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terça-feira, junho 14, 2011

É Sempre uma Falta de Amor Criticar e Julgar?

Tornou-se comum evangélicos acusarem de falta de amor outros evangélicos que tomam posicionamentos firmes em questões éticas, doutrinárias e práticas. A discussão, o confronto e a exposição das posições de outros são consideradas como falta de amor.

Essa acusação reflete o sentimento pluralista e relativista que permeia a mentalidade evangélica de hoje e que considera todo confronto teológico como ofensivo. Nossa época perdeu a virilidade teológica. Vivemos dias de frouxidão, onde proliferam os que tremem em frêmito diante de uma peleja teológica de maior monta, e saem gritando histéricos, "linchamento, linchamento"!

Pergunto-me se a Reforma protestante teria acontecido se Lutero e os demais companheiros pensassem dessa forma.

É possível que no calor de uma argumentação, durante um debate, saiam palavras ou frases que poderiam ter sido ditas ou escritas de uma outra forma. Aprendi com meu mentor espiritual, Pr. Francisco Leonardo Schalkwijk, que a sabedoria reside em conhecer “o tempo e o modo” de dizer as coisas (Eclesiastes 8.5). Todos nós já experimentamos a frustração de descobrir que nem sempre conseguimos dizer as coisas da melhor maneira.

Todavia, não posso aceitar que seja falta de amor confrontar irmãos que entendemos não estarem andando na verdade, assim como Paulo confrontou Pedro, quando este deixou de andar de acordo com a verdade do Evangelho (Gálatas 2:11). Muitos vão dizer que essa atitude é arrogante e que ninguém é dono da verdade. Outros, contudo, entenderão que faz parte do chamamento bíblico examinar todas as coisas, reter o que é bom e rejeitar o que for falso, errado e injusto.

Considerar como falta de amor o discordar dos erros de alguém é desconhecer a natureza do amor bíblico. Amor e verdade andam juntos. Oséias reclamou que não havia nem amor nem verdade nos habitantes da terra em sua época (Oséias 4.1). Paulo pediu que os efésios seguissem a verdade em amor (Efésios 4.15) e aos tessalonicenses denunciou os que não recebiam o amor da verdade para serem salvos (2Tessalonicenses 2.10). Pedro afirma que a obediência à verdade purifica a alma e leva ao amor não fingido (1Pedro 1.22). João deseja que a verdade e o amor do Pai estejam com seus leitores (2João 3). Querer que a verdade predomine e lutar por isso não pode ser confundido com falta de amor para com os que ensinam o erro.

Apelar para o amor sempre encontra eco no coração dos evangélicos, mas falar de amor não é garantia de espiritualidade e de verdade. Tem quem se gabe de amar e que não leva uma vida reta diante de Deus. O profeta Ezequiel enfrentou um grupo desses. “... com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro” (Ezequiel 33.31). O que ocorre é que às vezes a ênfase ao amor é simplesmente uma capa para acobertar uma conduta imoral ou irregular diante de Deus. Paulo criticou isso nos crentes de Corinto, que se gabavam de ser uma igreja espiritual, amorosa, ao mesmo tempo em que toleravam imoralidades em seu meio. “... contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Não é boa a vossa jactância...” (1Co 5.2,6). Tratava-se de um jovem “incluído” que dormia com sua madrasta. O discurso das igrejas que hoje toleram todo tipo de conduta irregular em seus membros é exatamente esse, de que são igrejas amorosas, que não condenam nem excluem ninguém.

Ninguém na Bíblia falou mais de amor do que o apóstolo João, conhecido por esse motivo como o “apóstolo do amor” (a figura ao lado é uma representação antiquíssima de João) Ele disse que amava os crentes “na verdade” (2João 1; 3João 1), isto é, porque eles andavam na verdade. "Verdade" nas cartas de João tem um componente teológico e doutrinário. É o Evangelho em sua plenitude. João ama seus leitores porque eles, junto com o apóstolo, conhecem a verdade e andam nela. A verdade é a base do verdadeiro amor cristão. Nós amamos os irmãos porque professamos a mesma verdade sobre Deus e Cristo. Todavia, eis o que o apóstolo do amor proferiu contra mestres e líderes evangélicos que haviam se desviado do caminho da verdade:

- “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1Jo 2.19).

- “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2.22).

- “Aquele que pratica o pecado procede do diabo” (1Jo 3.8).

- “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo” (1Jo 3.10).

- “todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo” (1Jo 4.3).

- “... muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo... Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus... Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más” (2Jo 7-1).

Poderíamos acusar João de falta de amor pela firmeza com que ele resiste ao erro teológico?
O amor que é cobrado pelos evangélicos sentimentalistas acaba se tornando a postura de quem não tem convicções. O amor bíblico disciplina, corrige, repreende, diz a verdade. E quando se vê diante do erro seguido de arrependimento e da contrição, perdoa, esquece, tolera, suporta. O Senhor Jesus, ao perdoar a mulher adúltera, acrescentou “vai e não peques mais”. O amor perdoa, mas cobra retidão. O Senhor pediu ao Pai que perdoasse seus algozes, que não sabiam o que faziam; todavia, durante a semana que antecedeu seu martírio não deixou de censurá-los, chamando-os de hipócritas, raça de víboras e filhos do inferno. Essa separação entre amor e verdade feita por alguns evangélicos torna o amor num mero sentimentalismo vazio.

O amor, segundo Paulo, “é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Coríntios 13.4-7). Percebe-se que Paulo não está falando de um sentimento geral de inclusão e tolerância, mas de uma atitude decisiva em favor da verdade, do bem e da retidão. Não é de admirar que o autor desse "hino ao amor" pronunciou um anátema aos que pregam outro Evangelho (Gálatas 1). Destaco da descrição de Paulo a frase “O amor regozija-se com a verdade” (1Coríntios 13.6b). A idéia de “aprovar” está presente na frase. O amor aprova alegremente a verdade. Ele se regozija quando a verdade de Deus triunfa, quando Cristo está sendo glorificado e a igreja edificada.

Portanto, o amor cobrado pelos que se ofendem com a defesa da fé, a exposição do erro e o confronto da inverdade não é o amor bíblico. Falta de amor para com as pessoas seria deixar que elas continuassem a ser enganadas sem ao menos tentar mostrar o outro lado da questão.

38 comentários:

  1. Bela postagem e um ótimo blog!

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  2. A Verdade está acima da unidade. É isso que a Bíblia ensina e "zéfini, zéfini".

    Sobre a questão das críticas, devemos também saber lidar com elas. Segue um link de vídeo interessante do pr. Mark Driscoll (Como o cristão deve lidar com os críticos):

    http://www.youtube.com/watch?v=cmkIYx_BdnY&feature=player_embedded

    Abraço.

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  3. Obrigado por essa palavra. Fraternalmente, silvio bizzo

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  4. Como sempre otimo artigo .... e sejamos firmes em nossas opiniões pois a falta dessa firmeza pode nos levar ao fracaso evangelico no brasil assim com tem acontecido em varios paises

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  5. Augustus,

    Como sempre Excelente!

    Abraços,

    Renato Vargens

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  6. Totalmente relevante e na veia pr. Vou tuitar e facebookar rs. Tenha calma com os Emo Crentes rs...

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  7. Não sei se teve algo a ver com meu ultimo post, mas considero a providência de Deus pois estava pensando sobre isso hoje e postei EM DEFESA DO FUNDADOR nessa perpectiva de que não estava com amor por citar nomes de teologos e igrejas. Mas me conforto depois de ler este post, valeu mesmo pastor.

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  8. Augustus,

    Concordo com o seu texto, só acho que devemos lembrar a todos que militam no campo da teologia que verdade é uma coisa, arrogância é outra completamente diferente.

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  9. Paz e graça Rev. Algustus.

    Atualmente é um tal de "não toqueis nos meus ungidos", "não julgueis para não ser julgado", quem não tem pecado que atire a primeira pedra, e por ai vai.

    Parece que a verdade não tem importância. O cristianismo modérno (não generalizando), adaptou-se as inovações,e com isso o ser "amável" virou a regra.

    tolerar heresia,hoje em dia, tornou-se sinônimo de maturidade cristã. E quando se levanta uma voz contra o erro (1Corintios 11.19),ai começam as guerras.

    O triste, é que nesta nossa geração,esta guerra esta partindo não dos impios mas sim do próprio povo que se intitula "CRISTÃO".

    Mas Deus, não desamparará os seus escolhidos, ainda que o mundo queira nos calar,a verdade de Deus torna-se viva e eficaz.

    "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos." Judas 3

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  10. Professor,

    como sempre, relevante; graças a Deus pela sua fluência expositiva.

    Como é bom ter gente "lúcida" teológica e espiritualmente no nosso meio. No meio de tantos lobos, gente sã bublica e teologicamente. Pois, ao nosso redor estão incontáveis
    "sentimentalistas" que minimizam mesmo seus próprios erros e os dos mais chegados para ficarem bem "na foto". Pior q camuflam suas maldades pervertendo o sentido das palavras ou intenções dos que os corrigem...

    Blessings,
    angelica.

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  11. muito relevante,principalmente em nossos dias,onde o termo amor transformou-se em mero sentimento desvinculado da verdade,onde o "deus" que é só amor é pregado principalmente por aqueles que não querem um compromisso sério com a verdade.

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  12. Boa Noite, Reverendo!!!

    Não tem haver com artigo acima. É um pedido especial:

    Escreva, por favor, um artigo sobre a matéria publicada nesta semana na revista Isto É sobre a conivência da Igreja Evangélica Brasileira com a ditadura militar. Pastores presbiterianos,inclusive, são citados na matéria e gostaria deconhecer sua opinião sobre o assunto.

    O Ariovaldo Ramos, há 3 anos, na Assembleia Geral dos Congregacionais em Águas de Lindóia (SP), disse que esta é uma história que a Igreja brasileira, haveria de, em algum momento contar.

    Abraços, com a admiração de sempre!!!

    Idauro Campos
    Pastor Congregacional -RJ.

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  13. O amor é verdadeiro porque brota da verdade. Quem ama fala a verdade porque a Verdade habita em quem ama.

    Pluralismo e relativismo são egoístas porque relativizam a verdade para não ficar "mal na fita" com outro visando apenas o bem estar próprio.

    Quem ama , crê na verdade e se sacrifica por ela e por quem é amado.

    As marcas de um discípulo de Jesus são: verdade, amor e vida reta. São virtudes de uma vida regenerada pelo Espírito Santo.

    Grato Augustus, benção como sempre.

    Abraços,
    Juan

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  14. Rev. Augustus Nicodemus, a Paz de Cristo Jesus!

    Ante o exposto: "Todavia, não posso aceitar que seja falta de amor confrontar irmãos que entendemos não estarem andando na verdade, assim como Paulo confrontou Pedro, quando este deixou de andar de acordo com a verdade do Evangelho (Gálatas 2:11)". Como conciliar essa fala quando as discordâncias e diferenças se tratam de um membro para com o seu pastor? Como se comportar com o autoritarismo de nossos lideres eclesiásticos? Qual o limite de discordâncias do membro para com o pastor e o limite da autoridade pastoral?
    São só algumas dúvidas de momentos turbulentos que estou passando e extrema necessidade de uma palavra de alguém que, tanto em conhecimento como experiência, muito me excede.

    Muito obrigado pastor!

    Cleiton Tenório
    Cleiton.tenorio@hotmail.com (caso sinta-se mais à vontade em responder pelo e-mail)

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  15. Rev. Augustus -

    Realmente, em certos casos, existe uma pressão para ignorar falhas teológicas por causa do "princípio da unidade cristã" ou "princípio do amor". No entanto, creio que entre nós, no meio reformado, existe também uma tendência ao ataque precipitado. Ora, o começo da Reforma se deu por contestações teológicas à Sé de Roma, e muitos dos reformados de hoje (especialmente os de minha geração) se vêem no papel de contestadores às heresias, sejam reais ou supostas.

    O problema é que nisso há muitos exageros, especialmente nas mídias sociais. Já ví o Driscoll ser chamado de herege por pessoas no Facebook por textos ou atitudes que ele já corrigiu ou esclareceu. Muitas vezes há uma presunção de heresia e uma falta de vontade em ler ou ouvir os esclarecimentos. Há um "desejo de sangue" e uma vontade de estar "certo", o que implica em outro estar errado.

    Se vamos seguir as recomendações do apóstolo João, então devemos realmente ser pacientes, benignos, não nos arder em ciúmes, não ufanarmos a nós mesmos, não nos ensoberbecermos, não nos conduzir inconvenientemente, não procurar os nossos próprios interesses, não nos exasperarmos, não nos ressentirmos do mal, não nos alegrarmos com a injustiça, mas regozijar-mo-nos com a verdade, sofrermos tudo, crermos em tudo, e suportarmos tudo. Creio que nem preciso dizer que não é isso o que os reformados do Brasil têm feito nos últimos anos, especialmente na Internet.

    Precisamos sim de alertar pessoas a estarem sempre voltando para as Escrituras e examinando os ensinamentos de suas igrejas à sua luz. No entanto, ao abordarmos quaisquer divergências que sejam encontradas, devemos procurar saber primeiro se aquilo foi realmente a intenção do escritor/locutor ou se foi um mal entendido. Isto não está sendo feito, e guerras virtuais estão sendo travadas contra servos de Deus por causa de maus entendimentos e más interpretações.

    E no fim, o "gosto" que fica na boca de alguém que lê nossos blogs e artigos é muitas vezes amargo, pois não encontram lá uma expressão viva da morte e ressurreição de Cristo e sim um palanque para condenar irmãos que não concordam conosco. Não estou me referindo ao Tempora-Mores, e sim a muito da blogosfera reformada nacional.

    Que Deus tenha misericórdia de todos nós e que nos ampare, para que possamos ser servos fiéis, verdadeiros, e amorosos!

    Um abraço,

    - David

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  16. É uma ótima postagem, porque aborda a tolerância que tem tomado conta de igrejas que se tornam permissivas demais. Mas notei uma certa vontade de encobrir a "forma errada de falar a verdade", que é o que mais tem acontecido.
    A cólera da vontade de estar certo tem feito pessoas chamarem o seu irmão "Tolo" pra somente depois ensiná-lo a Verdade. Claro que em muitos casos a exortação tem bom efeito, mas isso por acaso é válido em si mesmo ou é válido somente pela Graça transformadora agindo diretamente em quem é exortado?

    Não se faz necessário emitir muito mais da minha opinião, pois o David fez o grande favor de colocar o contraponto perfeito, a peça que completa esse quebra cabeça da falta de amor.
    Há falta de amor no meio reformado, sim. E se estamos exortando o irmão sem humildade, que tiremos a trave do nosso olho primeiro, pra depois ajudá-lo com o cisco dele.

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  17. Augustus,

    fui duramente criticado quando escrevi um post no 5 Calvinistas sobre a influência nociva da "teologia" do Ricardo Gondim sobre os jovens de sua igreja e demais relacionais. Fui acusado de não amar e o escambau. Aí depois o Gondim aparece negando a volta de Cristo, e com que cara ficam os defensores dele? Mas, como me sugeriu um amigo, é melhor mesmo que eu deixe os mortos enterrarem os seus mortos, não é mesmo? rs!

    Seu post é excelente. Um dos melhores que li da sua pena. Parabéns!

    Abraços!

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  18. David Portela e JulioB,

    Reproduzo um parágrafo da minha postagem acima:

    "É possível que no calor de uma argumentação, durante um debate, saiam palavras ou frases que poderiam ter sido ditas ou escritas de uma outra forma. Aprendi com meu mentor espiritual, Pr. Francisco Leonardo Schalkwijk, que a sabedoria reside em conhecer “o tempo e o modo” de dizer as coisas (Eclesiastes 8.5). Todos nós já experimentamos a frustração de descobrir que nem sempre conseguimos dizer as coisas da melhor maneira."

    Acredito que dei a devida atenção ao fato de que podemos errar ao fazermos críticas sem os devidos cuidados.

    O alvo do meu post foi questionar a idéia de que criticar, julgar e se manifestar contrariamente aos posicionamentos de outro é sempre indevido, anticristão e é sempre falta de amor. Espero ter deixado claro que não é, que existe inclusive a necessidade de que isto seja feito, quando se trata de erro teológico e prático.

    Que as pessoas - mesmo dentro do círculo reformado - fazem estas críticas da maneira errada é outro assunto, que merece uma postagem exclusiva. Mas não era este o meu objetivo aqui.

    De qualquer forma, obrigado David.

    E quanto ao JulioB, desculpe, amigo, mas não houve qualquer vontade de "encobrir a maneira errada" de falar as coisas, como o parágrafo acima demonstra.

    Aliás, ao atribuir a mim esta intenção maliciosa, não estaria você caindo exatamente neste erro de dizer as coisas de maneira errada?

    Um abraço.

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  19. Rev. Augustus,

    O Sr. tem razão. Houve um "inception"* de más intenções no meu comentário. Peço desculpas e me limito a concordar com o irmão David.

    Ignorem, por favor o primeiro parágrafo do meu comentário anterior e considerem somente o segundo. Caí na minha própria cilada e mordi a língua.

    *como chamam as redundâncias na cultura da internet

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  20. Excelente cara...

    Como é bom uma exposição!

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  21. O debate teológico é útil na igreja na família e nas escolas - fora disso torna-e irrelevante e promotor de discórdias, sobretudo traz confusão nos menos esclarecidos. O debate no passado foi importante, até por que a verdade estava oculta e a especulação e distorção eram inevitáveis. A Verdade hoje é conhecida - o problema é que a complicamos demais com nossas competições, divisões e falhanços éticos.As denominações evangélicas fracassaram, não só eticamente mas socialmente, por que se preocuparam demasiado em defender suas posições ao invés de praticar e ensinar o evangelho.

    Um abraço reformado

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  22. Amado Rev. Augustus -

    Você citou um parágrafo da postagem original, dizendo que ao fazer isto deu a "devida atenção ao fato de que podemos errar ao fazermos críticas sem os devidos cuidados".

    Mas logo depois você disse: "Que as pessoas - mesmo dentro do círculo reformado - fazem estas críticas da maneira errada é outro assunto, que merece uma postagem exclusiva".

    À primeira vista parecem ser afirmações contraditórias, mas entendo que a expressão "devida atenção" se referia ao assunto no contexto neste post, e não ao assunto como um todo.

    Quanto à pergunta no título do post, será que ela é uma pergunta que realmente está sendo feita, que tem relevância atual ao que realmente acontece? O caso de "criticar é sempre pecado?" se resolve com uma ou duas referências ao comportamento do próprio Jesus para com os líderes religiosos do seu tempo (ou, mais completamente, como o Rev. fez acima). Nem as pessoas que estão criticando os críticos tem como genuinamente fazer esta pergunta. Mas as perguntas relacionadas a ela são sim, possíveis de ser feitas e importantíssimas: "O amor tem sido demonstrado na maioria das críticas que temos feito? Há um tom negativo e/ou precipitado na maioria das críticas que vemos dentro da blogosfera e sociosfera reformada? Que diretrizes bíblicas podemos traçar para prevenir e/ou remediar a falta de amor quando estivermos criticando alguém? Como gerar uma mudança de atitude em escala local/nacional/global, se realmente identificamos um problema?"

    Acabei por me precipitar na discussão destas, não por ignorar o título do post, e sim simplesmente por achar que elas sim são "where the rubber meets the road" em termos da discussão de crítica vs. amor. Aguardo ansiosamente a mencionada (mas não ainda prometida) "postagem exclusiva" que começará a tratar destes assuntos, pois (se já não deu para perceber) considero-os importantíssimos para a vida do Corpo de Cristo no Brasil, composto de reformados e não reformados, e carente não só de sabedoria em lidar com as diferenças internas, como também de um testemunho que fala a verdade em amor.

    Um abraço!

    - David

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  23. Caro David,

    Sim, o título do meu post bem como o conteúdo dele é bem relevante para a situação atual, onde o simples fato de discordar - inclusive em amor e com palavras educadas - tem sido considerado como farisaismo, fundamentalismo e descaridoso.

    Você está equivocado. O questionamento não é somente quanto à forma de criticar, mas ao próprio ATO de se criticar.

    Por mais educado que você seja em uma crítica, se o que você disser for entendido como uma correção, um desacordo ou uma oposição, haverá pessoas gitando "inquisição, inquisição".

    Mas você está certo ao insistir que a FORMA precisa também de atenção. Como eu disse, não nego isto - até tinha aquele parágrafo tratando do assunto, ainda que de passagem.

    Mas, será assunto de outro post.

    Um abraço!

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  24. Graças a Deus por artigos lúcidos como esse. Aliás, como de praxe neste blog. Parabéns mais uma vez, Rev. Augustus. E parabéns pela coragem e amor à Palavra, Leonardo Galdino. Heresia é heresia, herege é herege, mesmo nestes tempos pós-modernos... e a Verdade, sim, continua absoluta! O verdadeiro amor corrige, exorta, repreende e ensina. Deus os abençoe!

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  25. Parabéns abençoado por nos mostrar a razão de nossa luta: a sã doutrina, sabia que estava no caminho certo essa postagem me edificou em muito, muito obrigado, palavras de fogo diretas do trono da graça!
    Metanóia e reforma da igreja com o ES já!
    Fica na graça que é de graça!

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  26. Rev. Augustus. Obrigado pela mensagem. Absolutamente relevante e desafiador. Que Deus continue a abençoá-lo. Abraços. Marlon.

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  27. sabe o que eu acho com essa historia toda de critica de lá critica daqui é que isso é uma ocupação vã e sem fruto algum .se quem realmente se preocupa em trabalhar parasse para responder as criticas nunca terminaria sua obra assim como neemias ao reconstruir os muros de jerusalém.soldado de cristo nunca deve se preocupar em devender-se afinal não esta defendendo sua causa .é tipo assim eu defendo a causa de Deus ele me defende.porque é tão dificil entender que é tão simples assim?talves porque a preocupação maior não é com o reino de Deus e sim com a fama pessoal.

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  28. Rev. Nicodemus,

    Por favor responda a minha questão, por compaixão...rsrsrs.

    Grande abraço,
    Cleiton Tenório
    cleiton.tenorio@hotmail.com

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  29. Tenório,

    Se um membro de uma igreja discorda de seu pastor, deve seguir os caminhos legais para expressar esta discordância. em linhas gerais, os passos geralmente são estes:

    1) Uma conversa pessoal onde o membro expõe as suas divergências ao pastor e ouve as suas respostas.

    2) Se não ficar satisfeito, deve então expor sua insatisfação aos presbåiteros ou diåacoonos da igreja, de preferência por escrito.

    3) Se ainda não tiver resposta satisfatåoria, deve apelar para a instância superior até esgotar as possibilidades. E se ao final de tudo ainda não se satisfizer, precisa tomar a decisão de ficar na igreja ou sair. Se resolver ficar, deve dar o assunto por encerrado e não ficsr criticando o pastor e os líderes.

    4) Se for membro de uma igreja que tem dono, apóstolo intocável ou bispo inacessível, que não dá conta de seus atos a ninguém... bem, não tem jeito mesmo.

    O pior de tudo sao membros de igrejas que ficam criticando e condenando o pastor mas que nunca tomam os passos corretos para resolver suas diferenças.

    Abs.

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  30. GRAÇA E PAZ!
    MUITO BOM TEMA E MUITO BEM DESENVOLVIDO.

    EM CRISTO,

    MÁRIO CESAR

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  31. Rev. Augustus e demais irmãos,

    O tem foi bastante apropriado! Hoje em dia se você manifesta um pensamento contrário, o interlocutor já o julga como seu inimigo. Veja o famigerado caso dos GLBS, ensinar a Bíblia é ofensivo!!!
    O grande ponto é o seguinte: quando estamos errados, pecamos, ao ouvirmos a verdade que nos confronta não é nada agradável!!! Não é à toa que em Hebreus consta que a Palavra de Deus é afiada como espada de dois gumes e penetra bem fundo, a ponto de revelar os nosso propósitos!
    Quem tem maturidade, principalmente no campo Espiritual, arrepende-se de seu pecado, pede perdão ao SENHOR e procura mudar de vida (e não é fácil para ninguém!!!).
    O motivo é um só: quando estamos em pecado, ao sermos confrontados, o nosso ego é agredido. Não é à toa
    que os GLBS ficam tão revoltandos quando são questionados, pois a culpa os corroi... (lembremos que a Lei de Deus está gravada no coração e por isso são indesculpáveis, conforme os primeiros capítulos de Romanos).
    Em Apocalipse, quando o SR. JESUS CRISTO fala à Igreja de Laodicéia diz textualmente que exorta a quem ama.
    Devemos fazer o mesmo!
    Um abraço para todos!

    Cristiano Pereira de Magalhães

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  32. Pr. Augustus, que tal um post futuro sobre o assunto da sua resposta ao Tenório?
    seria ótimo...

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  33. Pastor,
    Post bem esclarecedor!
    Abs.

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  34. Pastor,

    Grande texto! Eu me senti soberbo ao lê-lo, pois ele expressa exatamente a minha opinião sobre o assunto, que por sinal, também já escrevi algo semelhante. Parabéns!

    Ah, sim... tomei a liberdade e reproduzi o seu texto no meu blog. Sem problema, né? Dei os devidos créditos e endereço de onde foi publicado originalmente.

    A propósito, o senhor teria alguma publicação aqui ou em outro lugar que falasse expecificamente sobre o tema Defesa da Fé. Pergunto isso, pois recentemente estive em um debate com um irmão (foi acalorado) e ele afirmava que "Defesa da Fé" é um erro e sem respaudo bíblico, pois a fé não se defende, se vive. Nem o Evangelho e nem Deus precisam de quem os defenda, por isso a Defesa da Fé não é algo para o Cristão. Ele deve antes "Viver a Fé." Discordei desta postura dele e citei algumas passagens bíblicas sobre o assunto para ele, exemplos no Novo Testamento e na História da Igreja, além personagens modernos. O senhor teria algum escrito sobre apologética cristã e Defesa da Fé?

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  35. MuitO bom comentario. Vou fazer uso dele na materia que estou preparando de introdução a teologia!

    augusutus é diferenciado. é facil perceber a diferença d quem tem o dom da palavra e dos que vivem papagaiando.

    abç...

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  36. Augustus, mais uma vez brilhante, vou postar até no meu blog, amei mesmo, obrigado por essas palavras q mantem-nos na luta contra os falsos profetas dessa geração. Soli Deo Gloria!

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  37. Um dos grandes e maiores erros que vejo é a confusão quanto ao significado da palavra tolerância. Essa palavra tornou-se "modismo" em nossos dias, usa-se para praticamente TUDO.
    Ficou muito bem gravado em minha mente quando vi William Lane Craig fazer uma exposição, entre elas, sobre o verdadeiro significado da palavra tolerância. Perdoe-me por não lembrar qual a passagem, mas quando Jesus diz "Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que voc perseguem", nele resume o sentido verdadeiro do Amor e da Tolerância. É preciso parar de confundir domínio próprio de covardia. Ser tolerante é falar, com a sabedoria do Senhor, o que há de errado. O maior problema é que as pessoas, em sua maioria, acharão que foi falta de misericórdia o que de fato não é (se está bem fundamentada nas escritas e não no ego, claro). Falta à nossa igreja como um todo a percepção sobre o verdadeiro sentido do amor e da tolerância e maturidade. Quem conhece a grandeza de Deus e sua misericórdia sabe que Ele muitas vezes é duro conosco, logo porque seria falta de amor dizermos o que está errado?
    Que Deus continue a lhe abençoar pastor, Augustus.
    Da sua "fã" =))))

    Sueli Loiola

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