Semana passada, quando a mídia cobriu exaustivamente a decretação da prisão preventiva de Estêvam e Sônia Hernandes, donos da Renascer, li na Folha de São Paulo que o lema do casal, quando fundou a igreja, era "ganhar o Brasil e o mundo através da mídia". E de fato, estavam caminhando para isso. Donos de um canal de televisão e dezenas de emissoras de rádio pelo Brasil, onde tinham aberto cerca de 1.500 igrejas, a denominação do casal Hernandes só perdia em números para a Universal do Reino de Deus, a maior igreja neopentecostal do Brasil.
O poder da mídia na formação e crescimento de novas igrejas no Brasil é evidente. As duas maiores igrejas neopentecostais do Brasil, a Universal e a Renascer, são donas de canais de TV e emissoras de rádio. Mesmo denominações neopentecostais menores, como Deus é Amor, investem pesado no rádio. E as igrejas históricas, como presbiterianas, batistas, congregacionais, por exemplo? Afinal, estamos aqui no Brasil há mais de cem anos, enquanto que a Renascer tem 25 anos.
Os motivos pelos quais, na minha avaliação, as igrejas históricas nunca ocuparam -- e dificilmente ocuparão -- espaço significativo no rádio e na televisão, são os seguintes:
1) Falta de interesse maior na pregação feita pelo rádio e pela televisão, gerada pela desconfiança intrínseca quanto aos resultados da mídia, uma vez que as igrejas tradicionais sempre focam no discipulado. A mídia é insuperável para marcar a presença e a identidade de igrejas, mas o retorno em termos de fiéis comprometidos e doutrinados é baixo. Pesquisa feita há dez anos por Thom Rainer nos Estados Unidos entre igrejas tradicionais mostrou que os métodos que continuam enchendo igrejas com membros consistentes são a pregação bíblica dos púlpitos, a escola dominical e o evangelismo por amizade (Thom Rainer, Effective Evangelistic Churches: Successful Churches Reveal what Works and what Doesn't, 1996). Pode ser que essa realidade mudou agora, mas duvido muito. Além disso, depois que a televisão foi dominada por programas neopentecostais evangélicos e católicos, ficou "queimada", no dizer de um amigo meu, como veículo de credibilidade para transmitir a mensagem séria e fiel da Palavra de Deus, afastando ainda mais os tradicionais.
2) Escândalos acontecidos com televangelistas geralmente ganham repercussão nacional na mídia e respingam sobre todos os evangélicos. E não são poucos os acontecidos nos últimos dez anos: Jimmy Swaggart, Rex Humbard, Jim Bakker, Ted Haggard, Caio Fábio, e agora os Hernandes, para mencionar alguns. A mídia dá enorme destaque aos televangelistas quando cometem erros, especialmente de natureza sexual e financeira. Por isso, muitas igrejas históricas são avessas a holofotes demais para seus ministros. Por falar em escândalos, investigações recentes da Polícia Federal sobre "rádios piratas" na grande São Paulo identificam que boa parte delas são de igrejas evangélicas ou operadas por elas.
3) As denominações são estruturadas hierarquicamente e não são de uma pessoa só, ao contrário das igrejas neopentecostais que têm fundadores, como a Universal, Renascer e Deus é Amor. Não resta dúvida nessas igrejas quem vai empunhar o microfone em frente às câmeras: é o fundador e dono, ou quem ele permitir. Nas igrejas tradicionais isso geraria um problema que nem sempre se resolve em termos de mérito e capacidade: quem vai ser o apresentador e o pregador principal?
4) As igrejas históricas têm capacidade reduzida de alavancar grandes recursos e somas vultosas de dinheiro a curto prazo. Igrejas e pastores tradicionais têm escrúpulos de pedir muito dinheiro aos fiéis e infiéis, especialmente para programas de televisão. Não funciona mesmo. E mesmo que pedissem e recebessem, esbarrariam na questão da contabilização: grande parte dos recursos contabilizados pode ir para o fisco. Contabilizamos ou não? Quem decide? O assunto vai parar em algum concílio pelas vias hierárquicas e quando a decisão chegar, já passou a oportunidade de comprar o canal de televisão ou programa de rádio.
5) As igrejas tradicionais [ainda] não têm apóstolos que possam assegurar ao povo que Deus vai dar um canal de televisão à denominação se todos contribuirem com tudo o que tiverem. Oral Roberts e T. L. Orborn chegaram a afirmar que morreriam ou seriam punidos por Deus se o povo não levantasse milhões e milhões de dólares para construção de igrejas e programas de mídia. Dificilmente os presbiterianos acreditariam se eu viesse com essa história...
6) Igrejas tradicionais não elegeram políticos que podem apadrinhar as concessões. As igrejas neopentecostais foram mais espertas e elegeram deputados e senadores que certamente terão condições de dar uma palavrinha nos órgãos governamentais a favor de concessões para suas denominações. As igrejas históricas sempre terão dificuldades nessa área, especialmente as reformadas, que vêm os políticos evangélicos, não como tarefeiros das igrejas, mas como responsáveis pela coisa pública e pelo bem comum. E como sem o apadrinhamento político dificilmente se consegue espaço hoje na grande mídia, as igrejas históricas permanecerão à parte por mais tempo.
7) Igrejas tradicionais teriam muitos problemas na hora de alugar o tempo de sua rede de televisão particular. As igrejas que têm uma estação de televisão geralmente ocupam apenas uma parte do tempo e o restante do segmento tem que ser alugado para que gere recursos -- vide a Record e a RIT (do R.R. Soares). E nessa hora, as denominações históricas teriam escrúpulos para alugar esse segmento para programas de conotação sexual, baixaria, violência, etc. etc. Se forem alugar o segmento somente para programas limpos, jamais poderão pagar as despesas de manutenção do canal no ar. E agora?
Eu lamento muito que nós, protestantes históricos, perdemos o bonde nessa área. Talvez não seja tarde ainda para sonhar que um dia poderemos ter muitos bons programas de rádio e televisão alcançando o país, voltados genuinamente para a promoção da glória de Deus, a salvação de pecadores e a edificação da Igreja de Cristo, em vez de veículos de promoção pessoal.
Por enquanto, Solano, Mauro e eu vamos ficando com esse blog mesmo, que é provavelmente o máximo que alcançaremos em termos de mídia eletrônica...
[Aliás, em dezembro Tempora-Mores está completando um ano de existência! Obrigado a todos os nossos leitores e comentaristas.]
Ola rev,
ResponderExcluirMe lembro de um programa muito antigo chamado: "Um pouco de sol" que era com o pastor batista Rubens Lopes da Igreja Batista da Vila Mariana, acredito que era 1/2 hora por semana.
Vendo esses programas ou canais de hoje só posso afirmar que não teriam a menor chance de sobrevivência, não faziam show, no máximo o coral da igreja cantava um hino.
Será que se houvesse um programa que realmente proporcionasse um ensino consistente da Palavra não seria possível iniciar alguma coisa??? (la no fundo sei que não, mas quem sabe alguém tenha alguma idéia!!)
Espero que não tenhamos TVs mesmo.
ResponderExcluirMesmo ½h de TV custa muito dinheiro, enquanto seminaristas são mal formados e abandonados por suas igrejas.
Só a título de informação, quem puder sintonizar a TV Gênesis, pertencente ao "bispo" Robson Rodovalho da Igreja Sara Nossa Terra, poderá acompanhar um ótimo programa reformado do Rev. Antônio Carlos Costa, da IPB da Barra.
ResponderExcluirAprecio muito os sermões dele, que sempre são expositivos, além dos diversos estudos sobre a teologia reformada.
Prezado Rev. Augustos, eu sempre me perguntei porque as igrejas sérias desse país não eram proprietárias de canais de televisão? Depois de muito pensar eu cheguei que elas não estão, justamente por isso, porque são sérias.
ResponderExcluirCom os exemplos que temos das emissoras ligadas às igrejas aqui no Brasil, elas só servem para fazer propaganda das igrejas que direta ou indiretamente possuem as concessões, não estão preocupados com a divulgação do Santo Evangelho, só querem se locupletar, por os seus dirigentes na mídia, torná-los conhecidos no país e fora dele, enfim, querem somente as benesses (Lucro) que um canal de TV pode gerar.
Sei que a nossa igreja (IPB) esse ano iniciou um programa em rede Nacional, apenas aos sábados, com um formato diferente, em um horário não nobre, mas que está fazendo diferença. Com uma programação leve, séria e bem feita, voltada pra família, o programa "Verdade e Vida" tem provado que é possível se fazer um programa cristão que vise somente a propogação do evangelho da paz.
Nós também estamos aqui com o nosso blog no ar. É certo que não temos a qualidade de Augustus, Solano e Mauro, mas usamos o espaço para transmitir uma boa mensagem para os nossos leitores, visando gerar reflexão.
Um abraço,
Rev. João d'Eça.
Augustus.
ResponderExcluirHá uma rádio que gosto muito pelo modo como apresenta sua programação, a RRB, de Curitiba. Esta rádio preza por um conteúdo teológicamente embasado nas Escrituras, inclusive na escolha musical. Mesmo eles tem tido grandes dificuldades de mantê-la no ar, exigindo intervalos cada vez menores para arrecadar fundo entre o povo de Deus. Temos também a trâns-mundial, como notáveis serviços no evangelismo mundial.
Penso realmente que dificilmente uma igreja histórica conseguiria, por si mesma, conseguir as condições adequadas para colocar uma programação biblicamente centrada no ar, sem colocar como foco a arredação de recursos para manter este tipo de progração. Ademais, TV, então, nem se fale, são milhares de reais por minuto para sua manutenção.
Cezar
http://www.bbnradio.org/wcm4/portuguese/Home/tabid/223/Default.aspx
Prezado Rev. Augustus,
ResponderExcluirParabéns por mais um excelente artigo. Eu só acrescentaria que, se não me falha a memória, a IPB chegou a ter um pequeno programa na televisão com o Rev. Guilhermino Cunha, um bom tempo atrás. Lembro também do velho programa "Reencontro", da igreja batista (Pr. Fanini).
Um grande abraço!
Marcos M. Grillo
Dr. Augusuts,
ResponderExcluirCreio que o senhor deveria colocar o número da conta corrente deste blog com o fim de testar a fidelidade dos leitores para a abertura do canal de televisão 'O tempora, o mores' NETWORK!!! Tenha mais fé!!!!!!!!!!!!!!!
Anônimo
Amigos,
ResponderExcluirObrigado pelos primeiros comentários. Apenas uma observação: vários de vocês mencionaram “programas” de rádio e televisão, quando meu post é sobre “canal” de televisão. Preciso deixar claro que não sou absolutamente contra programas de televisão -- inclusive participo de um no Canal Universitário. Meu ponto, partindo do caso da Renascer, é que os tradicionais nunca tiveram e provavelmente nunca terão um canal de televisão. Programas, temos muitos e vários são ótimos, inclusive o da IPB, se me permitem.
Abraços!
Meu caro colega Mauro,
ResponderExcluirDe fato faltou fé para deixar nossa conta bancária aos que acreditam que o Tempora-Mores possa virar pelo menos programa de TV... provavelmente estamos predestinados a morrer na praia como blogueiros, a não ser que, usando o livre arbítrio, algumas almas ricas e generosas se ofereçam para bancar o projeto.
hehehehehe!
Pastor Augustus,
ResponderExcluirreforço a fala do Mateus em relaçao ao otimo programa e exposiçao do Rev. Antonio Carlos, da IP Barra (alias, uma voz da fe reformada aqui no RJ) mesmo sabendo que o ponto da postagem eh sobre canal de televisao.
Agora podemos sonhar em ter um canal de televisao nao necessariamente ligado a uma denominaçao historica, mas que tenha algo educativo e que preste.
Abraçao,
Juan
e mais ,pastor Augustus, o povo quer mesmo é alivio neste mundo caido e não quer saber do pau na moleira dos sermões reformados.
ResponderExcluirTentei um programa na tv fechada e cade patrocinador ? Mestre Augustus que o SENHOR continua de dando sabedoria
Prezado Rev Augustus,
ResponderExcluirParabéns pelo post. Eu me converti há pouco tempo em agosto de 2006 depois de ter passado até pelo espiritismo, sem contar com a Igreja Católica e gostaria de saber se igrejas pentecostais e neopentecostais são de todo más e se Igreja Evangélica Assembléia de Deus está envolvida com algum tipo de corrupção.
Abraços
Rev. Nicodemus,
ResponderExcluirSempre entro no seu blog, mas nunca coloco comentários, só que desta vez não resisti.
Sou analista de sistemas e estudante de teologia, e a minha praia é a Web.
Concordo com o senhor, quando diz que provavelmente nunca teremos um canal de tv. Hoje nesse mundo capitalista selvagem é muito difícil manter algo de qualidade sem investimentos significativos.
Mas quando falei que minha praia é a Web, acho que as igrejas centenárias utilizam super mal uma mídia com poder altíssimo de alcance que é a Web.
Temos a oportunidade de colocar nesse cyber espaço, portais de conteúdos reformados, rádios on-line, TVs on-line, com um investimento super baixo em comparação a um programa de TV ou a aquisição e manutenção de uma emissora de TV e rádio.
As igrejas neo pentecostais, falo isso por que meu irmão é jornalista de uma igreja neo petencostal, utilizam essa mídia de forma exaustiva e nós chegamos ao ponto de até mesmo desprezar essa mídia.
Hoje é extremamente complicado achar um bom site de doutrinas realmente autenticas e bíblicas. Esse nicho ainda não foi preenchido.
Acho que nós deveríamos olhar com bons olhos para essa mídia que cresce a passos largos.
Fica ai uma idéia e quem sabe nós não venhamos a apostar mais nessa mídia.
Um grande abraço,
Seyr Lemos
Rev. Augustus... Nunca comentei aqui antes, mas sempre estou lendo e sendo edificado nesse Blog...
ResponderExcluirHoje, excepcionalmente, estou escrevendo para dizer que existe sim um CANAL de TV... Bem provável que ninguém nunca tenha ouvido falar... Mas, segue o Site para quem quiser conhecer...
www.redesuper.com.br
Tudo bem... É, em grande parte, da Igreja Batista da Lagoinha... Temos, com certeza, nossos poréns com os peixinhos da Lagoa... Mas, alguns pontos interessantes...
O Canal é Totalmente voltado às Igrejas Evangélicas... E com uma programação Jovem/Infantil Muito Saudável (visto à situação atual da TV brasileira)...
Programa Jovem (Balaio) que assisto (pela Internet), e é muito bom mesmo!
Uma pena que... Sem Grande Repercursão Nacional... Só sintoniza em alguns lugares do Brasil... Mas, enfim... Vale a pena conferir...
Um Abraço! E Parabéns ao 'Tempora-Mores' que faz aniversário esse mês! Deus continue abençoando vocês!
Estimado Dr. Augusto,
ResponderExcluirMuito interessante sua análise. A propósito disso, um conhecido televangelista mencionado no seu post, me ligou (ele conhece minha esposa, desde a epoca que ela foi secretária de um senador evangélico), pedindo para eu sondar o "campo" aqui no Chile, pois seu desejo era comprar um canal local para divulgar sua igreja no mundo hispano. Confesso que me senti desmotivado a ajudá-lo, pois bem sei o jogo de interesses particulares que norteiam estes programas. Por isso, seu post me ajudou muito!
Aproveito o ensejo para parabeniza-los: Rev. Augutus, Rev. Mauro e Pb. Solano pelo excelente blog O Tempora, O Mores!
A idéia foi inovadora e muito inteligente;
Os autores são competentes, contextualizados e oportunos;
O conteúdo é bíblico, reformado e desafiador.
É por isso que me tornei um "Tempora-Moresino" com muito orgulho.
Um grade abraço,
Fabio Bezerra.
Não por acaso, a Renascer, assim como a IURD, apoiou a reeleição do Lula... São tutti buona genti!
ResponderExcluirAbraços,
Marcos M. Grillo
Olá Augustus,
ResponderExcluirUma lembrança que vale à pena ser feita é que a maior denominação evangélica brasileira não tem programa de televisão e é, pelo menos, duas vezes maior que a Universal. Viva a Assembléia de Deus!
Também é falso dizer que as denominações históricas não elegem políticos que possam legislar ao seu favor. Basta uma pesquisa rápida na internet e veremos alguns exemplos de políticos que se elegeram com o apoio de pastores tradicionais, fazendo campanha em igrejas tradicionais! Não me surpreenderia se esses favores fossem retribuídos.
Abraços
Prezado Rev. Augustus
ResponderExcluirapenas completando o que disse o Seyr Lemos acima, sobre a Web, alguma razão para o site da IPB não ter página em Inglês?
Começando já daí é que se vê como as Igrejas brasileiras (tradicionais ou não) estão desalinhadas com a globalização....
Outra sugestão: Wikipedia. (em Port.)
Precisamos de verbetes que reflitam a presença reformada.
abraços
Osvaldo Pimentel Filho
IP VilaMariana
Só informando que o comentário anônimo acima é meu. Da vez passada não consegui deixar meu nome... mas resolvi tentar mais uma vez pra não deixar um comentário anônimo no site.
ResponderExcluirAntes de mais nada gostaria de agradecer pelo artigo, muito bem elaborado...
ResponderExcluirBom... Indo logo ao ponto, acho que a teologia tradicional reformada calvinista não agradaria muito ao telespectador comum, visto que o homem gosta de sensacionalismo, seriam poucos os que prefeririam assistir uma pregação expositiva, deixando de lado as pregações sobre curas, milagres, exorcismo, libertação, teologia da prosperidade,confissão positiva, batalha espiritual, como disse a Silvia...
A vantagem seria, que apesar disso, as pessoas que aceitassem a pregação expositiva reformada, mesmo que em menor número, e mais discreta em termos de audiência, seriam pessoas com melhor base teológica, e que conheceriam o evangelho da graça, e não o evangelho do papai noel, que eu não acredito...
Não quero com esse post ser pessimista, mas acho que com a igreja tão "queimada" por causa dos escândalos, vai ser muito difícil uma igreja tradicional conseguir criar um canal de TV de porte considerável.
Aproveito a oportunidade pra concordar com a (o) Seyr (desculpe, seu nome é exótico) , faço faculdade de ciência da computação, e queridos, podem ter certeza que a web tem um potencial gigante, para ser usada como evangelismo e ensino teológico.
Até faço propaganda aqui de uns sites apologéticos que gosto bastante: cacp do paulo romeiro, o crer e pensar do josé barbosa (o site está fora por um tempo, espero que volte logo), teóphilo noturno, monergismo, espada do espírito, etc... na verdade, eu gosto bastante de assuntos polêmicos ou complicados... e acho que faltam apologetas no nosso país...
Um abraço...
Prof. Augustus Nicodemus,
ResponderExcluirQuando comento tarde, leio que todo o mundo escreveu, para melhor me embasar. Alguns comentários:
1. concordo com respeito a canais evangélicos. A TV, hoje em dia, deve seguir o que pede o mercado. Aliás, deveria ser assim sempre. Nada de TV estatal. Então, se uma igreja evangélica quer possuir uma TV, que os irmãos carreguem nos dízimos. Abri-la para programas outros que financiem a TV é um problema, como o senhor comentou.
2. que bom que existe o blog. A internet ainda é um lugar livre. Mas os governos, e o nosso é um dos principais, quer dominar a internet, dizer o que eu devo ler, o que devo fazer... em tudo, aliás. Isso é socialismo/comunismo. Já provou que não dá certo. Que vai nos levar ao atraso, ao mal.
3. alguém falou de "mundo capitalista selvagem". Não concordo. Selvagem é o homem, não o capitalismo. O homem é o mal. E deve ser melhorado, não pelo estado, mas por Deus. Não existe esse negócio de "vil metal". Vil é o homem.
Marcelo Hagah
João Pessoa-PB
Prof. Augustus Nicodemus,
ResponderExcluirQuero comentar mais uma vez para parabenizar o João Emiliano. Jesus, eu sabia que ele era espírita, mas ele testemunha aqui que se converteu ao Senhor Jesus Cristo. Glória a Deus por isso. Parabéns, João. Eu me sinto quando me converti, há 12 anos. As mesmas dúvidas: em que igreja servir? e as pentecostais? Assembléia de Deus ou Batista ou Congregacional ou Presbiteriana ou Sara Nossa Terra?
É difícil, mas sugiro (se me permite) que você faça amigos de todas as denominações evangélicas diferentes que puder. Visite-as. E faça uma escolha. Após feita a escolha, pergunte cadê a vassoura, cadê o banco para levar, de quanto a igreja precisa, quando tem culto de estudo bíblico... Assim, você será feliz. E aprenda, somente. Os irmãos mais velhos têm muito o que ensinar.
Ah, e procure um CD de testemunho. Desses de ex-macumbeiro, ex-freira, ex-chefe de gangue... Só cuidado com a doutrina deles. É que eles erram biblicamente, muitas vezes.
Bom, acho que falei demais.
Obrigado, pastor Augustus.
Marcelo Hagah
João Pessoa-PB
A torre de emissora de rádio e tv tem sido a Babel moderna. Na essência desses movimentos neo-pentecostais existe a velha síndrome luciferiana. Fquei muito feliz com a pesquisa que apresenta a pregação como um método para uma evangelização eficaz.
ResponderExcluirPrezado Rev. Augustus,
ResponderExcluirMais uma vez suas ponderações foram muito felizes. Há áreas que nos parecem mais favoráveis, outras menos. Andar em busca de grandes poderes midiáticos pode representar um desvio de foco das organizações eclesiásticas, ao mesmo tempo em que pode também representar um andar à beira do abismo, um estar sempre com aparência do mal - sem nada fazer para dela fugir.
Nada de mal, ilícito ou pecaminoso com os meios em si: o problema, creio, reside em nós mesmos e em nossos enganosos corações. E, com o poder gerado pelos meios mais poderosos da mídia, principalmente o da televisiva, isso pode representar problemas de dimensões imprevisíveis.
Infelizmente, reverendo, pode haver mais ainda a ser discutido sobre os mesmos pressupostos. Muitos há que, por não alcançarem o vulto de uma exposição de mídia ou da visibilidade desejada, findam por sucumbir aos planos mínimos de criar para si mesmos pequenos feudos eclesiástico-hereditários - dentro e fora das históricas e reformadas -, para os quais bastam pequenas articulações e meia dúzia de bons argumentos.
Um grande abraço deste assíduo leitor,
Joel Fonseca
anthony escreveu: "Indo logo ao ponto, acho que a teologia tradicional reformada calvinista não agradaria muito ao telespectador comum"
ResponderExcluirUma pena, pois o Evangelho de Jesus era bastante interessante às multidões. Aliás, entre outras coisas, Jesus, numa fase que não havia microfones ou mídia de massa, conseguiu ajuntar milhares para ouvi-lo. Se você está certo, talvez seja tempo da "teologia tradicional reformada calvinista" se aproximar mais do Evangelho de Jesus... pelo menos nesse aspecto.
Bem, já que estamos no campo da opinião, permitam-me expressar a minha.
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de acreditar que as igrejas tradicionais não tem utilizado a mídia como fruto de um reflexão sadía. Antes, depois de trabalhar durante por 20 anos com a mídia, depois de conversar com muitos pastores “tradicionais”, a conclusão que cheguei é que a maioria se esconde no passado acusando as mazelas do presente e as igrejas desconhecem toda potencialidade do meio para formar a mensagem.
Concordo plenamente quando o pastor afirma que o evangelismo pessoal é o mais eficaz. Todavia, afirmar que o rádio e outros meios não formam discípulos é temerário pois basta ler um pouco mais sobre o assunto e observar que toda concepção atual de mercado ocorre tendo princípios de transmissão de conceitos para que produtos sejam concebidos como pessoas/marcas. É um processo complexo, idólatra, mas que comercialmente dá certo e cria fãs, discípulos, etc.
No meu caso, que há 6 anos dirijo um programa de tv de uma igreja tradicional (onde também congrego), os pastores (tanto o titular como os auxiliares) se alternam na ministração da palavra e a questão de quem é o pregador principal sequer é discutida. Tentamos, inclusive, que alguns presbíteros também pregassem mas partiu deles a compreensão de que os pastores seriam mais adequados e eficazes. Não concordei mas acatei.
De fato, é triste e doentio ver pastores que colocam como sendo a coisa mais importante do reino a permanência do seu programa na tv. Mas creio que isso seja um sintoma não a doença. Também, com pesar, concordo que muitas igrejas estão recebendo concessões de rádio e tv com fins espúrios. Mas eu não seria (lamentavelmente!) tão afirmativo em dizer que apenas as neopentecostais sofrem desse mal. Uma olhadela na história recente e veremos que tradicionais receberam doações de um tal José Sarney em troca de apoio para sua reeleição para 6 anos de mandato.
Por fim, também concordo e sei o quão complicado é preencher a grade diária com exibições. Porém, confesso que gostaria de chegar em casa e ter uma alternativa saudável para o canal Discovery que vive fazendo apologia do evolucionismo.
Que bom/benção que vocês estão na mídia. Viram como com criatividade e pouquinho gasto pode-se alcançar muita gente?
Que o Senhor nos abençoe.
João Inácio
Bom, tonho...
ResponderExcluirO motivo para esse meu ponto de vista está explicado na continuação do período que você copiou...
Mas entendo (eu acho) seu ponto de vista, por isso usei o termo telespectador comum, com certeza os predestinados ouvirão e aceitarão a Palavra, foi o que aconteceu no tempo de Jesus, e continuará a acontecer...
Marcos 4:11-12
"E ele lhes disse: A vós é confiado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas; para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e sejam perdoados."
Eu pessoalmente prefiriria assistir uma pregação expositiva, e não um diálogo com demônios ou propagandas enganosas usando o nome de Deus... mas gosto é gosto ...
Um abraço...;)
Olá Marcelo,
ResponderExcluirObrigado pelo seu comentário. Rapaz eu acho que sou um cara privilegiado por ter conseguido escapar com vida da mistificação espírita que é muito forte no Brasil. Deus tem um plano na vida creio nisso e ele me honrará.
Abraços.
Porque os protestantes históricos não vêem TV; eles preferem ler uns livros.
ResponderExcluir:-D
Caro professor,
ResponderExcluirEstá provado que a televisão é primordialmente um meio de entretenimento e não um recurso eficaz de promoção do ser humano. Basta verificar que todos os canais religiosos - a Record é um bom exemplo, com a viculação que vai da propaganda de cigarro a promiscuidade das novelas - tiveram mundanizar a sua programação.
Um outro fator que age como desestimulador dos tradicionais evangélicos no uso da TV e outros meios de comunicação em massa, diz respeito a cosmovisão calvinista que, crente no determinismo, acaba por esperar que o curso da história promova a expansão do Evangelho. Quando os pentecostais chegaram no Brasil, os tradicionais, estavam aqui havia quase 100 anos. Com a visão inclusivista, de cunho arminiano, e senso de urgência em alcançar os perdidos, os pentecostais promoveram nos seus 100 anos de existência uma revolução no avanço do evangelho em terras brasileiras. Creio que o avanço no uso da TV como meio de evangelização tem, em princípio, mais a ver com a cosmovisão evangélica, que afeta a soteriologia dos pentecostais e neopentecostais, que com as estratégias megalomaníacas dos seus líderes.
Um ponto importante que podemos cogitar agora seria, qual o motivo para que se gastar uma grana enorme para pregar uma "mensagem expositiva" ??
ResponderExcluirQual seria (de verdade) o fruto de um tempo desses na TV???
Quando limitamos as nossas questões ao campo da pregação de fato fica muito limitado.
Fico imaginando se além disso pudéssemos ter programas para nos divertir, sem apelação, sem malícia, etc. Programas educativos, científicos, etc...
Será que encontraríamos empresários cristãos que anunciariam como patrocinadores??? Ou eles mesmos preferem anunciar num programa bem baixaria e ter resultado garantido??
Será que os crentes dariam o ibope necessário para compensar a manutenção dos programas no ar?? ou jamais perderiam a novela das oito (principalmente agora que anunciam as atrizes que vão tirar a roupa com antecedência)??
Quem sabe um TV online seria uma saída para o início de uma revolução.
Se os "donos" deste blog aceitassem, eu mesmo poderia colaborar na criação de um site que pudesse transmitir sermões, palestras, estudos, debates, etc...
Estou dando um passo prático na direção de fazer alguma coisa...alguém mais poderia acrescentar pontos nesta caminhada???
Vamos lá...
ResponderExcluirAnthony... em primeiro lugar, discordarei do Leonildo "está provado que a televisão é primordialmente um meio de entretenimento e não um recurso eficaz de promoção do ser humano." A primeira pergunta é: quem provou isso??? A minha crença, que parece bastante óbvia pra mim, é que a televisão é uma mídia como qualquer outra (rádiofônica, impressa, etc.) E, como tal, ela pode ser usada para transmitir qualquer tipo de conteúdo. Dizer que "está provado que a televisão não é um recurso eficaz para de promoção do ser humano" é, na minha opinião, ter pouco conhecimento/imaginação sobre como fazer televisão de qualidade.
Aqui, entro na questão do anthony e de outros. Pregação expositiva na televisão NÃO É TELEVISÃO DE QUALIDADE. A televisão é uma mídia que permite um milhão de formatos e recursos. Ao invés de utilizá-los, o que se propõe em termos de programa evangélico é filmar uma pregação e veiculá-la? Putz, eu acho isso é muito chato! Não me surpreende que o "povo comum" não queira assistir um negócio desse! É a mesma coisa que ir numa churrascaria rodízio e comer só o pão de queijo do couvert.
Em terceiro lugar, Jesus não ganhou só a atenção dos predestinados. Jesus ganhou a atenção das multidões e acho que ele abre um prescedente para fazermos o mesmo. Aliás, coisa interessante é notar que Jesus nunca fez pregação expositiva, analisou o hebraico bíblico ou fez listas de citações rabínicas em suas pregações. Aliás, as pregações de Jesus estavam cheio de elementos que apelam para o "povo comum" até os dias de hoje.
Imagina uma minissérie sobre o "Filho mimado que gasta toda a herança do pai e volta pra casa arrependido"... ou "O administrador que rouba o patrão e tenta que concertar as coisas antes de ir embora"... enfim, mais legal que pregação expositiva!
Pastor Nicodemus,
ResponderExcluirSempre estou lendo o seu blog. Apesar de ser batista, não encontro nenhum bom blog que seja atualizado de forma quotidiana como o seu.
A respeito de igrejas históricas e a mídia, posso afirmar que a igreja à qual eu pertenço tem uma experiência muito interessante de televisão na internet.
Todos os domingos temos os nossos cultos televisionados via internet, tanto com som como com som e imagem (dependendo da velocidade do link, um ou outro). Adicionalmente, os cultos passados são disponibilizados para download.
Hoje eu moro no México e aqui não encontro igrejas que me agradem, mas é extremamente reconfortante saber que eu posso frequentar a minha igreja à distância.
O endereço da igreja é www.itacuruca.org.br
Bom tonho, quando mencionei os predestinados, foi no tocante à efetividade da mensagem, se seria aceita ou não... Não sou hiper-calvinista, mas também não sou arminiano...
ResponderExcluirAgora se quisermos usar outro artifício que não seja pregação expositiva, existem muitas possibilidades, uma das que eu acho legal seriam aqueles jogos de perguntas e respostas.
Vale lembrar que o Augustus referiu-se a um canal, não a um programa, então com certeza seria necessário ter vários tipos de programas, sejam as pregações, telejornais, programas de entretenimento, esportes, etc...
Rev Augustus,
ResponderExcluirIntrigante e muito bem articulado o seu texto.
Acho que um caminho possível e, por hora, menos oneroso, seria a utilização de recursos como o Youtube, Podcast e videolog (que é brasileiro)
Agora, sem dúvidas, a ênfase no estudo e no discipulado das igrejas históricas a longo prazo mostram que há muito mais 'sucesso'. Acaso existe alguma universidade ou livraria que entre os evangélicos se equipara aos tradicionais? :-)
Queridos,
ResponderExcluirObrigado pelos comentários, sugestões, enfim, pela participação de todos. Peço desculpas por não estar respondendo um a um -- fim de ano chegou e as tarefas duplicaram. Mas, estou lendo e acompanhando a discussão.
Um grande abraço,
Augustus
Um programa muito bom está passando aos domingo as 23 horas no canal 21 da UHF(playtv). Na net eu ainda não sei o canal.
ResponderExcluirchama contra-ponto. tem o Pr. Ed Renee, Ariovaldo Ramos e Ricardo Gondim. Talvez seja a hora dos tradicionais saberem usar estes veiculos.
bjs a todos.
Rev:
ResponderExcluirAs duas seitas: Renascer e IURD nunca promoveram a pregação DO EVANGELHO e sim a pregação do "evangelho de seus fundadores". Até o termo usado no post é bem apropriado "donos da Igreja", estes homens agem acima de qualquer valor ético cristão, promovem a "Fé" em um discurso louco e corrupto, promovendo o sincretismo religioso e a aceitação de métodos pelos retornos apresentados.
Re., Nicodemus, realmente eu questiono se a motivaçao mesmo desses programas seja a glória de Deus e a pregaçao do Evangelho. Muitas vezes é a promoçao denominacional, ministerial e o desejo para a fama. Poderia muito bem ter programas q nao tenham uma cara "gospel", mas q demonstre ética, educaçao etc. Nancy Pearcy q o diga. Um abraço.
ResponderExcluirFiquei curioso, qual o problema com Ricardo Gondim e o René Kivitz?
ResponderExcluirE aí Pr Nicodemus, dúvida!!!
ResponderExcluirQuanto ao canal a cabo da IPB?Morreu na praia?
João Luís - Londrina PR
Acredito sim na teoria da mídia e da igreja histórica como exposta, mas acrescento que formamos uma elite tímida, em canais fechados, onde se paga para ver material de conteúdo. Coragem sim, falta-nos, para estarmos postos nos locais mais altos, afinal, concordando com Pr. Augustus, por quem tenho profundo respeito, deveríamos voar mais alto e tomar conta da formação de opinião teológica. Já assisti estes amados pastores do blog em canais e discussões que fizeram diferença. Temos que acreditar mais neste potencial de boa teologia e tirar as balaelas do ar, sem brigas, sem revanchismos ou sem falar destes tais que montam emissoras. Eles tem posto a mão no arado. Deus pedirá contas da teologia deles. Mas e da nossa, que está bem escondidinha, posto que nosso admninistrador maior irá voltar e perguntar porque escondemos bem nossas teses... porque tanto estudo para uma elite que sequer tenta praticá-la? Elite esta que me refiro são os que "se entitulam mestres" mas não são. Rev. Augustus, louvo a Deus pela inserção de 3 homens de Deus com conteúdo na net. Mas precisamos mais... muito mais... e somos capazes... temos o Mackenzie que forma profissionais para o mercado e temos recursos para tal... prioridade... JESUS... fé. Adiante em 2007 senhores e publiquemos como a "LBV" (Deus tenha misericórdia) que Jesus voltará... esta mensagem é nossa e não deles...Deus os abençoe!
ResponderExcluirInfelizmente assisti ao Programa Contraponto na TvPlay acima citado com René, Ricardo e Ariovaldo (a quem admiro bastante), mas realmente o conteúdo, as discussões, assuntos tratados são terríveis, vazios, entediantes e sem nada de novo a acrescentar, apenas blá, blá de comadres, sem conteúdo Bíblico, análise cristã ou resoluções dos problemas apresentados. Mais parece debate esportivo de emissora pobre do interior paulista, deu pena. Um desperdício.
ResponderExcluirEu creio que se a IPB de todo Brasil iniciasse uma campanha, com o objetivo de comprar uma emissora de tv com certeza compraria, só é se unir e começar, não vamos desistir de sonhar, este Brasil vai ser reformado em nome de JESUS.
ResponderExcluirSobre o Item 6: "As igrejas neopentecostais foram mais espertas e elegeram deputados e senadores que certamente terão condições de dar uma palavrinha nos órgãos governamentais a favor de concessões para suas denominações" é isso aí, os filhos das trevas são mais astutos que os filhos da luz.
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