestamentárias."
Posso dizer que é uma boa interpretaçao do texto biblico, pois comigo aconteceu exatamente assim em uma reuniao de oraçao.
Sou da IPB de Uberlandia, e quando estava reunida em oraçao com outros irmaos, um deles começou a falar em linguas para mim, como se orasse por mim. A seguir veio um outro irmao interpretar a oraçao, como a biblia diz. Ate entao, era algo normal e nao necessariamente uma prova real do dom genuino.
No entanto, Deus me mostrou intimamente que aquela palavra vinha diretamente Dele para minha vida pessoal, para edificaçao, e isto aconteceu de uma forma interessante.
Poucos segundos depois que o irmao começou a interpretar a oraçao, surgiu um terceiro irmao que se posicionou do outro lado (falando na outra orelha) tambem interpretando a oraçao em linguas!
E o mais impressionante era que os dois falavam EXATAMENTE a mesma coisa, ao mesmo tempo, com o mesmo tom, como um mesmo cd tocando em dois aparelhos ligados ao mesmo tempo (nao sei o que seria isso se nao Deus agindo). E em tudo Deus me edificava com as palavras que eles diziam, coisas do meu intimo que ninguem mais poderia saber, quanto mais duas pessoas "estranhas".
E isto continuou a acontecer outras vezes com outras pessoas da igreja, é algo lindo.
Enfim, é uma experiencia pessoal, mas que foi uma resposta para mim. E por isso creio que este dom ainda existe de forma genuina para edificar e consolar, desde que sua manifestaçao esteja dentro do padrao biblico.
Nao supervalorizo esta experiencia, mas tambem nao nego que ela exista e seja util em seu devido tempo e lugar.
Nele,
Jessica
Pastor Nicodemos, graça e paz! O senhor é sem dúvida nenhuma um mestre nas escrituras. Basta para nós vermos a maestria com a qual o senhor esclarece temas e assuntos que até hoje são difíceis de entender... O assunto dos Dons por exemplo, o senhor usa uma expressão; CESSACIONISTA ou CONTINUISTA, o mais interessante, é que o senhor se posiciona no CENTRO. A moderação é uma posição recomendada em situações como esta. Contudo, vejo que a moderação, nem sempre se aplica aos grandes "mistérios" da Bíblia... Eu por exemplo, me sinto sentenciado a contribuir mais com o CESSACIONISMO... e explico o porque: Há uma PROGRESSÃO na revelação bíblica e isso atinge a igreja como um todo, basta dar uma olhada na vida do homem que plantou os alicerces da igreja Corpo do Senhor Jesus Cristo...O apóstolo Paulo. Falava em línguas mais que todos ICo 14:18, no entanto, não consigo ver registros nas suas outras epístolas, de Paulo falando LÍNGUAS, mesmo que indicasse uma necessidade. Talvez seja isto que ele quis dizer nos versos seguintes 19 a 23... em atos 28, Paulo já em Malta; cura o pai de Publio verso 8, mais o verso seguinte diz que " os demais da ilha" vieram e Paulo os sarou. Mais vemos com muita clareza em Filipenses 2, que Paulo deixou um irmão, cooperador e companheiro nos combates...quase à morte, Epafrodito. A Timóteo, ele recomendou vinho para seus problemas estomacais... Por que Paulo não os curou? Enfim, é longa a lista de situações em que assistimos MUDANÇAS substanciais na revelação biblica. Eu sinceramente espero que a igreja não se deixe levar por experiências externas e se esqueça do REAL motivo de nossa chamada. Abraços do seu conservo, Jesse, em 13/03/2014
ResponderExcluirA paz de nosso Senhor Jesus meu querido irmão Augustus Nicodemus Lopes.
ResponderExcluirLi seu o seu texto em partes concordo plenamente em outras não, mas acredito que isso é o que faz nos humanos sempre estar buscando por respostas e nos aprimorar no que chamamos de Graças do Senhor Jesus, ao certo nenhum dos meus irmãos acima estão certos ou errados, acredito que tudo é dependente das escrituras e da experiência que cada um tem com Deus, como nosso irmão Nicodemus falou “Deus trabalha diferente” e acredito que suas obras são singulares na vida de cada um nós.
Bem o que queria dizer é que apesar da negação de que o dom de línguas não existem mais, fui prova de que um milagre que Deus operou em uma simples oração, não ficarei triste se não acreditarem, pois sei que vai da fé de cada um.
Um dia meus amados, estávamos em um apartamento em São Paulo em uma oração simples para agradecimento a Deus, tinham duas mulheres que não conheciam a graça do filho de Deus e Espirito Santo tocou em nosso coração e falamos do maravilhoso evangélico do Senhor Jesus, eu percebi que o ambas não pertenciam a esse pais devido ao sotaque muito forte, aparentemente elas eram Italianas, (bem ignorei o fato e prosseguimos) e no final da oração um irmão meu companheiro que teve uma família muito humilde e por não ter dinheiro nunca teve acesso a cursos de línguas (Falo isso pois o conheci desde pequeno) . De repente ele saiu de encontro a uma das mulheres e começou a falar em uma linguagem estranha, nessa mesma hora a mulher caiu sobre teus joelhos e começou a chorar muito, bem eu não estava entendendo nada pois tinha sido a primeira vez que eu via aquilo. Para resumir no final da oração a mulher nos falou que meu companheiro tinha respondido respostas que ela queria saber e dito que o lugar dela era com Cristo (Tem bem mais estou resumindo ahahah) e ela graças a Deus hoje se tornou uma das nossas irmãs. Depois disse dia pude presenciar obras de Deus com mais dois tipos de linguagens Japonês e Inglês.
Entendo muitos que falam contra esse dom, pois nunca viram para crer. O que eu digo é que não duvidais em nada do poder de Deus, ele fez no passado, ele pode fazer no presente e pode fazer no futuro, e isso é divido amados a um motivo ninguém pode prever o que Deus vai fazer. Não limitemos o poder de Deus, pois se não cremos simplesmente não veremos, pois estaremos cegos com nossa própria sabedoria. Então sejamos despojados de todo conhecimento humano e nossas deduções e estejamos atentos ao que Deus quer para nós.
Em tudo que até agora vi com Deus que tenho certeza que é pouco, pois Deus é muito grande, eu posso dizer a todos vós que Deus não é uma regra, ele nos surpreende a cada dia, faz o que quer do jeito que ele quiser e temos que estar preparados para ouvi-lo. Bem como o irmão Nicodemus falou os dons se modificaram e temos que estar preparados para recebe-los, pois nossas limitações pode nos privar de ver o poder de Deus tal como ele é.
Bem, eu amo ver esses debates, pois sei que nós procuramos sempre servir a Deus da melhor forma possível. Deus os abençoe a todos!
A paz esteja com todos Vós!!!
O comentário meu acima foi para o irmão Wanderley Santana..
ResponderExcluirMestre Augustus foi bem imparcial, gostei da forma abordada. Esperava até algo mais tendencioso, tinha outro conceito sobre sua forma de pensar...
O texto foi explicativo, ou foi a linha de pensamento pessoal??
Abraço fraternal, Deus te abençoe sempre ANL
O que mais gostei dessa entrevista foi essa declaração: Se por cessacionista você quer dizer uma pessoa que não acredita que o Espírito Santo conceda dons espirituais à sua Igreja nos dias de hoje, é claro que não sou cessacionista. Se, por outro lado, um continuísta seria alguém que acredita que todos os dons espirituais mencionados na Bíblia estão disponíveis hoje à Igreja, bastando ter fé para recebê-los, é claro que também não sou um continuísta. Creio num caminho intermediário para o qual ainda não achei um nome.em fim; todo posicionamento teologico por mais elaborado que seja não passa de especulação. Reverendo Jerry Lourenço.
ResponderExcluirMuito bom artigo.
ResponderExcluirSou continuista, mas creio que os dons aparecem nas igrejas hojes de acordo com a necessidade da igreja de naquele momento um pesssoa necessita ser curada Deus pode levantar alguém para cura-la, as línguas são utizadas edificar a si mesmo, e qdo falado para a igreja tem q ter interpretação e não pode um monte de gente falar ao mesmo tempo porque ai vira confusão...
ResponderExcluirPr... Creio que a referência apontada na questão 5a, está incorreta.
ResponderExcluirFoi colocado 1Coríntios 11:3 e 31 e creio ser capítulo 12. Abraços.
Excelente texto pastor, altamente esclarecedor e edificante, fiz questão de ler os comentários também e as respostas.
ResponderExcluirVou conversar com o pastor de minha igreja (Igreja Presbiteriana do Vila Celeste em Ipatinga MG) para que eu tenha uma visão mais ampla sobre o assunto.
Muito obrigado.
O continuísmo, ou seja, a crença que todos os dons neotestamentários são válidos para a contemporaneidade é hoje exposta por teólogos de primeira linha. Nomes como J. Lee Grady, Wayne Grudem, Jack Deere, Craig Keener, Jon Ruthven, Sam Storms, Doug Oss, Mel Robeck, Paul Elbert, Randy Clark, Robert Menzies, J. P. Moreland, Gary Greig, Mark Rutland, Michael Brown, Gary Shogren, William De Arteaga, William K. Kay, Melvin Hodges, N. T. Wright, D. A. Carson, John Piper, Mark J. Cartledge, Roger Olson, Gordon D. Fee, Krister Stendahl, Grant. R. Osborne, Jon Mark Ruthven, James K. A. Smith, Amos Yong, Wilf Hildebrandt etc.
ResponderExcluirOs verbos diôkete e zêloute se encontram no imperativo presente,Em 1 cor 14. 1 não seria válido para a Igreja hoje?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAgradeço a Deus pelos brilhantes esclarecimentos, pois fui membro de Igreja pentecostal por anos e haviam inúmeras situações que nunca fizeram sentido ao meus olhos, hoje vejo que a grandíssima maioria das ditas "revelações" não são nada mais que percepções humanas, as manifestações são fruto de hipnose que infelizmente só geram medo e culpa.
ResponderExcluirMuito bom o texto, mas tenho algumas dúvidas:
ResponderExcluir1 Em 1996 em um culto na igreja que sou membro, um pastor disse que Deus estava dando alguns apartamento para irmãos na igreja. Lembro de muitos rindo porque a igreja tinha muitos membros que moravam em uma favela. 2 anos depois a prefeitura fez os prédios do CINGA-PURA e pelo menos 13 irmãos moram até hoje neste prédios. O que seria isso?
2 - em 1998 eu fui atropelado por uma empilhadeira que pesava 6 toneladas ela passou por cima de minhas duas pernas fez alguns machucados mas não quebrou um osso se quer. Seria isso sorte?
3 - Era impossível minha esposa ser mãe, ela tinha endrometriose avançada e uma das tropas obstruída, uma irmã nos disse que em muito breve estaríamos segurando nosso bebê, hoje meu filho tem 11 anos.
Sou pastor batista formado em teologia. Achei o texto muito bom, mas fica a divuda o que aconteceu comigo foi o acaso?
Boa tarde, também sou um admirador dos trabalhos do Rev. Augustus. Porém, sem desrespeitar o escrito e o escritor, quero participar com meu comentário.
ResponderExcluirPenso que buscando a coerência, a resposta, pra mim, se encontra no próprio texto, ainda que de forma indireta, como vemos:
"Portanto, por princípio, devemos admitir que Deus é soberano para agir de diferentes maneiras através da história, e que dentro desta ação, ele concede diferentes dons a diferentes pessoas em diferentes épocas"
Na soberania de Deus, Ele distribuiu dons, como o DOM DE LÍNGUAS. Penso que se o leitor não tem ou não conhece, lhe é estranho aquele dom, daí a dificuldade em entende-lo, o que não pode se tornar pretexto para diminuir Deus pela nossa falta de experiência, isto é uma irreverência ao próprio Deus.
Digo pois, comentários como este "eles são ensinados a falar em língua", isso beira ao absurdo. Recebi de Deus o dom de línguas (e são línguas espirituais, não naturais) isto já na minha adolescência.
Penso que o assunto que o leitor não domina, ou lhe é desconhecido, deixe que Deus cuida. Agora, por não acreditar não significa que não exista, mesmo porque, batalhando contra as coisas dadas por Deus, estará batalhando contra o próprio Deus.
Veja um caso.
Em 1Co 12.28 "Assim, na Igreja, Deus estabeleceu alguns primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro, mestres; em seguida, os que realizam milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas."
Ora, estes dons Deus ministrou à IGREJA, assim, se dissermos que cessaram quaisquer desses dons, pela coerência, teríamos que afirmar, por conseguinte, que a igreja acabou, o que não é verdade. Creio que o mais sensato é deixar para Deus o que é de Deus.
Muitas coisas que estão veladas a nós, naquele dia Deus manifestará de forma límpida e clara, por enquanto quero deixar dois versos bíblicos:
1Co 14.39 Portanto irmãos...não proibais o falar em línguas. - Almeida Século 21
Rm 11.32 Porque Deus colocou todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos. - Almeida Século 21
"QUEM É O DONO DA RAZÃO?"