Como eu disse em mural anterior, não sou contra a participação dos cristãos em manifestações públicas contra injustiças sociais, leis injustas e descaso do governo. Sou, é óbvio, contra a baderna, o tumulto, a depredação e a violência que estamos assistindo, coisas estas, diga-se, praticadas por alguns e não por todos.
Muitos cristãos têm procurado justificação na Bíblia para estes atos de protesto público contra o governo e para criticar outros cristãos que preferem não se juntar aos manifestantes. Acho que não precisa procurar versículos na Bíblia para isto. A liberdade de expressão faz parte de nossos direitos como cidadãos de um país democrático. Não há na Bíblia lei contra isto, embora haja contra o desrespeito, a violência e a depredação dos bens alheios.
O que me impressiona é a hermenêutica dos manifestantes cristãos. Eles conseguem ler a Bíblia (ou então lembrar de alguma coisa que ouviram) e transformar os profetas e Jesus em modelos para as manifestações. Acho que não é bem por aí.
Para começar, os profetas de Israel viveram numa teocracia, onde o Estado não era laico. Viveram e ministraram debaixo da aliança de Deus com Israel, seu povo escolhido no AT. Eles protestaram e denunciaram as injustiças sociais porque estas eram contra a lei de Deus que era adotada como lei civil de Israel. O protesto deles era basicamente de natureza religiosa embora com implicações sociais.
Além disto, eles protestaram como indivíduos. Eles entraram nos palácios e templos onde estavam os reis e sacerdotes corruptos e anunciaram, sozinhos, uma palavra do Senhor contra eles. Demandaram justiça e obediência à Palavra do Senhor e anunciaram o castigo divino contra a nação corrupta e idólatra. Eles não estavam cercados de outros manifestantes. Não quebraram nada nem tocaram fogo no templo ou palácio. Alguns foram presos, outros torturados e outros ainda mortos.
Por fim, lembremos ainda que na maior parte das vezes eles falavam aos reis, sacerdotes, juízes e os nobres. Sua voz se dirigia mais à aristocracia.
É muito interessante que Tiago, escrevendo a cristãos que estavam sendo oprimidos por patrões injustos, usa os profetas como exemplo de... paciência! Vejam só:
"Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas. Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor".
Assim, embora devamos imitar os profetas em sua coragem de denunciar a desobediência às leis de Deus cometidas pelos nossos governantes, não vejo como usar a história deles como base para protestos públicos contra desemprego, corrupção e falta de outros deveres do Estado. Teríamos, então, de protestar contra o adultério, a idolatria, a prostituição, e outros pecados contra os quais os profetas se manifestaram e pelos quais foram presos e mortos - como João Batista que foi morto por denunciar a relação adulterina de Herodes com a mulher de seu irmão. Vamos organizar uma manifestação contra as conhecidas imoralidades, sodomia e adultérios de pessoas públicas?
E Jesus entrando no templo e expulsando, à chicotadas, os vendilhões? De fato, Jesus fez isto. Mas ele também morreu na cruz. Por que não o imitamos nisto? A resposta é óbvia, Jesus veio como Filho de Deus realizar a salvação de seu povo. Já escrevi um post "Jesus não era cristão" onde mostro como é importante lembrar os limites de nossa imitação do Senhor:
http://tempora-mores.blogspot.com/2010/06/jesus-nao-era-cristao.html.
A limpeza do templo foi escatológica, cumprimento de profecias. Nenhum dos apóstolos de Jesus o imitou posteriormente nisto, muito embora os Doze em Jerusalém continuassem a ir ao templo diariamente, após Pentecostes, para as orações, e muito embora tivessem falado contra os sacerdotes e lideres corruptos de Israel em seus dias.
Como eu disse, não vamos encontrar na Bíblia base explícita e direta para organização de protestos e manifestações contra o governo no exemplo dos profetas e de Jesus. E não faz mal. Basta-nos o que a Bíblia diz, que procuremos promover a paz, a justiça e a verdade. Está implícito que a maneira primordial da Igreja fazer isto é pela evangelização, discipulado, transformação de corações e mentes, treinamento de jovens intelectuais comprometidos com a Palavra de Deus, que sejam capazes de ocupar cargos públicos e tenham coragem de fazer o que é certo. Não está excluída a participação em passeatas. Se eu estivesse no Brasil pode até ser que iria a uma. Mas jamais baderna, depredação, xingamento, agressões e incêndios.
Como Deus nos protege?
Há um dia
23 comentários
comentáriosUm certo coro de neo-protestantes (se assim podemos chamá-los), acusam os que não aderem a essas manifestações em massa como se nada fizessem. Tenho minha consciência tranquila diante de Deus que tenho pregado o evangelho, ensinado a Palavra de Deus, e procurado viver de acordo com o justo procedimento piedoso. Digo isso aqui não para me exaltar, pois tenho consciência também de que nenhuma destas cousas faço perfeitamente, mas perante Deus pela sua graça. Apenas afirmo porque entendo que esse justo procedimento, e a proclamação da Palavra, são deveres primordiais de todos crentes. No que excede a isso, se realmente necessário, façam o que lícito e legítimo, mas sempre com discernimento das circunstâncias.
ResponderPastor, obrigado por seus posionamentos neste momento onde o cristão fica confuso sobre como se posicionar, não queremos ser omissos mas não queremos agir como um não cristão. Se puder leia meu post sobre este assunto:
Responderhttp://obathos.blogspot.com.br/
Abraço e que Deus te fortaleça!
Quando nos dizem (certos pastores) que as autoridades são postas por Deus e que devemos obedecê-las, devemos fazer isto cegamente? A constituição nos dá o direito de contestar as autoridades... por isto não estamos contra o Evangelho.
ResponderSe os políticos corruptos continuarem no poder vão deixar o país sem nada. E infelizmente sem violência não se faz revolução. Acho que esse movimento pode chegar a isso, porque os corruptos são a maioria hoje nos cargos públicos.
Se não houvesse força na Reforma para contradizer os que detinham o poder, sejam bispos ou reis, a igreja católica, a maior e a mais antiga heresia do mundo Cristão, não teríamos igrejas "evangélicas" só a do vaticano.
Texto muito fera Reverendo! Muito esclarecedor!
ResponderComo todo bom brasileiro que se orgulha de ser o que é também estou achando este momento mágico, mas quando vejo que focos de violências e vandalismo começam a eclodir meus temores se intensificam em muito.
ResponderQueira Deus que não seja exagero da minha parte, e que eu esteja redondamente enganado quando avalio o fato na esfera espiritual em que espíritos decaídos aproveitam de tal momento e ao verem uma multidão “a maioria jovens” arvorarem sua bandeira!
E que estes espíritos malignos aproveitem a falta de uma liderança cognitiva assim como não há um ideal já que os propósitos se divergem...
Meu receio e que estes demônios tal qual moscas em um lixeiro comecem a insuflar a população levando-a a uma anarquia sem precedentes.
Sei que me baseio em um texto isolado “Ef. 4: 12” o que é um perigo, mas ainda assim eu sei que este mundo jaz no maligno e o príncipe deste século que segou o entendimento não está para brincadeira.
Na verdade uma multidão sem a inerência de Deus pode derivar-se para situações preocupantes.
Ô amado pastor!
Queira Deus que eu esteja tão equivocado como na época em que troquei a palavra arminianismo por arminismo.
Ao escrever sobre um determinado versículo citei Efésios 4: 12 e não Efésios 6: 12.
ResponderNa verdade não sei se é devido a uma influencia pentecostal se bem que neste caso existe unanimidade quando o assunto e a influencia de demônios,
obviamente não estou me referindo a uma batalha com anjos e demônios a se digladiarem, mas acredito em hostes do mau que interferem nas atitudes humanas...
Pedro nos ensina: “Porque assim é a vontade de Deus, que pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos, como livres que sois não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus. Tratai a todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei” 1 Pedro 2:15.
ResponderUma oposição cristã é diferente das outras oposições.
1) A oposição cristã é mais profunda e combate as raízes do problema (pecado em nós e nos outros) mais do que apenas os fatores externos. Ela é mais respeitosa e compassiva. O Pedro que pegava a espada para guerrear havia aprendido a pegar a Bíblia e pregar, a usar sua vida para demonstrar. Deixou de atingir orelhas e passou a “atacar” o coração das pessoas. Estamos atacando a fonte ou a apenas a ponta do iceberg?
Tiago afirma: “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?...” (Tiago 4:1-4).
2) A oposição cristã é mais abrangente. O irritado Pedro não conquistou nenhuma vitória em suas causas em Jerusalém, não convenceu nenhum cidadão e nem mesmo Jesus. Mas, o Pedro moldado pelo Espírito mobilizou milhares de pessoas em Jerusalém. “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma”. De nenhuma influência, agora Pedro tinha mais de cinco mil homens mobilizados contra a corrupção interna e externa em Jerusalém. E dali, esta influencia percorreu todo o mundo conhecido em poucas décadas. Uma revolução cristã!
3) A oposição cristã é mais dolorosa e invisível aos homens. Uma análise humana poderia classificar a mobilização de Pedro como um fracasso, ele não conteve a opressão do Império Romano e foi condenado a morte. Mas, em pouco tempo, milhares de pessoas de Jerusalém até Roma e nos confins da terra experimentariam a revolução de Cristo diminuindo de suas vidas e de muitas comunidades as práticas injustas e a depravação moral.
Jesus no templo agiu escatologicamente contra a corrupção na casa de Deus, contra a falta de testemunho do povo de Deus, foi uma manifestação contra a religião e não contra o Estado. Contra a corrupção que nasce no coração e não nas cátedras do poder político. Que tal uma passeata contra a corrupção da igreja evangélica brasileira e suas heresias pragmáticas?
Cuidado com a multidão. A multidão não cristã não entende a origem da injustiça e ataca os problemas da forma errada. A multidão não cristã é vulnerável e vai acabar se opondo aos cristãos. Jesus foi recebido por uma multidão em Jerusalém que o aclamaram Rei (Mt 21). Eles queriam ser libertos da opressão e corrupção romana, mas não estavam tratando de sua própria corrupção e opressão. Como, por exemplo, a hipocrisia religiosa, a exploração do Culto e o preconceito com os doentes, as mulheres e os samaritanos. Mas, Jesus não foi ao palácio, ele foi ao templo e expulsou os mercadores. Esta mesma multidão que o aclamara rei, atiçada pelo Sinédrio, gritou crucifica-o e foi condizente com sua morte (Mt 26). A multidão que quis adorar Paulo e Barnabé em Listra, por terem curado um coxo, no mesmo dia apedrejou a Paulo até a “morte” em praça pública por terem sido atiçados por judeus vindos de Icônio e Antioquia (At 14). A multidão de Jerusalém, alvoraçada pelos judeus vindos da Ásia, agarraram a Paulo no templo e tentaram mata-lo (At 21). Cuidado, a voz do povo não é a voz de Deus, a multidão sem Cristo ataca os problemas no lugar errado e da forma errada. Cuidado porque os mesmos que podem estar ao seu lado reivindicando causas comuns, confusos, podem estar amanhã marchando em perseguição a valores cristãos.
A grande questão não é deixarmos de nos opor, mas a forma como devemos atuar para ser uma oposição cristã. Relembrando: “Porque assim é a vontade de Deus, que pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos, como livres que sois não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus. Tratai a todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei” 1 Pedro 2:15.
Reverendo, vez que foste preletor no último Gospel Coalition Conference, poderias enviar um texto sobre os protestos no Brasil e lhes apontar que gostaríamos de saber como a Igreja nos EUA está vendo os acontecimentos aqui no Brasil.
ResponderDeus abençoe.
No início do cristianismo, a escravidão era uma instituição bem estabelecida e de uma crueldade sem limites. Não era difícil imaginar que os crentes fossem chamados a empreender uma campanha pela abolição através de passeatas e manifeatações diversas. No entanto não vemos na Bíblia Paulo e os apóstolos se pronunciarem contra os males da escravidão da época. Paulo e os apóstolos nunca encabeçaram movimentos contra a escravidão. A epístola de Filemom mostra-nos que os crentes da igreja primitiva não moveram um dedo para mudar a situação. Onésimo, escravo fugitivo, converteu-se por meio da pregação do apóstolo Paulo em Roma. Em vez de Paulo aproveitar a ocasião para combater o mal da escravidão, ele faz um apelo espiritual e insiste para que o escravo Onésimo, embora continuasse sendo escravo, fosse agora recebido como irmão, e irmão amado pelo seu amo Filemom (Filemom 10:16). É claro que não podemos ficar indiferentes a um governo opressor e cruel. Mas, lembremo-nos de que o recurso do crente é o próprio Deus, não a agitação, a propaganda política, as petições dirigidas ao Congresso ou a mobilização das massas. O recurso da igreja é entrar na presença de Deus em oração e jejum, depositar diante dEle o fardo que o mundo faz pesar sobre o nosso coração e depois sair para a proclamar as Boas Novas de Cristo aos homens. É importante observar que a escravidão findou no império romano com os crentes praticando o amor tanto ao capataz como ao escravo. A igreja deve se opor às injustiças sociais, não elegendo seus membros a cargos políticos, fazendo passeatas, manifestações, mas anunciando o Evangelho que é o poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças.
ResponderCaro Reverendo, nós, pastores/líderes, além desta exortação, devemos ter prudência neste momento. Há várias camadas sobrepostas e/ou embaralhadas no atual cenário. Colegas pastores e nossas ovelhas, em maioria, não conseguem discernir os produtores/diretores que dirigem o teatro de operações.
ResponderNa origem, na condução e no produto final, as mãos que estão segurando as rédeas não são amadoras, são profissionalíssimas. Somente uma leitura intelectual (no absoluto lado bom do termo), que consegue ver o quadro geral e descortinar as ideologias subterrâneas, contribuirá para dissipar o que turva os olhos no cenário atual.
São várias décadas convergindo para um pensamento único, de matiz conhecido, maligno e devastador, só que, hoje, com outras semânticas, mas para o mesmo resultado lá na frente.
Salvo engano, as massas (inclusive da família presbiteriana) pensam que é uma coisa, mas a engenharia político/social segue sua cartilha. Basta rastrear desde as origens o que pensam, falam e sonham os protagonistas desse enredo.
Sei, que entre nossas ovelhas e grande parte da população, aflora um sentimento de indignação, correto, represado diante do quadro geral pecaminoso, levando-os às ruas. Mas ... a história tem lá suas lições nada agradáveis.
Por isso, entre outras coisas, orar é a prioridade, conhecer/discernir profundamente é sabedoria.
Sempre em Cristo, rogando as mais ricas bênçãos sobre sua vida.
Mauro Meneguelli
Paz irmãos! para mim esses protestos estão fora da palavra!!! Sei que o povo esta cansado de tanta corrupção, mas nossa guerra é espiritual primeiro para depois vir para o natural!!
ResponderSe queremos um Brasil sarado, temos que nos humilhar, pedir perdão, e buscar a face de Deus, pois assim como 2Cr: 7:14 é a forma de Deus agir!!
De uma olhada no blog, a explicação esta mais clara.
http://pekenoscristos.blogspot.com.br/2013/06/manifestacoes-pacificas.html
Deus abençoe a todos!!
"Se eu estivesse no Brasil pode até ser que iria a uma."
ResponderIsso não seria se assentar na roda dos escarnecedores? Me diga com quem andas, e eu direi quem tu és...
Acredito que a Igreja pode apoiar essa movimento por fora, orando. Mas nunca se misturando.
Abraços!
O apóstolo Tiago reconhece as injustiças praticadas contra os pobres da sua época. A sua resposta a esta falta de misericódia não sugere protestos, manifestações ou passeatas. Simplesmente Tiago lembra a proximidade da vinda do Senhor Jesus (Tiago 5:8). Judas, expondo-no a corrupção dos últimos tempos, NÃO diz: "É preciso fazer manifestações contra a corrupção", mas orienta os crentes que se guardem no amor de Deus e que se dediquem a servir os outros (Judas 21, 23). Paulo por 3 vezes valeu-se de seus privilégios de cidadão romano. Porém, nunca o vimos organizando nem participando de protestos e manifestações.Quem estava no trono quando Pedro escreveu sua epístola era Nero um dos piores tiranos que o mundo já conheceu. No entanto, os crentes não foram chamados para participar de manifestações para destronar Nero, ou manifestaçõe por um governo melhor. Pedro exorta os crentes a perseverarem em tranquila obediência "suportando tristezas, sofrendo injustamente", pois foram chamados para isso. Portanto, a visão de que os crentes a (igreja) deve participar de manifestações é uma visão muito rasa, superficial e tupiniquim do Evangelho. O Problema é que a igreja e muitos de seus líderes estão com visão de suíno. A igreja existe para amar e servir a Deus e levar as pessoas deste mundo para o céu, não existe para reformar politicamente a sociedade.
ResponderEstes dias podemos ver nas ruas tantos jovens cristãos.
ResponderA Seara é tão grande e os trabalhadores são poucos.
Por onde vocês tem andado? Precisamos de vocês!
Temos uma bandeira e uma grande causa a defender já há muito tempo.
Não se esqueçam, já tínhamos e temos uma grande bandeira, me ajudem a levantá-la,
me ajudem e a outros a defender a grande causa de estarmos aqui.
Abaixo o link de um pedido de ajuda e o desabafo de um jovem pastor...
http://www.youtube.com/watch?v=JaKFJerJ1vA
Augustus, ótima reflexão esta. Vejo que você se aprofundou em relação à primeira, onde parecia procurar uma visão bíblica dos protestos. Mas este fenômeno nos surpreende a todos pelo seu caráter inusitado e estamos todos (nós cristãos reformados) tentando compreendê-lo dentro de uma cosmovisão cristã reformada. Estamos todos perplexos e a melhor atitude é a cautela de não beatificarmos nem demonizarmos as manifestações. Creio que é o que você procurou mostrar. Sem querer ser simplista, penso que como tudo o mais que envolve o ser humano feito à imagem de Deus, embora caído, as manifestações têm coisas que podem ser louvadas e coisas que devem ser reprovadas. E os cristãos devem participar como participam de tudo o mais em sua vida no mundo: com discernimento para apoiar aquilo que não fere os princípios da Escritura e repelir e abster-se daquilo que não glorifica a Deus. Além disso, como sal e luz, ao participar de alguma manifestação os cristãos devem procurar influenciar o grupo com gestos pacíficos, como foi o caso de jovens cristãos em João Pessoa, que oraram pelos policiais em vez de confrontá-los, linda imagem que você pode ver aqui:http://180graus.com/gospel/jovens-cristas-oram-pelos-policiais-nas-manifestacoes-pelo-brasil. Finalmente, quero recomendar a leitura do excelente artigo do Alfredo, que faz uma análise do movimento como historiador social, sem, contudo, abrir mão do olhar de um cristão reformado. O blog está na sua lista de blogs fraternos. Um grande abraço.
ResponderMarcos Augusto
Ótimo texto, como cristãos precisamos nos posicionar e fazer parte sim deste movimento, mas de forma ordeira e pacifica. Parabéns pastor Augustus Nicodemus
ResponderA igreja é a voz profética de Deus na terra, mas ultimamente sua boca foi amordaçada. Tudo porque se casou com a política e com o "evangelho social". "O evangelho social" está fortemente entrincheirado nos púlpitos modernitas-liberais, dando ênfase à mensagem de reforma do Antigo Testamento em lugar da mensagem de redenção da alma contida no Novo Testamento. O Evangelho são as boas novas de que "Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressucitou ao terceiro dia, segundo as escrituras" (ICo 15:3,4). Nesse contexto, a igreja não foi chamada para participar de marchas, passeatas, movimentos. Não foi chamada para reivindicar melhores salários, fazer piquete nas portas das fábricas ou boicotar uma clínica de aborto ou uma livraria especializada em coisas pornográficas. A igreja foi chamada para proclamar o arrependimento, a santidade e o escândalo da cruz. A manifestação que o crente tem de fazer é no lugar secreto de oração. Lamentavelmente, Satanás está enganando muitos no corpo de Cristo, causando confusão e introduzindo os crentes a amarem o que é efêmero.
ResponderNo livro “On the Road to civilization, a world history”, o historiador J. Sigman relata: “o primitivo cristianismo foi pouco entendido e foi considerado com pouco favor pelos que governavam o mundo pagão; os cristãos não aceitavam ocupar cargos políticos”. O historiador Augusto Neander no seu livro “The history of the Christian religion and church during the first centuries, relata: “os cristãos se mantinham alheios e separados do Estado como raça sacerdotal e espiritual, e o cristianismo influenciava a vida civil apenas desse modo”. A verdade é que muitos líderes estão fazendo a igreja perder a visão para a qual foi chamada. Eles estão tentando a todo custo cristianizar a nossa nação ao modelo de Constantino. Esqueceram que o Senhor Jesus estabeleceu a igreja para salvar o mundo exclusivamente pela Palavra. É engano se pensar que, por meio de manifestações, marchas e passeatas, podemos aprimorar este mundo arruinado.
Olá Rev. Augustus!!!
ResponderGostaria primeiramente agradecer pelas postagens sobre as manifestações, foram muito esclarecedoras e edificantes.
Mas estou escrevendo na verdade porque assisti uns vídeos seus na IPB de Dourados em 2012, com o tema "Então virá o fim". Gostaria muito, se assim fosse possível, de obter os slides que foram passados naqueles estudos. Conheci a Fé Reformada a uns 3 anos mais ou menos e a respeito de Escatologia, não tenho uma definição, pois o que conheci de Escatologia, é diferente do que tenho visto hoje. Seus vídeos foram bastantes esclarecedores pra mim, porém gostaria muito de saber mais a respeito do tema. Se puder me ajudar, agradeço desde já.
Meu e-mail é: mandy.love.jesus@gmail.com.
Olá, Rev. Augustus Nicodemus.
ResponderMuitas das queixas que têm sido levantadas nos protestos (corrupção, impunidade, elevada carga tributária, ineficiência do Estado) dizem respeito à questão política e econômica do nosso pais.
Tendo em vista isso, pergunto-lhe quais são os livros que o senhor recomenda na área da política e da economia, a partir da óptica calvinista, para que nós cristãos tenhamos uma visão saudável e coerente com a Bíblia a respeito desses assuntos.
Abraços,
Alberto Francener Nogueira Gonzaga.
Alberto, veja aqui:
Responderhttp://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/06/bibliografia-sobre-politica-e-economia-recomendada-por-franklin-ferreira/
Abs.
Parabéns, apreciei o texto.
ResponderAlguém está fazendo algo? Teoria sem Prática é Demagogia (morta não serve para nada).
ResponderConcordo em gênero número e grau.
Responder