Acabei de ler a seguinte notícia:
“Em último turno, o plenário do Senado aprovou o projeto do divórcio direto. Essa alteração no texto constitucional acaba com os prazos atualmente necessários entre o fim da convivência do casal e o divórcio, além de tirar da Constituição a figura da separação formal. A lei já passou pela Câmara e não precisa passar pelo crivo do presidente da República. Começa a valer assim que publicada no Diário Oficial.”
Os prazos atuais são estes: o divórcio pode ser pedido após um ano da separação formal (judicial ou no cartório), ou após dois anos da separação de fato (quando o casal deixa de viver junto). Com a nova medida, o pedido de divórcio poderá ser imediato, feito assim que o casal decidir pelo término do casamento. A existência destes prazos se justificava, entre outros motivos, por uma visão elevada do casamento e de sua seriedade. Dava tempo para que as pessoas realmente refletissem se era isto mesmo que queriam. Não poucos voltaram atrás e continuaram casados. Mas agora a coisa banalizou. Descasar e casar de novo se tornaram tão fáceis quanto alugar um apartamento e rescindir o contrato. Aliás, até mais fácil, pois neste último caso, tem multas para serem pagas.
O assunto provoca a reflexão da relação entre o cristão que toma a Bíblia como única regra de fé e prática e a submissão às autoridades civis. Sobre isto, vou expressar minha opinião. Eu sei que o Senado não está tratando das causas do divórcio e sim da rapidez com que ele pode ser obtido. Mas ao torná-lo tão fácil e rápido, com certeza vai estimular ainda mais as separações por quaisquer motivos.
1 – O ensino do Novo Testamento é que todos devem estar sujeitos às autoridades superiores pois as mesmas foram constituídas por Deus. É isto que Paulo diz em Romanos 13.1 e Tito 3.1, ecoado por Pedro em 1Pedro 2.13. A referência em todas estas citações é aos governantes. Diga-se, de passagem, que na época em que Paulo e Pedro escreveram, Roma governava absoluta e o Imperador era a autoridade máxima.
2 – Não é preciso dizer que estas diretivas de submissão aos governos são excetuadas no Novo Testamento quando as autoridades, disvirtuando sua função, promulgam leis ou tomam decisões que colocam os cristãos em conflito com sua consciência, a qual está cativa a Cristo, pelas Escrituras. Um bom exemplo disto foi a desobediência dos apóstolos à determinação do Sinédrio de que eles parassem de falar de Cristo em Jerusalém. A resposta deles foi: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4.19-20).
3 – No caso do divórcio, é preciso reconhecer que em nosso país é o Estado quem oficializa o casamento e que é o Estado que o termina oficialmente. As igrejas e os pastores tão somente invocam a bênção de Deus sobre o matrimônio. Igualmente, não são as igrejas que realizam o divórcio. Todavia, se o Estado vier a legalizar o casamento entre homossexuais e lésbicas, as igrejas cristãs – pelo menos uma parte delas – se recusará a pedir a benção de Deus sobre este “casamento.” Da mesma forma, estas mesmas igrejas – e mais uma vez, pelo menos uma parte delas - se recusará a aceitar a validade espiritual e religiosa de divórcios obtidos de maneira contrária à Escritura.
4 – Como me incluo entre aqueles pastores que não aceitarão a validade religiosa e espiritual de divórcios obtidos de qualquer forma, vou dar minhas razões. Na verdade, estas razões não são minhas, mas são aquelas apresentadas na Confissão de Fé de Westminster, que é a declaração oficial da maioria das igrejas presbiterianas conservadoras no mundo todo. De acordo com ela, o divórcio só deverá ser procurado em caso de adultério e em caso de abandono pela parte descrente.
5 – No caso de adultério, a base bíblica invocada são as palavras de Jesus em Mateus 5.32, “Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério”. Ele repetiu estas palavras em Mt 19.3. E no caso do abandono, a referência é às palavras de Paulo em 1Coríntios 7.15, “Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz.” Os autores da Confissão de Fé entenderam que estas passagens abriam a possibilidade de se buscar o divórcio e depois um novo casamento em caso de traição e abandono.
6 – Novos casamentos que se originaram em divórcios que não foram obtidos pelas razões acima, nas palavras de Jesus se constituem em adultério, conforme o ponto anterior citando Mt 5.32; 19.3. É claro que isto cria uma enorme quantidade de casos problemáticos nas igrejas, que cada vez mais estão cheias de membros, presbíteros e pastores divorciados e casados pela segunda e terceira vez, e cujas separações se deram por motivos como incompatibilidade de gênios, falta de amor, etc.
7 – Esta área é tão complexa que não existe solução fácil nem ideal após ter havido o divórcio pelos motivos errados e, ainda por cima, um novo casamento. Não se trata do pecado sem perdão, mas certamente traz conseqüências danosas para todos. Uma igreja que recebe e aceita como membros quaisquer divorciados e recasados está passando uma mensagem muito clara aos seus membros: o casamento não é uma coisa tão séria assim, e que se der errado sempre tem a porta do divórcio por onde se pode sair e encontrar outra pessoa em nome da “felicidade”.
8 – Deus já nos disse o que ele pensa sobre o divórcio. “O SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio” (Ml 2.16). “Tornaram eles: Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar. Mas Jesus lhes disse: Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou escrito esse mandamento; porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe e unir-se-á a sua mulher, e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Marcos 10.4-9).
O resumo da ópera, para mim, é este. Mesmo que o Estado sancione leis que tornem o divórcio fácil de obter por qualquer motivo, ainda assim os cristãos têm sua consciência presa à Palavra de Deus. Eles poderão legitimamente procurar e obter o divórcio se traídos ou abandonados (aqui, para mim, está incluída a agressão física). Nos demais casos, com a graça de Deus e ajuda pastoral e profissional, poderá superar as dificuldades e manter o casamento.
90 comentários
comentáriosCaro Dr. Augustus gostaria de que o irmão explicasse melhor a questão de como a agressão física poder ser enquadrada como "abandono", pois já fui questionado a este respeito. Fraternalmente em Cristo.
ResponderFrank,
ResponderNão há passagens bíblicas tratando diretamente do assunto. Eu assumo que uma mulher que apanha do marido está sofrendo o pior tipo de abandono. O marido não somente a abandonou como também procura destruí-la fisicamente. Ela corre risco de vida. Mas, preciso dizer que nem todos pastores pensam desta forma e não aceitam divórcio mesmo em caso de agressão física comprovada. Minha opinião, como já expressei, é diferente.
Abs.
Como não poderia deixar de ser, maus um artigo muito bom, sério e esclarecedor para o cristão comprometido com os parâmetros Cristãos.
ResponderQue Deus continue revestindo-lhe de sua maravilhosa graça reverendo Augusto.
Prezado Rev. Nicodemus,
ResponderAcedito que o Cristão não depende dessa lei. Mas o educando Cristão pode ser afetado por ela.
Certo pastor pregava sistematicamente contra o divórcio e acusava os pais dos divorciados por não tê-los educado como Cristãos. Quando chegou a hora da verdade os filhos desse pastor se divorciaram pouco tempo depois de casados.
Imagino que o que Deus uniou o homem não separa. Mas só o que Deus uniu. Muitas vezes o casamento, inclusive de pastores, visa apenas a atender suas necessidades sexuais. O resultado é sempre desastroso.
É necessário que a educação Cristã seja fortalecida sabendo que "só a verdade liberta".
Pr Nicodemus, Belo texto e muito claro a respeito do que a Bíblia nos ensina. Mas fiquei um pouco com dúvida referente ao assunto, pois bebi de outras fontes no qual afirmam algo diferente, me deixando meio confuso. A pergunta é " O pr. Jonh Piper afirma em um dos seus videos, que a palavra grega Pornéias,não quer dizer adúltério e sim tem vários significados, mas a palavra que se encaxaria melhor, seria fornicação. me explique por favor.
ResponderA outra pergunta é que Ele vem afirmar também em seu vídeo, que o fato de Jesus ter falado em relações sexuais inlícitas, Ele estaria falando sobre o que tinha ocorrido com seu Pai José,que sem ter tocado em Maria, ela encontra-se grávida, então ele teria todo direito de abandoná-la, pois ela teria uma relação sexual inlícita. Essas são as dúvidas iniciais, espero que compreenda meus questionamentos. Grande abraço e não esqueça do blog apenaafiada. Deus abençoe!
Caro Augustus:
ResponderExcelente post. Parabéns.
Com relação à questão da agressão física, levantada pelo Frank, concordo com sua posição.
Entendo que o contexto das diretrizes paulinas pressupõe uma convivência matrimonial pacífica com a parte descrente. Há a menção explícita do "consenso" - se consentir e, no fechamento das diretrizes a colocação: "Deus vos chamou à PAZ". Essa condição, obviamente exclui um matrimônio onde a tônica é a agressão e, por vezes, verdadeiras sessões de intimidações físicas.
Nas considerações práticas, quando existe agressão é praticamente certo que já existe adultério, também.
Abs
Solano
Apenaafiada - é Anderson, certo?
ResponderA palavra grega para adultério é moicheia que aparece três vezes no NT (Mt 15.19; Mc 7.22 e Jo 8.3). O verbo adulterar (moicheo) aparece 15 vezes. Sempre o sentido é de alguém casado ter relações com outra pessoa (ou desejar ter) que não seja seu cônjuge.
Já o termo porneia é bem mais amplo, e significa imoralidade, impureza sexual, fornicação, prostituição, etc. Dependendo do contexto, significa adultério, quando se trata de imoralidade cometida por uma pessoa casada.
É o caso em Mateus 5.32 e 19.9. Toda fornicação ou imoralidade sexual que alguém casado comete é, ao final, adultério.
No caso de José, a relação sexual ilícita que Maria teria tido seria adultério, certo?
O que eu não sei é como Piper descobriu que Jesus nesta passagem de Mateus 5.32 tinha em mente o caso de José e Maria, uma vez que isto não nos é declarado no texto.
Abs.
Pr Augustus, é Anderson sim!
ResponderExiste alguns comentários que afirmam, que o texto de (Mt:19) não se retrata de recasamento mas a divórcio apenas. Afirmam tais pessoas que quando Jesus fala que poderá se separar, não quer dizer que venha a recasar-se, mas apenas quebrar a aliança matrimonial.
O Rev. Jonh Piper, diz que o fundamento do casamento gira em torno do que paulo falou na Carta aos Coríntios, que O marido deve amar sua esposa como Cristo amou a sua Igreja, e que quando há traição e a mulher quebrantada pede perdão, o homem Cristão deve perdoa-la, caso não peça perdão deve orar e esperar.
Outro ponto interessante é que ele compara o matrimônio ao casamento de Jesus com sua Igreja, pois deste ponto de vista, ele vai falar que Jesus nunca abandona sua Igreja, mesmo ela adulterando diariamente.
Muito obrigado pela atenção. posso lhe enviar o link do vídeo caso deseje.
Anderson,
ResponderPiper não é a palavra final neste assunto. Posso lhe dar uma relação de estudiosos tão competentes ou mais do que o Piper que divergem dele. Alguém outro tentou usar aqui no blog o famoso e batido argumento da autoridade, que é tentar provar um ponto apelando para gente famosa. O problema é que sempre tem gente igualmente famosa no outro lado.
Se vamos decidir a questão com base em autoridades, fico com a posição dos puritanos que escreveram a Confissão de Fé, que interpretaram Mateus 19 e as demais passagens como eu expus no texto.
Um abraço.
Compreendo Dr Nicodemus,só que isso influêncio muita minha vida, pois antes de professar a fé reformada, fazia parte de uma congregacao que tinha essa ótica, pois de antemão também tenho como maior autoridade depois das sagradas Escrituras, a confissao de fé da minha Igreja que é a Confissão de Westiminster. Quando abordei o Piper, ele falou a mesma coisa que minha antiga denominação falava por isso fiquei confuso.
ResponderGrande abraço e espero que me compreenda. E também aceito outros autores.
Caro Reverendo
ResponderEu raramente faço "propaganda" do meu blog, aqui no Tempora nunca o fiz, mas vou abrir uma exceção... risos...
Minhas impressões sobre o assunto (Divórcio) eu publiquei no link abaixo:
http://oliveira-reflexoes-reformadas.blogspot.com/2009/10/sobre-o-divorcio.html
Diverge suavemente da sua posição (por exemplo na possibilidade de recasamento).
Grande abraço!
Reverendo,
ResponderE no caso:
1- A esposa, ainda jovem (35 anos), que era fogosa, foi simplesmente esfriando ao longo de poucos anos;
2- Simplesmente ficou INDIFERENTE ao sexo;
3- Não procura o marido e, procurada, sempre tem desculpas.
4- Tratamentos, remédios e aconselhamentos não resolvem;
5- Marido atencioso, criativo, em forma, jovem, carinhoso... não adianta.
6- Não há traição. Por 4 meses foi seguida por detetive, nunca o soube. Simplesmente NÃO tem mais nenhum interesse em sexo.
7- Isso não é abandono? Não é praticamente um repúdio?
Responda, por favor... Como não estou me identificando, não considero exposição.
Abraços,
Arnaldo (pseudônimo)
Arnaldo,
ResponderO casal é evangélico, membro de uma igreja evangélica?
Abs.
Olá Rev.,
ResponderNo caso, foi citado aqui a "agressão física" do homem contra a mulher. Neste caso, a mulher, caso se separasse, poderia se casar de novo, ou estaria contra a Palavra?
Outro ponto: agressões existem de outras formas, sem serem as físicas. Penso agora em mulheres que se casaram com homens dito "crentes" mas que, na vida prática, não só não manifestavam santidade genuína, como poderiam inclusive prejudicar a vida de suas cônjuges. Nestes casos, o que fazer?
Eu prezo muito a Palavra e o casamento, mas como pode ver, sempre aparecem os diferentes "cenários". Como o sr. mesmo disse que "não existem passagens diretas sobre o assunto" em sua resposta, pergunto: como os pastores devem tratar estes diferentes "cenários", como o que eu dei aqui e o Pb. Penha exemplificou? Como interpretar de forma correta as palavras de Cristo que, quando interpelado sobre o divórcio, afirmou que este foi concedido por Deus por conta da "dureza do nosso coração"?
God bless.
Cristiano,
ResponderJá dei minha opinião acima sobre a mulher que é espancada fisicamente pelo marido.
Na minha opinião, não se incluem aqui outras agressões que não as físicas.
Os pastores devem ver cada cenário em oração e procurando preservar sempre a alta conta que a Bíblia tem do casamento.
Já respondi ao Pb. Penha acima.
Sobre dureza de coração, a maneira correta de se interpretar esta passagem ou qualquer outra é dentro do seu contexto, procurando a intenção de Cristo e em conformidade com outras passagens que tratem do mesmo assunto. A Bíblia é sua melhor intérprete.
Abs.
Anônimo das 6:27,
ResponderVocê disse:
"Imagino que o que Deus uniou o homem não separa. Mas só o que Deus uniu."
De certa feita minha esposa e eu aconselhamos um casal em vias de separação, cujo marido argumentava que o casamento deles não havia sido feito por Deus – portanto, a expressão “aquilo que Deus ajuntou” não se referia a eles, ficando assim ambos livres para se separar. O argumento é que eles casaram muito cedo, sem pedir a bênção de Deus, e que tiveram relações sexuais já antes de casar-se. O casamento foi errado desde o começo. Não havia sido feito por Deus e portanto, deveria ser terminado o mais breve possível.
Nossa resposta foi que Jesus, em Mateus 19.6, estava se referindo à instituição do casamento. Foi Deus quem o instituiu para a raça humana. Todo casamento, portanto, quaisquer que tenham sido os motivos e as circunstâncias que culminaram nele, é uma união legítima entre um homem e uma mulher.
Abs.
Boa noite Reverendo Augustus. Sou Batista.
ResponderÓtimo artigo reverendo augustus, muito bom mesmo, também concordo que todo casamento deve ser feito sobre a observação inerente ás escrituras.
Reverendo Augustus aproveitando o tópico gostaria de lhe perguntar se possível for responder sobre uma determinada obra biblica, já que o reverendo é uma grande autoridade na boa interpretação biblica, sobre a obra; Comentário Judaico do Novo Testamento, é uma boa obra para aquisição, para uma boa leitura e melhor interpretação da biblia?
Obrigado desde já e sempre estou por aqui lendo os posts desse maravilhoso blog.
Paulo André
Paulo André,
ResponderTenho um exemplar em minha biblioteca mas nunca li. Se for o comentário do judeu-messiânico Stern, veja aqui uma breve biografia dele:
http://en.wikipedia.org/wiki/David_H._Stern
Eu recomendaria como um exemplo da interpretação que judeus-messiânicos fazem do NT. Mas não tomaria como meu comentário básico ou chave de consultas.
Olá Dr.Nicodemus, primeiramente parabéns pelos comentários!
ResponderFazendo um resumo do que peço a respeito do tema, queria que o senhor emitisse sua opinião.
O casamento é uma união indissolúvel que Moises por questões morais(Lv24) entre outras, chamada por Jesus de dureza do coração. Porém Jesus corrige a situação informando que a única situação que legaliza a separação e um novo casamento é as relações sexuais ilícitas (Mt19:9).
O texto de Marcos 10, trás uma detalhe importante, os discípulos questionaram Jesus em casa , ou seja, o Senhor estar falando agora com quem lhe dá ouvidos, com a Igreja, com os crentes, não mais com a sociedade em geral, e lá ele encerra o assunto : “E em casa tornaram os discípulos a interrogá-lo acerca disto mesmo.E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.”
Dessa forma, entendo que o casamento que reflete a união de cristo com a Igreja, ou seja, um pacto eterno. Claro! sempre ocorrerá, traições, violência, abandono do lar, separações; pois, como disse Jesus, há pessoas que não nascerão para esse conceito.
Saudações.
Boa noite Rev. Augustus
ResponderSim, é exatamente do David Stern, Perdão por não colocar o nome do autor.
É exatamente este, Comentário Novo Testamento Judaico - David Stern, escutei muitos rumores a respeito dele, e estava prestes a compra-lo.
O Reverendo recomenda algum outro comentário do novo testamento que serveria como uma boa fonte de consulta? Muito obrigado pela resposta reverendo augustus.
Que Deus abençoe
Paulo André.
Querido Pastor Nicodemus.
ResponderMais uma vez o senhor nos brinda com seus textos reformados. Louvado seja Deus por esse blog!Deus continue abençoando o senhor.
Eu ouvi e apreciei muito suas três mensagens sobre casamento, divórcio e novo casamento em sua série sobre o evangelho de Marcos.
Porém, fiquei em dúvida sobre o recasamento e a posição da Confissão de Westminster.A Confissão diz no capítulo XXIV, seção V: "...No caso de adultério depois do casamento, é lícito à parte inocente propror divórcio, e, depois de obter o divórcio, casar com outrem, como se a parte infiel estivesse morta." Ou seja, a parte inocente pode pedir divórcio, caso a outra parte(culpada)tenha adulterado e logo após, casar-se de novo. Porém em Mt 19.9 é dito assim: "Eu vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, e casar com outra, comete adultério; [e o que casar com a repudiada também comete adultério.]" Vamos ao exemplo: Um homem se divorcia da sua mulher por qualquer motivo (não adultério). Se ele casar com outra, ele adultera. Porém, se a mulher se casar com outro, ou seja, a repudiada, que não adulterou e, portanto, inocente, nesse caso, também comete adultério (eu creio que não somente "o que casar com a repudiada" mas ela também está em adultério!). Se neste caso (que tem uma semelhança com a deserção, já que não houve adultério)não é permitido o recasamento da parte inocente, porque seria permitido caso a parte culpada adulterasse?
Queria que o senhor visse essa questão não como um "ataque" à Confissão de fé de Westminster. Sou um crente Batista e amo essa confissão que muito tem me ajudado a interpretar a Escritura corretamente, juntamente com a confissão Batista de Londres.
Deus continue abençoando o senhor.
Diego
Olá Rev.,
ResponderEu vi que o sr. já havia respondido ao Pb. Penha, mas minha intenção era me apronfudar um pouco mais sobre isso, pois este posicionamento do sr. sobre agressão física confesso que nunca tinha ouvido antes; por isso perguntei se "neste caso, a mulher, caso se separasse, poderia se casar de novo, ou estaria contra a Palavra?" Da mesma forma, a pergunta do "Como interpretar de forma correta as palavras de Cristo...", onde estava perguntando especificamente sobre o divórcio, em como Cristo estava explicando especificamente este texto.
Minha intenção não era causar nenhum incômodo, e se o fiz, peço desculpas. Vou procurar tirar minhas dúvidas em outro lugar.
God bless.
Caro Rev. Augustus,
ResponderCom certeza há grandes teólogos dos dois lados das posições sobre divórcio e novo casamento. Juntamente com John Piper, temos Agostinho, Herman Hoeksema e muitros outros. Com a CFW, temos Gordon Clark, John Murray e muitos outros também.
Contudo, creio que a posição advogada por esses últimos (e pelo senhor) não considera a reação dos discípulos de Cristo após nosso Senhor apresentar a verdade sobre o divórcio e o novo casamento, a saber, espanto e admiração com a condição da "vítima".
Ora, mesmo num ambiente de incrédulos e ateus, TODOS concordarão que "a parte inocente" pode casar de novo, mas "a parte culpada" não. Com certeza alguns afirmarão que a "parte culpada" também pode (o que faz mais sentido, já que o casamento foi supostamente anulado), mas eu NUNCA vi uma pessoa defender que a "parte inocente" não pode. NUNCA!
E se foi isso (ou seja, que a "parte inocente" pode casar) que Jesus ensinou, como explicar o espanto dos discípulos?
Mateus 19:10 Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar.
Não há nada de espantoso em a "parte inocente" casar e a "parte culpada" não. Nada!
E o que é pior! Só porque se eu trair, eu não posso casar mais, isso é um motivo para não valer a pena casar? NUNCA! Ora, temos que ignorar totalmente a exegese, e fazer uma eisegese, para entender o versículo ensinando isso.
Por que então os discípulos falaram que não convinha casar? Simplesmente por isso: se eu for um bom esposo, fiel, carinhoso, crente, e minha mulher me trair, eu tenho a PERMISSÃO para SEPARAR, mas NÃO a permissão para CASAR DE NOVO. Isso sim é ensino duro, e difícil de aceitar, mas foi Cristo quem disse, e os discípulos entenderam muito bem.
O que Jesus respondeu?
Mateus 19:11-12 11 Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. 12 Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.
O próprio Jesus responde a pergunta que muitos fazem quando se deparam com esse assunto. Se um jovem ou uma jovem foi traído, e não quer continuar casado (perdoar, caso haja arrependimento), o que ele ou ela devem fazer? SE FAZER EUNUCO, por causa do reino dos céus. Sim, separar e não casar mais. Apenas a morte quebra o vínculo do casamento!
Essa passagem é clara demais! A reação dos discípulos é muito parecida com aquela dos que rejeitam esse ensino e a resposta de Jesus é totalmente condizendo com o que ensinamos.
Um abraço,
Felipe Sabino
Romos,
Responder"Fazendo um resumo do que peço a respeito do tema, queria que o senhor emitisse sua opinião.
O casamento é uma união indissolúvel que Moises por questões morais(Lv24) entre outras, chamada por Jesus de dureza do coração. Porém Jesus corrige a situação informando que a única situação que legaliza a separação e um novo casamento é as relações sexuais ilícitas (Mt19:9)."
Acho que você resumiu corretamente. O casamento idealmente deveria ser indissolúvel. Deus, através de Moisés, permitiu o repúdio por causa da dureza de coração, repúdio este que só pode ocorrer por adultério, conforme Jesus ensinou, e por abanodo pelo descrente, conforme Paulo ensinou.
Você deu a entender no caso de Marcos 10 que Jesus dizia uma coisa para a multidão - no caso, permitir o divórcio em caso de adultério - e outra para os discípulos, isto é, não permitir o divórcio por causa de adultério. Se foi isto que você quis dizer, não consigo concordar, pois faria de Jesus alguém de duas palavras, logo ele que nunca temeu homem algum.
Abs.
Paulo André,
Responder"O Reverendo recomenda algum outro comentário do novo testamento que serveria como uma boa fonte de consulta?".
Há vários. Recomendo a série de comentários publicado pela Munco Cristão e Vida Nova, que já está na praça há muito tempo. Recomendo a série de comentários da Casa Editora Presbiteriana, de autoria de Hendriksen e Kistemaker. E sem dúvida, os comentários de Calvino.
Abs.
Diego,
ResponderNão vejo a sua pergunta como uma ataque à Confissão de Fé, e mesmo que fosse, ela não é a Bíblia.
Sobre sua pergunta, é preciso deixar clara a posição da Confissão de Fé. Além da sessão que o irmão citou, que foi a 24.5 vou colocar aqui a seguinte:
"Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular. não se devendo deixar ao arbítrio e discreção das partes o decidirem seu próprio caso."
Por aqui fica claro que os puritanos que elaboraram a Confissão entendiam que as passagens de Mateus e de 1Coríntios permitiam o recasamento das pessoas que foram traídas e abandonadas. Há reformados que discordam dos puritanos neste ponto e não querem admitir recasamento nem mesmo nestas hipóteses. Todavia, considero a interpretação puritana a melhor destas passagens e fico com a Confissão.
Sobre sua pergunta baseada no exemplo que você deu, não sei se entendi direito. Se você puder repetir mais claramente, eu agradeceria.
Abs.
Cristiano,
ResponderDesculpe se o magoei, não era a intenção. Eu sinceramente não tenho mais nada a dizer sobre este assunto além do que já disse ao Pb. Penha, que considero o espancamento da mulher por parte do marido como a pior sorte de abandono, no que também fui apoiado pelo Pb. Solano Portela.
Pensei que o argumento fosse claro o suficiente, uma vez que pior que abandonar é espancar e bater covardemente na mulher. Todavia, coloquei isto como uma opinião minha.
Sobre a interpretação das palavras de Cristo eu também pensei que, mais que uma resposta, o irmão estava indagando sobre o método e modo de interpretar corretamente.
Um abraço!
Felipe,
Responder"Contudo, creio que a posição advogada por esses últimos (e pelo senhor) não considera a reação dos discípulos de Cristo após nosso Senhor apresentar a verdade sobre o divórcio e o novo casamento, a saber, espanto e admiração com a condição da "vítima".
Consideramos, sim. O espanto se deveu pelo fato de que o Senhor Jesus só permitia o divórcio e o novo casamento em caso de relações sexuais ilícitas. Isto não era consenso entre os judeus, como a própria pergunta dos fariseus indica (Mt 19.3). A escola de Hilel entendia que o divorcio e novo casamento poderia ocorrer por motivos banais. Já Shamai, apenas em caso de adultério. Além do mais, a passagem está longe de sugerir que o espanto dos discípulos foi por causa da "vítima".
"Ora, mesmo num ambiente de incrédulos e ateus, TODOS concordarão que "a parte inocente" pode casar de novo, mas "a parte culpada" não. Com certeza alguns afirmarão que a "parte culpada" também pode (o que faz mais sentido, já que o casamento foi supostamente anulado), mas eu NUNCA vi uma pessoa defender que a "parte inocente" não pode. NUNCA! E se foi isso (ou seja, que a "parte inocente" pode casar) que Jesus ensinou, como explicar o espanto dos discípulos?"
Já expliquei acima e cabe perfeitamente no contexto. A sua explicação é que não cabe, pois não há a menor pista de que os discípulos tenham se espantado com o caso da "vítima". Muito ao contrário. Veja o texto (Mt 19.9-10):
"Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério. Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar."
Jesus está falando do homem que repudia sua mulher e só admite divórcio e recasamento em caso de relações sexuais ilícitas por parte dela. A idéia de que só em caso de adultério da esposa (coisa rara embora não impossível naqueles dias) é que o homem poderia repudiá-la é que gerou espanto nos discípulos. Tanto é que eles disseram, "Se esta é a condição do homem em relação à sua mulher..."
"E o que é pior! Só porque se eu trair, eu não posso casar mais, isso é um motivo para não valer a pena casar? NUNCA! Ora, temos que ignorar totalmente a exegese, e fazer uma eisegese, para entender o versículo ensinando isso."
Não precisava dizer isto, Felipe, sempre houve respeito entre nós. Acusar-me de eisegese assim gratuitamente não fica bem... acho que já demonstrei acima que meu ponto de vista - aliás, de toda uma geração de puritanos - está bem fundamentado.23:38 09/07/2010
"Por que então os discípulos falaram que não convinha casar? Simplesmente por isso: se eu for um bom esposo, fiel, carinhoso, crente, e minha mulher me trair, eu tenho a PERMISSÃO para SEPARAR, mas NÃO a permissão para CASAR DE NOVO. Isso sim é ensino duro, e difícil de aceitar, mas foi Cristo quem disse, e os discípulos entenderam muito bem."
Não vai ser afirmando categoricamente isto que você vai convencer, Felipe. O texto mostra exatamente o contrário - o espanto dos discípulos foi porque eles entenderam que só poderiam casar outra vez em caso de adultério. Isto explica muito melhor a passagem e se coaduna com a possibilidade de novo casamento exposta por Paulo em 1Coríntios 7.
Abs.
Dr Nicodemus.
ResponderVamos ver se eu consigo explicar a minha dúvida de novo. Jesus diz assim em Mt19.9 "Eu vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, e casar com outra, comete adultério; [e o que casar com a repudiada também comete adultério.]" Então o exemplo é o seguinte: Um homem se divorcia da sua mulher por qualquer motivo que não o adultério (é isso que o texto diz "a não ser por"). Se ele casar com outra (fora do caso de adultério de sua esposa), ele adultera. Porém, se a mulher se casar com outro, ou seja, ela que foi repudiada, que não adulterou e, portanto, inocente, nesse caso, também comete adultério. Se neste caso (o marido casa-se com outra sem a sua esposa ter adulterado) não é permitido o recasamento da parte inocente (pois é isso que eu entendo que Jesus diz), porque seria permitido o casamento da parte inocente caso a parte culpada (o seu esposo)adulterasse? Ou seja, isso não quer dizer que, embora Deus tolere a separação,na verdade aos Seus olhos eles ainda estão unidos, impedindo com isso o recasamento mesmo da parte inocente, concordando-se com o texto de 1Co7.39 "A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive..."?
Obrigado por sua paciência em responder minha dúvida.
Abraços
Diego
Oi, Rev. Augustus!
ResponderObrigado por responder.
O senhor fala no ponto 5 sobre "a possibilidade de se buscar o divórcio e depois um novo casamento em caso de traição e abandono". Onde está o fundamento bíblico para dizer que a "vítima" pode casar, e o "culpado" não? Ou esta não é a posição do senhor?
Pergunto isso pois esta é a posição da maioria das pessoas com quem já conversei. Ora, se o vínculo do casamento está desfeito (tem que estar, para um dos cônjuges poder casar!), por que ambos não podem procurar um novo casamento? Por que o vínculo libera apenas a "vítima"? Novamente: com base em qual ensino bíblico?
De qualquer forma, apesar das divergências, gostei muito do post, principalmente dos pontos 6, 7 e 8, com os quais concordo plenamente.
Um abraço,
Felipe Sabino
Diego,
ResponderAcho que ainda não entendi. Perdoe a minha burrice. Talvez se eu disser com mais clareza o que penso ajude a tirar sua dúvida.
Vamos tomar o exemplo que você deu, de um homem que separou de sua mulher sem ser por causa de relações sexuais ilícitas.
Se ele casar de novo, adultera. E se ela casar de novo, adultera, mesmo tendo sido a parte "inocente".
No caso de ter havido adultério, sigo o pensamento da Confissão de Fé, que é este:
"No caso de adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta".
Abs.
Felipe,
Responder"O senhor fala no ponto 5 sobre 'a possibilidade de se buscar o divórcio e depois um novo casamento em caso de traição e abandono'. Onde está o fundamento bíblico para dizer que a 'vítima' pode casar, e o "culpado" não? Ou esta não é a posição do senhor?"
A minha posição é a da Confissão de Fé, que menciona que somente à parte inocente é lícito propor e obter o divórcio e casar outra vez.
Creio que a base bíblica para tal é o próprio texto de Mateus 19.9, conforme já expliquei acima nos comentários.
Abs.
Olá!
ResponderBom post, devemos estar alertas em nossas igrejas! Capacitar o rebanho para viver em um mundo que odeia os valores de Deus.
Sobre a interpretação do Piper... Eu particularmente sou favoravel.
Tem também o texto de romanos 7. 1 - 6. Que se considerar outras variareis para o novo casamento, além das exposta pelo Ap. Paulo, anula a analogia em relação à lei.
Até mais.
Caro Reverendo
ResponderSua resposta ao Anderson (às 11:58) foi nota dez. Eu já li diversos livros do John Piper e fui muito abençoado por ele, não estou aqui a desaboná-lo - um tremendo homem de Deus. Mas, de fato, a nossa fé deve basear-se na Palavra de Deus, não nas interpretações diversas que se lhe dão.
Só para citar "gente igualmente famosa do outro lado" - e contemporânea - lembro o John MacArthur - outro autor excelente, que também muito me tem edificado. Ele tem exatamente a mesma posição que o irmão - diz claramente que Deus odeia o divórcio, mas que há as duas exceções - adultério e deserção. Aliás, a segunda costuma levar a primeira a reboque, pois um incrédulo que se separa do crente dificilmente se manterá puro, sem se juntar a outra pessoa. Eu cá penso que Paulo se referia especificamente à deserção do cônjuge INCRÉDULO, pois essa estaria fora da ação pastoral da igreja - até porque não se concebe um crente verdadeiro abandonar o cônjuge. O que o irmão diz disso?
Veja-se a posição do MacArthur no site oficial da igreja dele em http://www.gracechurch.org/distinctives/divorce/
Rev. Augustus,
ResponderNo primeiro século o divórcio também tinha que esperar algum tempo para ser pedido ou era liberado instantaneamente após comprovados o adultério e/ou abandono?
Pergunto isso porque conheço uma moça cristã que se separou e pediu o divórcio após seu marido traí-la, ou seja, ela está amparada biblicamente. Mas o problema é que se ela quisesse fazer algumas coisas como comprar um carro por exemplo, nesse período de um ano que a lei brasileira estipula até sair o divórcio, era necessário que ela pedisse permissão para o ex.
Isso é bem incomodo e no mínimo constrangedor. O sr. não acha que nesse sentido a lei poderia ser diferente, ou pelo menos prever esse tipo de situação?
Ou, em casos como esse, o que o sr. proporia?
MAC,
ResponderNão sei dizer quanto tempo de poderia esperar para obter a carta de divórcio no Antigo Oriente - creio que era imediato, uma vez estabelecido que o casamento havia terminado pelas razões reconhecidas (havia duas escolas de pensamento sobre estas razões).
Só que a cultura do Antigo Oriente era bem mais conservadora quanto à família do que hoje. Atualmente o divórcio acontece com muita facilidade e agora vai ficar mais fácil ainda.
Acho que a lei já prevê este tipo de situação que você descreve, embora eu não tenha certeza.
Abs.
Geazy,
ResponderAlguns têm notado que Paulo não mencionou nesta passagem (Rm 7.1-4) a permissão de Jesus para a separação em caso de infidelidade. Aqui Paulo prevê apenas a morte como meio legítimo de se terminar a relação matrimonial, ignorando o divórcio por causa de adultério.
Com certeza Paulo estava perfeitamente consciente da exceção permitida pelo Senhor. O motivo pelo qual ele não menciona o divórcio por adultério é que ele está atendendo a questões específicas levantadas por seus leitores, e nenhuma delas tem a ver com adultério. Aqui em Romanos 7 Paulo está simplesmente usando o padrão normal do casamento (até que a morte os separe) para fazer uma analogia com a relação entre o homem e a Lei de Deus. Nestas passagens ele não está fazendo um tratado sistemático sobre o casamento e divórcio, mas respondendo a questões específicas. Por isso é que ele não menciona a cláusula do adultério aqui.
Abs.
Dr Augustus.
ResponderPor favor, não é "burrice" do senhor em não entender o meu exemplo, é que ele é complicado mesmo (rsrsrs)! No fundo, parece que o Felipe Sabino conseguiu expor melhor o que eu queria dizer(ou, bem próximo do que eu queria dizer)! No entanto, entendi perfeitamente a posição do senhor. Permita-me, com todo respeito, discordar do senhor neste ponto. No entanto, aproveito para dizer do meu apreço por ti e por sua teologia. Seus livros, comentários, textos e sermões tem fortalecido minha compreensão reformada das Escrituras. Tenho aprendido muito com seus sermões em áudio postados na Net(precisamos investir mais nisso!Que o senhor acha? rsrsrs)Que a batalha pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos continue sendo a batalha do senhor.
Abraços
Diego
Diego,
ResponderObrigado pelas boas palavras de encorajamento. Quanto à discordar de mim, sem problema algum. Creio que no geral concordamos que o casamento é uma instituição divina e que devemos preservá-la a todo custo.
Abs.
Rev. Nicodemus, achei muito bíblico esse post e uma avaliação muito sadia e bíblica quanto ao casamento.
ResponderMinha única ressalva e discordância é com relação aos outros motivos que o Sr. citou para o divórcio. Na verdade, eu vejo somente um que é a cláusula excetiva de Jesus nos evangelhos. Creio que Paulo estava consciente dessa cláusula. Quanto ao texto de 1Co 7, o verso 11 já tinha demonstrado antes que não podia casar novamente e isso estava implícito um divórcio. Quanto a agressões físicas, está no mesmo princípio.
Mas sei que esse é um tema polêmico. Um abraço.
Márcio.
Responderolá rev. parabéns pela postagem.
gostaria de saber do sr, como fica o caso de um novo convertido que deseja casar-se, por necessidades sexual e outras, mas este já teve um casamento rompido (no periodo de incredulidade e sem possibilidade de reconciliacao no periodo atual).
Como orientar o devido irmao(a), que percebe a necessidade de casar-se, mas no periodo em que n era cristao teve um casamento rompido.
O irmao(a) esta livre pra casar novamente com um cristao?
Aproveitando as otimas postagens do blog, gostaria de sugerir ao sr trabalhar o tema sobre o dom de linguas. Pois este tb é alvo de muita polemica e principalmente duvidas no meio da cristandade.
Tenho certeza que sua colaboracao sobre o assunto seria de grande relevancia pra todos os visitantes do blog.
Paz de Cristo.
A coisa (debate) parece estar assim dividida:
Responder1 - Uns acham que a exceção do Senhor (relações sexuais ilícitas) seria apenas para o caso de separação, ou seja, só seria possível separar neste caso mas sem direito a novo casamento. Neste caso em qualquer hipótese novo casamento seria adultério (exceto a morte);
2 - Outros acham que a exceção do Senhor está relacionada com todo o versículo, ou seja, o novo casamento não implicaria adultério para a vítima no caso de relações sexuais ilícitas;
Eu advogo a segunda posição.
O primeiro grupo parece que lê este texto assim (paráfrase minha):
1. "Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se POR CAUSA DE RELAÇÕES SEXUAIS ILÍCITAS, que não se case ou que PERDOE e/OU se reconcilie com seu marido)...;
O segundo grupo parece que lê este texto assim:
2. "Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se POR CAUSA DE GROSSERIA, INCOMPATIBILIDADE, DESPREZO, INDIFERENÇA, GÊNIO INSUPORTÁVEL, ETC...), que não se case ou que se reconcilie com seu marido MAS LEMBRANDO QUE, NÃO EU, MAS O SENHOR PERMITIU A SEPARAÇÃO E O NOVO CASAMENTO EM CASO DE RELAÇÕES SEXUAIS ILÍCITAS..."
Eu advogo a segunda posição, pois lendo o texto acredito que a exceção realmente tem ligação com todo o versículo (separação e novo casamento), e pessoalmente entendo ser mais coerente (claro que bom senso não é autoritativo...) porque ninguém merece ficar casado com uma pessoa insuportável e contra a sua vontade, mas deve saber que pode separar-se mas não pode casar novamente.
Desculpe ser um pouco longo.
Então a minha divergência do reverendo, suave diga-se, é só esta, pois no caso de agressão física, eu entendo que pode separar-se mas não está automaticamente liberada(o) para novo casamento.
Novo casamento somente em caso de morte e adultério.
Um último esforço... o texto não diz que o erro é a separação... não existiria adultério se o texto parasse pela metade...
Não há adultério se o indivíduo somente separa e fica sem casar novamente.
O adultério só ocorre se "... e casar com outra...".
Por isto entendo que a expressão "não sendo por causa de relações sexuais ilícitas..." está muito mais ligado ao novo casamento do que ao repúdio somente.
Fui longo... eu sei...
Gostaria de saber do Rev. Augustus Nicodemus o que ele pensa sobre esse comentário do filósofo e ex-padre Huberto Rohden a respeito da afirmação de Jesus em Mateus 19, "o que Deus uniu, não o separe o homem":
Responder"O verdadeiro matrimônio é baseado no amor mútuo entre homem e mulher e não apenas em libido nem interesse. Casamento contratado por verdadeiro amor é feito por Deus, porque Deus é amor. E esse matrimônio não conhece divórcio. Divórcio só existe onde não há verdadeiro amor. Um casal não unido por amor, embora unido pelo cartório ou pela igreja, não está realmente unido por Deus, e já está potencialmente divorciado antes de se divorciar atualmente. Se eles se separam por um divórcio ou desquite declarado, nada de novo aconteceu. Só quem está unido pelo amor verdadeiro está unido por Deus, realmente casado, e nenhum poder externo os pode separar". ("A Mensagem Viva do Cristo: Novo Testamento traduzido e anotado por Huberto Rohden", pg. 88.)
Grato pela atenção.
Caro Dr. Augustus,
ResponderObrigado pela clareza de sua exposição.
Tenho uma dúvida, e tomo a liberdade de expô-la aqui, em seu espaço de comentários:
O texto de Lucas 16.18 não dá uma resposta à questão da parte inocente? "...aquele que casa com a mulher repudiada também comete adultério...". Não seria esse texto o que elucida o ponto e esclarece os textos de Mateus e Marcos sobre o assunto? Ficarei grato se puder me ajudar com essa questão. Obrigado.
R. Barbosa
Tudo bem rev. Augustus!
ResponderEm João 4:16-18, o Senhor Jesus disse:
"Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade."
Revenrendo Augustus, como o senhor entende essa frase de Jesus:
"tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido"
A paz de Cristo!
Márcio,
ResponderNa minha opinião, ele cometeu estes erros quando não tinha a luz do Evangelho. Ao converter-se, "as coisas antigas passaram, tudo se fez novo" (Paulo). Acho que "zerou" e ele pode recomeçar, mas com consciência e conhecimento do que é realmente o casamento diante de Deus.
Sobre o dom de línguas, vai dar uma confusão daquelas se eu postar sobre isto, e já bastam os rolos com temas que são aparentemente menos apimentados...
Abs.
Oliveira,
ResponderVamos lá.
"1 - Uns acham que a exceção do Senhor (relações sexuais ilícitas) seria apenas para o caso de separação, ou seja, só seria possível separar neste caso mas sem direito a novo casamento. Neste caso em qualquer hipótese novo casamento seria adultério (exceto a morte);"
Faltou dizer que tem outro grupo que não acredita nem mesmo na possibilidade de separação.
"O segundo grupo parece que lê este texto assim:
2. "Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se POR CAUSA DE GROSSERIA, INCOMPATIBILIDADE, DESPREZO, INDIFERENÇA, GÊNIO INSUPORTÁVEL, ETC...), que não se case ou que se reconcilie com seu marido MAS LEMBRANDO QUE, NÃO EU, MAS O SENHOR PERMITIU A SEPARAÇÃO E O NOVO CASAMENTO EM CASO DE RELAÇÕES SEXUAIS ILÍCITAS..."
Parece retratar com justiça o pensamento deste grupo. Eu acrescentaria que outro grupo defenderia que a separação por estes motivos, mesmo sem que haja novo casamento depois, enseja disciplina eclesiástica.
Nossa divergência é de fato pequena.
Abs.
Meu caro Rui Barbosa (R é de Rui, certo?),
ResponderQuando lemos os três Evangelhos procuramos harmonizá-los. Os liberais, não. Para eles, admitir que uma das três tradições errou, ou mesmo as três, não é problema. Mas, para nós que cremos na inspiração e infalibilidade da Bíblia, a harmonização é sempre o primeiro caminho.
Marcos e Lucas não mencionam a cláusula das relações sexuais ilícitas, mas Mateus o faz em 5.32 e 19.9.
A razão pela qual somente Mateus registrou estas palavras do Senhor tem sido motivo de debate. Tem quem defendia, como meu ex-professor Bruce Metzger, que era uma adição que o próprio Mateus teria feito. Mas, ainda que admitíssemos que foi Mateus quem acrescentou, sendo ele apóstolo, todavia, ele colocou tais palavras na boca do Jesus histórico, o que acaba por estremecer a sua credibilidade como historiador.
Outros vão dizer que a cláusula não aparece nos manuscritos mais antigos de 19.9. Todavia, ela aparece em 5.32, e ainda que admitamos que um escriba a copiou para 19.9 para harmonizar os discursos de Jesus, ainda assim teremos de admitir que esta cláusula remonta ao próprio Jesus.
Portanto, não tem como, partindo de Lucas, negar que Jesus disse estas palavras ou reinterpretar Mateus 5.32 e 19.9 como se a cláusula de exceção não signifique nada.
Sobre a questão da parte inocente, não entendo que Mateus dá direito à ela de casar outra vez se foi repudiada por outro motivo que não o adultério.
Abs.
André,
ResponderA palavra grega para homem e marido é a mesma, "anêr". Para distinguir quando se refere a homem ou marido, temos que prestar atenção no contexto e tentar entender a intenção do autor.
Parece que há um jogo de sentidos aqui. Jesus pode estar dizendo, "você teve cinco homens e o homem que agora você tem não é seu marido". Ou seja, a samaritana tinha vivido com cinco homens sem nunca ter casado, e o atual homem com quem ela vivia também não era seu legítimo esposo.
Abs.
caro rev.
Responderimaginemos uma situação:
1. um casal crente resolve separar-se (nada a ver com adultério);
2. a igreja os disciplina;
3. passou a disciplina e ambos casam com pessoas diferentes;
4. a igreja os disciplina de novo?
5. em caso afirmartivo....passou o tempo da disciplina;
6. nascem crianças...serão batizadas na igreja? são filhos da aliança?
7. bem, tenho visto algo muito parecido hoje em dia... estou resumindo para não tomar muito espaço..
8. será que Jesus queria dizer realmente isso que aparece na lei seca do texto, ou a´li seria apenas a ponta do iceberg?
Rev. Augustus,
ResponderSou o Arnaldo, ainda aguardo sua resposta.
Reiterando: o casal é evangélico, já eram convertidos antes de se casarem, continuam na igreja e ocupam ministérios.
Abraços.
Arnaldo,
ResponderFica difícil um pronunciamento nestas circunstâncias. Pois geralmente tem mais coisas envolvidas do que a princípio parece. Somente um trabalho pastoral cuidadoso poderia determinar realmente o melhor caminho a seguir.
Eu não conheço o caso. Falar à distância pode ser temerário. Minha sugestão é que o casal procure ajuda com um pastor que realmente esteja comprometido com a Palavra de Deus.
Abs.
Arnaldo,
ResponderAcabei me atrapalhando e deletei seu comentário e publiquei outro que você não queria. Sorry.
Mande-me seu email para conversarmos em particular.
Abs.
Olá Pr. Augustus.
ResponderEu tenho uma pergunta quanto ao caso da agressão física. O texto de 1ª Corintios fala do descrente que deseja abandonar sua mulher, ok. Mas no caso de um casal, ambos crentes, onde há a agressão física, como fica?
Pegando carona no tema da submissão às autoridades, o cristão agora se depara com mais um conflito entre a consciência do crente e a lei civil com o projeto que visa simplesmente suprimir o castigo físico como meio de correção empregado pelos pais na educação de seus filhos. É até pior: se o divórcio foi facilitado, verdade é que não se tornou "obrigatório", enquanto que os pais que corrijam seus filhos segundo os princípios bíblicos (que segundo entendo NECESSARIAMENTE incluem o castigo físico, não sendo este portanto mera "opção") ficarão sujeitos a "medidas educativas" e acompanhamento com psicólogos - sendo claro, aqui, que tal acompanhamento visa muito mais constranger os pais do que solucionar problemas. Paulo
ResponderPr, Nicodemus: Se puder, gostaria de o senhor comentasse o que segue:
Responder"Vivenciar o divórcio pode ser uma das experiências mais estressantes e dilacerantes da vida das pessoas. Vivenciá-lo dentro da igreja, no entanto, pode ser ainda pior.
Isso porque muitos cristãos sinceros, infelizmente ainda não obtiveram o conhecimento bíblico correto sobre o assunto e, por causa disso, são reticentes na sua relação com irmãos divorciados.
Esse post tem como objetivo lançar alguma luz sobre a questão. Primeiramente, é preciso que nos lembremos de que "... a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (Jo. 1.17).
A primeira pergunta que devemos nos fazer, portanto, é se os que vivem tragédias matrimoniais como o divórcio, por exemplo, também são dignos dessa "graça" e dessa "verdade" trazidas por Jesus. Creio que uma consciência cristã experiente tem a resposta certa para ela.
Um outro ponto importante é dizer que a Bíblia fala apenas de um divórcio, no texto de Jeremias 3:8, que diz o seguinte: "E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu".
Nesse texto, Deus está advertindo a Judá de que está procurando problemas. Ele, então, instruiu a Jeremias para que alertasse a Judá de que ela havia sido testemunha da infidelidade de sua irmã Israel, e que Ele a havia mandado embora e lhe dado carta de divórcio. Assim mesmo, Judá não se arrependeu (Jr. 3.6-8)."
CONTINUA
CONTINUAÇÃO
Responder"POR QUE A FALTA DE COMPREENSÃO SOBRE O DIVÓRCIO?
Quando Jesus foi questionado pelos fariseus, no evangelho segundo Marcos, "se é lícito ao marido repudiar sua mulher" ele respondeu, fazendo outra pergunta: "Que vos ordenou Moisés?"
A resposta deles foi: "Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar" (Mc. 10.2-4).
Essa resposta dada pelos fariseus se refere à lei à qual o historiador Josefo, que viveu um pouco depois da época de Jesus, chama de "a lei dos judeus", e se encontra em Deuteronômio 24.1-4.
Esta é a lei de que trata Deuteronômio: "Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável a seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa; e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem..." (Dt. 24.1-2).
Isso estava vigente na época de Jesus, mas a situação em que os homens judeus viviam era bem diferente, pois eles, na realidade, não a praticavam, e tomavam outras esposas, sem se incomodar em pensar em divórcio.
Ora se não se divorciava, o que fazia, então, um homem daquela época com a primeira esposa, quando tomava outra? Simplesmente, punha-a de lado, não lhe dando documento algum. Assim, caso se arrependesse, tinha a esposa anterior sempre à sua disposição! Isso era uma crueldade para com as mulheres, contra a qual Jesus se insurgiu.
A palavra hebraica, usada no Antigo Testamento, para descrever esse "pôr de lado" ao qual nos referimos é shalach, diferente da palavra que significa divórcio (como utilizada em Jeremias 3.8) que é keriythuwth que, literalmente significa excisão ou corte do vínculo matrimonial.
Ora, shalach normalmente é traduzido por "repudiar". Então, as mulheres que eram "colocadas de lado" por seus maridos, sem carta de divórcio como mandava a lei, eram "repudiadas" e era contra essa espécie de repúdio que Jesus se opôs.
Quando, em Lucas 16.18 ele diz: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e quem casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério", ele está se revoltando contra uma prática cruel e injusta, porém não está se referindo ao divórcio.
Na verdade, no Novo Testamento, a palavra grega utilizada para "repúdio" vem do verbo apoluo, e é equivalente à palavra hebraica shalach ("deixar" ou "repudiar"). Já a palavra hebraica utilizada para "divórcio" é keriythuwth, cujo equivalente no grego (língua na qual foi escrito o Novo Testamento) é apostasion.
Resumindo, para ficar mais claro: shalach, no hebraico, corresponde a apoluo, no grego e significa "repúdio", em português. Keriythuwth, no hebraico, corresponde à palavra grega apostasion e significa "divórcio", de fato, em português. A não compreensão dessa diferença é que provoca tanta confusão e tanta incompreensão em nossos dias!"
continuação...
Responder"POR QUE A FALTA DE COMPREENSÃO SOBRE O DIVÓRCIO?
Quando Jesus foi questionado pelos fariseus, no evangelho segundo Marcos, "se é lícito ao marido repudiar sua mulher" ele respondeu, fazendo outra pergunta: "Que vos ordenou Moisés?"
A resposta deles foi: "Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar" (Mc. 10.2-4).
Essa resposta dada pelos fariseus se refere à lei à qual o historiador Josefo, que viveu um pouco depois da época de Jesus, chama de "a lei dos judeus", e se encontra em Deuteronômio 24.1-4.
Esta é a lei de que trata Deuteronômio: "Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável a seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa; e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem..." (Dt. 24.1-2).
Isso estava vigente na época de Jesus, mas a situação em que os homens judeus viviam era bem diferente, pois eles, na realidade, não a praticavam, e tomavam outras esposas, sem se incomodar em pensar em divórcio.
Ora se não se divorciava, o que fazia, então, um homem daquela época com a primeira esposa, quando tomava outra? Simplesmente, punha-a de lado, não lhe dando documento algum. Assim, caso se arrependesse, tinha a esposa anterior sempre à sua disposição! Isso era uma crueldade para com as mulheres, contra a qual Jesus se insurgiu."
continuação...
Responder"POR QUE A FALTA DE COMPREENSÃO SOBRE O DIVÓRCIO?
Quando Jesus foi questionado pelos fariseus, no evangelho segundo Marcos, "se é lícito ao marido repudiar sua mulher" ele respondeu, fazendo outra pergunta: "Que vos ordenou Moisés?"
A resposta deles foi: "Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar" (Mc. 10.2-4).
Essa resposta dada pelos fariseus se refere à lei à qual o historiador Josefo, que viveu um pouco depois da época de Jesus, chama de "a lei dos judeus", e se encontra em Deuteronômio 24.1-4.
Esta é a lei de que trata Deuteronômio: "Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável a seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa; e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem..." (Dt. 24.1-2).
Isso estava vigente na época de Jesus, mas a situação em que os homens judeus viviam era bem diferente, pois eles, na realidade, não a praticavam, e tomavam outras esposas, sem se incomodar em pensar em divórcio.
Ora se não se divorciava, o que fazia, então, um homem daquela época com a primeira esposa, quando tomava outra? Simplesmente, punha-a de lado, não lhe dando documento algum. Assim, caso se arrependesse, tinha a esposa anterior sempre à sua disposição! Isso era uma crueldade para com as mulheres, contra a qual Jesus se insurgiu."
continuação...
Responder"QUE PALAVRAS JESUS SE UTILIZOU PARA TRATAR DO ASSUNTO?
As passagens bíblicas nas quais Jesus tratou deste assunto incluem Lucas 16.17-18; Mateus 19.9, Marcos 10.10-12 e Mateus 5.32. Nessas passagens, Jesus utilizou onze vezes a palavra apoluo, em uma de suas formas e, em todas essas ocasiões, o que ele proibiu foi o apoluo, ou seja, o repúdio. Ele jamais proibiu apostasion, a carta de divórcio exigida pela lei judaica!
Isto posto, devemos traduzir a palavra grega apoluo por divórcio? A tradução Revista e Corrigida de Almeida, que é a mais antiga em língua portuguesa sempre usou "deixar" e "repudiar". Do mesmo modo, emprega essas mesmas palavras a Revista e Atualizada.
E Por Que As Pessoas Passaram a Ler Diferente?
Essa é uma pergunta sobre a qual vale a pena discorrer um pouco, pois, no meio evangélico, principalmente, começou-se a ler: "aquele que divorciar sua mulher" nas passagens em que Jesus, com muita clareza, disse: "aquele que repudiar ou abandonar sua mulher"!
Ao que tudo indica, esse equívoco começou em 1611, quando a rei Tiago encomendou a versão mais antiga e, hoje em dia, mais popular da língua inglesa (a chamada King James Version). Nessa edição ocorreu um problema: em uma das onze vezes que Jesus usou o termo, os tradutores escreveram "divorciada", ao invés de "abandonada" ou "repudiada".
Isso aconteceu em Mateus 5.32, onde eles colocaram: "E aquele que se casar com a divorciada comete adultério", embora a palavra grega não seja apostasion, mas uma forma de apoluo - situação que não inclui carta de divórcio para a mulher, pois ela, tecnicamente permaneceria casada."
continuação...
Responder"CONCLUSÃO
Tudo o que tivemos a oportunidade de examinar, através deste post, não pode e nem teve a pretensão de defender a prática do divórcio. Biblicamente falando, todos sabemos que o matrimônio foi planejado para durar a vida toda.
Portanto o divórcio é um privilégio, no sentido de servir como um corretivo apenas para situações intoleráveis. Mesmo assim, não deixa de ser uma tragédia: sentimento de culpa, perda da auto-estima, um agudo senso de ter falhado, solidão, rejeição, críticas dos familiares e dos irmãos em Cristo, problemas na educação dos filhos e uma série de outras graves conseqüências são os resultados concretos que afligem os divorciados.
No entanto, a graça de Cristo é abundante para eles também. Jesus sempre se identificou com os que sofrem e com os que, reconhecendo o seu pecado, confessam-no e o deixam. A igreja foi planejada para ser uma comunidade terapêutica, que cura as feridas; não que as fazem doer mais.
Portanto, nosso desejo sincero é que deixemos de ser juízes, pois não foi para isso que Cristo nos chamou. E que tenhamos mais amor, mais compreensão e mais empatia por esses nossos queridos irmãos divorciados. Por eles também Jesus derramou seu precioso sangue purificador!
Tony Ayres
BIBLIOGRAFIA:
Este artigo está baseado no apêndice O divórcio, a lei e Jesus, incluso in:
CARVALHO, Esly Regina, Quando o vínculo se rompe, ed. Ultimato, 2001
Tony Aires,
ResponderPubliquei seu imenso comentário porque parece um estudo bem feito e na direção correta. Não vou comentar pois pouco tenho a dizer além das coisas que eu já disse acima.
Abs.
Givaldo,
ResponderO caso da agressão física quando o casal é crente tem que ser tratado pelo conselho da Igreja. A parte agressora, se não se arrepender e mudar, deve ser excluida e considerada como descrente, abrindo a porta para divórcio e novo casamento por parte da vítima.
Abs.
Paulo,
ResponderO assunto merece um novo post no futuro. Adianto que sempre os cristãos tiveram que escolher entre Deus e os homens, e que ser cristão exige um preço.
Abs.
Nossa...
ResponderEu o conhecia de nome, conhecia seus estudos através do site monergismo e só agora descobri seu blog, muitoooo bom!
Esse texto me exclareceu muita coisa, tenho pouco tempo de casado (apenas dois anos), não quero me divorciar, adoro a esposa que Deus me deu, mas valew para tirar várias dúvidas. Grande texto.
Sou membro da Presbiteriana em Altamira-PA, tenho um site voltado para jovens (www.cabecajovem.com), gostaria muito que o sr visitasse, e gostaria tb de usar alguns de seus textos...
Um grande abraço
Querido Augustus!!!
ResponderComo sempre excelente post, bem incisivo nesta questão tão polêmica.
Mas uma questão ficou no ar, foi justamente o que o Arnaldo (pseudônimo) colocou em questão, a frieza da mulher em relação ao marido na questão sexual, não havendo traição por parte dela, apenas uma falta de vontade na hora da relação. E neste caso, o casal é membro de igreja evangélica.
Deus o abençoe!
Rev. Augustus,
ResponderBom dia!
Gostei muito do artigo. Contudo, uma observação me deixou profundamente incomodado.
Já fui divorciado, com a Graça de DEUS hoje estou muito bem casado. Quando me transferi para a IPB (era membro da IPI), ainda divorciado, fui muito bem acolhido pela Igreja.
Tive, apenas, problemas com preconceito de alguns irmãos... No começo fiquei um pouco aborrecido. Depois, perdoei em meu coração e não guardo qualquer mágoa e a todos considero como meus irmãos em Cristo.
Agora, pergunto: com que direito a Igreja pode deixar de receber como membro um irmão, divorciado, arrependido?
Gostaria de lembrar que para nós o casamento não é sacramento...
Se há esse rigor, por que não é feito o mesmo para os fofoqueiros, maldizentes etc.?? Para o SENHOR, pecado é pecado. Não existe a distinção entre pecadinho e pecadão.
Não sei se o irmão leu a crônica do Machado de Assis intitulada "O Alienista". Em breve linhas, contava a respeito de um psiquiatra que ia internando todo mundo e, ao final, ele próprio...
Em outras palavras, se existisse tanto rigor, seria melhor fechar a Igreja! Pois ninguém teria condições de ser membro.
Creio que o critério para a recusa de admitir um membro não pode ser tão rígido. As pessoas erram, pecam, mas se arrependem..., pedem perdão a DEUS e estão restauradas.
No meu modesto ponto de vista, o membro só não pode ser recebido se não se reconhecer pecador, que confessa a sua dependência em Cristo.
Quanto ao mais, esclareço que sou contra o Divórcio, principalmente o irresponsável e inconsequente.
Sou advogado e já fiz alguns divórcios em minha carreira profissional. Em todos os que lidei, o Divórcio foi a maneira para recomeçar a vida e solucionar o problema do cliente. Ainda não formei uma opinião definitiva a respeito na mudança no Direito, mas creio que foi negativa, pois enfraqueceu, e muito, o casamento.
Indissolúvel somente aquilo que DEUS une. Agora, quando se trata de ação humana, a situação é distinta.
Não existe nada pior do que se viver em um lar sem amor. Viver de aparências apenas para que a sociedade veja. Nesses casos, o casamento se torna um verdadeiro inferno...
Não duvido que as partes, com toda certeza, são responsáveis pela deterioração do casamento. E, com certeza, em alguns casos, só a separação resolve.
Saiba que é muito dificil e duro carregar lar desfeito em suas costas. É a minha realidade, agi errado no passado e hoje arco com as conseqüências de meus pecados.
Contudo, creio que na Palavra que diz "Tudo se fez novo". Estou perdoado e livre para seguir em frente.
Meu casamento é a três: minha esposa, eu e o SENHOR. A oração e a súplica, aliadas ao amor são o seu pilar de sustentação!
Desculpe o desabafo, mas fico muito triste quando vejo posições duras a respeito do tema, pois a realidade do dia a dia é sofrida e, "data venia", a rigidez é incompatível com o mandamento do Amor.
A Igreja, ao invés de recusar o membro, tem o dever de acolher e ajudar!!!
Creio que deveria ser estimulada dentro da IPB a criação de um Ministério voltado para cuidar dos "descasados". Não falo como um insentivo ao divórcio, mas para que diante de uma realidade palpável, não fiquemos alheios ao sofrimento e as dores de nossos irmãos.
Em Cristo, com todo amor e respeito ao ilustre irmão,
Cristiano Pereira de Magalhães
Olá reverendo Augustus, Graça e Paz.
ResponderSei que esta pergunta seria pertinente ao post anterior, todavia, dadas as atenções, gostaria que o senhor, se possível, comentasse a seguinte matéria veiculada a revista Ultimato edição Julho-Agosto de 2010. Que diz:
PRESBITERIANOS DO RIO QUEREM MULHERES E CRIANÇAS NO DIACONATO
"O presbitério do Rio de Janeiro - o mais antigo do País - quer duas mudanças na prática do serviço diaconal da Igreja Presbiteriana do Brasil: que a denominação aceite diaconisas e diáconos-mirins.
Segundo o documento que embasa a primeira proposta, há argumentos teológicos, históricos e constitucionais para que a igreja aceite mulheres no diáconato. O texto afirma que "desde os tempos apostólicos a Igreja teve diaconisas". A proposta sugere que mulheres acima dos 18 anos tenham plenos direitos de serem votadas, assim como os homens o têm. A outra proposta é que crianças de 7 a 12 anos sejam escolhidas para o serviço diaconal, sem que haja eleição ou ordenação, com prazo de mandato fixado pelo conselho da igreja. O objetivo seria "treiná-las e descobrir vocações".
As duas propostas seram apresentadas para votação na 37 Reunião Ordinária do Supremo Concílio de 12 a 17 de Julho, em Curitiba, PR.
Gostaria, se possível, de saber qual a vossa posição diante do exposto.
P.S. Parabéns pelas ótimas palestras em proferidas em Campina Grande, PB. Procure voltar mais vezes a terrinha.
Jamerson,
ResponderAs duas propostas já foram apresentadas aqui na reunião do Supremo Concílio Amboas foram rejeitadas por quase absoluta maioria e ficou resolvido estabelecer uma comissão para estudar durante 4 anos o assunto de diaconato feminino e prestar relatório ao Supremo Concílio de 2014.
Abs.
Rev. Augustus,
ResponderCom base em Mateus 19, seria possível uma mulher evangélica pedir o divórcio de seu marido evangélico porque ele é viciado em pornografia, mesmo sem que o ato nunca tenha sido consumado? Seria válido se ele se interesasse mais por desenhos animados eróticos do que por fotos de mulheres reais? Conheço um caso parecido com esse, que terminou em divórcio, gostaria de saber a sia opinião.
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Helder,
ResponderDesculpe a demora em responder. Você pergunta:
"Com base em Mateus 19, seria possível uma mulher evangélica pedir o divórcio de seu marido evangélico porque ele é viciado em pornografia, mesmo sem que o ato nunca tenha sido consumado? Seria válido se ele se interesasse mais por desenhos animados eróticos do que por fotos de mulheres reais? Conheço um caso parecido com esse, que terminou em divórcio, gostaria de saber a sia opinião."
Maridos evangélicos viciados em pornografia são mais comuns do que pensamos. É uma pena. Faz parte da santificação a busca da pureza sexual e a mortificação dos desejos carnais.
Acredito que se deve tratar este marido viciado em pornografia de acordo com Mateus 18. Se ele não se arrepender e largar o vício, deve ser disciplinado pela igreja e excluido dela. E neste caso, acredito que a mulher pode pedir divórcio e casar outra vez.
Abs.
Rev. Augustus,
ResponderSou presbítero e recentemente enfrentamos a seguinte situação no Conselho: há mais de 10 anos consumou-se um adultério. A parte fiel consentiu em continuar, sendo que a infiel foi disciplinada pela igreja.
Nesse ínterim, o relacionamento se deteriorou, esfriou, porém com intimidade sexual...
Após esse período, o cônjuge fiel resolve pela separação, evocando aquela traição e a consequente infecção da ferida não tratada para todas as áreas do relacionamento.
Pergunto: há legitimidade bíblica para a separação? Não há tempo para lavrar "carta"? Ele está livre para casar novamente?
Grato.
Presbítero,
ResponderFica difícil opinar sem saber todos os detalhes do caso e sem ouvir todas as partes.
Pela lei presbiteriana, após 2 anos a falta prescreve e não se pode mais abrir processo contra o faltoso.
Uma vez que a parte fiel decidiu ficar, ficou. Não se pode viver com uma espada pendente sobre a cabeça. Não creio que ela possa alegar o pecado de dez anos passados como causa para a separação. Portanto, se houver separação, não devem casar outra vez.
Mas digo isto como opinião, visto que não conheço o caso.
Texto conciso, consistente, robusto, atravessa a teoria, a sistemática do comum, de barulho vazio que lemos e ouvimos a respeito do tema por aí. Irmão Augusto, rogo por compaixão, que continue nesse bom tom, vosso entendimento é razão de nosso aumento de fé.
ResponderQue o Senhor continue a aperfeiçoar vosso ministério nessa boa obra.
Paulo Fernando de Lucena
2ª IPBV. Igreja Presbiterina de Boa Vista.
Dominus Pascit Me.
(porque Ele nos amou primeiro...1ª Jo. 4.19)
Olá Rev Algustus, Graça e paz!
ResponderHá quem use o texto de Mt 18.15-20 para advogar a idéia de que ele se aplica como base para o divórcio e o novo casamento. Li sobre essa tese em um livreto publicado pela Editora Vida: "O que Toni Evans pensa sobre o divórcio". Segundo este escritor, o referido texto bíblico poderia justificar um novo casamento em "outras situações" além das descritas em Mt 5.31-32. Para isso, bastaria esta pessoa seguir este ritual, ou seja: tentar resolver a situação pessoalmente com o conjugue problematico; levar duas ou três testemunhas; apresentar o caso ao ministério da igreja e finalmente, considera-lo como um descrente. O autor do referido livreto une a sua "eisegese" de Mt 18.15-20 a outra eisegese que faz em 1 Co 7.15. Acredito que Paulo não estivesse pensando em um novo casamento quando escreveu 1 Co 7.15. Gostaria de saber se o senhor concorda comigo. Uma outra má interpretação acerca deste assunto é baseada nos versiculos de 1 Co 7 quando Paulo diz: ...digo eu, não o Senhor (v. 12) ...dou a minha opinião (v.25) ...etc. Baseado nestes versiculos há quem diga que os pastores hoje podem dar suas opiniões pessoais em questões onde as Escrituras se calam. E ai citam os diversos casos "difíceis" de resolver relacionados ao tema divorcio e novo casamento. Na realidade acredito que isto tambem seja uma manifestação do liberalismo teológico.
Um abraço!
Depois da lei (união estável) que banalizou o casamento, essa do divorcio era apenas questão de tempo e até demorou.
ResponderRev. Augustus,
ResponderGostei muito do seu post, e concordo inteiramente com ele. Tenho apenas uma dúvida, que a bíblia não responde diretamente por ser um problema de nossa época. Um marido (crente) que não apenas é viciado em pornografia, mas mantém conversas eróticas (“sexo virtual”) com outras mulheres, sem entretanto ter nenhum tipo de contato físico, está cometendo adultério? Neste caso o homem se diz arrependido, mas volta diariamente ao pecado, e não somente isso, também mente para escondê-lo. Neste caso é possível que haja arrependimento sincero, mas por causa da força da tentação e da fraqueza da carne ele volta a praticar o pecado? É possível restaurar esse casamento, ou o divórcio seria a saída? Em caso de separação, a mulher poderia se casar de novo? Quem escreve é uma esposa recém-casada, desanimada, mas que ainda ama o marido. Desde já muito obrigada, e que Deus o abençoe.
C.N.,
Responder"Um marido (crente) que não apenas é viciado em pornografia, mas mantém conversas eróticas (“sexo virtual”) com outras mulheres, sem entretanto ter nenhum tipo de contato físico, está cometendo adultério?"
Sem dúvida alguma. O adultério, segundo Jesus disse, acontece inclusive quando olhamos para uma mulher com intenção impura.
"Neste caso o homem se diz arrependido, mas volta diariamente ao pecado, e não somente isso, também mente para escondê-lo. Neste caso é possível que haja arrependimento sincero, mas por causa da força da tentação e da fraqueza da carne ele volta a praticar o pecado?"
Reconheço que hábitos pecaminosos são difíceis de vencer e pode levar algum tempo para a vitória. Mas, se há arrependimento sincero, isto deverá levar a uma vitória gradual sobre o pecado. O que pode ajudar esta pessoa é buscar ajuda, aconselhamento pastoral sério e bíblico. Se ele está realmente arrependido, não se recusará a tomar as medidas necessárias para vencer este hábito pecaminoso.
"É possível restaurar esse casamento, ou o divórcio seria a saída?"
Sim, é possível a restauração. Mas, se o tempo passa e não há renúncia da parte do marido a este pecado, e a esposa simplesmente não aguenta mais, ela pode pedir e obter o divórcio e neste caso, na minha opinião, ela pode casar outra vez.
E o marido deveria ser disciplinado e corrigido pela igreja.
Rev. Augustus,
ResponderMuito obrigada pela resposta. Me ajudou imensamente. Que Deus continue abençoando-o e o mantenha fiel às sagradas escrituras.
Um forte abraço
C.N.,
ResponderLi seu comentário. fico feliz que minhas palavras ajudaram. Um abraço!
Caro Rev. Augustus,
ResponderAcredito que cheguei um pouco tardio nesta discussão.
Permita-me uma pergunta:
Como tratar disciplinamente um membro da igreja que divorciou-se por motivo "banal"?
É passivo de disciplina?
Qual o tempo da disciplina?
Fiz essa consulta ao SE/SC sem muito sucesso de resposta.
Grato,
Pr. Wesley
Pastor Augutus nicodemus,o que o Senhor diria para uma pessoa que foi abandonada pela esposa,de uma vez que o homem já buscou se reconciliar só que a mulher diz que não volta.Há outro problema ele continua vivendo só,e isso impossibilita dele casar outra vez?Esse problema já tem mas de três anos,com isso ele sofre,o que a bíblia diz nesse casa se ele pode casar-se outra vez ou não.
ResponderRobenilton,
Responder"O que o Senhor diria para uma pessoa que foi abandonada pela esposa,de uma vez que o homem já buscou se reconciliar só que a mulher diz que não volta.Há outro problema ele continua vivendo só,e isso impossibilita dele casar outra vez?Esse problema já tem mas de três anos,com isso ele sofre,o que a bíblia diz nesse casa se ele pode casar-se outra vez ou não."
Se ele foi abandonado pela esposa, de acordo com 1Coríntios 7 ele fica livre. Creio que pode casar outra vez.
Um abraço.
Rev. Silas Braz
ResponderRev. Nicodemus, o irmão fala com muita propriedade sobre seu posicionamento bíblico a respeito do divórcio. Entretanto, quando diz que no caso de agressão física fica qualificado o abandono. Indago se outras atitudes, tão sérias como pedofilia,pornografia virtual,violência oriunda de drogas, ameaças de morte, dentro de um matrimônio(aliança), não se ajustariam também ao abandono. Por sei de alguns casos de divórcio dentro da igreja por alguns desses motivos. Em Cristo Jesus, sua opinião será muito bem vinda.
Desculpe, não me identifiquei, portanto segue o comentario novamente.
ResponderBenjamim
Pr. Nicodemus,
utilizar o versiculo 15 de I corintios 7 sem continuar a leitura da passagem, ou seja, o contexto dela, realmente nos dá brecha pra recasamento. porém se fizermos desse modo estamos jogando fora o resto da passagem,como o versiculo 39, que diz: "a mulher casada está ligada pela lei todo tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor." portanto, fica claro nessa passgagem que o unico caso de autorizaçao para recasamento é a morte do homem ou da mulher(no versiculo 15 fala apenas sobre se apartar e ficar livre do julgo do descrente, nada diz sobre recasar). Quanto a mateus 5:32, essa passagem faz referencia a Deuteronomio 24:1, ou seja, quando há caso de fornicaçao, que é a palavra usada no grego nessa passagem, e nesse caso, na noite de núpcias,caso a moça nao fosse virgem, o homem poderia devolve-la para o pai, nao é um fato depois de anos de casado). Foi usado pelo senhor citaçoes da confissao de Westminister, da qual sou admirador, pelos grandes homens que a escreveram, mas assim como nós, eles eram pecadores e erraram, portanto vejo apenas a Bíblia como suprema autoridade. É um posiçao dificil, é impopular, mas não consigo entender o porque de aceitar recasamento baseado apenas em interpretaçoes complexas de um versiculo bíblico(matheus 5:32), enquanto diversos outros versículos deixam claro que recasamento, independente das circusntancias, é adultério.
no aguardo
Oi, Rei. Augustus!
Responder1. Um casal crente que se separa sem ser contemplado com as cláusulas da CFE deveria ser disciplinado?
2. Caso eles se entrem em outro relacionamento e se casem com outras pessoas deveriam ser disciplinado?
3. Se estão em adultério como fazer para restaurá-los a comunhão?
4. Caso seja possível a restauração quando o adultério deixa de ser levado em consideração ou o arrependimento sem deixar o pecado é suficiente?
Abraço!
Alex
A bíblia permite e fala sobre o divorcio, mas nunca encontrei um texto que trate claramente de uma nova união! claro salvo conduto em caso de viúves! Tô errado, Reverendo Augustos Nicodemos Lopes?
Responder