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segunda-feira, dezembro 25, 2006

Calvino Contra o Natal?

Cristãos Contra o Natal!

Como bem observou o Augustus, em seu último post, o impossível está acontecendo: temos um movimento crescente de “Cristãos Contra o Natal”! A chamada “festa máxima da cristandade” está sob ataque cerrado de vários flancos e desta vez a luta é interna! Multiplicam-se os textos e os posicionamentos não apenas contra as características eminentemente comerciais do feriado (esse viés sempre foi um legítimo campo de batalha dos cristãos), mas somos alertados que o Natal não é nada mais do que um feriado pagão assimilado pela igreja medieval, e que persiste no campo evangélico apenas por desconhecimento do seu histórico. Essa origem, além da exploração comercial, inviabilizaria a sua observância religiosa pelos cristãos sendo fútil a tentativa de se resgatar o conceito abrigado no desgastado chavão do “verdadeiro sentido do Natal” (postei algo sobre isso em 20 de dezembro de 2005).

A literatura já nos brindou com alguns exemplos de personagens que não gostavam do Natal. Temos Charles Dickens, no livro Um Conto de Natal (teria sido melhor traduzido como “Um Cântico de Natal”),[1] trazendo a história de Ebenezer Scrooge, durante um período de festividades natalinas. Scrooge era um homem rico, não ligava para ninguém; desprezava as crianças pobres; era avarento e egoísta. Teve, entretanto, um sonho no qual empobrece, modificando sua atitude para com a data. A mensagem de Dickens é que a “essência” do Natal conseguiu derreter aquele coração endurecido. Outro personagem famoso é o Grinch – da pena do escritor Dr. Seuss, que publicava seus contos em rimas. Ele escreveu Como Grinch Roubou o Natal,[2] que virou, anos atrás, um filme com o ator Jim Carey. A história retrata Grinch como uma criatura mal-humorada que tem o coração bem pequeno. Ele odeia o Natal – pois não consegue ver ninguém demonstrando felicidade – e planeja roubar todos os presentes e ornamentos para impedir a celebração do evento em uma aldeia perto de sua moradia. Para seu espanto, a celebração ocorre de qualquer maneira. A mensagem de Seuss é que a “essência” do Natal não estava nos presentes ou nos ornamentos – transcendia tudo isso.

Obviamente os “Cristãos Contra o Natal” não têm relação com qualquer desses personagens, ou com aquele outro, registrado nas páginas das Escrituras Sagradas, que também odiou o Natal – o Rei Herodes,[3] mas parece que está virando moda termos cristãos contra o Natal. Além das razões relacionadas com as origens e da distorção comercial já mencionada, temos cristãos que apresentam algumas razões teológicas firmadas em suas convicções do que seria ou não apropriado ao culto e celebrações na Igreja de Cristo.

Cristãos Reformados Contra o Natal!No campo reformado, principalmente entre presbiterianos e batistas históricos, os argumentos contra o Natal são ampliados com uma veia histórica. Pretende-se provar que a verdadeira teologia da reforma e, principalmente, os reformadores e seus seguidores próximos, foram avessos à celebração do Natal. Argumenta-se que a celebração do Natal fere o “princípio regulador do culto”, defendido pela ala reformada da igreja. Conseqüentemente, se desejamos ser seguidores da reforma, teríamos que, coerentemente, rejeitar a celebração desta data. Nessa linha de entendimento, muitos artigos têm sido escritos[4] presumindo uma linha uniforme de pensamento nos teólogos reformados e correntes denominacionais reformadas no que diz respeito à rejeição da comemoração do Natal. Normalmente, também, o raciocínio se estende a outras datas celebradas no seio da cristandade, tais como a páscoa, que seriam igualmente condenáveis no calendário cristão. Por vezes, a defesa apaixonada deste ponto de vista tem resultado em dissensões e desarmonia no seio da igreja, ou de demonstração de um espírito de superioridade espiritual e auto-justiça, com críticas mordazes e ferinas aos que não se convenceram do embasamento teológico, histórico ou bíblico para a rejeição.

Deixando de lado a questão das origens – se elas têm a força de determinar a correção de uma observância religiosa – o que seria um ensaio à parte, será que a opinião dos reformadores foi sempre uniforme com relação à celebração do Natal e de outras datas importantes ao cristianismo? Será que houve sempre tanta harmonia assim, nas denominações reformadas, com relação à rejeição da comemoração do Natal resultando nessa tradição monolítica? Será que Calvino, realmente, se posicionou contra o Natal? Será que procede o que me escreveu uma vez um irmão reformado, dizendo que a rejeição do Natal seria “coerente com a fé cristã bíblica e reformada, principalmente com a posição presbiteriana histórica, a partir de Calvino e Knox”?

Calvino Contra o Natal?
A primeira coisa que temos a observar é que essa hipotética concordância entre Calvino e Knox não existiu. Nem há uma visão monolítica, sobre a questão, no seio reformado histórico, como muitos pretendem transmitir. Aquele irmão, em sua carta, desafiava: “por favor cite uma fonte primaria de onde Calvino aprova o Natal ou recomenda o mesmo”.

Bom, se é isso que vai ajudar, vamos a ela: uma das fontes primárias é uma carta de Calvino ao pastor da cidade de Berna, Jean Haller, de 2 de janeiro de 1551 (Selected Works of John Calvin: Tracts and Letters, editadas por Jules Bonnet, traduzida para o inglês por David Constable; Grand Rapids: Baker Book House, 1983, 454 páginas; reprodução de Letters of John Calvin (Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, 1858). Nela, Calvino escreveu: “Priusquam urbem unquam ingrederer, nullae prorsus erant feriae praeter diem Dominicum. Ex quo sum revocatus hoc temperamentum quae sivi, ut Christi natalis celebraretur”.

Para alguns, isso bastaria para resolver a questão, mas para o resto de nós – entre os quais me incluo, a versão ao vernáculo é necessária. Possivelmente, uma tradução razoável para o português, seria (agradecimentos ao Rev. Elias Medeiros): “Antes da minha chamada à cidade, eles não tinham nenhuma festa exceto no dia do Senhor. Desde então eu tenho procurado moderação afim de que o nascimento de Cristo seja celebrado”.

Uma outra carta, de março de 1555, para os Magistrados (Seigneurs) de Berna, que aderentemente eram contra a celebração do Natal, diz o seguinte: “Quanto ao restante, meus escritos testemunham os meus sentimentos nesses pontos, pois neles declaro que uma igreja não deve ser desprezada ou condenada porque observa mais festivais do que outras. A recente abolição de dias de festas resultou apenas no seguinte: não se passa um ano sem que haja algum tipo de briga e discussão; o povo estava dividido ao ponto de desembainharem as suas espadas” (mesma fonte). No contexto, Calvino parece indicar que os oficiais que haviam abolido a celebração tinham boas intenções de eliminar a idolatria (vamos nos lembrar da situação histórica), mas parece igualmente claro que ele indica que, se a definição estivesse em suas mãos teria agido de forma diferente.

Historicamente, Knox e a igreja a Igreja Escocesa seguiram a opinião dos oficiais de Genebra. Ou seja, em seu contexto histórico de se dissociar de tudo que era catolicismo, reforçou a abolição das festividades, nas igrejas. Mas não esqueçamos que ele também rejeitou instrumentos musicais, cânticos, e várias outras formas de adoração – os “Reformados Contra o Natal” estão dispostos a segui-lo em tudo, como parâmetro infalível?

Ocorre que Calvino é sempre apontado como uma força instigadora e radical, na gestão de Genebra. Na realidade, entretanto, ele agiu, em muitos casos (como no incidente de Serveto) como um pólo de moderação e encaminhamento, mas nem sempre sua opinião prevaleceu. O governo de Genebra era conciliar e fazia valer a visão da maioria. Por exemplo, o Rev. Hérmisten Maia Pereira da Costa aponta que a persuasão de Calvino era a de que a Santa Ceia devia ser celebrada semanalmente, enquanto que nas cidades de Berna e Genebra, no máximo era celebrada quatro vezes por ano. Calvino deu até o que poderíamos chamar de um “jeitinho reformado” ou de um “jogo de cintura” notável. Hérmisten cita: “Calvino procurou atenuar a severidade destes decretos fazendo arranjos para que as datas da comunhão variassem em cada igreja da cidade, provendo assim oportunidade para a comunhão mais freqüente do povo, que podia comungar em uma igreja vizinha” [William D. Maxwell, El Culto Cristiano: sua evolución y sus formas, p. 140-141] Costume este que se tornou comum na Escócia. [Cf. William D. Maxwell, El Culto Cristiano: sua evolución y sus formas, p. 141].

Hérmisten aponta também que em Genebra os magistrados determinaram que a Ceia fosse celebrada no Natal, na Páscoa, no Pentecostes e na Festa das Colheitas [Vd. John Calvin, “To the Seigneurs of Berne”, John Calvin Collection, [CD-ROM], (Albany, OR: Ages Software, 1998), nº 395, p. 163. Vd. também: William D. Maxwell, El Culto Cristiano: sua evolución y sus formas, p. 141]. A conclusão óbvia é a citada pelo Hérmisten: “As cinco festas da Igreja Reformada eram: Natal, Sexta-Feira Santa, Páscoa, Assunção e Pentecostes” (Cf. Charles W. Baird, A Liturgia Reformada: Ensaio histórico, p. 28)]. Podemos dizer que não havia, na essência da questão, celebração do Natal, em Genebra?

A suposta unidade monolítica e histórica dos reformados, sobre esta questão das celebrações de festividades do chamado “calendário cristão” é mais um mito do que verdade. Ousaríamos rotular o Sínodo de Dordrecht (Dordt) de “não reformado” – justamente de onde extraímos os Cinco Pontos do Calvinismo (em 1618)? Pois bem, em 1578, temos a seguinte decisão: “... considerando que outros dias festivos são observados pela autoridade do governo, como o Natal e o dia seguinte, o dia seguinte à Páscoa, e o dia seguinte ao de Pentecostes, e, em alguns lugares, o Dia de Ano Novo e o Dia da Ascensão, os ministros deverão empregar toda a diligência para prepararem sermões nos quais eles, especificamente, ensinarão a congregação as questões relacionadas com o nascimento e ressurreição de Cristo, o envio do Espírito Santo, e outros artigos de fé direcionados a impedir a ociosidade”. Assim, as igrejas reformadas procedentes do ramo holandês comemoram várias dessas datas até em dose dupla (incluindo o dia seguinte). Augustus mencionou não somente este trecho, mas adicionou a admissão dessa visão na Confissão de Fé de Westminster (Cap. 21) e na Confissão Helvética (XXIV). Não ve, igualmente, dano na celebração do Natal, um outro ícone reformado, Turretin (1623-1687)[5]. Ou seja, a rejeição do Natal, atualmente “ressuscitada”, não tem o respaldo histórico-teológico que pretende ter.

Obviamente todos esses referenciais históricos são importantes, mas o que firma a nossa convicção é a Palavra de Deus e nela aprendemos que a questão das origens não determina a propriedade, ou não, de uma coisa ou situação, mas sim a atitude de fé do utilizante. Isso pode ser extraído de um estudo de 1 Coríntios 8.1-13; ou examinando como os artefatos e itens preciosos, surrupiados pelos Israelitas dos Egípcios (imediatamente antes do Êxodo), muitos dos quais com certeza utilizados em cultos e festividades pagãs, foram utilizados em consagração total (e sem restrições) no Tabernáculo (Ex 35 a 39). Das Escrituras, podemos inferir, possivelmente, que Jesus participou de celebrações de festividades que não procediam das determinações explícitas da Lei Mosaica, mas que refletiam ocorrências históricas importantes na história do Povo de Deus – como as festas de Purim[6] e Hanucah[7] – deixando implícita a propriedade dessas celebrações, como algo que, provém “de fé”, não sendo, portanto, pecado. Romanos 14 e 15 trazem considerações sobre tais questões, demonstrando a necessidade da consciência pura, ao lado da preocupação com os irmãos na fé, para que procuremos “as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua” (14.19). É lá igualmente que lemos (14.5): “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias; cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente”. Se Deus decidiu não disciplinar condenatoriamente a questão, não o façamos nós.

Um Feliz Natal Reformado a todos!


[1] Charles Dickens, Um Conto de Natal (S. Paulo: Rideel, 2003), 32 pp.[2] Dr. Seuss, Como Grinch Roubou o Natal (S. Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000), 64 pp.[3] Mt 2.1-18. Herodes, conhecido como “o Grande” e “Rei dos Judeus”, nasceu em 73 a.C. Filho de Antipater II – era da região chamada induméia e foi indicado pelo imperador romano Júlio César como “governador da Judéia”.[4] Veja, por exemplo, Brian Schwertley e seu artigo “The Regulative Principle of Worship and Christmas”, postado, entre outros sites, em: http://www.swrb.com/newslett/actualnls/CHRISTMAS.htm (acessado em 18.12.2003).[5] Turretin admite as celebrações de dias especiais pelas igrejas, desde que estes não sejam impostos por elas como matéria de fé, ou considerados mais santos do que os demais. Referindo-se à censura de igrejas que haviam escolhido não celebrar o Natal e outras datas, sobre outras igrejas cristãos, ele escreve: “não podemos aprovar o julgamento rígido daqueles que acusam essas igrejas de idolatria” (Institutes of Elenctic Theology (Philipsburg, NJ: Presbyterian & Reformed, 1994), vol 2 p. 100.[6] Possivelmente a festividade relatada em João 5 – relacionada com os incidentes narrados no livro de Ester.[7] Ou “Chanukah” – festividade originada na época dos Macabeus, em celebração ao livramento físico do Povo Judeu. Jesus estava em Jerusalém na época da celebração (João 10.23-30).

37 comentários:

  1. Então...

    Um Feliz Natal calvinista a todos! :-)

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  2. Prezado Solano,

    Aqui, na distante Goiânia, ouvi duas excelentes exposições sobre o significado do Natal. Louvo a Deus pela forma com aprendi mais algumas coisas importantes com relação ao Redentor e a oportunidade de lembrar e celebrar o grande evento da redenção, a encarnação do Verbo de Deus. O grande pecado, e ato de idolatria, seria transformar a celebração em 'dia santo', mas isto é o que procuramos não fazer (eu me lembro que tinha esta idéia na adolescência).

    A você e nossos leitores, tenham todos um abençoado tempo de descanso e celebração junto ao povo de Deus e suas famílias. Não percam a oportunidade de, mais uma vez, falar sobre o que significou a vinda de Cristo para morar entre nós, o Emanuel.

    abs natalinos,

    Mauro

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  3. Prezado Pb. Solano,

    Seu artigo veio desmistifcar as idéias equivocadas de alguns reformados ultra-radicais, que parecem ser os donos da verdade e do pensamento alheio. Que querem que suas idéias prevaleçam, como se os que pensam diferente, estivessem sempre errados na sua maneira de pensar.

    Você disse o que precisava ser dito com respeito aos primeiros reformadores. Saber como eles pensavam sobre essas coisas é de grande importância para nós hoje.

    Meu cordial parabéns,

    Rev. João d'Eça

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  4. Caros Charles, Mauro e João d'Eça:


    Obrigado pelos comentários e pelas felicitações natalinas. Um abraço e o desejo de um 2007 cheio de felicidades a todos os nossos leitores e amigos.

    Solano

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  5. Agora que o Augustus matou a cobra e o Solano mostrou o porrete, e tudo se resolveu sobre o natal, espero que vocês tenham tido uma ótima noite de natal, com bastante comida e reflexão sobre seu verdadeiro significado.

    Obs.: tem um senhor que almoça todo dia no mesmo restaurante que eu, parece bastante o Nicodemus, é igualzinho, todo dia ele almoça com a família, aparentemente são dois filhos e a esposa...
    Você não tem um irmão morando aqui em Brasília, Augustus?

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  6. Amado Solano,

    essa perspectiva de alguns irmãos de orientação reformada não somente abominam o natal, mas também a própria cerimonia de casamento tradicional (e já vi até abolirem uso de alianças) e entendi pela postagem que devemos entender o momento histórico que os reformadores e puritanos viviam e entender nossos tempos a luz das Escríturas (foi isso que os reformadores fizeram).

    Obrigado pela postagem e esclarecimento.

    Que o Senhor derrame sobre os editores deste blog Sua graça para militarem pela Palavra e o esclarecimento do Povo de Deus.

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  7. Bastante simplória a sua explicação sobre a celebração do Natal. Aponta Jesus como participantes de Festas, e sancionando com isso a possibilidade de realizar festas é algo rizível. Flara que o Natal é um excelente momento para falar da encarnação é estranho, pois isso deve ser falado sempre nos sermões dominicais. Deus mandou celebrtar festas no Velho testamento. Quais são as ordenanças do Novo? Batismo e Santa Ceia. O senhor não acha que se importante fosse celebrar Natal, Páscoa, Pentecostes, etc. não seria recomendado por Jesus ou pelos apóstolos? Desculpe a franqueza, mais os argumentos apresentados são infantis. Desculpe!

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  8. Pb. Solano e Pr. Augustus,
    parabéns pelo post bastante esclarecedor.

    Nada supera a boa informação como instrumento para a desmistificação de questões aparentemente nebulosas.

    Nada supera a boa argumentação como instrumento para o desmacaramento daqueles que querem ser donos da consciência alheia.

    Nada pode substituir a Palavra de Deus como nossa única regra de fé e prática.

    Abraços e um 2007 debaixo da banção e da orientação do Senhor.

    Maurício - IP das Graças/PE

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  9. Prezado Preb. Solano,

    Parabéns pelo post esclarecedor a respeito das questões que envolvem o natal.

    Obs:A foto do Augusto na gravura de Calvino me lembrou de uma semelhante que eu vi com o Papai Noel! (eh, eh, eh,)

    Abraços a todos e Feliz Ano Novo!

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  10. Caro Presb. Solano,
    Tomei conhecimento com surpresa do post do irmão, intitulado “Calvino contra o Natal?”
    Lamento que o irmão insista em ressaltar pública e reiteradamente, agora fazendo uso do seu blog, diferenças em questões menores como essa, apesar das minhas considerações e explicações. O irmão faz referência a “críticas mordazes e ferinas” contra os que não vêem problemas com a celebração religiosa do natal, da parte de pessoas com “espírito de superioridade espiritual e auto-justiça”. No melhor do meu conhecimento, o tema ressurgiu na lista de discussão reformada que ambos participamos, e os e-mails postados por irmãos que questionam a incorporação litúrgica das comemorações natalinas longe de expressarem tom de julgamento ou falta de consideração, são, na realidade irênicos e respeitosos. A impressão que me fica é que as críticas mordazes e o espírito de superioridade espiritual a que o irmão se refere encontram-se em outros, os quais parecem ter dificuldade em admitir que expressemos opinião diferente com relação ao tema em questão. Isso sim, em minha opinião, tem causado “dissensões e desarmonia”. Quanto a mim, o irmão sabe que, apesar de haver estudado e produzido material escrito sobre o assunto, intitulado “O Natal, o Culto e a Fé Reformada”, há dez anos atrás, no contexto da igreja que pastoreio, recusei ofertas para publicá-lo. Apesar de provocado, tenho evitado divulgar esse material e mesmo expressar publicamente minha posição, Deus o sabe, a fim de não ressaltar diferenças entre nós em questões menos significativas. Agora, entretanto, sinto-me livre, autorizado e mesmo na obrigação de tornar igualmente públicos os meus argumentos contra a incorporação das festividades natalinas no culto – o que, se Deus permitir farei, publicando o referido material, devidamente atualizado.
    Lamento profundamente que o irmão insista em empregar a estratégia de associar os reformados que, como eu, têm reservas quanto à celebração religiosa do Natal a modismos pentecostais, e que tente ridicularizar os que pensam diferentemente de você, associando-nos aos personagens Scrooge, de Charles Dickens, e Grinch, de Seuss, e ao Rei Herodes. Sinceramente, como lhe escrevi há poucos dias, duvido que a insistência nesse tipo de desqualificação contribua para a edificação dos leitores, a unidade da igreja e a promoção do reino de Deus.
    Lamento também, que o irmão tente justificar seu post, sugerindo que sustentamos uma uniformidade monolítica de toda a tradição reformada contra a celebração do natal. Isso não é verdade. No meu estudo sobre o tema, que você conhece, começo ressaltando que: “alguns ramos reformados não condenaram a observância de todos os dias santos instituídos pela Igreja Católica. Essa posição mais aberta com relação à aplicação do princípio regulador ao calendário eclesiástico ocorreu especialmente nos Países Baixos, sendo registrada em dois símbolos de fé originários desta região. A Segunda Confissão de Fé Helvética de 1566 e os Cânones de Dort, embora não prescrevam, admitem a observância de vários dias do calendário cristão, incluindo os dias de nascimento, circuncisão, paixão, ressurreição e ascensão do Senhor e o dia de pentecostes, com base na ‘liberdade cristã.’ (Cf. Segunda Confissão de fé Helvética de 1566, XXIV e Cânones de Dort, Art. 57.)”. Também menciono a opinião de Beza: “Quanto a outros dias de festas, nós os abolimos tanto quanto possível do nosso meio, especialmente aqueles introduzidos por meio de manifesta idolatria... No entanto, porquanto há certas festividades instituídas desde tempos antigos, para a celebração de certos mistérios concernentes à redenção, usamos a liberdade cristã, e submetemos tudo para a edificação, de acordo com as diferentes circunstâncias de lugares, tempos e pessoas (cf. Theodore Beza, The Christian Faith, trans. James Clark [East Sussex, England: Focus Christian Ministries Trust], 107-8). Faço referência igualmente ao papel de Calvino com relação à abolição das festividades do natal em Genebra (transcrita abaixo). Na realidade, vários documentos utilizados por você e outros irmãos, defendendo posição contrária a nossa, foram referenciados por mim mesmo, há dez anos, no estudo que mencionei.
    Lamento, finalmente, que o irmão tenha deixado de transmitir aos seus leitores o quadro completo da posição de Calvino. É verdade, como eu mesmo escrevi, que o grande reformador não esteve diretamente envolvido na decisão de abolir os dias santos em Genebra. Antes mesmo que ele chegasse à cidade, a celebração desses dias já havia sido proibida. Calvino achava que essa decisão não deveria ter sido tomada, pois mudanças bruscas em tradições tão estabelecidas poderiam atrapalhar o bom curso da Reforma. Entretanto, é preciso notar que na mesma carta em que o grande reformador francês informa esses acontecimentos (endereçada a John Haller, pastor de Berna, em 2 de janeiro de 1551), ele afirma: “embora eu não tenha tomado a iniciativa nem tenha instigado isso, ainda assim, desde que a decisão foi tomada, NÃO LAMENTO POR ISSO” (although I have neither been the mover nor instigator to it, yet, since it has so happened, I AM NOT SORRY FOR IT). E acrescenta: “se você conhecesse o estado da Igreja tão bem quanto eu conheço, você não hesitaria em subscrever meu julgamento... Se dependesse de mim, eu não teria apoiado a decisão a que se chegou... Não obstante, não há razão para que as pessoas sintam-se tão provocadas, se usamos da nossa liberdade, conforme a edificação da igreja requer (if you knew the state of our Church as well as I do, you would not hesitate to subscribe to my judgment... if I had got my choice, I should not have decided in favor... Yet there is no reason why men should be so much provoked, if we use our liberty as the edification of the Church demands) (Letters of John Calvin, vol. 2 [New York: Burt Franklin, 1972], 288-89; ênfase minha).
    Com relação à carta de Calvino aos magistrados de Berna, embora ele não tenha sido responsável pela abolição dos dias santos, e reconheça que a decisão prematura vinha resultando em conflitos, não deixa de alertar os magistrados, nos seguintes termos: “quando cremos que estamos servindo a Deus ao observarmos certos dias [os dias santos], somos culpáveis de uma superstição contrária a sua Palavra, e, não obstante, essa crença tem se enraizado de tal maneira entre as pessoas, que elas dificilmente pode ver-se livre disso” (when we believe that we are serving God in observing certain days, we are chargeable with a superstition contrary to his word and yet this belief has taken such root among the people, that they can scarcely be turned from it).
    O conteúdo geral das cartas de Calvino sobre a questão da observância dos dias santos parece indicar claramente que, embora ele estivesse pronto para tolerar essas celebrações controvertidas para não prejudicar o avanço da Reforma, ele mesmo não as aprovava, e estranhava que outros se sentissem tão ofendidos com as reformas litúrgicas levadas a efeito em Genebra relacionadas à abolição dos dias santos.
    Concluo citando novamente Calvino: “Eu sei o quão difícil é persuadir o mundo de que Deus desaprova todas as práticas de culto não sancionadas expressamente na sua Palavra. A opinião contrária, à qual se apegam e está arraigada até aos ossos e medula, é que qualquer prática para a qual encontrem alguma razão em si mesma é legítima, desde que exiba algum tipo de aparência de zelo pela honra de Deus. Mas visto que Deus, não apenas considera frívola, mas também claramente abomina o que quer que pratiquemos por zelo ao seu culto, se não estiver de acordo com o seu mandamento, o que pode nos aproveitar tomar atitude contrária? As palavras de Deus são claras e distintas: ‘obedecer é melhor do que sacrificar.’ ‘Em vão Me adoram, ensinando doutrinas e mandamentos de homens’ (1 Sm 15:22; Mt 15:9). Toda adição à sua palavra, especialmente neste assunto, é uma mentira. Mero ‘culto da vontade’ (ethelotheskia) é vaidade [Cl 2:23] (John Calvin, “The Necessity of Reforming the Church”, em Selected Works of John Calvin, Vol. 1, Tracts, Part 1 [Albany: Ages, 1998], 198).
    Paulo Anglada

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  11. A todos os amigos Calvinistas, Puritanos, Arminianos, Pentecostais, Católicos, Reformados, com ou sem reforma, desempregados, trabalhadores, e mesmo a pecadores indolentes ou preguiçosos, desejo a todos que tenham um excelente ano de 2007!

    Que Deus vos abençoe,

    Abraços

    Jorge Oliveira

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  12. É uma pena que o post tenha gerado uma reação tão negativa quanto a acima. De minha parte, Solano chamou a atenção para algo fundamental: a validação que a atitude de fé proporciona a esses eventos públicos que, de outro modo, seriam vazios para os cristãos.

    Assim, alguém poderia argumentar: o Natal é ruim porque estimula o consumo, ou porque é uma festa que a Bíblia não instituiu, ou porque obriga as famílias fragmentadas a passarem um tempo juntas em um espírito de fingida união. Mas alguém poderia contra-argumentar, e estou entre esse grupo: o Natal é bom porque é uma época fantástica para se falar de Jesus Cristo com alguma tolerância secular. Podemos encenar peças, montar corais, distribuir mensagens e ser mais incisivos sobre o nosso Deus sem sermos considerados inconvenientes: todo mundo tem alguma noção de que esta é a época Dele, e esse simples sentimento pode fazer a diferença entre o inferno e a eternidade para muitas pessoas.

    Além disso, não é à-toa que muitos anticristãos raivosos, multiculturalistas e esquerdistas em geral, querem acabar com a associação entre Jesus e a data, chegando ao cúmulo de criminalizar a palavra "Christmas" e obrigar as pessoas a usarem a expressão "Happy Hollidays". Ora, se o nome de Jesus não se tornasse algo tão especialmente incomodativo, nessa época, para esses pequenos anticristos, por que se esforçariam tanto para arrancá-lo do Natal?

    É claro que não precisamos dessa base coletiva para pregar a Palavra e sermos eficientes em nosso testemunho de Cristo. Afinal, a obra é Dele, não nossa. Mas é impossível negar a existência desse background em nossa cultura, chamada não por acaso de "judaico-cristã". O cristão que não sabe usar essa base está perdendo grandes oportunidades, além de agastar-se à-toa em uma época propícia à comunicação mais livre da Verdade. Esconder a cabeça na terra e fingir que todo esse background não existe é como negar 2000 anos de cristianismo: o anacronismo de pretender que estamos culturalmente no zero assim como os apóstolos estiveram. Cultura não é tudo espiritualmente, mas é muita coisa para a pregação. No dia em que os evangélicos perceberem isso, muita coisa mudará para melhor na evangelização, na apologética e sobretudo na reflexão sobre o mundo e suas relações com nossos conteúdos de fé.

    Ufa! Acho que esse foi o maior comentário de post que já escrevi na vida. Acho que vou até postá-lo lá no Flor!

    Abração, Solano!
    E feliz 2007 para o pessoal do Tempora!

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  13. Meu caro irmão Paulo Anglada:

    Lamento muito que o irmão tenha tomado pessoalmente para si as observações do meu post e feito algumas ilações de questões que eu não coloquei no meu texto. Na realidade, acredite, se eu soubesse que tomaria esse assunto de forma tão pessoal, não teria postado minhas considerações sobre o tema. Gostaria que me permitisse algumas ponderações ao seu comentário:

    1. O tema transcende a discussão na lista à qual o irmão se refere. Ele está presente ao nosso redor, como expressa o meu post. A posição dos reformados vai além da aludida discussão da lista, também. Em 2003 fui solicitado por um primo-irmão meu, pastor de uma pequena denominação do Nordeste do Brasil, para auxiliá-lo em uma controvérsia que ameaçava a denominação, já tendo afetado significativamente a harmonia entre os pastores. A questão era exatamente esta – cultos natalinos, com posições intransigentes que alguns tinham tomado, em função de artigo que haviam circulado e lido entre eles. A denominação é reformada. Os sentimentos expressos pelos oponentes reformados do Natal eram exatamente aqueles que coloquei no meu post: “Por vezes, a defesa apaixonada deste ponto de vista tem resultado em dissensões e desarmonia no seio da igreja, ou de demonstração de um espírito de superioridade espiritual e auto-justiça, com críticas mordazes e ferinas aos que não se convenceram do embasamento teológico, histórico ou bíblico para a rejeição” . Note que eu coloco “por vezes” – o que significa que nem toda oposição, entre as quais se enquadra a sua – se enquadra na descrição. Mas basta olhar o comentário que está há três acima do seu, do irmão Paulo de Tarso, para provar o meu ponto. Outros comentários que tenho recebido, por outras fontes, são na melhor da hipótese irônicos e não irênicos, como generaliza o irmão (inclusive alguns da já citada lista – um deles, entre os que o irmão diz não ter visto nada demais diz que “esta data é abominável diante de Deus” – será que isso não é censura aos que a celebram, ou espírito de superioridade espiritual e sentimento de auto-justiça?).

    2. Acho que temos direito de ter opiniões diferentes, sobre esta questão, e de apresentar os nossos argumentos, mas o irmão está sendo injusto quando diz que eu insisto “...em empregar a estratégia de associar os reformados que, como eu, têm reservas quanto à celebração religiosa do Natal a modismos pentecostais, e que tente ridicularizar os que pensam diferentemente de você, associando-nos aos personagens Scrooge, de Charles Dickens, e Grinch, de Seuss, e ao Rei Herodes”. Primeiro, eu não associei o irmão a nada. Não sei por que decidiu ignorar exatamente o que escrevi após esta menção: “Obviamente os ‘Cristãos Contra o Natal’ não têm relação com qualquer desses personagens, ou com aquele outro, registrado nas páginas das Escrituras Sagradas, que também odiou o Natal – o Rei Herodes” – ou seja eu dissociei os discordantes contemporâneos, enquanto que o irmão diz que eu o associei (pessoalmente); segundo eu não procurei ridicularizar ninguém. O que escrevi, escrevi e lá está para ser conferido. Eu apenas disse que a literatura apresenta personagens que se levantaram contra o Natal e os citei – isso é fato. Segundo, eu aponto que existe um modismo no campo neo-pentecostal de se ser contra o Natal, e isso nada mais é do que a pura realidade. A rejeição advém de vários campos, como uma pequena pesquisa na Internet pode demonstrar (coloque as palavras “Natal” e “Pagã” e veja os resultados, como, por exemplo, o artigo “Natal Festa Pagã ou Cristã” – extraído do livro “Babilônia e Roma – a diferença é o nome”, do “apóstolo” René Terranova (Ministério Internacional da Restauração – Manaus), postado no site: http://www.mir12.com.br/atual/at291105.htm. Um desses artigos diz “Natal é uma festa totalmente pagã e quem participa deste tipo de festividades atrai sobre si muito males”. Outro, condenando os que celebram o Natal, traz: “Não participe dos costumes e práticas comuns àqueles que continuam a andar conforme seus próprios impulsos, na ignorância espiritual”. Possivelmente o que eu precisaria ter deixado mais claro é que “as críticas mordazes e ferinas” não são restritas aos reformados – elas estão presentes em vários daqueles, indistintamente da posição teológica, que se convenceram da propriedade dessa posição de rejeição, contra os que ainda não viram a luz. Sei que o irmão ficou sentido por se sentir associado teologicamente com os que discordam e já procurei me explicar que não fiz isso. Repito que conheço bem suas persuasões e não faço essa associação teológica, mas peço que não ignore a realidade de que tal posição de rejeição do Natal é também um modismo neo-pentecostal.

    3. O irmão disse que lamentava que eu estava “... sugerindo que sustentamos uma uniformidade monolítica de toda a tradição reformada contra a celebração do natal. Isso não é verdade”. Na realidade, a minha contra-posição ao argumento da “posição monolítica” como presente em opositores à celebração do Natal, foi por mim expressa porque mantive um pequeno debate com um irmão (referido em meu texto) que sustentava exatamente isso. Se o irmão acha, corretamente, que não há essa posição monolítica contra o Natal, não deveria se ressentir com minha afirmação, mas não posso deixar de reconhecer que existem muitos cristãos reformados (especialmente entre os jovens) que – não estudando a questão em profundidade, assim acham e assim procuram convencer os demais. Como deve recordar, um dos nossos irmãos, na lista já referida, iniciou a sua postagem contra o Natal dizendo assim: “Todos nós sabemos que, historicamente, a celebração do Natal é uma invenção posterior da ICAR (século V)...”. Esse “todo nós sabemos”, implica que, pelo menos, o universo dos cristãos reformados deveria ter uma posição única e histórica sobre a questão. Na ocasião, eu respondi que não era bem assim – havia discordância sobre a questão, como mostra a posição de Calvino e dos outros símbolos de fé que você relaciona.

    4. Quanto à posição de Calvino, eu apresentei uma posição escrita dele, indicando que ele não teria abolido as festividades – na realidade, que ele foi CONTRA a abolição. Isso é fato. É possível inferir, como você faz, que lá no íntimo do coração, interpretando as demais citações que você coloca, ele queria mesmo era aboli-las – mas subsiste a declaração explícita, dele: “... eu tenho procurado moderação afim de que o nascimento de Cristo seja celebrado”. Certamente a celebração do Nascimento de Cristo não incomodava tanto a Calvino quanto a vários de seus seguidores contemporâneos.

    Meu irmão, ninguém nunca lhe tirou o direito de publicar e divulgar o seu material. Eu até tenho muito interesse em conhecê-lo. Dê-me também o direito de ter uma posição mais tradicional, contrária. Peço, também, que não pense que estou falseando a verdade, ou forçando a barra quando aponto o perigo da censura acerbada contra os que celebram o Natal “de fé”, nem que distorço o cenário quando falo da presença intensa desta posição no seio do neo-pentecostalismo. Se não têm relação com a posição dos reformados, ótimo, mas coexistem as duas no nosso cenário contemporâneo.

    Ambos comungamos de muitas verdades e ambos condenamos a exploração comercial e incrédula que é apresentada como sendo o “Natal”. Que Deus o preserve com o seu desejo incansável de servir a ele, vencendo as duras lutas da vida.

    Em Cristo Jesus,

    Solano Portela

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  14. Embora criado em meio cristão, não atribuo ao Natal qualquer sentido espiritual, mesmo porque o Mestre EM MOMENTO NENHUM recomendou que se comemorasse seu nascimento. Existe, isso sim, mandamento Dele no sentido de lembrar Seu sacrifício. Mas como nossos irmãozinhos em geral são verdadeiros maria-vai-com-as-outras, em algum momento decidiram que não podiam ficar de fora da farra-do-boi que é o Natal criado pela igreja romana. Isso sem analisar criticamente a origem dessa festa que na realidade tem conotação pagã, como aliás praticamente tudo que a igreja de Roma trouxe para o seu ritualismo vazio.

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  15. Caros amigos:

    Anthony - Obrigado pelo comentário. Repasei a pergunta do "irmão perdido" (ou do "elo perdido") do Augustus para ele. Sobre seu último comentário, mandado hoje pela manhã - mande-me um e-mail em pvt (solano@terra.com.br).

    Caros Juan e Maurício - Obrigado pelos comentários e um feliz ano novo a vocês.

    Caro Paulo de Tarso - Abraços simplórios. Quanto ao pedido duplo de desculpas, está desculpado!!

    Caro Claudionor - Um abraço. Quanto à sua interpretação da foto, não é bem essa. Calvino está na realidade em um navio e resolveu adornar a claraboia do mesmo. o Augustus está do lado de fora, querendo ver o que se passa lá dentro e o que Calvino está escrevendo - doido para entrar...

    Caro Jorge (joincanto) - Um excelente ano para você, também, sob a proteção do nosso soberano Deus, que cumprirá todo o seu plano em todos os detalhes da sua vida!

    Cara Norma: Obrigada por sua contribuição e um feliz 2007 para você. Acabei de ler sua bela peça literária no seu Blog! Keep up the good work!

    Caro José Rodrigues: O argumento do silêncio é pobre. Você celebra santa-ceia em sua igreja todos os meses? Baseado em que determinação da Bíblia (em Genebra, era a cada três meses)? Um feliz 2007 para você.

    Que Deus os acompanhe e os guarde em seu amor, nos caminhos da Sua Palavra.

    Solano

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  16. Faço apenas uma pequena observação: não acho que seja justo atribuir àqueles que sustentam a legitimidade da celebração do Natal uma insistência em questões menores. Pelo contário, era início de dezembro e muitos reformados já falavam da impropriedade da festa.

    Abraços.

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  17. Solano,

    É isso que dá tratar de um tema onde não há argumentos contudentes para defender a sua assertiva. O seu abraço simplório revela o preconceito que muitos teólogos de gabinete, dos quais o senhor faz parte, têm em relação aos que têm opiniões contrárias.

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  18. Irmãos,

    Primeiramente, desejo um 2007 cheio de bênçãos a todos.

    Respondendo ao Anthony: não, não sou eu, moro em São Paulo e nunca estive em Brasília num restaurante com minha família. Deve ser o próprio Lula, que se parece comigo. :-)

    Solano e Paulo Anglada (ambos amicíssimos do peito, um do outro e meus) -- apesar das divergências sobre esse assunto, tão antigas quanto a Reforma, vocês conseguem colocar seus posicionamentos com nobreza, firmeza, clareza e cavalheirismo, ao contrário de outros que comentaram nesse post. Esse nível de discussão enriquece e abençoa, e queira Deus que não passe disso, de uma discussão entre amigos.

    Um abraço.

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  19. Acho que Paulo de Tarso e José Rodrigues estão precisando de um bom pedaço de peru com farofa, de um pernilzinho finamente adornado, de luzinhas piscantes na janela e White Christmas ao fundo (com Dean Martin, claro)... só para se alegrarem um pouco. ;-)

    Feliz 2007 a todos os meus queridos amigos blogueiros do Tempora, bem como a seus leitores. Quero ainda dizer ao trio o seguinte: parabéns não só pelo sucesso do blog, mas por ter incorporado o verdadeiro espírito blogueiro de acolhida e livre discussão. Quando eu terminar a tese a gente continua a corrida, e aí vamos ver quantos visitantes tem cada um. Só não se esqueçam de dividir seu número por três! :-D

    Abração!

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  20. Este argumento de que Jesus não mandou celebrar o seu aniversário natalício é tão pobre que não se sustenta. Parece coisa de "Testemunha de Jeová".
    Há tantas outras coisas que Jesus não mandou fazer se faz, sem nenhum problema. Há tantas outras coisas que ele mandou não se fazer e se faz, nem por isso invalida aqueles que fazem a coisa certa.
    Acho que quem condena as comemorações do Natal é que é "maria-vai-com-as-outras", não eu que apoio e que comemoro sim, independente de Jesus ter nascido ou não nesse dia. Para mim a comemoração do dia 25 de Dezembro, é especial, porque é aniversário de Jesus Cristo, meu Senhor, a quem amo e pronto. Se outros deturpam essa data, problema deles. Se fazem comercio, problema deles. Eu declaro em alto e bom som, que estou comemorando o aniversário de JESUS CRISTO.

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  21. Queridos irmãos,

    Creio que este artigo sobre o Natal demonstrou quatro pontos importantes:

    1. Mesmo em um ambiente teológico (entendam como Conhecimento Dogmático) há divergências que podem – cada uma – ser embasadas pelo mesmo recurso histórico com relação aos nossos antepassados. Isto aponta para o fato de que é impossível pensarmos a mesma coisa. Creio que este evento deve servir de exemplo para outras áreas como: cultura, política partidária, representações do cotidiano, culinária etc. Até porque: penso, logo divirjo!

    2. Todavia, tais pontos não têm o poder de desestruturar as bases maiores da fé que comungamos. Como o Rev. Paulo Anglada muito bem colocou, são “questões menores” que nunca lacerarão a unidade, o companheirismo e o amor. Aliás, aqueles que sentem dificuldades em conviver com quem pensa diferente nas questões menores são indivíduos que precisam avaliar a sua auto-estima;

    3. Outro ponto importante é a maturidade para se discutir uma divergência. Concordo quando o Augustus diz: “vocês conseguem colocar seus posicionamentos com nobreza, firmeza, clareza e cavalheirismo”, e eu acrescento: foram colocações sem ataque pessoal, sem apelações ou palavras desrespeitosas como “burro”, “limitado”, “iletrado”, “pagão”, “comunista”, “reacionário”, “liberal”, puritânico” etc. Nossas discussões devem ocorrer sob Colossenses 4:6 que diz: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”.

    4. Por último, creio que devemos reconhecer o valor daqueles que divergem de nós. Embora eu esteja alinhado ao Solano nesta ‘questão menor’ sobre o Natal, reconheço o valor, probidade e relevância do meu irmão Paulo Anglada, alguém que muito respeito desde a época do seminário. Tenho absoluta certeza que sua posição sobre o Natal, antes de promover a jactância ou divisão, foi concluída no desejo de glorificar ao nosso Senhor Deus e melhor conduzir o rebanho. Como pastor (que também sou) acredito que este é o ponto importante: conduzir o rebanho com qualidade e zelo.

    Concluo dando parabéns ao Solano, Augustus e Mauro pela qualidade do Blog, estendendo ao Paulo pelas importantes contribuições ao povo reformado. Um 2007 abençoado a vocês e ao restante daqueles que participam do Tempora-Mores.

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  22. Só o que me doeu neste Natal, foi ver meus queridos irmãos esvaziarem os cultos para preparar suas ceias de Natal... Aqui no Rio teve até Igreja Presbiteriana desmarcando o culto, no Dia do Senhor, para que as famílias se confraternizassem... Aí é dose pra leão!!!!!
    Grande abraço! Simone

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  23. Caro Presb. Solano,

    Cheguei a tecer considerações minuciosas aos seus comentários, mas preferi não postá-las. Desejo esclarecer apenas que não penso estar sendo injusto ao afirmar que o irmão associou, sim, os reformados que pensam diferente do irmão a modismos neo-pentecostais. Lembro-lhe que o e-mail que o irmão postou na lista de discussão, que suscitou minha reação, afirma generalizando: “acho estranho os reformados sucumbirem ao modismo neo-pentecostal de ser contra o Natal”. Todos sabemos que a controvérsia litúrgica relacionada ao tema é tão antiga quanto a Reforma. Ela foi forte entre os puritanos e decorreu da doutrina bíblica da suficiência das Escrituras e do princípio regulador puritano, e não de modismos neo-pentecostais. Repito a pergunta que lhe fiz: “Não seria mais razoável atribuir essa resistência às doutrinas bibliológicas reformadas que tanto defendemos do que a tendências pentecostais que manifestamente rejeitamos?”

    Quanto à controvérsia acerca da posição de Calvino, deixo que os leitores avaliem quem a representou de forma mais adequada.

    Concluo, reconhecendo que é evidente que ambos temos o direito de publicar e divulgar o que escrevemos. Estou apenas chamando a atenção para o fato de que tenho evitado ressaltar diferenças menores entre nós, reformados. O irmão e eu sustentamos, em comum, muitas posições controvertidas no contexto evangélico atual. Na realidade, excetuando questões litúrgicas menores, relacionadas à aplicação do principio regulador, sinceramente desconheço outras com que não concordemos.

    Deus sabe o quanto prezo a unidade da igreja, em especial dos que sustentam a fé reformada, e o quanto me dói reagir como o fiz. Tenho me esforçado em preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz, evitando ressaltar diferenças, e mesmo intervindo com o propósito de atenuá-las!

    Desejo que Deus multiplique as suas bênçãos sobre a sua vida e ministério no novo ano que se avizinha.

    (Aos amados irmãos Augustus e Alfredo, minha gratidão pelos comentários e pela consideração que manifestaram.)

    Um abraço fraterno,

    Seu irmão em Cristo,

    Paulo Anglada

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  24. Ano Novo

    Olá boa noite.
    Venho passando por aqui para desejar um rico Ano Novo,
    Com muitas bênçãos do nosso Sr. Jesus Cristo.
    E que este ano que vai entrar traga mais bênçãos do Sr., Jesus do que do ano 2006

    Desde já me despeço de ti, e desejo muitas felicidades.

    Caro Irmão será que me pode adicionar no seu blog o meu link para que o meu blog possa cada vez ser mais visto.
    Será que posso link o querido Irmão no meu.

    E
    Bom Ano 2007.

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  25. Prezado Solano,
    Ainda não li este último post com a calma e atenção que merecem, mas aproveito a oportunidade para desejar a você, Mauro e Augustus um 2007 cheio da presença e das bênçãos dEle na vida de vocês e de seus amados.

    Depois volto.
    Abração fraterno a vocês.
    Eliot

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  26. Caros amigos:

    Nagel - Obrigado pela participação e observação.

    Paulo de Tarso - Você não sabe como é delicioso não se sentir na obrigação de responder a insultos!!

    Norma e João D'eça - Obrigado pela repicagem - muito especial!

    Augustus e Alfredo - Grato pelas palavras e observações, sempre valiosas e procedentes de boas cabeças e corações. Que Deus lhes preserve.

    Caro Pedro Aurélio - Obrigado pelas passadas aqui! Dei também uma passada no seu Blog, o qual espero seja muito abençoado. Não é interessante como, pela Internet, podemos viajar até Portugal e você até aqui, sem sairmos do lugar? Vou colocar um link ao nosso irmão de além-mar.

    Caro Eliot - Obrigado pelas felicitações às quais retribuímos. O próximo post neste Blog (31.12.2006)segue em sua homenagem, pelas palavras amáveis colocadas no seu, sobre o "OTempora...".

    Abs de Feliz Ano Novo,

    Solano

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  27. Caro Rev. Paulo Anglada:

    Obrigado pelo retorno. Desejo igualmente que Deus continue abençoando abundantemente sua vida e que frutifique todos os esforços e ações nas quais o irmão tem se envolvido nesses últimos anos.

    Abs

    Solano

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  28. Cara Simone:

    Pensou que eu a havia esquecido, não é? Na realidade, agradeço o seu comentário. Ele me motivou a postar meu poeminha acanhado sobre o NATAL. Segue abaixo:

    Dores de cabeça do Natal Secularizado

    O natal passou, mas o que ficaria?
    Brinquedos trouxeram alguma alegria,
    Mas, carro ou avião, também pararia,
    Quebra a corda ou falta bateria!

    Durou só um dia a animação!
    Momento esperado, de antecipação,
    Passou num minuto, a empolgação,
    E ainda ouvi: “Não quero isso não”.

    Depois, com as notas, eu me ocupei
    Somando e anotando, por onde passei,
    Fiquei abismado, com o que comprei
    Seis meses pagando, é o que passarei.

    Doem meus pés, lateja a cabeça,
    Fiquei apertado e quase esmagado,
    Perdi muito tempo e andei a beça,
    E para que isso? Pra que resultado?

    E não dá pr’a esquecer, da refeição!
    A mulher na cozinha, no forno e fogão,
    Se esbaforindo, panela na mão,
    Cansada, acabada; muita afobação.

    E quase morri, de indigestão,
    Peru e presunto, e até camarão,
    Coxinha, empada, muito salpicão,
    Passei quatro horas com o prato na mão

    Suado, cansado e atribulado,
    Dei pulo da cama, atarantado,
    Do Natal, com raiva, apavorado
    Reclamo da data, bem abusado.

    Calma, marido, não é bem assim!
    Exclama a mulher, bem perto de mim,
    Você ‘tá sonhando! Não é tão ruim!
    O Natal é hoje! Sorria, enfim!

    Presentes, nós damos; de muitos lembramos,
    Aqueles que em nossa vida prezamos,
    Aos quais de bom grado, compartilhamos,
    As bênçãos divinas que nós recebemos.

    Mas sabemos bem, que o nosso Natal,
    Não está nos presentes, nem no festival,
    É mais do que isso, consiste, afinal,
    Da vinda de Cristo, da morte do Mal!

    Um abraço e Feliz 2007!

    Solano Portela

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  29. Anônimo1/1/07 13:58

    ufá! meu coração tava disarado em ver as diferentes posições entre Pb. Solano e Pr. Paulo de forma afrontiva. Mas graças a Deus, ele acalmou os corações e está tudo bem. Quando se encontrarem não esqueçam de se dar um abraço apertado, bem apertado.

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  30. Hehehehehe! Simone vai gostar do poema!

    Passei o Ano-Novo com ela e família: duas famílias grandes, na verdade, com um criançada louca e muita festa. Nós nos entupimos de peru, pernil, farofa e rabanada. Mas o melhor, claro, foram as conversas ultraconfessionais e os aprendizados mútuos, momentos aos quais sou muito agradecida. Se essas datas servem para aproximar mais ainda os amigos, fico muito feliz por existirem, e Deus também se agrada com isso, de ver os filhos Dele juntos e alegres.

    O Natal acaba, então, sendo aquilo que fazemos dele. Que Deus nos ensine esse equilíbrio delicado: tirar o melhor de toda e qualquer situação sem atribuir às circunstâncias maior importância do que têm, dando a Ele toda glória.

    Agora, é queimar as calorias no trabalho! :-)

    Abração aos Temporinos!

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  31. Coesh:
    Por alguma razão cibernética, pulei o seu comentário. Obrigado por enviá-lo, mas é isso que você celebra? O solstício? Eu celebro o Natal. Quanto à opinião dos apóstolos, ela está bem clara na Bíblia (Rm 14.15), como consta do post. Você não leu? "Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias; cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente”.
    Abs
    Solano

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  32. Anônimo3/1/07 18:03

    Todo esse papo redunda inútil, porque falta aí uma pesquisa séria a respeito dessa entidade que chamam de Jesus. Até onde foi possível verificar, o tal nunca existiu de fato. Nunca surgiu um deus nascido no planeta e que viria pra morrer (?) pelos pecados do mundo. Isso tem cheiro de ficção científica das bem trash. O fato de estar escrito num livro, bem, eu leio uma porção deles, inclusive já destrinchei esse peru de natal chamado bíblia, mas soa tudo tão vazio e destituído de sentido que só mesmo quem está tomado por espíritos alcoólicos é que pode aceitar lendas e alegorias como fato histórico.
    Não faz tanto tempo assim, até na minha memória existem fatos que presenciei de cristãos apedrejando pessoas que não aceitavam suas idéias. Em nome do que mesmo? De uma ficção. E vocês cristãos não venham me dizer que se tratava de MAUS cristãos, porque sabem perfeitamente que só existe um tipo, aquele que coloca um cristo como centro de sua vida e de seu modo de agir.
    Antes que me esqueça, NÃO, não sou membro de nenhuma religião.

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  33. Cara Mara:

    Que arrogância inútil, neste início de ano! Você está atacada? O que você espera que eu diga? Talvez algo assim...

    Puxa, Mara, nunca havia pensado nisso! Como é que você conseguiu tanta iluminação e percepção? Nunca achei que pudéssemos jogar fora todos os documentos históricos em favor de sua revelação do Século 21 de que nada do que foi existiu (dá até uma música)! Pois não é que até o liberalismo alemão do século 18 dedicou-se ávidamente à chamada "pesquisa do Jesus histórico" e nenhum daqueles eruditos cheqou ao seu patamar de sapiência, pois nem o mais cruel e implacável deles, com todas as distorções que conseguiu sonhar, elucubrar, e projetar, negou a EXISTÊNCIA da pessoa de Jesus! E os inimigos históricos de Jesus - na crucificação - gastaram um bom dinheirinho querendo comprar o silêncio daqueles que mandaram guardar o túmulo e não se aperceberam que bastava postular que Jesus não havia existido, como você faz, e tudo se resolveria! Estou abismado, com tanta gente estudando a Bíblia durante séculos e você já destrinchou tudo e ainda deve ter uns aninhos de vida, pela frente! (ou será que talvez aquele objeto que você tinha perante si, com um corpo meio oval e duas coxas, era realmente um perú - a diferença nem sempre é perceptível para os que querem ignorar o livro...). Pois não é que você descobriu que o pessoal que andou queimando ônibus, nesses últimos dias, é cristão (e dos bons, não dos maus).

    Ah, antes que me esqueça - você tem todas as características e argumentações para fundar uma religião, dessas que surgem por aí. Ouvi dizer que dá um bom dinheiro. Não percamais tempo...

    Solano

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  34. Anônimo4/1/07 05:42

    Cara Mara,

    Agora fiquei curioso pra saber o que seriam "espiritos alcoolicos"!!! (vc acredita em espiritos?!!)

    Certa vez meu professor de Historia ministrou uma aula sobre Reforma Protestante e falou tanta incoerencia acerca do Reformador João Calvino que tive que pesquisar como aquele professor tirara conclusões tão diferentes das que eu tirei estudando o calvinismo desde os meus 16 anos de idade. Descobri que ele so havia lido "A Etica protestante e o espirito do capitalismo" de Max Weber. O professor nunca havia lido um só livro de Calvino (e ele escreveu inumeros - ja disponiveis em portugues). Ele não fez a "pesquisa seria" que vc reinvidica.

    Pra vc que está fazendo uma pesquisa seria sobre Jesus eu recomendo a leitura do livro "Discipulos Hoje" de RC Sproul - Editora Cultura Cristã (http://www.amx.com.br/cep/)


    Elias Pinheiro

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  35. Anônimo5/1/07 06:11

    O problema básico dos cristãos é esse: NUNCA vão abrir mão da rapadura, porque basicamente têm medo da morte. Pode parecer uma frase simples, mas resume tudo o que é realmente o cristianismo, uma reação ao medo de morrer. Ao contrário do que ironicamente retrucaram, não existem provas da existência dessa pessoa que avidamente querem impingir aos outros e em cima da qual giram quantias astronômicas. Só neste País o faturamento anual do mercado evangélico gira ao redor de 3 bilhões de dólares. Isso não considerando a arrecadação absurda das igrejas cristãs por conta de dízimos e outros quejandos, sendo a legislação brasileira tão pródiga na isenção de impostos a esses parasitas da sociedade. O sr. Portela parece ser parente de um pastor da igreja batista (Carlos Portela) e que em Londrina atravessava a rua em frente de sua igreja pra gritar contra quem passava fumando e que por pura ironia do destino morreu de câncer do pulmão no Estado do Rio na década de 80. Falando em ironia, tinha de mencionar os ônibus que bandidos incendiaram recentemente, numa tática desviacionista do centro do papo. Os crentes faziam isso sim, apedrejavam pessoas que não aceitavam seus pontos de vista, e as páginas policiais de décadas atrás têm registros de fatos semelhantes. Não queira portanto, usando de ironia, esconder o fato de que em nome de sua fé os cristãos matavam pessoas. seria desonesto de sua parte não reconhecer isso. Finalizando, eu não pretendo de qualquer maneira voltar a estas páginas, porque já deu pra conhecer vossas senhorias. Ao contrário do que possam imaginar em suas mentes estreitas, sou sim uma pessoa muito feliz e realizada. E isso sem cosmetologia religiosa nem cabrestos doutrinários. Adeus, senhores.

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  36. Essa é a oposição ao cristianismo mais boba que eu já vi alguém fazer. E olha que já ouvi muitas. Tanta raiva depositada sobre um inimigo imaginário, um cristianismo que só existe na cabeça dessa senhora. Que coisa fútil.

    E só escrevo isto aqui porque o post de Solano sobre o Natal não merece acabar com um comentário tosco desses.

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  37. Irmão Solano,
    Agradeço pelo texto positivo e útil. Percebo que a comemoração do Natal em nossa cultura é uma ótima oportunidade para evangelismo que não deve ser desperdiçada. Precisamos mais desse tipo de bom senso em nossos dias, lembrando a instrução bíblica: "Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades" (Col. 4:5).
    Grato,
    Daniel Deeds

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