Estudar a história do surgimento do movimento feminista é de grande ajuda para nós. Geralmente uma perspectiva global e ampla do assunto em pauta nos ajuda a entender melhor determinados aspectos do mesmo. No caso do movimento feminista, a sua história nos revelará que a ordenação de mulheres ao ministério, em alguns setores do movimento, é apenas um item de uma agenda muito mais ampla defendido por um setor bastante ativista do feminismo nas igrejas cristãs.
Origens do Movimento Feminista Fora da Igreja
Examinemos primeiramente o movimento feminista fora da igreja, focalizando suas principais protagonistas.
Século 18: A Vindicação dos Direitos da Mulher
A “Primeira Onda” do feminismo teve início na primeira metade dos anos de 1700 quando uma inglesa, Mary Wollstonecraft (foto), escreveu A Vindication of the Rights of Woman (A Vindicação dos Direitos da Mulher). Um ano depois desta publicação, Olimpe de Gouges publicou um panfleto em Paris intitulado Le Droits de La Femme (Os Direitos da Mulher) e uma americana, Judith Sargent Murray, publicou On the Equality of the Sexes (Sobre a Igualdade dos Sexos). Outras pensadoras feministas surgiram em pouco tempo tais como Frances Wright, Sarah Grimke, Sojourner Truth, Elizabeth Cady Stanton, Susan B. Anthony, Harriet Taylor e também John Stuart Mill. Seus pensamentos e obras foram defendidos com fervor e pouco a pouco foram deitando profunda influência na sociedade moderna contemporânea do mundo ocidental.
Século 19: A Declaração dos Sentimentos
Em 1848 cerca de 100 mulheres se reuniram em uma convenção em Seneca Falls, Nova York, para ratificar a Declaração dos Sentimentos escrita para defender os direitos naturais básicos da mulher. As autoras da Declaração dos Sentimentos reclamavam que as mulheres estavam impedidas de galgar posições na sociedade quanto a empregos melhores, além de não receber pagamento eqüitativo pelo trabalho que realizavam. Notaram que as mulheres estavam excluídas de profissões tais como teologia, medicina e advocacia e que todas as universidades estavam fechadas para elas. Denunciavam também um duplo padrão de moralidade que condenava as mulheres a penas públicas, enquanto excluía os homens dos mesmos castigos em relação a crimes de natureza sexual.
A Declaração dos Sentimentos foi um marco profundamente significativo no movimento feminista. Suas reivindicações eram, em sua grande maioria, justas e consistentes. Por isto, o movimento foi ganhando muitas e muitos adeptos, apesar, e por causa das grandes barreiras que foram impostas às mulheres que se expunham na defesa de suas idéias e ideais. As leis do divórcio foram liberalizadas e drásticas mudanças ocorreram com o status legal da mulher dentro do contexto do casamento. Por volta dos anos 30, como resultado de sua educação qualificada e profissional, as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho como força competitiva. Muitas das barreiras legais, políticas, econômicas e educacionais que restringiam a mulher foram removidas e esta começa a pisar o mundo do homem com paixão e zelo.
Século 20: Simone deBeauvoir e Betty Friedan
A primeira fase da construção do feminismo moderno começou com a obra da filósofa francesa Simone deBeauvoir (foto), Le Deuxième Sexe (O Segundo Sexo), em 1949. As mulheres, segundo deBeauvoir, foram definidas e diferenciadas tomando como referencial o homem e não com referência a elas mesmas. Ela acreditava que o sexo masculino compreendia a medida primeira pela qual o mundo inteiro era medido, incluindo as mulheres, sendo elas definidas e julgadas por este padrão. O mundo pertencia aos homens. As mulheres eram o “outro” não essencial. Simone deBeauvoir observa esta iniqüidade do status sexual em todas as áreas da sociedade incluindo a econômica, industrial, política, educacional e até mesmo em relação à linguagem. As mulheres foram forçadas pelos homens a se conformar e se moldar àquilo que os homens criaram para seu próprio benefício e prazer. Às mulheres de seus dias não foi permitido ou não foram encorajadas a fazer ou se tornar qualquer outra coisa além do que o feminino eterno ditava; elas foram cerceadas num papel de “Küche, Kirche, und Kinder” (cozinha, igreja e filhos, em alemão). De acordo com deBeauvoir a mulher estava destinada a existir somente para a conveniência e prazer dos homens.
No início dos anos 60 uma jornalista americana, Betty Friedan, transformou os conceitos filosóficos de Simone deBeauvoir em alguma coisa mais assimilável para a mulher moderna, ao publicar A Mística Feminina, um livro onde examinava o papel da mulher norte americana. De acordo com Friedan, as mulheres dos seus dias foram ensinadas a buscar satisfação apenas como esposas e mães. Ela afirmou que esta mística do ideal feminino tornou as mulheres infantis e frívolas, quase como crianças, levianas e femininas; passivas; garbosas no mundo da cama e da cozinha, do sexo, dos bebês e da casa. Assim como deBeauvoir, ela afirma que a única maneira para a mulher encontrar-se a si mesma e conhecer-se a si mesma como uma pessoa seria através da obra criativa executada por si mesma. Friedan batizou o dilema das mulheres de “um problema sem nome”. Friedan concordou com deBeauvoir que a libertação das mulheres haveria de requerer mudanças estruturais profundas na sociedade. Para isto, as mulheres precisariam ter controle de suas próprias vidas, definirem-se a si mesmas e ditar o seu próprio destino.
O Problema sem Nome: Patriarcado
No final dos anos 60 a autora feminista Kate Millett (foto) usou o termo “patriarcado” para descrever o “problema sem nome” que afligia as mulheres. O termo tem sua origem em duas palavras gregas: pater, significando “pai” e arche, significando “governo”. A palavra patriarcado era entendida como o “governo do pai”, e era usada para descrever o domínio social do macho e a inferioridade e a subserviência da fêmea. As feministas viram o patriarcado como a causa última do descontentamento das mulheres. A palavra patriarcado define o problema que deBeauvoir e Friedan não puderam nomear mas conseguiram identificar. De acordo com as feministas, o patriarcado foi o poder dos homens que oprimiu as mulheres e que era responsável pela infelicidade delas. As feministas concluíram que a destruição do patriarcado traria de volta a plenitude das mulheres. A libertação das mulheres do patriarcado haveria de permitir que elas se tornassem íntegras.
Surgimento do Movimento Feminista Dentro da Igreja
Podemos considerar o livro de Katherine Bliss, The Service and Status of Women in the Church (O Trabalho e o Status da Mulher na Igreja, 1952) como o marco inicial do moderno movimento feminista dentro da cristandade. O livro era baseado numa pesquisa sobre as atividades e ministérios nos quais as mulheres cristãs estavam comumente envolvidas. Bliss observou que, embora as mulheres estivessem extremamente envolvidas na vida da Igreja, a participação delas estava limitada a papéis auxiliares tais como Escola Dominical e Missões. As mulheres não participavam em lideranças tradicionalmente aceitas, tais como as atividades de ensino, pregação, administração e evangelismo, ainda que muitas delas pareciam estar preparadas e terem dons para este exercício. Bliss chamou a atenção da Igreja para a reavaliação dos papéis homem/mulher na Igreja, particularmente da ordenação de mulheres.
Ativistas Cristãos compram a Briga
A obra de Bliss serviu de munição para ativistas cristãos na luta pelos direitos civis e políticos em 1961. Eles, juntamente com as feministas na sociedade secular, começaram a vocalizar o seu descontentamento com o tratamento diferenciado que as mulheres recebiam por causa do seu sexo, inclusive dentro das igrejas cristãs. Neste mesmo ano, vários periódicos evangélicos publicaram artigos sobre a “síndrome das mulheres limitadas aos papéis da casa e esposa”, onde se argumentava que as mulheres estavam restritas a papéis inferiores na Igreja. Os homens podiam se tornar ministros ordenados, mas às mulheres se lhes impunham barreiras nas atividades ministeriais como ensino, aconselhamento e pastoreamento. As mulheres, afirmavam os ativistas, desejam participar da vida religiosa num nível mais significativo do que costura ou a direção de bazares ou arrumar a mesa da Santa Ceia ou serviços gerais tais como o levantamento de recursos para os necessitados, os quais freqüentemente são designados a elas. Tanto quanto com trabalho físico, elas desejam contribuir com idéias para a Igreja.
O Concílio Mundial de Igrejas
A atenção sobre os papéis do homem e da mulher dentro da Igreja se tornou mais intenso na medida em que o movimento secular das mulheres foi ganhando força. Ainda em 1961 o Concílio Mundial de Igrejas distribuiu um panfleto intitulado Quanto à Ordenação de Mulheres, chamando as igrejas afiliadas para um “re-exame de suas tradições e leis canônicas”. Várias denominações começaram a aceitar que o cristianismo havia incorporado em seus valores uma atitude patriarcal dominante da cultura de suas origens. Muitos católicos, metodistas, batistas, episcopais, presbiterianos, congregacionais e luteranos concordaram: a mulher na Igreja precisa libertação. Com esta conclusão em mente, de que a mulher precisava de libertação dentro da Igreja, estabeleceu-se um curso de ação que tinha como alvo abrir as avenidas para o ministério ordenado das mulheres tanto quanto para os homens.
Nos anos 60 as feministas cristãs se colocaram num curso paralelo àquele estabelecido pelas feministas na sociedade secular. Elas, junto com suas contra partes, buscaram anular a diferenciação de papéis de homem/mulher. O tema dominante foi a necessidade da mulher definir-se a si mesma. As feministas criam que às mulheres se deveria permitir fazer tudo o que o homem pode fazer, da mesma maneira e com o mesmo status reconhecido que é oferecido ao homem. Isto, segundo elas criam, constituía a verdadeira igualdade.
Os Primeiros Argumentos em Prol da Ordenação de Mulheres
As feministas cristãs buscaram a inclusão das mulheres na liderança da Igreja sem uma clara análise da estrutura e funcionamento da mesma segundo os padrões bíblicos. Meramente julgaram-na como sexista e começaram a incrementar o curso de ação em resposta a este julgamento. As feministas cristãs, de mãos dadas com suas contra partes seculares, começaram a demandar “direitos iguais”. Na reivindicação destes direitos, àquela altura do movimento feminista cristão, ainda partiam do pressuposto que a Bíblia era a Palavra de Deus. Vejamos seus argumentos.
Os Pais da Igreja Foram Influenciados pelo Patriarcado
Segundo as feministas cristãs, Clemente de Alexandria, Origines, Ambrósio, e Crisóstomo, Tomás de Aquino, Lutero, Tertuliano, Calvino e outros importantes teólogos e líderes da Igreja Cristã, influenciados pelo patriarcado, reafirmaram a inferioridade da mulher através da história da Igreja e, assim, proibiram a ordenação de mulheres e cometeram erros quanto aos papéis conjugais. As mulheres foram excluídas das posições de autoridade porque os pais da Igreja as viam, em sua própria natureza, como inferiores e menos capazes intelectualmente do que os homens.
A Bíblia ensina a Igualdade dos Sexos
Em segundo lugar, as feministas cristãs passaram a afirmar que a Bíblia dava suporte à plena igualdade das mulheres e que os homens haviam negligenciado estes conceitos bíblicos. As primeiras feministas cristãs afirmam que o registro da criação da mulher no Gênesis tem sido quase que universalmente interpretado de uma maneira equivocada para se ensinar que “Deus impôs a inferioridade e a sujeição” da mulher. Os teólogos (homens) foram acusados pelas primeiras feministas de ignorarem as passagens bíblicas que dão suporte à igualdade feminina, torcendo-as para o seu próprio interesse. A doutrina da liderança da Igreja que excluía as mulheres do ministério foi, portanto, apresentada como um subproduto de um estudo amputado das Escrituras.
Não há Diferença entre Homem e Mulher
A tese maior proposta pelas feministas cristãs no início dos anos 60 era idêntica às teses do feminismo secular: não há diferença entre homem e mulher. As feministas argumentaram que concernente às emoções, psique e intelecto, não há demonstração válida de diferenças entre mulheres e homens. Qualquer aparente diferença resulta única e exclusivamente de condicionamentos culturais e jamais de fatores biológicos. Portanto, tendo em vista a igualdade dos sexos, as feministas cristãs reclamam que a mulher deve ser posta em posições de plena liderança dentro de casa e na Igreja em igualdade com os homens.
O primeiro passo do movimento feminista dentro da Igreja foi a ordenação das mulheres para os ofícios eclesiásticos e este foi somente o primeiro passo. A ordenação das mulheres requer o desenvolvimento de uma nova teologia, de uma nova visão sobre Deus, sobre a Bíblia, o culto e o mundo. A teologia deve se redefinir, alinhando-se com o ponto de vista feminino. Foi o próximo passo dado.
Desenvolvimentos Posteriores da Teologia Feminista
Uma teologia inteiramente nova deveria ser buscada, portanto, baseada na experiência e na interpretação da mulher. Um novo desenvolvimento teológico era necessário para dar suporte à ordenação feminina. Esta nova teologia se moveu em várias direções. Veremos que ordenação feminina é apenas um item de uma agenda muito maior e mais radical.
Reinterpretação da Sexualidade Feminina
Rejeitando a definição de feminilidade e dos papéis femininos que lhes foram impostos pelos homens e pela mentalidade patriarcal dominante, uma parte significativa das ativistas radicais demandaram uma nova definição destes itens que partisse de outro referencial. A conclusão a que chegaram foi que a própria mulher é o melhor referencial para sua autodefinição. E na caminhada desta nova descoberta, ela deve se descobrir em relação com outras mulheres e não com o homem. É preciso registrar que não foram todas as feministas que concordaram com este novo passo.
Na década de 70, movimentos radicais em prol do lesbianismo passaram a identificar sua missão e propósito com o movimento feminista em geral. Foi aqui que o lesbianismo entrou no movimento feminista cristão mais radical como elemento chave na reinterpretação da mulher, sua feminilidade, espiritualidade e papéis. A maior contribuição para a entrada do lesbianismo no movimento feminista foi dada pela líder feminista Kate Millet, que publicamente admitiu ser lésbica, após escrever o livro Sexual Politics, best-seller publicado em 1970. O fato ganhou divulgação mundial mediante reportagem da revista Time naquele mesmo ano. Surgiram dentro das igrejas grupos de lésbicas “cristãs” pressionando para a ordenação de mulheres, de lésbicas, a celebração do casamento gay e aceitação de homossexuais e lésbicas ativos como membros comungantes.
Reinterpretação Feminista da Bíblia
A teologia feminista veio a ser profundamente afetada pela hermenêutica pós-moderna, a qual ensina que a escrita e a leitura de qualquer texto são irremediavelmente determinadas pelas perspectivas sociais e experiências de vida dos seus autores e leitores. A esta altura, já se havia abandonado o conceito da inspiração e infalibilidade da Bíblia.
Empregando-se este princípio na leitura da Bíblia, as feministas cristãs concluíram que a mesma é um livro machista e reflete o patriarcado dominante na cultura israelita e grega daquela época. A Bíblia é o livro de experiências religiosas das mulheres e dos homens, judeus e cristãos, mas seu texto foi formado pelos homens, adultos e instruídos. Poucos textos foram escritos por mulheres. Como resultado, os autores freqüentemente enfatizaram somente o papel dos homens. Eles contaram a história de todo o povo a partir de sua expectativa masculina. Desenvolveram a visão patriarcal da religião a ponto de transformar Deus — um puro espírito sem gênero — em um ser masculino! E que este Deus sempre escolheu homens como profetas, sacerdotes e reis porque os homens são melhores ou mais fortes moralmente do que as mulheres!
As feministas radicais propuseram, assim, uma reinterpretação radical da Bíblia partindo da ótica delas. Propuseram também que as mulheres aprendessem a examinar as leituras feitas na ótica patriarcal e a impugnar qualquer interpretação distorcida pelo machismo. De acordo com elas, a interpretação tradicional da Bíblia sempre foi masculina pois o masculino era tido como universal. Hoje, essa leitura ideológica incomodava muitas mulheres e homens nas igrejas.
Elas passaram ainda a defender a publicação de versões bíblicas onde o elemento masculino fosse tirado da linguagem. Estas versões, chamadas de “linguagem inclusiva” não deveriam mais se referir a Deus como Pai e deveriam chamar Jesus de “a criança de Deus” em vez de Filho de Deus. Já existem dezenas de versões bíblicas assim no mercado mundial. Algumas feministas ainda mais radicais declararam que a Bíblia não é confiável e que as histórias das mulheres de hoje precisam ser adicionadas ao cânon da Bíblia.
Reinterpretação do Cristianismo
Como resultado desta nova leitura da Bíblia, orientada contra todo elemento masculino e contra o patriarcalismo, as feministas propuseram uma reforma radical no Cristianismo tradicional. A ordenação de mulheres é apenas um pequeno aspecto deste projeto. Na concepção delas, a verdadeira religião deve conter elementos que reflitam o poder e a cooperação das mulheres, cuja principal característica é gerar a vida. Assim, mui naturalmente, as feministas adotaram e “cristianizaram” os antigos cultos pagãos da fertilidade, que celebram os ciclos da natureza, as estações do ano, a fertilidade da terra, as colheitas e a geração da vida. Os cultos seguem temas litúrgicos relacionados com as estações do ano. Este novo Cristianismo feminino entende que a mulher é mais apta que o homem para estabelecer e conduzir a religião, pois enquanto o homem, guerreiro, mata e tira a vida, a mulher gera a vida. Aquela que conduz a vida dentro de si é mais adequada para definir a religião e conduzir seus cultos.
Reinterpretação de Deus
O passo mais ousado dado pelo movimento feminista cristão radical foi a "reinvenção de Deus". Mais de 800 feministas, gays e lésbicas do mundo inteiro reuniram-se nos Estados Unidos em 1998 num Congresso chamado Reimaginando Deus. Os participantes chegaram a conclusões tremendas: o verdadeiro deus de Israel era uma deusa chamada Sofia, que os autores masculinos transformaram no deus masculino Javé, homem de guerra. Jesus Cristo não era Deus, mas era a encarnação desta deusa Sofia, que é a personificação da sabedoria feminina. Esta deusa pode ser encontrada dentro de qualquer mulher e é identificada com o ego feminino (na foto, capa de livro publicado sobre o assunto). No Congresso celebraram uma “Ceia” onde o pão e o vinho foram substituídos por leite e mel, e conclamaram as igrejas tradicionais a pedir perdão por terem se referido a Deus sempre no masculino. Amaldiçoaram os que são contra o aborto e abençoaram os que defendem os gays e as lésbicas.
Conclusão
A leitura das origens e desenvolvimentos do movimento feminista, tanto o secular quanto o cristão, deixa claro que a ordenação de mulheres ao ministério é apenas um item da agenda muito mais ampla dos feministas radicais dentro da igreja cristã.
É claro que nem todos os que defendem a ordenação de mulheres concordam com tudo que se contém na agenda do movimento feminista cristão. É preciso deixar isto muito claro. Conheço pessoalmente diversos irmãos preciosos que são a favor da ordenação de mulheres ao pastorado mas que repudiam as demais teses do movimento feminista radical. O que estou descrevendo aqui principalmente é a postura dos radicais dentro do feminismo evangélico.
Entretanto, não se pode deixar de notar a semelhança notável entre muitos dos argumentos usados para defender a ordenação feminina e aqueles empregados na defesa do homossexualismo nas igrejas, das versões feministas da Bíblia e mesmo da reinvenção de Deus e do Cristianismo.
[Este artigo é reprodução da primeira parte de um Caderno sobre Ordenação Feminina que publiquei algum tempo atrás, que por sua vez utilizou a pesquisa histórica da tese de mestrado do Rev. Ludgero Morais sobre o tema.]
22 comentários
comentáriosMuito bom. Levantamento histórico e análise bíblica.Particularmente, creio que as dificuldades que enfrento, são humanas e não de gênero. Mas não posso negar que as feministas foram "pedras" que falaram por todas em momentos que as mulheres não tinha voz nenhuma.
ResponderPosto que estou tentando aprender a argumentar com o Reverendo Nicodemus, e até gostaria que ele me indicasse alguns autores fundamentais sobre argumentação, sou da opinião provisória, salvo melhor juízo, que:
Responder1. No ambiente cristão no qual se chegou ao nível de crescimento implícito no versículo
"Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. Gálatas 3:28";
2. A ordenação de mulheres não só seria aceitável, como recomendável; principalmente levando-se em conta que o espírito não tem sexo.
3. Por outro lado, raramente uma comunidade cristã alcançaria tal nível de maturidade, e seria até arrogância que afirme tê-lo alcançado; portanto, melhor seria seguir a tradição de não ordenar mulheres, ainda que ela não seja defensável pela lógica universalista, do que partir do pressuposto que se atingiu a tal maturidade necessária para superar esse "entrave" da tradição.
Salvo melhor juízo, esse argumento poderia valer para outros temas que são motivos de controvérsias perturbadoras da paz entre os irmãos em Cristo.
PS.:
Falei como se estivesse pensando alto; pois, sou adepto do "brainstorm" como um poderoso meio de educação, desde que suas regras sejam seguidas à risca. Peço não ser julgado severamente pelo atrevimento de opinar sem levar em conta uma lógica acadêmica rigorosa. Neste caso, peço misericórdia mesmo, pois sou apenas um aprendiz solitário em lógica e em interpretação da Bíblia.
Reverendo, Graça e Paz!
ResponderQuanto mais conheço do feminismo, mais me assusto com ele. Creio que é uma ferramenta poderosa do inimigo contra a Igreja de Cristo.
Que Deus o abençoe!
Uau! A raiz é muito mais profunda do que eu tinha imaginado! E podre! Ler aquele trecho onde o senhor narra o que fizeram naquele congresso "Reimaginando Deus" foi como levar uma facada no coração..
ResponderO mundo se tornou mais acessível as mulheres, mas levando em consideração o preço pago a longo prazo, não sei se valeu a pena.O extremismo levou a uma inversão de papéis que parece ser irreversível na sociedade. Na verdade penso que em lugar algum das escrituras esta escrito que a mulher seja inferior ao homem, a mulher consegue fazer muitas coisas, talvez tudo que o homem faça, mas o homem nunca vai conseguir ser mãe e esposa, e estas são tarefas que no meu ver, se a mulher quiser ela faz de forma impecável, creio que o projeto de Deus é esse. Não é uma questão de ser melhor, superior, mas sim de estar no lugar certo e fazer a coisa certa.
Responder"data máxima vênia", não obstante reconhecer o esforço de cotejar argumentos alhures e noutros tempos com o intuito de legitimar uma ordem machista e que não dialoga com o nosso tempo, penso que quem pugna ou advoga essa tese da exclusão das mulheres dos ofícios eclesiásticos prestam um desserviço a Igreja de Cristo, além de reproduzir aquilo que de mais retrógrado ainda sobrevive no gênio humano, o preconceito. O nosso presente quadro existencial, penso, não mais comporta tal mentalidade e atitude desprovida, inclusive, de embasamento bíblico. S.M.J.
ResponderSem alterar o paradigma de que existe um oprimido que deve se rebelar contra o status quo e fazer a revolução, e assim assumir o controle de seu destino, o estratagema que Satanás usou com Eva vai continuar funcionando perfeitamente.
ResponderA base desse sistema é que Deus não é bom, os pensamentos do homem é que são bons. E mais, não é da obediência que virá a salvação, mas é da murmuração que sairá a solução. Chamam benção de maldição e maldição de benção.
Os que adotam o paradigma dos direitos deveriam ler a sua Bíblia, pois ser cristão é abrir mão dos direitos. A resposta bíblica ao ponto dos direitos das mulheres é simples: elas não têm direito nenhum. O mesmo se repete em relação aos direitos dos homens. O único direito que o seguidor de Cristo tem é de renunciar a seus direitos, assim como o Nosso Senhor fez.
Jamais defenderei o ideário feminista, mas não dá para ignorarmos que a Igreja reserva às mulheres papéis secundários no ministério. Por que as mulheres podem ser missionárias, realizarem grandes trabalhos entre povos de todas as nações e não podem ser pastoras em igrejas locais? Qual a resposta para isto? Essa "reserva de mercado" nada tem a ver com o feminismo e suas ideias esdrúxulas. Não precisamos reinventar Deus para reconhecermos a diferença do papel da mulher no primeiro século da era cristã e no atual.
ResponderÉ um artigo bem objetivo e que revela muito claramente a cronologia deste perigoso movimento de superiorização da mulher em termos eclesiásticos. Se as Igrejas Reformadas, que de fato são conservadoras, abrirem suas portas para a Ordenação Feminina e posterior ordenação de Gays, é melhor rasgarem e queimarem suas Bíblias e documentos históricos, que sejam Anátema tais posturas.
ResponderQue o Eterno tenha misericórdia de Sua Igreja.
Vale fazer algumas considerações com alguns comentários:
Responder1- Adson Thiago me perdoe caro irmão mas seu argumento entra na falácia "Ad Hominem". Usando de verborragia? Cade sua fundamentação para nos brindar e mostrar qual seria o erro do estudo? Falou,falou e falou e no final não disse nada.
2-Ariovaldo Medeiros se utiliza do pressuposto cultural para justificar a ausência de pastoras nos primeiros séculos. O problema que quando embasamos somente em Timóteo percebemos que a justificativa de Paulo não teve caráter cultural mas sim da criação.Com relação ao ministério de missões existe um outro estudo no Blog que refuta esse argumento("Respostas a argumentos usados em favor da ordenação de mulheres).
3-Professor João Martins: Acerca de Gl 3.28 segue a própria resposta do Reverendo no estudo que indiquei no item anterior:
"17. O Novo Testamento diz que, em Cristo, não há homem nem mulher, todos são iguais diante de Deus (Gl 3.28). Proibir as mulheres de serem oficiais da Igreja não é fazer uma distinção baseada em sexo?
Resposta: Não se pode discordar de que o Evangelho é o poder de Deus para abolir as injustiças, o preconceito, a opressão, o racismo, a discriminação social, bem como a exploração machista. E nem se pode discordar de que Cristo veio nos resgatar da maldição imposta pela queda. A pergunta é se Paulo está falando da abolição da subordinação feminina e de igualdade de funções nesta passagem. Está o apóstolo dizendo que as mulheres podem exercer os mesmos cargos e funções que os homens na Igreja, já que são todos aceitos sem distinção por Deus através de Cristo, pela fé? Entendemos que a resposta é não. Gálatas 3.28 não está ensinando a igualdade para o exercício de funções, mas a unidade de todos os cristãos em Cristo".
Irmãos em CRISTO,
ResponderJá meditei muito a respeito do tema. Outrora julgava que fosse algo sem maiores relevância (mudei de opinião depois de ler um artigo do Rev. Augustus no portal da IPB nos idos de 2004).
Hoje vejo que a ordenação feminina é a porta de entrada para o liberalismo que destrói a Igreja!!!
Não se trata de machismo! É óbvio que a mulher, como ser humano, dotada de inteligência é totalmente capaz de assumir os papéis de oficiais de Igreja.
Mas, só tem um "pequeno" problema. DEUS proibiu! Isso mesmo, a Palavra é muito clara ao vedar que a mulher assuma tais funções (vide, por exemplo, 1 Timóteo 2.12)!!!
A questão fica simples. Estamos diante de mera OBEDIÊNCIA!!! O obedecer é melhor que sacrificar, conforme nos ensina Samuel (1 Samuel 15.22).
O homem não é melhor que a mulher. Nem vice versa.
Ao crente cabe obedecer. Nada mais.
Fraternalmente.
Cristiano Pereira de Magalhães
Acredito piamente que a mulher tem um papel muito importante na vida do homem " marido" e que papel é esse aquilo que esta escrito na palavra, na criação O Eterno deixou bem explícito o papel de cada um, não sei por que que temas como esse levanta tanta controvérsia e descontentamento, a função da mulher é auxiliar o homem" farlhe-ei adjuntora que lhe seja idônea",pronto e que tem de difícil nisso? É igual a questão da submissão, a palavra é clara ordena que a mulher seja submissa e que o marido ame a mulher, acabou, Deus deixou as coisas de maneira muito clara, consisa e precisa, os homens é que dificultam....
ResponderEu acredito, que o grande problema esteja na maneira como isso é defendido. Pois, o dialogo é muita vezes, simplesmente, a nível de conceitos; não vemos chegar mais em baixo, por exemplo: nos pressupostos. Não acho certo dizer que a mulher não tinha espaço na sociedade que Paulo vivia. É preciso determinar, primeiro, qual sociedade? Que soberania das que constituem a esfera: estado, artes, família, igreja, ciência, etc? Vejo entre os Romanos mulheres exercendo grande influência no estado: Agripina Maior(esposa de Germânico, que foi envenenado a mandado de Tibério), Agripina Menor(Irmã de Calígula, e Mãe de Nero, este matou-a com medo de perder o trono), Messalina( terceira esposa do Imperador Cláudio). Na Religião entre os Gregos, os Coríntios possuíam um templo dedicado à Afrodite, cujas ministrantes eram mulheres, ou melhor, mulheres que prostituíam-se em adoração a está divindade mitológica. Entre os Espartanos, as mulheres são quase homens, é interessante observar no filme os 300, uma cena onde Leônidas, encontra-se com Xerxes I, aquele diz a este que as mulheres espartanas estão prontas para representar os homens numa possível guerra. Enfim, isso é um assunto sério, que precisa ser dialogado de maneira séria. A exposição feita pelo Rev. Augustus, vai muito além dos conceitos, e chega ao pressupostos que serve de fundamento para a conclusão de poder ordenar as mulheres a liderança. Isso é um dos problemas que a Igreja enfrenta hoje, esta combate apenas os conceitos, e esquece-se de combater a cosmovisão mundana, como Paulo: "Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. 1Co 10.4,5". Excelente post, Deus seja louvado. Amém!
ResponderInteressantíssimo texto, gostaria de fazer uma singela indicação para quem queira acrescer mais conhecimento neste assunto, trata-se do capítulo 12 "Como as Mulheres Começaram a Guerra Cultural" do livro 'Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo de Seu Cativeiro Cultural' escrito por Nancey Pearcey.
ResponderAtos 10:34
ResponderDiante disto, Pedro começou a compartilhar: “Agora sim, percebo verdadeiramente que Deus não trata as pessoas com qualquer tipo de parcialidade,
Tiago 2:1
Caros irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façais acepção de pessoas, tratando-as com preconceito ou parcialidade.
Tiago 2:9
se, todavia, tratais as pessoas com parcialidade, estareis incorrendo em pecado e sereis condenados pela Lei como transgressores.
Verdade. Triste isso.
ResponderTambém concordo.
ResponderQue lindo. Exatamente isso.
ResponderAmém!
Responder👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
ResponderNem totalmente capaz de assumir um papel desse eu, como mulher, me acho. Parto do pressuposto de que se Deus não me chamou para fazer tal coisa Ele também não me deu condições para isso.
ResponderE eu descanso naquilo para a qual fui chamada, ser auxiliadora. Já é extremamente trabalhoso, que dirá me meter a ser a cabeça... Deus me livre desta carga pesada que vou levar sem necessidade e principalmente, viver longe da vontadr do SENHOR.
Amo cuidar da minha casa, fazer comidas, passar roupas, cuidar do meu marido. Eu também estudo e espero depois de terminar minha especialização fazer um mestrado.
Mas aprendi com dores que esta não é minha prioridade.
Quem estabeleceu o tipo de culto a ser prestado pelo homem é Deus, Ele é quem definiu a forma, o modo, os objetos presentes, o local, as vestes e quem iria ministrar diante dEle, A casa de Arão e seus filhos homens, a casa de Levi e seus filhos homens, Deus escolheu sacerdotes; a escolha de sacerdotisas e seu uso é característica do paganismo e é apenas uma forma de contrariar a ordem estabelecida por Deus e tornar explícita a rebelião contra esta ordem. Deus falou, orientou, descreveu e deu dons aos homens para executar exatamnte tudo quanto havia ordenado. Sendo Ele, Deus, o receptor do culto e, tendo ordenado a forma que Lhe agrada, quem é o homem para contradizer e eleger uma outra forma de adoração? Ao faze-lo o homem não estaria agradando a si mesmo ao invés de agradar a Deus?
ResponderO culto à ser prestado pelo homem é o que agrada a Deus e não aos homens.
A subversão de toda ordem e forma estabelecida por Deus é característica do reino de satanás.