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O dia 10 de julho marca a data memorável dos 500 anos desde o nascimento de João Calvino. Contrário ao que muitos pensam, ele não criou ou formulou novas doutrinas, mas foi hábil sistematizador das verdades bíblicas, exemplo de devoção e exegeta preciso, deixando esse legado precioso, que já atravessa cinco séculos!
Calvino “está um nível acima de qualquer comparação, no que diz respeito à interpretação da Escritura. Os seus comentários precisam ser muito mais valorizados do que quaisquer dos escritos que recebemos dos pais da igreja”! Esse endosso entusiasmado de Calvino e de seus dons como comentarista e intérprete bíblico foi emitido por aquele que é considerado o seu grande inimigo: Jacobus Arminius! Charles Haddon Spurgeon, registra isso e classifica o comentarista Calvino como “príncipe entre os homens” e apresenta, ainda, a citação favorável de um Padre Católico Romano (Simon): “Calvino possui um gênio sublime”.
O que levaria Armínio, que divergiu com tanta intensidade da compreensão calvinista da soberania de Deus e da extensão da escravidão ao pecado na qual se encontra a humanidade; ou mesmo um católico romano, com sua discordância do modo de salvação defendido por Calvino, pronunciar tais elogios sobre João Calvino?
Certamente eles se rendem à precisão, devoção e seriedade com as quais João Calvino aborda a Palavra Sagrada, em seus escritos. Spurgeon destaca a sinceridade de Calvino e a tônica que o classifica como um exegeta, em paralelo a todas às suas demais qualificações. Ele disse, “a sua intenção honesta foi a de traduzir o texto original, do hebraico e do grego, com a maior precisão possível, partindo desse ponto para expor o significado contido nas palavras gregas e hebraicas: ele se empenhou, na realidade, em declarar não a sua própria mente acima das palavras do Espírito, mas a mente do Espírito abrigada naquelas palavras”. É por isso que Richard Baxter deu esse testemunho: “Não conheço outro homem, desde os dias dos apóstolos, que eu valorize e honre mais do que João Calvino. Eu me aproximo e tenho grande estima do seu juízo sobre todas as questões e sobre seus detalhes”.
É nessa linha e atribuindo esse valor, que devemos receber e apreciar os escritos de Calvino. Além do mais conhecido - As Institutas da Religião Cristã (tradução curiosa, que teria sido melhor vertida como: "Os Fundamentos da Religião Cristã"), temos a excelência dos seus comentários, como já apresentou o Dr. Mauro Meister, no seu post anterior.
Romanos foi o primeiro comentário escrito, em 1540, e, na seqüência, as demais cartas de Paulo. O comentário sobre a Segunda carta de Paulo aos Coríntios foi o terceiro livro escrito nessa série, concluído em agosto de 1546 (1 Coríntios foi concluído em janeiro de 1546; os comentários às demais epístolas de Paulo foram concluídos em 1548). Seu último comentário foi publicado em 1563. Todos esses livros foram originalmente escritos em latim. Para completar a totalidade da Bíblia, ficaram faltando: Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel. 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Nemias, Ester, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, 2 e 3 João e Apocalipse). Quando Calvino faleceu, ele estava escrevendo o comentário de Ezequiel.
Seguindo o seu costume, Calvino iniciou o Comentário da Segunda Carta aos Coríntios com uma dedicatória feita a Melchior Wolmar Rufus, um alemão muito famoso, professor de Direito Civil, alvo de sua profunda gratidão. Teodoro Beza (1519-1605) escreveu o seguinte sobre Melchior Wolmar, em sua “Vida de João Calvino”: “A sua erudição, piedade e outras virtudes; em conjunto com suas habilidades admiráveis como professor de jovens, não podem ser suficientemente destacadas. Em função de uma sugestão sua e por sua atuação, Calvino aprendeu a língua grega”. Assim, em meio aos seus estudos de advocacia, Calvino, aos 22 anos de idade, aprende a dominar uma das línguas originais da Bíblia, formando o alicerce de sua vida eclesiástica, como exegeta, hermeneuta e teólogo.
João Calvino é reconhecidamente um exegeta, um hermeneuta e um mestre em poimênica, mas ele é, antes de tudo, um Teólogo Sistemático. Certamente ele é mais famoso por seu tratado de teologia – As Institutas. Mas é nos comentários que ele escreveu ao longo de sua curta vida, que ele demonstra o apreço que tem para a fonte de sua sistematização teológica – a Bíblia. Os Comentários são importantíssimos, pois derrubam a pecha de que Calvino é um racionalista cujas ilações contrariam não somente o bom senso, mas o próprio ensino da Palavra de Deus. Não pode ser aceita, portanto, a visão propagada por oponentes de Calvino, de que ele deixa a visão orgânica do Reino para trás e embarca em um delírio racional, que o leva a conclusões sobre a soberania de Deus não encontradas nas Escrituras. Ora, é exatamente na Palavra de Deus, estudando texto a texto, onde Calvino encontrará a base para reafirmar e extrair todas as suas convicções e ensinamentos. Não deve nos surpreender que Calvino, o teólogo sistemático, começasse comentando Romanos (que ele considerava a chave para a interpretação correta das Escrituras) e as cartas de Paulo aos Coríntios. Estes livros são sistemáticos na apresentação de doutrinas fundamentais da Fé Cristã, interpretando e aplicando os ensinamentos dos Evangelhos; explicando os fundamentos veto-testamentários; firmando os passos da igreja de Cristo na Nova Aliança.
É interessante, também, que mesmo quando Calvino se envolve em um mergulho profundo nos livros da Bíblia, trecho por trecho, para desvendar o seu significado e na busca das lições supremas registradas por Deus, ele não perde a visão sistemática das doutrinas. Assim, em seus comentários ele não se contenta apenas em dar um resumo do livro que passará a examinar, mas também apresenta “o argumento” que norteou o autor na escrita do livro: o desenvolvimento sistemático do raciocínio do autor, e a lógica argumentativa dos pontos que necessitavam ser estabelecidos pela carta.
Na segunda carta de Paulo aos coríntios (possivelmente a terceira que escrevia aos Coríntios, pois 1 Co 5.9, faz referência a uma primeira – antes de 1 Coríntios, possivelmente não inspirada, no sentido canônico), temos a continuidade de instrução a uma igreja marcada por graves problemas de conduta, eivada de incompreensões doutrinárias, que havia motivado duras repreensões da parte do apóstolo. As notícias mais recentes, entretanto, são encorajadoras (7.5-7) e é nesse clima que Paulo, em meio às suas instruções práticas, abre o seu coração, defende a sua autoridade apostólica e prepara aqueles irmãos para uma futura visita.
Calvino penetra no espírito dessa carta à Igreja de Corinto. Explicando palavra a palavra, ou frase a frase, conforme a necessidade – recorrendo ao seu extenso conhecimento da língua grega e fazendo comparações elucidativas – ele vai nos auxiliando o entendimento. Através do comentarista, passamos a entender Paulo melhor, não somente os seus sentimentos, mas as doutrinas cabais que procura passar aos seus leitores, como a abnegação do “eu”, ensinada em 1.3-11. Em Calvino, neste Comentário, encontraremos exposições magistrais, como por exemplo o ensino da pureza da Igreja, registrado em 6.14-7.1, onde ele nos dá o contexto completo da situação de envolvimento com descrentes vivida por alguns daquela igreja. Nesse trecho ele mostra que Paulo trata de questões que transcendem a comum aplicação ao matrimônio (“jugo desigual”), referindo-se à perda de foco do Povo de Deus e à promiscuidade relacional deste, com o mundo.
Ao relembrarmos o nascimento desse gigante de Deus, com ação de graças pelo seu legado, devemos orar para que o Soberano Senhor, através da leitura dos textos de Calvino, produza fruto de santidade e luz em nossas vidas.
Solano Portela
Calvino “está um nível acima de qualquer comparação, no que diz respeito à interpretação da Escritura. Os seus comentários precisam ser muito mais valorizados do que quaisquer dos escritos que recebemos dos pais da igreja”! Esse endosso entusiasmado de Calvino e de seus dons como comentarista e intérprete bíblico foi emitido por aquele que é considerado o seu grande inimigo: Jacobus Arminius! Charles Haddon Spurgeon, registra isso e classifica o comentarista Calvino como “príncipe entre os homens” e apresenta, ainda, a citação favorável de um Padre Católico Romano (Simon): “Calvino possui um gênio sublime”.
O que levaria Armínio, que divergiu com tanta intensidade da compreensão calvinista da soberania de Deus e da extensão da escravidão ao pecado na qual se encontra a humanidade; ou mesmo um católico romano, com sua discordância do modo de salvação defendido por Calvino, pronunciar tais elogios sobre João Calvino?
Certamente eles se rendem à precisão, devoção e seriedade com as quais João Calvino aborda a Palavra Sagrada, em seus escritos. Spurgeon destaca a sinceridade de Calvino e a tônica que o classifica como um exegeta, em paralelo a todas às suas demais qualificações. Ele disse, “a sua intenção honesta foi a de traduzir o texto original, do hebraico e do grego, com a maior precisão possível, partindo desse ponto para expor o significado contido nas palavras gregas e hebraicas: ele se empenhou, na realidade, em declarar não a sua própria mente acima das palavras do Espírito, mas a mente do Espírito abrigada naquelas palavras”. É por isso que Richard Baxter deu esse testemunho: “Não conheço outro homem, desde os dias dos apóstolos, que eu valorize e honre mais do que João Calvino. Eu me aproximo e tenho grande estima do seu juízo sobre todas as questões e sobre seus detalhes”.
É nessa linha e atribuindo esse valor, que devemos receber e apreciar os escritos de Calvino. Além do mais conhecido - As Institutas da Religião Cristã (tradução curiosa, que teria sido melhor vertida como: "Os Fundamentos da Religião Cristã"), temos a excelência dos seus comentários, como já apresentou o Dr. Mauro Meister, no seu post anterior.
Romanos foi o primeiro comentário escrito, em 1540, e, na seqüência, as demais cartas de Paulo. O comentário sobre a Segunda carta de Paulo aos Coríntios foi o terceiro livro escrito nessa série, concluído em agosto de 1546 (1 Coríntios foi concluído em janeiro de 1546; os comentários às demais epístolas de Paulo foram concluídos em 1548). Seu último comentário foi publicado em 1563. Todos esses livros foram originalmente escritos em latim. Para completar a totalidade da Bíblia, ficaram faltando: Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel. 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Nemias, Ester, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, 2 e 3 João e Apocalipse). Quando Calvino faleceu, ele estava escrevendo o comentário de Ezequiel.
Seguindo o seu costume, Calvino iniciou o Comentário da Segunda Carta aos Coríntios com uma dedicatória feita a Melchior Wolmar Rufus, um alemão muito famoso, professor de Direito Civil, alvo de sua profunda gratidão. Teodoro Beza (1519-1605) escreveu o seguinte sobre Melchior Wolmar, em sua “Vida de João Calvino”: “A sua erudição, piedade e outras virtudes; em conjunto com suas habilidades admiráveis como professor de jovens, não podem ser suficientemente destacadas. Em função de uma sugestão sua e por sua atuação, Calvino aprendeu a língua grega”. Assim, em meio aos seus estudos de advocacia, Calvino, aos 22 anos de idade, aprende a dominar uma das línguas originais da Bíblia, formando o alicerce de sua vida eclesiástica, como exegeta, hermeneuta e teólogo.
João Calvino é reconhecidamente um exegeta, um hermeneuta e um mestre em poimênica, mas ele é, antes de tudo, um Teólogo Sistemático. Certamente ele é mais famoso por seu tratado de teologia – As Institutas. Mas é nos comentários que ele escreveu ao longo de sua curta vida, que ele demonstra o apreço que tem para a fonte de sua sistematização teológica – a Bíblia. Os Comentários são importantíssimos, pois derrubam a pecha de que Calvino é um racionalista cujas ilações contrariam não somente o bom senso, mas o próprio ensino da Palavra de Deus. Não pode ser aceita, portanto, a visão propagada por oponentes de Calvino, de que ele deixa a visão orgânica do Reino para trás e embarca em um delírio racional, que o leva a conclusões sobre a soberania de Deus não encontradas nas Escrituras. Ora, é exatamente na Palavra de Deus, estudando texto a texto, onde Calvino encontrará a base para reafirmar e extrair todas as suas convicções e ensinamentos. Não deve nos surpreender que Calvino, o teólogo sistemático, começasse comentando Romanos (que ele considerava a chave para a interpretação correta das Escrituras) e as cartas de Paulo aos Coríntios. Estes livros são sistemáticos na apresentação de doutrinas fundamentais da Fé Cristã, interpretando e aplicando os ensinamentos dos Evangelhos; explicando os fundamentos veto-testamentários; firmando os passos da igreja de Cristo na Nova Aliança.
É interessante, também, que mesmo quando Calvino se envolve em um mergulho profundo nos livros da Bíblia, trecho por trecho, para desvendar o seu significado e na busca das lições supremas registradas por Deus, ele não perde a visão sistemática das doutrinas. Assim, em seus comentários ele não se contenta apenas em dar um resumo do livro que passará a examinar, mas também apresenta “o argumento” que norteou o autor na escrita do livro: o desenvolvimento sistemático do raciocínio do autor, e a lógica argumentativa dos pontos que necessitavam ser estabelecidos pela carta.
Na segunda carta de Paulo aos coríntios (possivelmente a terceira que escrevia aos Coríntios, pois 1 Co 5.9, faz referência a uma primeira – antes de 1 Coríntios, possivelmente não inspirada, no sentido canônico), temos a continuidade de instrução a uma igreja marcada por graves problemas de conduta, eivada de incompreensões doutrinárias, que havia motivado duras repreensões da parte do apóstolo. As notícias mais recentes, entretanto, são encorajadoras (7.5-7) e é nesse clima que Paulo, em meio às suas instruções práticas, abre o seu coração, defende a sua autoridade apostólica e prepara aqueles irmãos para uma futura visita.
Calvino penetra no espírito dessa carta à Igreja de Corinto. Explicando palavra a palavra, ou frase a frase, conforme a necessidade – recorrendo ao seu extenso conhecimento da língua grega e fazendo comparações elucidativas – ele vai nos auxiliando o entendimento. Através do comentarista, passamos a entender Paulo melhor, não somente os seus sentimentos, mas as doutrinas cabais que procura passar aos seus leitores, como a abnegação do “eu”, ensinada em 1.3-11. Em Calvino, neste Comentário, encontraremos exposições magistrais, como por exemplo o ensino da pureza da Igreja, registrado em 6.14-7.1, onde ele nos dá o contexto completo da situação de envolvimento com descrentes vivida por alguns daquela igreja. Nesse trecho ele mostra que Paulo trata de questões que transcendem a comum aplicação ao matrimônio (“jugo desigual”), referindo-se à perda de foco do Povo de Deus e à promiscuidade relacional deste, com o mundo.
Ao relembrarmos o nascimento desse gigante de Deus, com ação de graças pelo seu legado, devemos orar para que o Soberano Senhor, através da leitura dos textos de Calvino, produza fruto de santidade e luz em nossas vidas.
Solano Portela
33 comentários
comentáriosParabéns pelo artigo!
ResponderQue a memória e obra deste grande Homem de Deus nunca seje esquecida.
Quer concordem ou não com Calvino, ele é digno de respeito e admiração.
ResponderUm bom arminiano deveria fazer coro com Arminius ao elogiar os escritos de Calvino.
A paz
TAles
Só não podemos esquecer também que à 500 anos ele mandou matar Miguel de Servetto... como tá no próprio site do mackenzie... http://www.mackenzie.br/7035.98.html
Responderou seja...
se até Davi não foi poupado de suas atrapalhadas... nao vai ser Calvino que vai ficar escondido pelos seus seguidores... então sempre é bom lembrar TUDOOO o que o homem faz...nao pra culpá-lo, mas pra contextualizar o homem todo que foi calvino.
Não só o iniciador da teologia da predestinacao mas também de assassinatos como este...
eu, particularmente, não gosto de nenhum destas idéias, nem da predestinação nem do assassinato...
considero ambos desumanos (talvez fo por isto que ele queimou o médico...talvez já o considerava um predestinado ao inferno?)... prefiro ficar com aquilo que de humano ele produziu em muitos textos dele...
abraço
Carlos
Muito bom o artigo do meu amigo Solano.
ResponderSó que tramita no Congresso lei alterando o código eleitoral que impede que um politico utilize a imagem e a voz do adversário para os seus propósitos eleitoreiros. Fosse o caso da égide dessa lei o artigo do irmão Solano seria "ilegal", pois mostra a "imagem" e a "voz" de fãs de carterinha inusitados ou inauditos de Calvino, aos quais a gente acrecenta até as de John Wesley que deixou "em fita" o depoimento de que para ele "Calvino foi o maior sábio de quem se teve noticia". São imagens e vozes que os nutridores do ódio teológico desejariam jamais ter existido, cuja ignorância desajaria até banir. Já vi gente dizer que Calvino foi para o inferno, que era um tirano, e tem pentecostal e até presbiteriano que tem ódio de Calvino e por ai vai.
Há quem se apega tanto com o que o Colóquio de 15 a 18 de abril de 2007 em Genebra qualificou de "estereótipos" que se esquece que Calvino vai além de sua concepção "sinistra" da dupla predestinação; da austeridade moral que teria imposta à população de Genebra, que num rasgo de anacronismo, certos ignorantes o pintam como 'ditador'; da parte que teve na prisão e execução de Serveto e do seu papel indiscutivel no desenvolvimento histórico da modernidade, notadamente do capitalismo moderno, o que para uns o torna o pai da modernidade e para outros a base de uma espiritualidade calcada na idéia da prosperidade.
É curiosa essa conclusão do Colóquio acerca do Calvino "pop" como má-interpretação em razão de "esteriotipações" forçadas, o que mostraria um Calvino apenas polemista como teólogo; ditador como politico; pecaminoso verdugo e perseguidor ao invés de um pastor/cura d'almas e aé precursor da famigerada teologia da prospreridade!
Menos mal que com um "mínimo" de boa vontade destes "seguidores" de Calvino, logrou-se ainda destacar acerca do ora homenageado seus: 1 -comprometimento com a proclamação da glória de Deus; 2- determinação em colocar Jesus no primeiro nivel de nossos pensamentos e vida; 3 - insistência na obra do Espírito Santo na Criação e Salvação; 4 - compromisso com a Escritura; 5 - intenção de fazer da vontade de Deus predominar em todos os dominios da vida; 6 - insistência na criação como dom de Deus; 7 - consciência de que a Igreja deve analisar sempre sua relação com os principados e potestades do mundo; e 8) o compromisso com a unidade da igreja.
Me parece que ai, sem consideração pela boa teologia reformada confessional reside o verdadeiro estereótipo de Calvino. Por pouco não o fizeram um mero ativista "eco-sócio-político-penteco-mênico"... C'est la vie... Mas pelo menos são mostradas as razões por que se devem parar e louvar a Deus pela vida deste homem incomum, além do Sarney, que só não deveria ser unanimidade pór que toda ela é burra, como é burra mesmo também toda a iconoclastia mal fundamentada.
Solano,
ResponderBoa idéia esta de destacar os comentários de Calvino, mostrando desta forma que antes de mais nada ele era um estudioso da Palavra.
Abs.
Incrível!!!
ResponderCalvino foi um homem que, com certeza, não passou em branco pelo mundo. Ele fez diferença!
"Contrário ao que muitos pensam, ele não criou ou formulou novas doutrinas, mas foi hábil sistematizador das verdades bíblicas[...]" Este trecho apenas reforça meu pensamento sobre como utilizamos erradamente a expressão "Reforma Protestante", creio que a expressão que melhor caberia neste contexto seria "Resgate Protestante", opis foi exatamente isto que aconteceu, um resgate do cristianismo bíblico.
A respeito dos comentários, gostaria de destacar o comentário do livro do profeta Joel, é fantástica a forma como Calvino comenta esta mensagem tão atual do profeta.
Calvino foi, indiscutivelmente, um gênio, e aprouve a Deus usá-lo para resgatar o cristianismo bíblico.
Que estes 500 anos de Calvino nos façam refletir sobre como anda nossa vida com Deus.
No amor de Cristo.
O Carlos escreveu:
Responder"Não só o iniciador da teologia da predestinacao mas também de assassinatos como este...eu, particularmente, não gosto de nenhum destas idéias, nem da predestinação nem do assassinato...
considero ambos desumanos".
Eu:
Particularmente, eu já adoro assassinatos, como deccerto sói ocorrer com quem gosta a idéia da predestinação! Decerto, né, Carlos? Perai. Dá licença! Quem gosta de assassinato e quem gosta da idéia de que pré-ordenou alguém desde a eternidade para perdição. Ninguém. Como ninguém gosta da idéia de alguém que mesmo na comemoração dos 500 anos de outro REDUZ a sua obra a umas poucas páginas de sua monumental Institutas e na má caracterização de um incidente, a condenação à pena capital dum criminoso pelo Estado que representava o Cantão suiço da Genebra do Século XVI.
Não houve assassinato de Calvino no episódio como de fato não houve múltiplos assassinatos de Catarina de Médici do Papa etc na noite de São Bartolomeu. O discute, a culpa que teve no consentimento à sua prisão e execução. Como o que se discute na noite de São Bartolomeu foi toda a propaganda anti-reforma que redundou num trágico morticinio e dai decorrer a culpa do papado.
São duas besteiras que se tem dito: 1. Calvino foi "iniciador da teologia da predestinação". Ela foi ensinada por Jesus e pelo apóstolo Paulo, cf. o Evangelho de João e Epistola aos Romanos. Paulo inclusive mencionou o fato dos "que Deus predestinou...". Mas se alguém descarta o fato bíblico como problema de interpretação, decerto Agostinho deve ter precedido Calvino no problema. Depois temos a sequencia de equivocados, Anselmo da Cantuária, Bernardo de Claraval, Gothschalk de Orbais, Lefreve d"Etaples... 2. Calvino assassino é algo totalmente indigno e incomprensivo.
Agora o que dizer de Calvino como pai de uma nação, Suiça, como patrono de uma língua, o Francês, como desconsiderar o dizer de importante historiador católico dele como precursor da democracia, socialismo, capitalismo... Devemos a Calvino, abaixo do Espirito Santo que em seu mover, o capacitou, a multidão de cristãos bíblicos que são preponderantes, como grupo individual, na Hungria, Indonésia, Coréia do Sul, Suiça, Holanda... Certamente não se trata de pessoas tão cegas aos fatos históricos que circundaram a vida deste notável homem de Deus.
Caros amigos:
ResponderEstou em viagem no exterior, com acesso limitado à Internet - principalmente nos próximos dias.
Theológicus, Tales e Arthur: Obrigado pelo comentário e pelo reconhecimento da obra magistral do grande mestre.
Carlos: Que pena que você não tenha nem se dado ao trabalho de ler o artigo sobre Serveto, do qual você mesmo especificou o "link". Nele, o Dr. Augustus trata exatamente de distorções geradas na mente de pessoas com visão curta e de persuasão: nihilista, desesperançada e difamatória. Dê uma "chance" ao homem e leia não somente o que aquilo que escrevem sobre ele (defensores e inmigos vicerais), mas principalmente as obras que foi possibilitado, pela Graça de Deus, escrever.
ANAMIM: Obrigado por seus dois pertinentes comentários. Quer dizer que se passar a tal lei, vamos ter de pagar direitos autorais até nas citações de defuntos?
Augustus - Grato pelo comentário e observação, ressaltando Calvino, o exegeta.
Um abraço a todos,
Solano
Não posso esconder minha admiração por este grande teólogo. Como alguém comentou acima. Como Arminiano, faço coro com Armínio e com John Wesley em reconhecer o valor deste mestre das Escrituras.
ResponderParticularmente, acho a explicação de calvino sobre os Sacramentos, excelente.
Solano:
ResponderQuer dizer que se passar a tal lei, vamos ter de pagar direitos autorais até nas citações de defuntos?
Eu:
Ao passar essa lei, argumentos mais fortes concenentes ao descortino da verdade acerca do CARÁTER, ao testemunho do comportamento pregresso, de outrem, não poderão ser usados senão para elogio próprio/autopropaganda.
Previne-se a utilização da imagem dum oportunista e mau caráter beijando a mão de outro lá em Belém do Pará dizendo: "eta homem bom, pai d'égua..." Uma imagem dessa teria o efeito talvez devastador.
No seu caso, você fazendo Armínio indo além da visão de Calvino como "iniciador da teologia da predestinação" e do "assassino cruel" é golpe sem misecórdia na ignorância, preconceito, arrogância, presunção, no simples marketing religioso regado de ciúmes, contendas e inimizades, na mentira pura e simples. Aos adeptos do ódio teológico contra Calvino, restarão apelar para o preceito de má exploração da imagem e da voz e dizer: "perai é falta... Que injustiça... Afinal Arminio, Wesley e outros, que são nossos pais, só deveriam falar em apoio a nossa gororoba, que negócio é esse de reconhecer virtudes no adversário? Deveriam ser os primeiros a denunciar esse herege e assassino cruel!"
A mentira e tudo que dela decorre e se sustenta só tem um por pai e este não é nem Arminio, nem Wesley, nem Finney... Devemos amar a verdade como o mosquito ama a sopa, como, aliás, bons filhos de Calvino. A verdade sobre Calvino sai mesmo da voz insuspeita de Daniel-Rops, de Arminio, em meio ao tumulto de vozes impostoras do seu próprio tempo dos autores, que além de imimigos dele, eram maus carácteres, sem a minima generosidade.
Presbítero Solano,
ResponderParabéns pelo artigo! Já o tinha lido e apreciado no prefácio ao Comentário de 2 Coríntios lançado pela editora Fiel. Calvino realmente foi um servo de Deus acima de tudo, e um teólogo de uma envergadura incomparável!
Quanto ao que escreveu o nosso amigo Carlos, é sempre o mesmo blá, blá, blá. Esta acusação é tão pueril e já foi rebatida tantas vezes de maneira hábil, que ainda me admiro com o fato de existirem criaturas desinformadas a este ponto.
Caro Reverendo a Graça e Paz de Nosso Senhor.Sinceros Parabéns ao Blog.Me chamo Carlos.(não o que fez criticas infames a Calvino)Sou de Campinas,fui católico,sou Assembleiano de batismo por imersão,porém um reformado de Doutrina e coração.A mais ou menos cinco anos tive o privilégio de conhecer por dentro a Doutrina Reformada.Conhecia só de ouvir Falar,e mal por sinal.Estudei em um conceituado instituto biblico por 2 anos,não foi o bastante para mim,porque queria mais, conhecer a Palavra.Como não tinha condições de manter uma faculdade Teológica,fui comprando livros recomendados por irmãos e pastores;foi ai que conheci Calvino.Agora minha estante está recheada de livros(em especial a Biblia)relevantes para o meu crescimento mental e espiritual.Fico feliz que algumas editoras tem lançado livros sobre Calvino.Parabens mais uma vez.
ResponderInformo aos irmãos que os Comentários de Calvino sobre Oséias, Joel e Obadias já estão disponíveis em português, publicados em PDF pelo site Monergismo.com, mas ainda sem versão impressa.
ResponderNossa Congregação tem tido a feliz experiência de se reunir quinzenalmente em nossa casa para lermos juntos as Institutas. Já fazemos isso há dois anos, e a cada leitura nos surpreendemos com a clareza e fidelidade às Escrituras deste homem admirável. E quem pensa que esta é uma leitura apenas para pastores e teólogos, se engana. Nosso pequeno grupo conta com 5 casais, 7 adolescentes, 4 crianças e apenas 1 pastor!
ResponderÉ realmente impressionante a profundidade e seriedade que ele trata os textos Bíblicos. De vez enquando a gente para, fica se olhando, suspirando e dificilmente conseguimos terminar no horário...o pastor tenta, mas as pessoas ficam tão mexidas que continuam conversando sobre o que foi lido, fazendo perguntas. Tem sido uma experiência enriquecedora!
Parabéns pelo excelente post! Grande abraço
Solano,
ResponderAgradeço muito sua participação no comentário de 2Corítios.
Deus o abençoe.
Franklin
Editora Fiel
Pois é caro Solano e demais irmãos,
ResponderPena que Calvino não será lembrado pela maioria da Midia.
Calma. Não vou cair nesse lugar comum, persnóstico, de reclamar da Mídia como uma instituição éterea. Algo do qual podemos ser abstraidos e na condição de out siders, sentarmos o porrete, como se malha um judas imaginário. Se hoje participamos da Internet é prova de que de alguma forma fazemos parte da Mídia. Mas, chio o boicote que se processa nos meios de comunicação de informações e conhecimento da América Latina, principalmente. É lamentável que os formadores de opinião que fomentam a nossa Mídia tenham tanta ignorância e incompreensão do que representou e ainda representa Calvino.
Arrisco dizer que se deve ao fato de se considerar morta a Igreja Reformada.
Lembro aos irmãos que do ponto de vista de governo eclesiástico até as Testemunhas de Jeová adotam o sistema presbiterial, só que chama os seus "presbitérios" de circuito e não é lá tão fiel à visão democrática (ou talvez seja...) na escolha dos seus "anciões". Mas as suas "igrejas" não tiveram como não seguir as lições de Calvino contidas no 4° Volume das Institutas, ainda que de forma obliqua.
Até a IURD segue uma tal de teologia da prosperidade que os sociólogos da religião por vezes identicam Calvino como precursor.
Então por que não pagar esse tributo?
E é justamente dessa grei, a IURD, que eu vi, dos lábios do Bispo Edir Macedo, a colocação infame de que o calvinismo, e ele se referia estritamente ao ensino do alto mistério da divina predestinação, era "ensino de demônios" e era o que estava "por trás da homossexualização das igrejas tradicionais dos EUA". Isso assomado ao ensino de que Calvino foi um déspota, tirano e assassino, vocês podem imaginar o IBOPE do pobre João entre a grei iurdista!
Podemos nos dar satisfeitos se a Folha Universal simplesmente ignorar a passagem dos 500 anos de Calvino...
Bem, perai, o que estou dizendo? Enquanto escrevo isso, um raio de esperança perpassa a minha alma. Até 2002, a IURD demonizava o capeta em pessoa o Lula e hoje o idolatra. Então vou correndo dar uma folheada no último n° da Folha Universal. Tudo é possivel ao crê... Eu creio na mudança de pensamentos. Creio notras cositas que podem estar por trás de mudanças súbitas... Yo creo en los cambios subitos, ellos hay...
Caros irmãos:
ResponderAinda em viagem e com limitado acesso à Internet, agradeço os comentários adicionais de todos:
Ao Pr. Francisco, Alan,Carlos Roberto, Simone Quaresma - os importantes depoimentos e repercussão sobre as obras e infuência de Calvino.
Ao Anamim: pelo retrono da visita e suas novas observações.
Ao Anônimo - pelas informações sobre outros comentários de Calvino.
Ao anônimo do Franklin - o privilégio foi meu, de participar desse esforço da Editora Fiel. Você notou que no texto do post há um link para esse comentário de 2 Coríntios?
+ uma do Jacobus Arminius, Solano, que recomendava a leitura da obra de Calvino
Responder"Depois da leitura das Escrituras..., e mais do que qualquer outra coisa,... eu recomendo a leitura dos Comentários de Calvino ... Pois afirmo que na interpretação das Escrituras Calvino é incomparável, e que seus Comentários são mais valiosos do que qualquer coisa que nos tenha sido legada nos escritos dos pais — tanto assim que atribuo a ele um certo espírito de profecia no qual ele se encontra em uma posição distinta acima de outros, acima da maioria, na verdade, acima de todos." (Carta escrita a Sebastian Egbertsz, publicada em P. van Limborch e C. Hartsoeker, Praestantium ac Eruditorum Virorum Epistolae Ecclesiasticae et Theologicae (Amsterdam, 1704), nº 101).
Esse texto eu li no blog: http://cincosolas.blogspot.com/2008/08/arminianos-ouam-armnio.html
e o citei no da mocidade da 1IPC/Goiânia: umpcgyn.blogspot.com
Os arminianos de hoje deviam imitar o Armínio.
O que traz beleza a um homem de Deus é a consciência e a demonstração da sua humanização. Por isso que Paulo poderia dizer “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2Co 12.9). Podemos ver na Bíblia que, ao mesmo tempo que ela descreve a devoção dos patriarcas, ela também descreve suas falhas e debilidades. Acredito que isso é o grande diferencial de uma idolatria e das seitas para um reconhecimento e honra de uma pessoa. Quando não se vê defeitos ou se busca justificá-los em demasia, corre-se o risco de estarmos em uma divinização de uma personagem. A Bíblia é bem clara sobre isso em condenar tal prática.
ResponderPortanto, Calvino, seria melhor descrito se tivéssemos o privilégio de ler que existem coisas que o próprio Calvino não se aprofundou por ele achar-se impossibilitado por algum motivo; que Calvino pode ter algumas coisas que poderemos não concordar, como já ouvi e li de alguns exegetas reformados que não concordaram com ele em algumas coisas; que o caso de Serveto foi polêmico e não devemos estar armados para uma autodefesa daqueles que questionam a predestinação ou a execução de Serveto.
Na verdade, eu tenho Calvino como um paradigma de homem de Deus, erudito, teólogo e pastor; mas ele sempre estará sob o crivo da minha análise bíblica. Creio nos cinco pontos, chamados calvinistas e em muitos ensinamentos de Calvino, porém, é importante nessa comemoração dos 500 anos de Calvino que reconheçamos não somente as suas contribuições, mas também a possibilidade de haver questionamentos. Isso é perfeitamente sadio e sábio, pois, com isso, dar-se-á primazia àquela que realmente deve ter e que Calvino sempre exaltou – a Palavra de Deus.
Ailson, Tudo bem? Não fale em teonet aqui não... Este pessoal daqui que detonou a nossa teonet velha de guerra... hihihi
ResponderFicou na história o fato de que aquele movimento de reação ao pessoal antigo começou na teonet com a entrada do Solano, que entrou e apertou o interruptor para a posição off... E saiu para os blogs...
Vc acho que a teonet deveria retornar?
Tributo a Calvino
ResponderEu me lembro, no antigo Ginásio, de ter dado graças a Deus por Calvino ter existido e ter libertado a Humanidade do autorismo absoluto dos papas...
Bem mais tarde ri-me de Calvino que, segundo constava de um livro de filosofia, ficara contra Galileu Galilei alegando que ele não podia saber mais do que o Espírito Santo ...
Atualmente, lendo as Institutas, surpreendi-me com a sinceridade de Calvino que deu a entender que existe, realmente, a má religião, seja do homem, que projeta Deus à sua imagem e semelhança (antecipando-se a Fuerbach), seja a do medo, quando o homem finge a mar a Deu mas, no íntimo, o detesta e se torna cínico.
Calvino ressaltou, contudo, a religião verdadeira: a mesma ressaltada por Tiago.
Ele valorizou toda verdade, venha ela de onde viver, pois sua fonte última está em Deus.
Calvino: embora eu não me considere calvinista, reconheço o seu esforço paralelo ao de Lutero para que o homem pudesse amar a Deus com liberdade.
Tributo a Calvino (desculpas)
ResponderCometi graves erros de digitação no texto anterior. Entretanto, acredito que os leitores do Blog saberão ler certo por linhas ...
Prezado Anamim,
ResponderNão podemos abusar muito nesse nosso papo aqui não ... Já estamos fugindo do assunto do post. Mas foi muito bom encontrá-lo virtualmente depois de tanto tempo.
Bom tempos aqueles da Teonet!!! A internet ainda estava começando no Brasil e já havia um grupo de discussão teológica (se bem que a na maioria leigos) e ligado a Igreja Presbiteriana. Não havia blog ainda. A tal da Teonet deu origem ao primeiro curso básico de teologia pela internet, do então STPRJ (que agora para ficar mais fácil de falar e localizar passou a se chamar Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Ashbell Green Simonton). Aprendi muito na época. Mas acabou !!! Reclamações foram parar no Supremo Concílo (ou Comissão Executiva ???) . Fez barulho na época.
Quer dizer que foi o Solano ??? Bem que eu desconfiava !!!
Deveria voltar ? Não sei. Eu pelo menos não teria mais o tempo que tinha na época. Não iria dar tantos palpites absurdos como na época (por falta de tempo, e não por ter me livrado dos meus “absurdos”).
De tempos em tempos dou uns palpites “absurdos” por aqui mesmo. Aqui é mais democrático. Até o Coisa Ruim dá palpite !!!
E você ? Como está ? Continua sendo o “caçador de neo-pentecostais presbiterianos” do planalto central ? E já acessor do Lula ???
Um abraço.
Ailsom
Acho que faltou esclarecer o comentario do nosso amigo Carlos, no dia 07/07. Mudaram o assunto, virou sala de bate-papo e a tal execução do herege Serveto ficou pouco esclarecida. Li o artigo do link, mas não há nada de novo. Alguem aí, diga alguma coisa. Abraços
ResponderJoão Calvino foi mesmo um homem inigualável.
ResponderMarcelo Hagah
João Pessoa-PB
Adonias,
ResponderCalvino foi um homem e, como tal, pecador. Assim, o fato de ele ter permitido, e até, de certa forma, ter se comprometido diretamente com a morte de Serveto, não o desqualifica mais do que Davi e Salomão, ambos tendo agido de forma premeditada contra a vontade de Deus.
Calvino, pelo menos, julgava estar agindo sob inspiração do Espírito Santo. Ele não poderia deixar de cometer erros sutis só porque estava combatendo erros crassos do papado.
Julguemos Calvino por sua coragem de conquistar para nós a liberdade para amar a Deus. Sem a intervenção dele - certamente orientada pela vontade de Deus - ainda estaríamos na idade das trevas.
Anonimo,
ResponderAté que enfim uma luz brilhou... sábias palavras as suas. muito obrigado
Sábias palavras de Calvino sobre a predestinação
ResponderFonte: Calvino, João. As Institutas da Religião Cristã. Cultura Cristã, 2006
CAPÍTULO VIII
A Predestinação e a Providência de Deus
(...)
2. Certa ignorãncia é mais douta do que o saber
E não nos envergonhemos por ignorar algo deste assunto, no qual há certa ignorância mais douta do que o saber. Melhor faremos em dispor-nos a abster-nos de um conhecimento cuja exibição é estulta e perigosa, até mesmo perniciosa. Se a curiosidade de nossa mente nos solicitar que investiguemso tudo, sempre temos em mãos esta sentença: "Quem esquadrinhar a majestade de Deus será oprimido por sua glória. Muito bom será que nos desenterremos dessa audácia, pois vemos que ela não nos pode fazer outra coisa senão precipitar-nos na desgraça.
3. O outro extremo: omissão negligente
Por outro lado, há outros que, desejando remediar esse mal, esforçam-se para fazer com que a lembrança da predestinação seja enterrada; quando menos, eles nos advertem de que tomam cuidado para não inquirir nada a respeito dela, considerando-a uma coisa perigosa. Embora seja louvável a modéstia de querermos abordar os mistérios de Deus com grande sobriedade, descer tão baixo nisso não dá bom resultado para os espíritos humanos, porque estes não se deixam domar tão facilmente.
4. O equilíbrio da Escritura
(...).
Portanto, devemos ter o cuidado de não impedir os crentes de procurarem saber o que há na Escritura sobre a predestinação, para não parecer que desejamos fraudá-los negando-lhe o bem que Deus lhes comunicou, ou pretendemos discutir com o Espirito Santo, como se ele tivesse divulgado coisas que faria bem em suprimir.
(...)
Prezados pastores, paz! Fico muitíssimo feliz com o sucesso que têm obtido mediante o blog. Aliás, não poderia deixar de comentar, parece que os posts incomodam bastante àqueles que possuem a "consciência fraca", como diria o apóstolo Paulo. Irmãos, sou um jovem teólogo, formado em 2007 pelo Seminário Presbiteriano de Belo Horizonte. Atualmente leciono na 8ª IPB, do Pr. Jeremias. Certa feita, um aluno me solicitou informação sobre alguma bibliografia que tratasse o assunto "numerologia judaica". Apesar de já ter lido sobre a respeito, é certo que não conheço tanto quanto preciso. Além disso, os livros que li (tratando exclusivamente do assunto) são um tanto temerosos; buscam um lado muito místico da cabalah. O fato é que preferi não ofertar resposta imediata a meu aluno, pois acho por bem optar pela segurança. Gostaria, portanto, do auxílio de vocês, homens mais doutos e experientes: Há alguma obra confiável que aborde substancialmente o assunto?
ResponderMuito obrigado e que o fogo de Deus continue iluminando suas mentes e aquecendo seus corações.
David Araújo.
Huhu, parabéns a um dos fundadores do Capitalismo! Concerteza ele merece os parabéns por sermos tão usado hoje em dia!
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