quinta-feira, janeiro 13, 2011

Augustus Nicodemus Lopes

Como assim, "livre pensador"?

Se com isto você quer dizer que quer "pensar" sem levar em conta pressupostos teológicos como Deus, as Escrituras e a teologia cristã, tudo bem. Mas se com isto você quer dizer que consegue pensar livre de qualquer pressuposto ou de maneira isenta ou neutra, é a maior bobagem que já vi. Todos, sem exceção, pensam a partir de referenciais. Se não for o Cristianismo histórico, será o liberalismo teológico, o naturalismo filosófico, o existencialismo, ou qualquer outra cosmovisão. Portanto, tire este arzinho se superioridade da cara, como se um "livre pensador" fosse alguém superior, mais inteligente ou liberto das peias do obscurantismo, ao qual todos os que confessam a fé cristã estão presos.

Augustus Nicodemus Lopes

Postado por Augustus Nicodemus Lopes.

Sobre os autores:

Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.

O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.

O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.

17 comentários

comentários
13/1/11 21:14 delete Este comentário foi removido pelo autor.
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Anônimo
AUTOR
14/1/11 01:30 delete

Não conheço essa expressão nem o grupo o qual dela se apropriou. Portanto, não posso emitir opinião robusta.

Entretanto, apesar das boas alternativas sugeridas, se livre pensador puder incluir, mesmo levando em consideração os pressupostos válidos no texto referidos, a capacidade de reflexão para além das mordaças eclesiológicas, encontradas tais plantas carnívoras, entendo que é válido.

No mais, caso essa avaliação passar ao largo do real conceito de "livres pensadores" (o qual também me soa estranho), não seja levada em consideração a presente opinião.

Abraço, Deus os abençoe e o blog é uma fonte de oxigenação de idéias cristãs íntegras, algo não mais facilmente encontrado em nossos temporas.

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14/1/11 07:39 delete

De certo que todos partem de pressupostos. E é claríssimo que quem usa a expressão "livre pensar" com ares de superioridade e para menosprezar os outros não está com nada. Há, contudo, aqueles que usam a expressão para combater o patrulhamento ideológico ou teológico, o controle das mentes não pela Palavra de Deus mas pelas opiniões dos outros. Há os que não ousam nunca pensar ou questionar nada. Nem todo questionamento é errado. Não poderíamos assim considerar os reformadores como "livres pensadores" na melhor acepção da frase?

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14/1/11 11:59 delete

Vinícius,

"Entretanto, apesar das boas alternativas sugeridas, se livre pensador puder incluir, mesmo levando em consideração os pressupostos válidos no texto referidos, a capacidade de reflexão para além das mordaças eclesiológicas, encontradas tais plantas carnívoras, entendo que é válido."

Se alguém se livra das "mordaças eclesiásticas", como você disse, vai cair escravo de outras. Portanto, não existe livre pensador ou teólogo. Ele sempre vai raciocinar e fazer teologia a partir de um sistema de pensamento, de um enquadramento qualquer.

Abs.

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14/1/11 12:06 delete

João Armando,

"Há, contudo, aqueles que usam a expressão para combater o patrulhamento ideológico ou teológico, o controle das mentes não pela Palavra de Deus mas pelas opiniões dos outros."

Mas, então, ele não é livre pensador, pois busca ter sua mente controlada pela Palavra de Deus e traz cativo seu pensamento à Cristo.


"Há os que não ousam nunca pensar ou questionar nada. Nem todo questionamento é errado."

Concordo totalmente.

"Não poderíamos assim considerar os reformadores como "livres pensadores" na melhor acepção da frase?"

Acho que não. O que eles fizeram foi simplesmente se livrar do enquadramento católico romano e se enquadraram no sistema de pensamento bíblico via Agostinho e outros. Eles sempre disseram que não estavam inventando nada novo, mas que estavam voltando à antiga doutrina da Igreja Apostólica, e que estavam em dívida para com os que vieram antes deles.

Muitos dos que se consideram "livres pensadores" (note que não estou generalizando) na verdade nem são livres - estão presos à amarguras e problemas não resolvidos com antigos grupos ou igrejas dos quais se desvincularam - e não são pensadores, pois não trazem nada original para a teologia, limitando-se a repetir o que outros antes deles já disseram.

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Éden
AUTOR
14/1/11 13:49 delete

Caro Reverendo, gostei do assunto e da possibilidade de debater este assunto.

Considero este tema um importante ponto de partida para todos que desejam interpretar nosso mundo coerentemente.

Estamos constantemente sendo "bombardeados" por idéias "recheadas" de pressupostos da falsa liberdade - liberdade de expressão, liberdade de escolha, ...

Tenho consciência que precisamos de liberdade para debater as várias idéias, mas uma marca destes "livres pensadores" é a de não confessar seus pressupostos. Ao mesmo tempo em que advogam ser "livres", intencionalmente camuflam os fundamentos de seu pensamento. Sabemos que, se seus fudamentos forem revelados, eles se mostrarão incoerentes e falsos.

A única forma de liberdade é a que tem a verdade como única base. Daí, que é sábia a expressão de Jesus: E conhecereis a verdade e ela vos libertará.

O grande problema é que, quando defendemos a verdade somos rotulados de forma preconceituosa e, via de regra, ficamos sozinhos na defesa. Os exemplos dos reformadores nos mostram isto (Lutero, John Huss, ...)

É preciso estar disposto a pagar o preço de defender a verdade e constantemente revisar nossa própria estrutura de pensamento, pois, lamentavelmente, muitas vezes estamos mais influenciados do que pensávamos.

Um forte abraço,

Éden

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14/1/11 16:51 delete

Reverendo,
não entendí o post. Isso foi uma resposta para alguém ou uma forma criativa de abordar este assunto?
Caponi

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14/1/11 17:38 delete

Ao Caponi:

As duas coisas.

Abs.

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14/1/11 17:40 delete

Ainda ao Caponi:

Cansei de escrever cartas, agora estou pensando em usar diatribe... (discussão com adversário imaginário)...

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Anônimo
AUTOR
14/1/11 20:16 delete

Gostei muito da colocação de João Armando sobre o comentário, pois penso no mesmo sentido.

É provável que uma parcela destes, por menor que seja, empunhem esse rótulo como escudo contra sistemas eclesiológicos autoritários e líderes autoritários. Minha experiência no pentecostalismo é amarga nesse sentido, confesso, e me distanciava de Cristo, ao invés do contrário. Bem diferente é a sua forma de influência durante todo o seu ministério cristão. Muito mesmo.


Mas se auto intitular como livre pensador para dizer que está sem nenhum referencial teórico, e por conseguinte com ar de superioridade intelectual, disso também discordo.

Contudo, considerei-me completamente satisfeito na minha compreensão sobre o assunto do post com a seguinte elucidação:

"Mas, então, ele não é livre pensador, pois busca ter sua mente controlada pela Palavra de Deus e traz cativo seu pensamento à Cristo."

Sendo assim, não sou livre pensador (e nunca o quis ser, pois conheci essa terminologia no seu texto). Abraço.

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15/1/11 12:15 delete

kkkkkkkk

Do que eu to rindo?

Sei lá...

Toda vez que o Dr. Augustus escreve algo direcionado a algum suposto receptor, seja carta ou agora a nova tendência "diatribe" já vou logo imaginando que o pensamento ou a carta tem um destino certo:

Av Eng. Alberto de Zagottis, 1000 - Jd Marajoara - São Paulo

Mas isto, obviamente, é coisa da minha cabeça.

Abraço Dr Nicodemus...

O Senhor é demais.

O senhor tbm

Adonias Reis

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João
AUTOR
15/1/11 13:51 delete

muito bom. achei dereto e resumido.

acredito que é isso aí mesmo. nada a acrescentar só a praticar!

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Apologeta
AUTOR
18/2/11 15:11 delete

Paz e Graça Reverendo Nicodemus!

De fato todos estão atrelados à uma cosmovisão. Seja ela bíblica ou antibíblica. E sabemos que a maioria está escravizada pelo pecado (João 8:34), e cegos pelas trevas que assim preferiram (João 3:19,20). Os tais que assim se intitulam (como colocaste em seu post) na verdade são tirados a revolucionários, progressistas, avançados, esclarecidos, etc Mas que realmente nada tem a acrescentar a não ser mais problemas e heresias à Igreja de Cristo. Veremos quem é retrógrado, anacrônico, ultrapassado no dia do Juízo Final em que todos que se nomearam importantes irão comparacer diante do Grande Trono Branco e como arrogantemente resignaram-se a entregarem suas vidas a Cristo, irão padecer eternamente no Lago de Fogo. Espero que Cristo os salve e essa é minha oração, mas atrelo-me também às Palavras Santas proferidas por Tiago e imbuídas de poder Pelo Espírito: Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes." (Tiago 4:6)


Apologeta!

Evangelista Eduardo França é autor do DVD: Milagres: De onde eles procedem? (Categoria: APOLOGÉTICA. À venda nos sites: CACP, MCK e MERCADO LIVRE). Co-Fundador e articulista do blog Guardian Faith: www.guardianfaith.blogspot.com

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Luciano Maia
AUTOR
1/6/11 22:55 delete

Olá,

aqui fala o LIVRE PENSADOR Luciano...

Pôxa vida... Quando eu me defini (em meu blog) como sendo um livre pensador, nem desconfiava que este título não era original e sequer poderia imaginar que eu e meus comparsas (oa quais ainda desconheço) seríamos esculachados em nossa tentativa de tentar pensar sem compromisso com o que existe ou inexiste.

Costumo dizer que a história ainda não acabou. O Século XX não é o ponto final.

Costumo dizer que a filosofia ainda tem muito que ser filosofada, e possivelmente, daqui uns mil anos, nossos pentanetos estudarão em livros que filósofos sequer ainda nascidos escreverão.

Costumo dizer que a teologia ainda está em construção, já que todos os mistérios divinos estão longe de serem desvendados.

Um fato é que, ao me intitular Livre Pensador, minha intenção última era transparecer arrogância, mas ao contrário, no alto de minha ignorância, dentro de minha baixíssima erudição e sendo um ignorante crasso em teologia, jamais poderia me intitular qualquer outra coisa, senão um nada teológico, um desconectado com os grandes pensadores, um sem rumos, livre pensador, que não pode pensar como os que realmente pensam - como os nobres articulistas deste blog aqui, por exemplo.

Portanto, com relação a mim, não vale a afirmação "...tire este arzinho se superioridade da cara, como se um "livre pensador" fosse alguém superior, mais inteligente ou liberto das peias do obscurantismo, ao qual todos os que confessam a fé cristã estão presos...".

Em minha ignorância não sei o que é liberalismo teológico, naturalismo filosófico, existencialismo, ou qualquer outra cosmovisão.

Só sei que Jesus é filho de Deus e minha pretensão única é anunciar isto, nada mais, livremente, sem compromissos com lá ou com ló.

Se quiserem ler as baboseiras de um ignorante livre pensador, visitem:
www.cafecomdeus.com

Luciano Maia

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Luciano Maia
AUTOR
1/6/11 22:57 delete

Opa,

esqueci de dizer, caso queira, pode publicar sua resposta em meu blog, lá eu não faço moderação nos leitores.

Abraço,

Rev. Luciano Maia

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10/1/20 10:16 delete

O Termo Livre Pensador está sendo mal interpretado quando se considera o Orgulho como causa de sua Criação. O Livre Pensar não é uma opção por Capricho ou Rebeldia, mas uma iniciativa daqueles que vêem algo além das concepções Teológicas equivocadas e limitadas e também da Filosofia Replicada, nesse aspecto, aqueles que estão imersos em suas concepções, criadas á partir do Deslumbramento e da Fascinação (Sem a devida disciplina dessas) não podem conceber nada além. O fato do Ser Humano já ter superado os 10% da capacidade total de sua Inteligência, não significa que não se possa conceber algo de novo. A "Novidade" começa no Limiar da Transcendência, que demarca os limites da Inteligência, á partir desse ponto somente serão possíveis, com sua associação com uma Consciência que tenha alcançado um razoável Nível Evolutivo, só então começa um processo de Síntese Descendente para ocasionalmente criarem-se novos Paradigmas...

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Luiz Schwarz
AUTOR
27/5/21 19:55 delete

O livre-pensamento é um projeto de fazer pensamento crítico, livre de dogma, autoridade, revelação religiosa e contra o preconceito. É fundado numa perseguição racional e científica da verdade. Historicamente abarca ateísmo, agnosticismo, irreligião e crítica social à quiriarquia.
Aqui, percebemos que o livre-pensamento está filiado ao racionalismo e ao materialismo filosófico e tem relações estreitas com o método científico no estabelecimento de modelos que descrevem a verdade provisoriamente, ou seja, de acordo com um diálogo de pessoas que constroem teorias e as colocam a teste e à crítica para aperfeiçoamento do conhecimento. Nesse sentido, verdade aqui não é uma verdade no sentido essencialista, como uma verdade imutável e eterna que persegue-se na religião e na filosofia idealista, mas uma aproximação da verdade no contexto em que se produz o conhecimento.
O livre-pensamento exige sabermos que não estamos pensando de um lugar neutro ou desfeito de determinações socioculturais, por isso não pode abrir mão da crítica (no sentido que esta tem na filosofia crítica). Do contrário, converter-se-ia numa religião racionalista. E muitas pessoas que aderem à dogmas esotéricos ou a discursos motivacionais abstratos poderiam dizer que existe uma fé dentro da ciência e que existe uma crença na razão, porém isso é um erro grosseiro: a adesão da razão como método e da criticidade como critério produz o contrário de crenças: regojiza-se nas dúvidas e incessantes questionamentos que podem fazer avançar nossas condições de produção intelectual.
Assim, o livre-pensamento se circunscreverá na crítica da fé e da crença como discursos igualmente aceitáveis em relação à ciência, pois estas formas obsoletas de conhecimento, embora pré-científicas em muitos momentos no sentido de que colaboraram para a construção do conhecimento em tempos muito antigos, ainda sim abrem mão de continuar o debate em algum momento ao fornecer categorias impossíveis de serem debatidas e questionadas. E a isto chamamos dogma, a substância da fé (no sentido religioso/esotérico). Apela-se para argumentos da experiência como autoridade, o que é uma ilusão cognitiva bastante comum, mas incompatível com a razão.

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