O filme Presságio (Knowing), com Nicholas Cage e Rose Byrne, lançado neste mes de abril de 2009, é intenso, interessante e intrigante. A história revolve em torno da vida de um professor de astrofísica do Massachusetts Institute of Techonoloy (MIT), John Koestler (Nicholas Cage) filho de pastor protestante (possivelmente pentecostal). Provavelmente em função do seu treinamento na área de ciências, Koestler possui uma visão cética, na qual não enxerga propósito e ordem, mas sim aleatoriedade e um desenvolvimento da vida e da natureza em função do acaso. Uma tragédia, a perda da esposa em um acidente, o faz recrudescer nessas convicções, inclusive no afastamento de quaisquer relacionamentos com o seu pai. Koestler toma conta do seu filho, Caleb (Chandler Canterbury) uma brilhante criança de uns 10 anos, sozinho. Um acontecimento vai mudar a sua compreensão da vida e seus relacionamentos: um papel colocado em uma “cápsula do tempo”, por uma garotinha, há 50 anos, contendo indicações de tragédias iminentes. O enredo leva John Koestler a interagir com essas tragédias, algumas ainda no futuro, já tentando impedi-las.
Presságio não é um filme evangélico, classificando-se mais como uma história de suspense e até de algum, bem arquitetado, terror. Sua história, bem desenvolvida e com hábil direção, prende a atenção do início ao fim do filme. Os efeitos especiais são de tirar o fôlego, demonstrando como a tecnologia nessa área, vai sempre superando as últimas apresentações, mesmo quando aparenta que tudo o que podia ser aperfeiçoado já foi conseguido. A história do filme, entretanto, se descortina em cima de temas evangélicos e se presta a uma boa discussão de grupo. Os seguintes pontos podem refletir temas cristãos e fornecem a oportunidade de apresentá-los corretamente, como a Bíblia os revela:
1. Há propósito no universo? Koestler possui uma visão nihilista da vida. Para ele as coisas acontecem sem qualquer relação de causa e efeito, randomicamente. Não há propósito maior no universo. Não há causa inicial e não há destino final. Isso ele ensina tanto ao seu filho (apesar de deixar a opção, politicamente correta, mas mal acomodada: “se você quiser acreditar, acredite”), como à sua classe de universitários sedentos. O interessante é que ele próprio, apresentando o ponto de vista do projeto inteligente, indica as evidências cósmicas para tal. Pegando modelos de madeira dos componentes do sistema solar, diz algo assim: “o que terá colocado esse pequeno planeta azul exatamente na distância correta do Sol, de tal forma que a vida é possibilitada, nele, com a temperatura e condições exatas”? No entanto, descartando a própria evidência que apresenta (e que tem como resposta a existência de um Criador), ele declara acreditar na aleatoriedade e pura chance desse posicionamento da terra, e ausência de propósito não só para o universo, mas para as vidas que o habitam. Retrata, dessa maneira, os milhares de cientistas, cuja profissão e atividades só se fazem possíveis, pela sistematização, ordem e propósito do universo, mas que descartam a existência do Deus Criador Inteligente, como origem de tudo e de todos, e como Aquele que dá sentido e propósito à vida.
2. Profecias provam que há algo mais por trás do que se enxerga. John Koestler irá mudar de idéia, e modificará sua cosmovisão, admitindo que existe muito mais do que a sua percepção finita e imperfeita da vida e das circunstâncias o fizeram concluir, até então. Não, isso não se dá por uma conversão, no sentido cristão, nem por leitura da Bíblia, mas pelo contato que tem com as profecias que se constituem no tema do filme (não vamos contar tudo, para não estragar o suspense dos que ainda não conhecem a história). No entanto, nós cristãos cremos exatamente que as profecias Bíblicas – tanto as que já se cumpriram, como as que ainda estão por si cumprir, emanam do Deus todo poderoso. Elas revelam que ele está em controle.
Na teologia reformada aprendemos que o conhecimento prévio não se constitui na base do plano de Deus (capítulo III, seções 1 e 2, da Confissão de Fé de Westminster), mas exatamente porque ele planejou tudo, na eternidade, com perfeição, ele conhece o que acontecerá, e assim revela (Is 14.24 e 46.9-10), quando lhe apraz. As profecias são grande evidência de que existe muito mais, por trás do que os nossos sentidos apreendem. É verdade, também, que somos alertados a não dar crédito a falsas profecias, e, no caso do filme, temos uma história inventada, que recorre a profecias “auxiliares e extemporâneas”. Como cristãos, crentes nas Escrituras, devemos ter a percepção e convicção que a Bíblia traz tudo que é necessário ao nosso conhecimento religioso e de projeção de vida, tanto no que diz respeito ao passado, como quanto às que ainda haverão de vir. Em vez de ansiedade e preocupação, somos alertados a estar sempre preparados para o nosso encontro com Deus.
3. O fim vem! Durante a maior parte do filme a preocupação maior é em decifrar as indicações das tragédias passadas, bem como as que ainda estão por vir, mas vai ficando claro que o problema à frente é bem maior! Estamos lidando com a destruição da vida na terra – e essa virá em grande paralelo ao que a Bíblia declara: com os elementos ardendo (2 Pe 3.10-12). O filme leva o enredo a uma situação de grande tensão, quando o fim é projetado por circunstâncias cósmicas (que deixaremos de detalhar). Há um período de desagregação social, onde a frágil matiz de justiça da sociedade se desvanece, e, logo a seguir, vem o fim. Prepare-se para uma das mais perfeitas seqüências de efeitos especiais. Elas nos dão um vislumbre de como poderá ser, realmente, o final dos tempos. Ainda que nunca venhamos conseguir a ter a percepção completa do horror daquele momento, é uma boa ocasião para discutir a iminência do julgamento divino e a certeza das profecias escatológicas. Talvez até essa parte possa ser projetada em um grupo de estudo, ou classe de Escola Dominical, para inicio de um debate escatológico.
Além desses três, vários outros temas evangélicos permeiam a história. Outros pontos de contato podem ser os anjos (ruins ou bons?), que aparecem na história e, eventualmente, interagem com os demais personagens; o pai do John Koestler, pastor, com o seu sermão anual centralizado no tema “não desprezeis profecias” (1 Ts 5.20); o reatamento das relações entre pai e filho; as referências às profecias de Ezequiel; uma magistral reconstrução, por efeitos especiais, das rodas concêntricas dos “seres viventes” (Ez 1.15-21 e 10.6-17); e a idéia e visão de “novos céus e de uma nova Terra”. Todos esses, podem resultar em proveitosas discussões, sempre convergindo a atenção e exame sobre o que a Bíblia realmente tem a dizer, quanto a essas questões, e qual a aplicação prática das verdades bíblicas às nossas vidas.
Muitos outros filmes, além de Presságio, têm apresentado uma visão do final dos tempos, como, por exemplo, “O Dia depois de Amanhã” (2004); no entanto, esses outros filmes apresentam o fim de forma diferente dos registros da Bíblia (no “Dia depois de Amanhã” – a catástrofe final é um dilúvio e uma nova era glacial). O que chama atenção, em Presságio, é exatamente o paralelismo sobre a forma do fim. No entanto, devemos estar alertas exatamente para a grande diferença e para a ausência de elementos cruciais à representação das Escrituras: não há qualquer menção à segunda vinda de Cristo; consequentemente não há mensagem, palavra ou esperança de salvação. A esperança, no filme, não é expectativa de certeza de livramento, do cristão, mas apenas um tênue e frágil desejo de que tudo termine bem. E, enquanto o filme fala de “eleitos”, o seu numero e representação, no “novo céu e na nova terra”, muito difere do que a Bíblia nos ensina sobre essa questão, em Ap. 7.9: “... vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos”.
domingo, abril 12, 2009
Presságio: reflexões existenciais e escatológicas, a partir do filme
Solano Portela
Postado por Solano Portela.
Sobre os autores:
Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.
O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.
O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.
22 comentários
comentáriosPrezado Presbítero Solano Portela, Graça e Paz!
ResponderObrigado pela indicação e pela "crítica evangélica" do filme, pretendo assistir-lhe. Há na página da revista Veja ( http://veja.abril.com.br/150409/p_102.shtml ) uma crítica feita pela Isabela Boscov e a apresentação do trailer. Obrigado e que Deus o abençoe!
Osmar Neves, Padre Bernardo-GO.
Muito boa a análise, Solano, só acho que você meio que entregou o que acaba acontecendo no final sem querer hehehehe
ResponderPara outra análise mais secular e "nerd", vide aqui.
Deu vontade de assistir, valeu.
Obrigado pela matéria sobre este filme, espero que sempre coloque artigos assim, para que eu (como professor de adolescentes e juvenis) tenha a oportunidade de assistir filmes que realmente tragam um momento de reflexão. se tiver como indicar outros filmes, ou fazer uma reflexão no filme QUEM QUER SER MILIONÁRIO, eu agradeço
ResponderDeus abençoe
Irmão Solano, posso postar essa sua reflexão no blog que trabalho? Citarei o seu nome e a fonte.
ResponderGrande abç!
Graça e paz, em Jesus, o Fiho de Deus. Amém!
Soli Deo gloria
Caros amigos:
ResponderObrigado pelos comentários. Danilo - pode utilizar, irmão.
Abs a todos, Solano
Animado pela análise do Presb. Solano, assisti o filme, e gostei muito. Também o recomendo. Comentei sobre o mesmo no meu blog, aqui.
ResponderO filme não eh evangélico, Não trata do novo testamento, não é cristão.
ResponderA menção que faz da bíblia é referente ao velho testamento.
Pode ser interpretado por quem lê a Bíblia Sagrada, Torá e Alcorão.
Ou seja, não mostra Jesus, pq pode rodar em várias partes do mundo e agradar pessoas em locais onde o cristianismo é lenda.
Caro Anônimo;
ResponderÉ exatamente o que eu disse: filme não é evangélico. Aliás, a esmagadora grande parte da cultura à qual estamos submetidos, não é evangélica.
Agora, grande parte da cultura evangélica, à qual somos submetidos, é sub-cultura, de má qualidade. Precisamos melhorar muito, no que produzims, para impactar o mundo coerentement com a nossa mensagem.
Um reparo - as referências do filme aos "novos céus e à nova terra", e à Árvore da Vida, são eminentemente neo testamentárias e do livro de apocalipse.
Solano
Querido Solano (querido sem demagogia, porque este blog e seus posts já fazem parte de minhas visitas obrigatórias na Internet há algum tempo),
ResponderMotivado por este blog, fui ver o filme. E fiquei pasmo. Bastante impressionado mesmo. Foi o melhor filme sobre fim do mundo que já vi até hoje. Embora não seja evangélico, faz várias referências ao Evangelho e seus conceitos maravilhosos. Gostei dele porque retrata o fim da perspectiva dos que vão encará-lo em sua pior forma (falando de um jeito que não revele o fim aos leitores).
Mas é interessante que há inúmeras referências ao Cristianismo nele. A Bíblia, o quadro com Ezequiel 1, quatro "anjos" (?), o conceito de salvação pela fé, a responsabilidade do homem e etc. É tentador falar de outros aspectos evangélicos no filme, mas se o fizer, estrago o barato do pessoal.
O fim me impressionou (do filme, não do mundo!), especialmente sobre a questão dos "eleitos" (é essa palavra que aparece na legenda). É uma ótima forma de ilustrar esse conceito tão difícil (com o qual tenho lutado diariamente em minhas reflexões, mas para o qual vejo cada vez mais probabilidade de ser verdadeiro, de acordo com a teologia reformada).
Enfim, Solano, foi incrível. Note que, no caminhão, bem no finzinho do filme, aparece a frase (que lamentavelmente não foi traduzida) "Jesus é o caminho, a verdade e a vida", escrita em um furgão.
Um abraço, no amor de Jesus,
Daniel.
Olá Solano!
ResponderAcabei de ver essa noite o filme e achei muito interessante, inclusive por seu final repleto de paralelos com as escrituras.
Obviamente que, como você bem afirmou, não é um filme evangélico, porém é muito interessante. A cena final é muito bonita.
Só uma dúvida sobre a cena que remete as páginas do livro de Ezequiel. tal trecho é muito usado por ufólogos para "provar" a existência de seres extra-terrestres.
O filme para que fica na linha tênue entre essa visão como manifestação da Glória de Deus e os anjos e a existência de alienígenas, pelo menos a meu ver.
Fora isso, o filme é muito interessante e com certeza é uma boa pedida.
Um forte abraço e Deus te abençoe!
Bom dia.
ResponderTambém assisti o filme. Como obra cinematográfica é mesmo admirável.
Porém, embora contenha elementos bíblicos, de modo geral o filme apresenta a cosmovisão neopagã da Nova Era.
Assim, como um todo, o filme é bem mais antibíblico do que bíblico. O que Deus fez, o que está fazendo e o que fará é bem diferente.
Emerson Luís
www.iluminadoresnomundo.blogspot.com
Caro Solano,
ResponderGostei muito da sua análise do filme. Assisti ao mesmo e não gostei tanto. Claro que ele pode ser usado como pretexto para conversar sobre assuntos bíblicos mas achei tb o filme meio anti-bíblico (sei que você não afirmou ser evangélico mas ficou uma expectativa minha que seria...). Achei estranho que os "profetas" do filme todos eram pessoas tristes sendo Lucinda pior ainda pelo seu fim. Também achei q os aliens parecem anjos porém não imagino anjos em naves por isso conclui serem aliens. Mas toda referência a escolhidos e a questão de mudança de pensamento do cientista me interessaram muito.
Um grande abraço.
Caro Professor Solano
ResponderLi em algum lugar, não lembro, provavelmente num dos textos publicados no site monergismo, sobre a interpretação que um pós-milenista dá a este texto dos elementos.
Trata-se de John Owen. Acho que foi um texto dele.
Ele diz, lembro vagamente, que a palavra "os elementos" utilizada neste texto de Pedro, fala dos elementos do Templo, e faz então uma analogia entre "novos céus e nova terra" após o dilúvio (não tão novos) e "novos céus e nova terra" após a destruição dos elementos (do templo no ano 70, logo também não tão novos).
Um pós-milenista é geralmente um otimista e filmes assim de certa forma não me acrescentam nada, me parece até que todos estão afinados no mesmo discurso:
Islâmicos pregando que "Jesus" retornará para implantar a fé muçulmana na terra por uns 40 anos (ouvi recentemente)...
Dispensacionalistas igualmente pregando o fim do mundo nos próximos 50 anos (afinal a geração "última" começou em 1948, colocando-se o "tardando o noivo" em cima da conta e uns 120 anos para o último que nasceu em 48 possa morrer,... então estaria perto...
Os amilenistas que ouço, creem todos que estão vivendo os "últimos dias" e como o fim será de "fogo nos elementos" (no caso aqui da terra e tudo o que nela há... então o filme também leva a vários pontos de ligação com a sua escatologia...
Ecologistas pregando um pessimisto climático etc...
Etc... etc... etc... e os pós-milenistas que leio, cantando sozinhos uma visão diferente.
Poderias comentar sua percepção desta proposta de interpretação do John Owen.
Afinal eu não leio no original nem nada...
E filmes assim pessimistas nem tenho mais vontade de ver.
Me dão nos nervos...
E sem falar que fica um complicador de caso seja o caso de estarmos falando e vivendo nos últimos tempos uma vez que o texto mesmo que citas diz que era uma multidão que ninguém podia enumerar... e entendo que desde a cruz até hoje, os cristão estão na casa dos milhões ou talvez um bilhão, então poderia ser numerado...
E tem aquele outro texto que diz que serão tantos quanto as areias do mar... neste caso certamente inumeráveis e bilhões e bilhões...
Na história da igreja, já tivemos pessoas suficientes para alcançar bilhões de eleitos?
E tem aquele outro texto que diz que era para Abraão levantar a cabeça e contar (tentar contar) as estrelas, referenciando-se aos eleitos... e hoje sabemos que são bilhões de estrelas...
A quando se cumpriu o texto que diz que a mensagem do reino se espalhará pelo mundo como as águas cobrem o mar...?
Enfim... espero que já tenhas entendido o meu ponto.
Agradeço se puderes comentar a visão que John Owen dá a este texto de Pedro.
Muito grato, um grande abraço.
Acho que não vou ver o filme.
O que o olho não viu, não subiu ao coração do homem, e de pessimismo já estou rodeado no dia-a-dia.
Mesmo na igreja é bem difícil encontrar um otimista.
Todos se acham, uma vez que irão para o céu... mas na ética do dia-a-dia, logo vem com o texto-áureo do pessimismo escatológico e me dizem "o mundo jaz no maligno", texto para o qual também dou interpretação bem diversa da pessimista que tenho ouvido.
Sem ofender... é basicamente me dizer "... eu vou ser arrebatado, sou otimista, o mundo que se exploda...".
A mensagem do Evangelho não poderia ser mais otimista? Me parece que John Owen entendia assim.
Fico no aguardo de uma possível resposta sua.
Tenho acesso a muito pouca leitura de amilenistas criticando logicamente o pós-milenismo e gostaria então de ouvir a sua opinião (imaginando que sejas aminelista - até pela reação e inferências que o filme te provocou).
Um grande abraço.
Caro Oliveira:
ResponderObrigado pelo comentário. Obviamente, como já disse antes aqui, o filme não se propõe, e nem devemos esperar uma representação bíblica do final dos tempos. Mas quem disse que ele é pessimista? Podemos chamar de pessimista uma história que termina com uma alusão a uma nova terra e um novo céu?
Mas você tem razão - vamos achar muitos pontos de discordância entre as profecias bíblicas e o que o filme retrata. Meu ponto é, tão somente, que ele desperta algumas discussões e ilustra outras possibilidades.
Agora, adentrar uma discussão da veracidade do pré, pós ou a-milenismo, é uma outra história, que não estou preparado para fazer, neste momento; e nem pesquisar Owen, para ver suas opiniões (apesar de eu ter todos os seus 16 volumes, aqui em casa). Provavelmente, um ponto de partida seria a leitura desse "paper" (ao qual não tive acesso):
Smith, Christopher R. "Up and Doing: The Pragmatic Puritan Eschatology of John Owen," Evangelical Quarterly 61 (October, 1989): 335-349.
Quanto a essa particular interpretação para a palavra "elementos" - indicando que seria uma referência aos componentes da construção do Templo, é muito improvável e uso de extensa imaginação. Como exegese, é bem deficiente. A palavra "stoikéa" sinifica matéria, rudimentos, mas o que determina o sentido é o contexto. Veja o texto (2 Pedro) do versículo 9 ao 13:
9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.
10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.
11 Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade,
3:12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça.
Note que o foco é a segunda vinda de Cristo, em julgamento, trazendo, também, esperança de justiça. Não há como aplicar isso à destruição do Templo, em 70 d.C.
Verifico que a crítica que o Jay Adams faz (Livro: "The Time is at Hand") do pre-milenismo, pre-tribulacionismo, é muito pertinente: ele indica a falha de diplopia - visão dupla, para ocorrências sigulares.
Verifico pontos interessantes no pós-milenismo, e que os artigos que os proponentes produzem, não se atêm a detalhes do julgamento de Cristo - a preocupação é mais passar uma visão otimista do fim, aos cristãos, como por exemplo, o artigo de Jay Roger, em:
http://www.monergismo.com/textos/pos_milenismo/apres-posmilenismo_jay-rogers.pdf
Mas não posso entrar em uma discussão opinativa de escatologia, assunto que ainda estou estudando e chegando a algumas conclusões incipientes, após 40 anos de exposição ao mesmo.
Tenha uma semana abençoada,
Solano
Caro professor Solano
ResponderMuito obrigado pela resposta.
O que me respondes aqui, já é mais do que suficiente para que eu mesmo mastigue as minhas considerações sobre o assunto.
Um grande abraço
Acabei de assistir o filme e a impressão que tive do final foi mais de uma abdução alienígina, com planos de re-povoamento de um outro planeta (nos mesmos moldes do planeta terra em Genêsis com jardim, árvore da ciência do bem e do mal, e Adão e Eva), do que novos céus e nova terra do Apocalípse. É como se o filme mostrasse que a força por trás da humanidade não vem de Deus mas de extraterrestres. E os homens, por falta de compreensão, tivessem criado sua divindade (uma idéia de Deus) para justificar os mistérios que eles não conseguiam explicar.
ResponderMeio louco, mas foi essa a impressão que tive ao sair do cinema.
Rodrigo
Prezado Pastor Solano, A Paz do Senhor.
ResponderEspero que o senhor e sua família estejam fruindo a PAZ que só O DEUS TODO PODEROSO pode dar.
Preciso que me responda a uma questão tangenciada na sua análise sobre esse filme: Qual a sua interpretação sobre a visão de Ezequiel sobre os seres viventes e as rodas? O senhor abraça a interpretação de um Pastor Batista com relação a seres extraterrestres? Por favor, se o senhor já fez a exegese sobre o tema, indique-me onde encontrá-la.
Deus lhe abençoe e lhe guarde.
Dione.
P.S.: meu e-mail: dioneavocat@gmail.com
Poxa, são 04:42 a.m. do dia 21/06/09.
ResponderBom, este filme me deixou sem sono(acabei de assisti-lo no meu Pc), pois, caramba, sao muitos detalhes que levam a "n" interpretações.
Confesso que fiquei incucado.
Pensei comigo, "poxa, que droga, meu chefe me recomendou um filme de aliens? Poxa, todos os q assisti, eu simplesmente odiei".
Até a parte da floresta em que eles voam até o céu, imaginei se tratar de uma espécie de "o apanhador de sonhos II"(risos), no entanto segundos seguintes mudam tudo.
Seriam alienígenas ou anjos?
Bom, acredito que, talvez, trata-se de amjos, visto que, além das crianças aparentemente não terem sido colhidas para estudos, surgem asas nos seres estranhos.
Ou que se tratam de alienigenas mesmos, conforme a música antiga de uma banda chamada Petra ("Not of this world").
De maneira alguma quero afirmar q os aliens são anjos, mas que, mesmo q pareça contradição, que os anjos não pertencem a este mundo.
Agora vai a minha observação:
Na cena da "abdução", o Cage não consegue ouvir a voz do ser que diz que "somente as crianças que ouviram o chamado que poderão ir".
Obviamente, NÃO SE TRATA DE UM FILME CRISTÃO, porém, o diretor deve ter um pai pastor(hehehe), pois, duas coisas devem ser citadas:
1. "Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas."(Ap 22:14)
"arvore branca?"
2. "E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus."
(Mat 18:3).
"entrar no céu sendo como uma criança?"
O legal é que, não importa o credo das pessoas, e sim, que cada vez mais elas tomam consciencia de que a cada dia mais temos dias a menos na Terra, seja proveniente de desastre apocalípsico ou de uma falta de uma fatalidade (fim dos dias são relativos, pois cada um pode morrer e este é seu dia final).
Bom,
1. "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo."(Ap 1:3);
2. "Eis que venho como ladrão"(Ap 16:15).
"That's all folks"-kkk
"God bless you!^_^"
Amigos,
Responderpara quem assistiu "Pressagio" e isso causou-lhes indagações a respeito do Fim dos Dias, peço-lhes que por questão de curiosidade, fé ou até crescimento intelectual, leiam a Bíblia, não se trata de religião e sim do conhecimento da verdade. Acreditem sim em profecias, pois elas estao descritas em toda a Escritura Sagrada que Deus revelou a seus Profetas no decorrer dos tempos, homens tementes e fieis ao único e verdadeiro Salvador Jesus Cristo, que veio habitou entre nós, fez maravilhas e milagres, morreu numa cruz por toda a humanidade, levando sobre si as nossas dores e pecados, nos assegurando a salvação por meio d'Ele, ressucitou e prometeu voltar para buscar a todos os que o aceitarem em espírito e em verdade... "crendo recebereis a coroa da vida dando-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus". Leia Hebreus 9:28
A Bíblia nos fala acerca de muitos acontecimentos atuais, tais como, doenças, desamores, filhos contra pais, pais contra filhos, sodomia, pedofilia, mortes, violencia, aquecimento global... A Bíblia já nos tem revelado sobre estas coisas há muito tempo.
" 21 Porque haverá uma tribulaçao muito grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. 22 E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguem seria salvo; mas por causa dos escolhidos eles serão abreviados. 23 Entao, se alguém vos disser: O Cristo está aqui! ou: Ele esta ali, não acrediteis. 24 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, que realizarão grandes sinais e milagres, a tal ponto que se fosse possível enganariam até os escolhidos. 25 Eu vos tenho dito essas coisas antes que aconteçam. 26 Portanto, se vos disserem: Ele está no deserto; não saiais; ou: Ele está dentro da casa; não acrediteis. 27 Porque, assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até o Ocidente, assim também será a vinda do Filho do homem...
36 Mas, quanto ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão somente o Pai...
42 Portanto, vigiai, pois não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; ...
44 Por isso, ficai também preparados, pois o Filho do homem virá numa hora que não esperais. Mateus 24:21a44"
Este filme não é o primeiro e nem será o último a questionar a existencia de Deus, o arrebatamento dos salvos/escolhidos, os sinais dos últimos dias... o mundo prega que podemos ter fé em todas as coisas, que as boas ações nos levam a um lugar melhor e retratam isso numa visão romãntica em filmes e grandes produções.
Asseguro-lhes que independente de qualquer teoria há apenas uma única verdade:
Aceitar a Jesus como seu único e suficiente Salvador é a única forma de se chegar a um lugar melhor!
Pois Ele mesmo, Jesus, nos prometeu esse lugar. A todos que por meio d'Ele crerem em Deus e em Seu amor.
Mas vocês têm o livre arbítrio, pois Jesus não invade, não obriga, não é ditador, Ele já nos provou o sEu amor ao nos remir em sEu sangue naquela cruz há dois mil anos, Ele é o que é e não precisa ser testado ou questionado.
A decisão de recebê-lo e viver eternamente, feliz e em paz é somente sua!
"Pois é por isso que o evangelho já foi pregado também aos mortos... Mas ja está próximo o fim de todas as coisas; portanto, tende bom senso e estai alertas em oração. 1Pedro 4:6,7"
Arrependa-se de todo o pecado e escolha o bem por meio de Jesus Cristo, Ele te ama e quer salvar a sua alma e te dar a vida, a vida eterna!
Deus os abençoe!
Cara Fabiane:
ResponderGrato pelo zelo, mas asseguro-lhe que os três autores lêem a Bíblia, bem como a esmagadora dos que aqui comentam, e conhecem a Cristo Jesus como Salvador. Não temos nenhuma indagação sobre o fim dos dias, quando Cristo virá como JUIZ. Acho que você não entendeu o post e os comentários.
Que Deus a abençoe,
Solano
Só lembrando que virá outro filme por aí: 2012!
ResponderEsse tem de tudo. Fogo, água, terremotos, maremotos...
Não sobrará nem o Cristo Redentor.
Página oficial e trailer:
http://www.whowillsurvive2012.com/
*Poxa! só porque a copa de 2014 será aqui?
Prof. Solano,
ResponderTenho um dever cristão para com uma amiga não crente, que vem a muito tempo buscando uma explicação plausível para eventos que acontece com ela e que a incomodam. Ela costuma rotineiramente ter sonhos de coisas que ainda não aconteceram, esses sonhos tem pessoas do seu convívio mais próximo. O fato é que eles são estranhamente coerentes, com relação inclusive a datas, dias, seqüências lógicas dos eventos, etc. Eles aparentemente não tem relação bíblica, evangelistica, ou de relevância cristã. Razão pela qual a estimulei a não dar crédito ou desenvolver, se ela julga isso uma habilidade. Ela se sente muitas vezes responsabilizada, pois sabia que aconteceria tal coisa a alguém, e não o avisou antecipadamente. E até prefere não sonhar por conta disso. Também por esta característica (desde de criança, hoje ele tem 32 anos) é tenazmente assediada por espíritas que dizem que ela tem um dom e precisa desenvolvê-lo. Durante todo esse tempo ela busca pelo menos uma explicação, e sinto que isso é uma trava para chegar com o evangelho em sua vida.
Se houver uma leitura reformada, ou uma explicação bíblica para tal, por favor me municie.
Antecipadamente agradeço sua atenção.