É sempre surpreendente, para mim, ver que a
maioria das referências feitas ao professor Paulo Freire (1921-1997) são
benevolentes e eivadas de admiração. Ele é, via de regra,
apresentado como um educador de vanguarda e os termos elogiosos procuram
descrever a sua contribuição à filosofia educacional não somente no Brasil, mas em escala
mundial. Na realidade, essa abordagem
deveria ser esperada, considerando a massiva exposição de sua pessoa; a ampla
aceitação acrítica e promoção de sua metodologia (apesar de ser pouco analisada em detalhes[1]); e a divulgação decorrente de sua figura
mitológica nos círculos intelectuais e acadêmicos. Realmente, é de se esperar a
ocorrência de tal popularidade procedente de uma academia formada e que
subsiste submersa no marxismo cultural. O
marxismo também embalou e embasou
os escritos e discursos do Freire.
O seu livro inicial foi Educação
como prática da liberdade (1967).[2]
Após esse livro, ele foi pródigo no desenvolvimento de várias “pedagogias”. Na sequência
Freire escreveu Pedagogia do oprimido (escrito em 1968, publicado em 1970),
enquanto esteve no Chile e que está traduzido para mais de 40 idiomas;[3]
Pedagogia
da esperança (1992);[4]
Pedagogia
da autonomia (1997)[5]
e as compilações de artigos e palestras publicadas após sua morte, por sua
filha, chamadas de Pedagogia da Indignação (2000)[6]
e Pedagogia
da Tolerância (2005).[7]
Freire é também conhecido como autor do “Método Paulo Freire” de alfabetização
de adultos. Este consiste na utilização de vocábulos conhecidos do grupo a ser
alfabetizado, como ponto de partida, para, a seguir, subdividi-los em
partículas menores que serviriam de base à alfabetização.[8]
Na Pedagogia do Oprimido,
Freire faz quase um registro autobiográfico, relacionando o que chama de
anseios democráticos, o desenvolvimento de uma mente democrática, mas que
reflete, na realidade, uma visão de uma sociedade oprimida tanto pelas forças
econômicas, como pelo exercício da autoridade das chamadas “esferas
dominantes”. Ele traça paralelos com a sua transição de criança a adolescente,
extrapolando consequências de um relacionamento com os pais, baseado no
castigo, para a esfera da sociedade. Nesse trabalho de Freire temos mais um
libelo social contra as “esferas dominantes”, do que uma fórmula pedagógica que
dê relevância ao processo educacional. Freire não está errado ao apontar
injustiças ou abusos de autoridade, que levam à opressão. No entanto, as
respostas, presas a uma visão anacrônica de estruturas político-econômicas
marxistas, que faliram no leste europeu e em outras experiências sociais do
mundo, têm como base uma cosmovisão equivocada, na qual o fator pecado não
existe. Existem injustiças, existem violências, mas, em sua compreensão, as
pessoas são basicamente boas. A boa percepção, por falta de um alicerce filosófico
veraz, leva a anseios e constatações, mas não a respostas eficazes.
Na Pedagogia da Esperança,
Freire retoma o tema, fazendo extensa referência à sua obra anterior, e aponta
que no meio de disfunções sociais é necessária a existência da esperança. O
papel da educação seria fornecer essa esperança, indicando as possibilidades da
história. Os educadores “progressistas” enfrentarão as barreiras, oligarquias e
“situações limites” para imprimir essa esperança de um mundo melhor. Apesar de
palavras de esperança, a pedagogia contemporânea acaba removendo a esperança,
pois essa nunca cruza a linha da incerteza e anseio, para a da expectativa de
uma certeza de redenção. Baseando a esperança numa confiança irrestrita na
humanidade, desconhecendo que as disfunções são mais profundas e só podem ser
lidadas e trabalhadas em um contexto no qual Deus seja reconhecido e se faça
presente (como o fez, na pessoa de Jesus Cristo), a pedagogia contemporânea
falha em dar as respostas que procura. Esperança redentiva é fé; “é a certeza das coisas que se esperam, a
convicção de fatos que se não veem”.[9]
É mais do que meros sonhos de alívio das necessidades materiais presentes.
Na Pedagogia da Autonomia,
Freire dá continuidade às suas análises, desta feita procurando dar lições
pontuais aos professores, para que aprimorem a sua prática de ensino dentro do
relacionamento professor-aluno-escola. Muitos desses conselhos são de grande
valia. Outros apontam, ainda, uma dependência muito grande em conceitos
correntes totalmente humanistas, nos quais a dimensão do divino está
conspicuamente ausente. Trabalhando apenas na parte inferior da realidade,
esquecendo-se do transcendente, suas conclusões são consequentemente imprecisas
e imperfeitas. Francis Schaeffer aponta o perigo:
... em todos
os casos em que o “inferior” se tornou autônomo, não importa que nome tenha se
dado a isso, não demorou muito para que o “inferior” engolisse o “superior”.
Não apenas Deus desapareceu, mas também a liberdade e o próprio homem também
sumiram.[10]
Ainda
assim, nesse livro, vemos até um Freire mais maduro, talvez sem tanta convicção
de suas lealdades político-sociais do passado. No entanto, ele ainda insiste em
indicar que o caminho para o sucesso na educação é a libertação da heteronomia.
Essa rejeição teórica da lei (vamos ver, na frente que ela é mais teórica do
que prática) confunde ainda mais a já abalada mente de nossos professores. Em
Pedagogia da Autonomia, Freire diz:
Se
trabalho com crianças, devo estar atento à difícil passagem ou caminhada da heteronomia
para a autonomia, atento à responsabilidade de minha presença que tanto pode
ser auxiliadora, como pode virar perturbadora da busca inquieta dos
educandos... primordialmente a minha postura tem de ser a de respeito à pessoa
que queira mudar ou que recuse mudar.[11]
Freire não tem alternativa a não ser
apegar-se a um antropocentrismo radical e isso está explícito nessa obra:
...
jamais abandonei a minha preocupação primeira, que sempre me acompanhou, desde
os começos de minha experiência educativa: a preocupação com a natureza humana
a que devo a minha lealdade sempre proclamada. Antes mesmo de ler Marx já fazia
minhas as suas palavras; já fundava a minha radicalidade na defesa dos
legítimos interesses humanos... Prefiro ser criticado como idealista e sonhador
inveterado por continuar, sem relutar, a apostar no ser humano.[12]
A Pedagogia da Autonomia é uma
catarse pessoal, onde Freire reflete a sua cosmovisão e, baseado nela, oferece
diversos conselhos práticos aos professores. Muitos têm se escudado em Freire,
até como modelo pedagógico às escolas cristãs. No entanto, ele está longe de
ter um plano mestre, coerente, de diretrizes que sirvam à educação cristã. Após
a leitura de suas obras continuamos carentes de uma relevância maior ao
processo educativo – que transcenda a míope visão cadente do homem-deus e que
não se perca em lamúrias sociológicas, sem ofertar respostas reais aos problemas
constatados.
No entanto, deve-se reconhecer que, ao
mesmo tempo em que defende autonomia, Freire não chega a descolar por completo
da necessidade de responsabilidade e de limites na prática educacional (pontos
relevantes igualmente compartilhados pela educação escolar cristã). Diz ele:
O
professor que se exime do cumprimento de seu dever, de propor limites à
liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente
presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios
fundamentalmente éticos de nossa existência.[13]
Isso equivale a um reconhecimento dos
valores cristãos, ainda que incoerentemente com o restante do seu pensamento.
Em diferentes ocasiões ele se apega a princípios tais como ética: a existência de
certo e errado; limites e leis; o dever de ensinar, como missão, com
responsabilidade e sacrifício. Freire está prestando homenagem, sem perceber, a
princípios absolutos preciosos ao cristianismo.
No mesmo tom, mais à frente neste
mesmo livro, ele se posiciona contra a “liberdade sem limites”;[14]
indica a “impossibilidade da neutralidade em educação”,[15]
e que o professor tem que se aperceber que, “por não ser neutra, minha prática
exige de mim uma definição”.[16]
Continua, ainda: “Neutra, ‘indiferente’... a educação jamais foi, é, ou será”.[17]
Até o destaque dos conteúdos –
palavra que contemporaneamente equivale a uma depreciação da escola que os
valoriza, é encontrada na obra de Freire, quando ele escreve que o professor
deve “ensinar certo e bem os conteúdos”[18]
de sua disciplina.
Estes últimos pontos de convergência
não são suficientes, entretanto, para obscurecer as divergências do pensamento
de Paulo Freire com o a filosofia cristã de educação, ou com a própria visão da
sociedade que a comunidade cristã extrai das Escrituras, como conjunto de
valores e práticas que mais se aproxima da realidade e dos caminhos a serem
trilhados por cidadãos responsáveis perante Deus e os homens.
Creio que Paulo Freire continuará a
ser exaltado pelo mundo acadêmico, que se delicia tanto por ideias
pseudo-complexas, como por truísmos intelectualizados, ambos tão ao gosto de
uma suposta elite interpretativa, que gravita acima dos meros e simples
mortais. Nessas categorias encontramos muito do que Paulo Freire escreveu, como
por exemplo, “Na verdade, seria incompreensível se a consciência de minha
presença no mundo não significasse já a impossibilidade de minha ausência na
construção da própria presença”.[19]
Pensamento esse, que foi muito bem traduzido e expresso pelo palhaço Tiririca,
quando disse: “Muitas vezes tentei fugir de mim, mas aonde eu ia, eu tava”.
©
Solano Portela, 2019
[1] É relevante que até o famoso “Método Paulo Freire” de alfabetização de
adultos, segundo reportagem da Rádio Câmara, com o Prof. Afonso Celso Scocuglia,
um de seus admiradores, foi desenvolvido e os seus postulados estabelecidos,
após uma experiência em uma sala de aula com apenas 5 alunos, dos quais 2
desistiram e apenas 3 foram alfabetizados. Texto disponível no site:
http://www.camara.gov.br/internet/radiocamara/default.asp?selecao=MAT&Materia=50033,
acessado em 14.05.2019.
[3] FREIRE, Paulo. Pedagogia do
Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 184 pgs. Este livro já vai na
38ª edição.
[4] FREIRE, Paulo. Pedagogia da
Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1992. 245 pgs.
[5] FREIRE, Paulo. Pedagogia da
Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996, 2000 – 16ª Ed. 165 pgs. Este livro
já vai na 37ª edição.
[6] FREIRE, Paulo. Pedagogia
da Indignação – compilação de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: UNESP,
2000. 134 pgs.
[7] FREIRE, Paulo, Pedagogia da
Tolerância – compilação de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: UNESP, 2005.
329 pgs.
[8] Esse método teve aplicação limitada, pelo próprio autor, em Pernambuco,
antes de seu exílio no Chile. Vide nota 1, acima.
[10] SCHAEFFER, Francis. A Morte da
Razão: a desintegração da vida e da cultura moderna. São Paulo: Casa
Editora Presbiteriana (Editora Cultura Cristã), 2002, 95.
[17] FREIRE, Paulo. Ibid, 111.
[18] FREIRE, Paulo. Ibid, 116.
[19] FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2008, p. 19.
Só lembrei dos discursos da Dilma,kkkkkkkkkkkk: "Paulo Freire escreveu, como por exemplo, “Na verdade, seria incompreensível se a consciência de minha presença no mundo não significasse já a impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença”.[19] Pensamento esse, que foi muito bem traduzido e expresso pelo palhaço Tiririca, quando disse: “Muitas vezes tentei fugir de mim, mas aonde eu ia, eu tava”."
ResponderExcluirVocê parece que não entendeu o raciocínio dialético e como o autor pretende marcá-lo ao longo de sua análise. O que ele está dizendo é que o homem como ser-no-mundo é o único ente capaz de ter consciência de si e consciência do outro e, assim, pode conscientemente construir sua presença no mundo. Uma clara referência ao jogo de linguagem da fenomenologia heideggeriana.
ExcluirVeja que, nesse caso, o fato de não compreendermos o que ele disse, não o torna um tonto que não sabe o que diz.
Mais uma vez vemos que a ideia da autonomia/liberdade total do educando (assim como propõe também o construtivismo), inclusive com relação a questões éticas e morais, não se sustenta na prática.
ResponderExcluirVaidade de vaidades, tudo é vaidade. Ninguém escapa. Escrever, sentir, achar, saber, pensar, ter, ser: vaidade, a sempre presente vaidade, junto ao sempre valorizado orgulho. Somos o castigo do Diabo. Orgulham-se o santo e ímpio, o pobre e o rico, o alto e o baixo, o feio e o belo, o sábio e o tolo, o que sabe e o que não sabe, o sadio e o enfermo,o erudito e o analfabeto, o que morre e o que esquece que morre. Ninguém escapa. Vamos nos orgulhar? (parece inevitável. Talvez, diferença de grau?) Sem a piedade Divina, quem...?
ResponderExcluirHoje aqui, ali e porem, quando descarta o além? Pode estar preso ao passado mas tbem ao presente de quem será quem? Não sei não sei só sei q não sei, pq a presença da sombra me acompanha sempre grudada e agora entendo q ela está sempre em mim. Amém! É assim q entendo Paulo Freire desculpa!
ExcluirDE FATO HÁ MUITO O QUE SE APROVEITAR NAS OBRAS DE FREIRE, NÃO ATOA ELE DESENVOLVEU UM MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO EM 40 DIAS.
ResponderExcluirPORÉM, "SUAS PEDAGOGIAS" ESTÃO ENTRANHADAS DO PENSAMENTOS MARXISTA, OBVIAMENTE VOLTADOS PARA A PARTE DA EDUCAÇÃO. É VISÍVEL NUMA RÁPIDA LEITURA DE PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, OU PEDAGOGIA DA AUTONOMIA, QUE ELE SUSTENTA ATÉ O FIM UMA PEDAGOGIA QUE BEBE SEM MEDO ALGUM DO MARXISMO.
UMA PENA QUE SÓ AGORA O DEBATE SOBRE SUAS OBRAS E LEGADO VEIO A TONA. ME PARECE QUE QUALQUER COISA QUE SE DIGA HOJE A RESPEITO DELE, SERÁ DESCARTADO E PASSÍVEL DE CRÍTICA PELO SIMPLES CONTEXTO POLÍTICO QUE ESTAMOS VIVENDO.
OU SEJA: A HISTÓRIA VOLTA A SE REPETIR, COMO EM TEMPOS DOS TEÓLOGOS, E "GRANDES" HOMENS DA HISTÓRIA.
Bom, fala-se de uma educação cristã, mas a verdade, bem a realidade mesmo, é que as escolas cristãs são caras demais, reservadas somente àquelas crianças de pais cristãos ricos e que frequentemente, só podem pisar numa escola frequentemente fundada por alguma família alemã que adota o sistema COC de ensino. o que acaba fazendo com que esta educação cristã, não lhes dê contato com o ser humano, comum, normal, natural.
ResponderExcluirMas este não é o caso, não tem importância, mas sim, o que me causou impressão, é o início da exposição da avaliação relâmpago, é o fato de que o paulo freire não aborda o problema da falta da educação escolar no país, sob o viés do pecado. Pode ser que ele desconhecia esse tema, pode ser que não tenha quisto abordar nele a "desgraça" de ser um ser humano e que o fato de que não estar existencialmente autoflagelado pelo assunto, torna o método e a tentativa dele ter uma obra, o que me faz pensar, que contrabalanceando a símplice dele em alfabetizar adultos que não puderam aprender quando crianças, das crianças cristãs que tem pais que podem lhe pagar para ter uma educação separada da maioria das outras crianças do país, fosse eu cristo, ou pelo menos, como salomão, em dizer, qual obra mais relevante para a humanidade, ou que mais diferença fez, usaria como regra de balança, o que o cristo quis dizer sobre aquela vez, que no templo, olhando os que davam oferta,haviam os que davam rios de dinheiro e uma mulherzinha pobre, que só deu uma moeda, eu acho, que mais significativo, foi somente a única moedinha.
Quando vejo jocosidade intelectual, somente por fatores externos, vejo o que Jesus quis dizer com sal da terra.
Não à tôa, o que mais cresce é o movimento desigrejados.
A sede do saber.
ResponderExcluirA educação deve por essência, assim como também por excelência, ser didaticamente cognitiva, e nesta obviedade se limitar a expandir exponencialmente o entendimento evolutivo que reverbera-se edificando a nossa sociedade.
Análoga a transparente e salutar água, deve também cumprir o primordial papel de simplesmente saciar a sede do saber, já que ao se mesclar qualquer substância, esta mesma água deixa de ser tão salutar e com isto anula a pureza que lhe é peculiar.
Precisamos urgentemente filtrar a nossa educação retirar dela toda impureza que vem entorpecendo a consciência coletiva, para que se possa saciar a sede do saber, e ao se saciando, possamos preconizar aquilo que verdadeiramente constrói uma hegemônica ilibada e solida sociedade.
Aprendi muito com Freire, muito embora tivesse minhas dúvidas e análises, bom que hoje a gente pode falar, discursar e não oprimir, como nos dias em que tive que elaborar seminários e provas,sobre Freire, Freud... sem autonomia de contestação. Deus seja louvado em todo tempo. Parabéns rev.
ResponderExcluirUma avaliação relâmpago? Extremamente esclarecedor. Deus o abençoe mais e mais, amado irmão.
ResponderExcluir"Freire não está errado ao apontar injustiças ou abusos de autoridade, que levam à opressão. No entanto, as respostas... têm como base uma cosmovisão equivocada, na qual o fator pecado não existe".
ResponderExcluirVocê está criticando Freire porque sua pedagogia não considera a existência do pecado? Há pastores que devem ser criticados porque não consideram a existência do pecado em seus sermões, isso sim.
Ótima avaliação Pastor, li esses livros do Paulo Freire... ele fez parte de breves quatro anos de faculdade... muito bom relembrar
ResponderExcluirUma pena haver uma análise tão superficial de um autor brasileiro tão conhecido por sua contribuição a Pedagogia Contemporânea em uma perspectiva crítica e humanista! Faltou tocar em ideias centrais do autor nos livros citados, tais como a sua antropologia - ser humano com vocação para transcendência, a práxis pedagógica, o diálogo como atitude do educador e a crítica ao autoritarismo presente na sociedade e na educação brasileira. Faltou contextualizar a obra do autor com os movimentos sociais da década de 1960 e de um processo democratização interrompido. Comparar pontos marginais escritos pelo autor com o que já se conhece, tais como Francis Schaffer, é muito fácil e desonesto. Também acho que automonia e heteronomia foram conceitos mal interpretados. Autonomia é diferente de anomia. Sobre a citação final, usada jocosamente, explico que Freire está apenas dizendo em outras palavras o mesmo que Descartes disse: Penso, logo existo. Com isso, não desmereço a inteligência de Tiririca. Aliás, outro valor da Pedagogia Freiriana é a alteridade.
ResponderExcluirParabéns, Renato Brito!
ResponderExcluirParabéns a Renato Brito.
ResponderExcluirQuanto a análise feita pelo autor do texto, esta se mostra reducionista e, por isso, desprovida de argumentação sólida.
Além disso, fico a pensar onde esses intelectuais orgânicos se embasam para o uso de terminologia como "marxismo cultural"...Deve ser no mesmo dicionário onde consta "ideologia de gênero".
Cada dia mais me convenço que a religião institucionalizada revela-se um dano à saúde espiritual e mental das pessoas.
A expressão ridicularizadora que fecha o texto é de um desrespeito sem adjetivos, a quem contribuiu significativamente para a educação brasileira e goza respeito em boa parte do mundo.
Lamentável.