Embora eu tenha sido criado num lar presbiteriano e numa igreja presbiteriana onde as doutrinas características do presbiterianismo reformado eram pregadas com certa regularidade, revoltei-me contra essas doutrinas quando retornei ao Evangelho em 1977, depois de vários anos afastado de Deus e da Igreja. Influenciado pela leitura das obras de Charles Finney e João Wesley, combati a ferro e fogo, com zelo de novo convertido, não somente os cinco, mas todos os pontos do calvinismo.
Foi um batista reformado, Charles Spurgeon, com sua exposição bíblica da doutrina da eleição, quem abriu meus olhos para que eu passasse a aceitar com regozijo a fé reformada. Faminto, passei a devorar a literatura reformada disponível. Mais tarde, fazendo meu mestrado na África do Sul, conheci a obra de Martyn Lloyd-Jones e dela para a literatura puritana, foi um breve salto.
Amo a literatura produzida pelos antigos puritanos. Sólida, bíblica, profunda, muito pastoral e prática. A santidade defendida e pregada pelos puritanos aqueceu meu coração e se tornou o ideal que eu decidi perseguir até hoje. Um breve resumo do pensamento puritano sobre a santidade está na Confissão de Fé de Westminster, no capítulo SANTIFICAÇÃO:
I. Os que são eficazmente chamados e regenerados, tendo criado em si um novo coração e um novo espírito, são além disso santificados real e pessoalmente, pela virtude da morte e ressurreição de Cristo, pela sua palavra e pelo seu Espírito, que neles habita; o domínio do corpo do pecado é neles todo destruído, as suas várias concupiscências são mais é mais enfraquecidas e mortificadas, e eles são mais e mais vivificados e fortalecidos em todas as graças salvadores, para a prática da verdadeira santidade, sem a qual ninguém verá a Deus.
II. Esta santificação é no homem todo, porém imperfeita nesta vida; ainda persistem em todas as partes dele restos da corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável - a carne lutando contra o espírito e o espírito contra a carne.
III. Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que ficam, contudo, pelo contínuo socorro da eficácia do santificador Espírito de Cristo, a parte regenerada do homem novo vence, e assim os santos crescem em graça, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.
Era esse conceito de santificação que eu gostaria de ver difundido como sendo o conceito reformado. Contudo, recentes influências dentro do campo reformado, algumas delas chamadas de “neopuritanismo”, têm criado alguma confusão sobre o assunto.
Conforme escrevi num post anterior, o termo “neopuritanos” tem sido usado para designar os adeptos de um movimento recente no Brasil que inicialmente visava apenas resgatar a literatura dos puritanos e difundir seus ensinamentos em nosso país. Com o tempo, o movimento passou a usar determinadas doutrinas e práticas como identificadoras dos verdadeiros reformados, tais quais o cântico exclusivo de salmos sem instrumentos musicais no culto, o silêncio total das mulheres no culto, a interpretação de “o perfeito” em 1Coríntios 13.8 como se referindo ao cânon do Novo Testamento (posição contrária à de Calvino), uma aplicação rigorosa e inflexível do princípio regulador do culto e outros distintivos semelhantes. Há o grande risco de que se caia na tentação de associar a santidade com esses pontos. Sinto que os seguintes comentários poderiam ajudar a esclarecer o assunto.
1. A santidade deve ser buscada ardorosamente sem, contudo, perder-se de vista que a salvação é pela fé, e não pela santidade – Muitos seguidores modernos dos puritanos tendem à introspecção e a buscar a certeza da salvação dentro de si próprios, analisando as evidências da obra da graça em si para certificar-se que são eleitos. Não estou dizendo que isso está errado. A salvação é pela fé e, no meu entendimento, a certeza dela está ligada ao processo de santificação. Contudo, puritanos de todas as épocas correm o risco de confundir as duas coisas. Se a busca contínua pela santidade não for feita à luz da doutrina da justificação pela graça, mediante a fé, levará ao desespero, às trevas e à confusão. Quanto mais olhamos para dentro de nós, mais confusos ficaremos. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas; e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9) Não estou descartando o exame próprio e a análise interior de nossos motivos. Apenas estou insistindo que devemos fazer isso olhando para Cristo crucificado e morto pelos nossos pecados. Somente conscientes da graça de Deus é que podemos prosseguir na santificação, reconhecendo que esse processo é evidência da salvação.
2. A santidade não se expressa sempre da mesma forma; ela tem elementos culturais, temporais e regionais – Sei que não é fácil distinguir entre a forma e a essência da santidade. Para mim, adultério é pecado aqui e na China, independentemente da visão cultural que os chineses tenham da infidelidade conjugal. Contudo, coisas como o uso do véu pelas mulheres me parecem claramente culturais. Quero insistir nesse ponto. A santidade pode se expressar de maneira contemporânea e cultural, não está presa a uma época ou a um local – Sei que muitos modernos puritanos negarão que desejam recuperar o estilo dos antigos puritanos da Inglaterra, Escócia, Holanda e Estados Unidos. Contudo, pontos como a insistência no uso do véu, no silêncio absoluto das mulheres no culto, no cântico de salmos à capela, na extrema seriedade dos cultos e do comportamento, a aversão ao humor, me parecem muito mais traços de uma época já passada do que essenciais teológicos. Especialmente quando a argumentação exegética para defendê-los carece de melhor fundamentação.
3. A santidade pessoal pode existir mesmo em um ambiente não totalmente puro – Eu acredito que chega um momento em que devemos nos separar daqueles que se professam irmãos, mas que vivem na prática da iniqüidade (1Coríntios 5). Não creio que devamos sacrificar a verdade no altar da pretensa unidade da Igreja. Se queremos a santidade, devemos estar prontos para arrancar de nós o olho, a mão e o pé que nos fazem tropeçar. Contudo, creio que há um caminho a ser percorrido antes de empregarmos a separação como meio de preservar a santidade bíblica. Sei que os santos são chamados a se separar de todo mal, inclusive dos pecadores (Salmo 1). Mas a separação bíblica é bem diferente daquela defendida por alguns puritanos modernos, que têm dificuldade de conviver inclusive com outros reformados dos quais discordam em questões que considero absolutamente secundárias. Podemos ser santos dentro de uma denominação ou de uma igreja local que não sejam, de acordo com as marcas da Igreja, uma igreja completamente pura. Sei que não é fácil, mas teoricamente posso ser santo dentro de Sodoma e Gomorra. Posso ser santo na minha denominação, mesmo que ela abrigue gente de pensamento divergente do meu. Os cristãos que compõem os grupos conservadores dentro da PCUSA, da Igreja Presbiteriana da Escócia podem ser santos, mesmo que muitos da sua própria denominação achem que a santidade do casamento inclui casamento gay. Não preciso necessariamente me separar como indivíduo para poder ser santo, especialmente se as alternativas de associação forem raras ou inexistentes.
4. A santidade pode ocorrer mesmo onde não haja plena ortodoxia – Sei que esse ponto é difícil para alguns puritanos modernos. Por incrível que pareça, a tolerância e a misericórdia marcaram os puritanos ingleses do século XVII. Foi somente a fase posterior do puritanismo que lhe deu a fama de intolerância. John Owen, o famoso puritano, pregou em 1648 um extenso sermão no Parlamento Britânico, na Câmara dos Comuns, intitulado “Sobre Intolerância”, no qual defendeu, mais uma vez, a demonstração do amor cristão e a não-intervenção dos poderes governamentais nas diferenças de opiniões eclesiásticas (Works, VIII, 163-206). O neo-puritanismo tende a ver com desconfiança a genuinidade da experiência cristã de arminianos e pentecostais. Para mim, a graça de Deus é muito maior do que imaginamos e o Senhor tem eleitos onde menos pensamos. Assim, creio que exista santidade genuína além do arraial puritano. Não estou negando a relação entre doutrina correta e santidade. O Cristianismo bíblico enfatiza as duas coisas como necessárias e existe uma relação entre elas. Contudo, por causa da incoerência que nos aflige a todos, é possível vivermos mais santamente do que a lógica das nossas convicções teológicas permitiria. Cito Owen mais uma vez:
A consciência de nossos próprios males, falhas, incompreensões, escuridão e o nosso conhecimento parcial, deveria operar em nós uma opinião caridosa para com as pobres criaturas que, encontrando-se em erro, assim estão com os corações sinceros e retos, com postura semelhante aos que estão com a verdade (Works, VIII, 61).
47 comentários
comentáriosOlá Rev. Augustus, a paz de Cristo.
ResponderPoderia me explicar melhor o trecho 'a interpretação de “o perfeito” em 1Coríntios 13.8 como se referindo ao cânon do Novo Testamento (posição contrária à de Calvino)'? Qual era a posição de Calvino? Como você vê o embate entre continuístas e cessacionistas em relação aos dons espirituais?
Parabenizo pelo texto, é muito bom e chama à nós reformados para a necessidade de equilíbrio, convívio respeitoso com os irmãos arminianos e pentecostais e para a santidade bíblica, não arrogante e nem neurótica.
Um abraço.
Emerson.
Pastor Augustus,
Respondergostaria de contribuir para a postagem comentando sobre a "soberba reformada" que alguns irmãos tem no que diz respeito a se acharem donos da verdade e não servos dela.
Essa soberba se da na área do relacionamento com outros irmãos em Cristo Jesus que não tem a mesma compreensão bíblica-teológica que os reformados tem e ;
Na área intelectual. Claro que devemos levar os estudos a sério, porém não devemos nos envaidecer por adquirir conhecimento (que não é sinônimo de sabedoria , embora seja complementar).
2 observações:
1 - Essa crítica não é pessoal e nem fruto de nenhum aborrecimento. É apenas uma leitura dos pecados que a família reformada pode ter.
2 - Não estou com a fé abalada, continuo firme em minhas convicções, embora possa eu, um pecador, cair no erro (e já cai) que eu mesmo escrevi.
Os calvinistas não devem cair na armadilha da autofagia, de lutar com irmãos da mesma convicção para tentar provar quem é mais calvinista que outro.
Nós reformados, que buscamos ser regulados pelas Escrituras em todas as áreas da vida devemos ser pacientes e assim como John Bunyan , L-Jones outros, lutar pela unidade da igreja em pontos centrais.
"No que é essêncial, unidade. No que é não-essencial liberdade. Em todas as coisas caridade" Richard Baxter.
Recomendo aqui o excelente livro: Os 5 pecados que ameaçam os calvinistas, Ed. PES, do irmão Solano Portela co-editor do blog.
Deus abençoe a todos,
Juan
Rev. Augustus,
ResponderO que um batista não pode fazer, hein? :-) Grande Spurgeon!
Temos de resgatar o conceito de denominação criado pelos próprios puritanos. Os puritanos, reconhecendo que a verdadeira Igreja de Cristo visivelmente se manifesta de algumas maneiras distintas, acrescentaram este santo verbete aos nossos dicionários teológicos. Daí a procedência do termo "denominação" para denominar batistas, congregacionais e presbiterianos, que mesmo tendo suas divergências doutrinárias, aceitaram-se mutuamente e não vêem demerético algum em se chamar de "denominação".
Quanto ao caso do auto-exame e as confusões da fé que alguém pode vir a ter, creio que devemos pisar com cuidado neste campo. Aquela velha discussão sobre se a CFW é puritana ou não deve então perpassar por qual tipo de puritanismo. Logicamente, a fé sem obras é morta, isso não temos dúvida, mas creio também que ao seu tempo, o fruto do Espírito se manifestará na vida dos eleitos. O que não podemos é normatizar que todo o eleito deve imediatamente manifestar todos os componentes deste fruto, mas, se não há evidência nenhuma de alguns deles, acredito que devemos alertar sobre os que se apoiam numa falsa segurança evangélica.
Não sei se foi Lutero que disse que não devemos olhar para a obra do Espírito Santo em nossos corações, e sim, somente para a cruz de Cristo, pois está é a função do Consolador!
Acrescentaria aqui um trecho de um belíssimo texto de Michael Horton:
"...Os reformadores, porém, diriam àqueles dentre nós que vivem ansiosos quanto ao fato de estar ou não dentro do favor de Deus, ou se estamos cedendo demais ou obtendo vitória: "Somente Cristo!" É a Sua vida e não a nossa, que conta para a nossa salvação; foi a Sua morte sacrificial e ressurreição vitoriosa que nos assegurou vida eterna. Porque Ele "entregou tudo"; o Seu mérito cobre totalmente o nosso demérito ... O Cristão não é alguém que está olhando no espelho espiritual, medindo a proximidade de Deus pela experiência e progresso na santidade, mas é antes alguém que está "olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé"( Heb. 12: 2). Resumindo, é o estilo de vida de Cristo, não o nosso, que atinge os requisitos de Deus, e é por Ele que a justiça pode ser transferida para nossa conta, pela fé (olhando somente para Cristo)..."
(http://www.monergismo.com/textos/cinco_solas/evangelico_horton.htm)
Por outro lado, vejo que o movimento puritano no Brasil é uma reação - radical muitas vezes - ao evangelicalismo do nosso País. O crescimento deste movimento não é um reflexo de que muitos evangélicos estão cansados da gnosticismo gospel, do neopentecostalismo, da superficialidade, das teorias sociológicas que se pretendem ter o mesmo pé de igualdade que as Escrituras - a ordenação feminina, por exemplo - e da falta de padrões absolutos doutrinários em nossas igrejas?
Particularmente me daria muito bem numa igreja 'neopuritana' diante da realidade da igreja evangélica do Brasil. Não quer dizer que aprovaria como doutrina a Salmodia Exclusiva.
No entento, o que não poderia aceitar é que "a Salmodia Exclusiva" muitas vezes esquece que existem denominações e isso é inclusivo, desde que dentro de certos parâmetros como o sr. bem colocou neste seu post.
Não creio que devemos fazer uma antipropaganda aos neopuritanos e sim, como o a exemplo do equilíbrio deste artigo, mostrar que nem tudo são "tulipas" no meio reformado!
Por fim, ainda que com algumas reservas, prefiro o radicalismo de alguns puritanos do que a atual situação da Igreja. Acredito que talvez seja necessário algumas questões mais radicais em prol de uma causa muito maior, porém, se nos esquecermos que existem irmãos em Cristo não "neopuritanos".
Grande Augustus, em primeiro lugar, parabéns pelo artigo corajoso. Quanto aos itens, eu quero comentar apenas dois.
ResponderO primeiro está ligado ao item 2. Eu penso que a metodologia cúltica deve se adequar ao equilíbrio e ao bom senso. Extravagância teológica ou litúrgica não deve nomear-se entre nós. Mas creio (fazendo coro com o Andrew King) que podemos ter uma liturgia mais tupiniquim e hodierna como, por exemplo, a utilização responsável de um “grupo de louvor” desde que isso não profane o ajuntamento solene (retirando a atenção à centralidade de Cristo) ou suprima a pregação da Palavra. Claro que este ponto é opcional, pois uma igreja que opte pelo órgão ou o canto destituído de instrumentos também pode glorificar o nome do Senhor tanto quanto. Incluo aqui a questão dos ritmos;
O segundo está ligado ao item 3. Confesso que eu, pessoalmente, teria dificuldades de permanecer em uma denominação se ela abarcasse todas as formas de moralidade como o exemplo da PCUSA que você se referiu. Não condeno os queridos irmãos que labutam lá dentro, e acredito que se trata de pessoas crentes e sérias. Também não discordo de você no aspecto geral. Mas eu, pessoalmente, teria muitas dificuldades em conviver com a ordenação feminina, por exemplo. E minha intolerância não se dá no âmbito da santidade (achando-me o tal) ou da cultura (achando-me superior enquanto gênero), mas no âmbito ético e dogmático (Escrituras).
Um grande abraço e aguardo você também em meu espaço “blogal”.
Olá Rev. Augustus,
ResponderGraça e Paz,
Confesso, que a despeito de sua indiscutível capacidade e autoridade, o post me pareceu confuso, pois ao mesmo tempo que se propõe a se ocupar do tema santidade sob a perscpectiva de reformados e, como o senhor chama, "neopuritanos", acho que ele mistura vestígios não exclusivamente "puritanos" como o uso do véu, encontrados em vários tipos de comunidades radicais, com entendimentos que não se originam necessariamente numa visão de santidade prática ou normativa, mas de normatividade escriturística. Bem mas não sou autoridade para aprofundar isso.
Mas dito isso, gostaria de apresentar uma dúvida em relação ao final do post quando o senhor afirma sobre a "extrema seriedade dos cultos e do comportamento, a aversão ao humor, me parecem muito mais traços de uma época já passada do que essenciais teológicos."
Veja bem, eu particularmente não penso que a atitude diante do culto seja necessariamente decorrente de uma visão particular de santidade. Eu mesmo, tenho por atitude não me agradar de gracejos ou piadas de pastores no púlpito, de algum grau de irreverência cúltica, danças, balanços exagerados, bajulações etc...Ocorre que, em meu coração e de muitos (Lutero dizia que sua consciência era escrava da palavra de Deus), que não é minha visão de santidade ou uma orientação cultural inadequada ao nosso tempo que nos fazem pensar ou agir assim. Penso que eu particularmente e muitos irmãos, não nos julgamos melhor que ninguém, não nos consideramos mais respeitosos que o pastor que faz piada no sermão, mas a experiência e, principalmente o aprisionamento das consciências às Escrituras, antes de nos fazerem entender a necessidade de "santidade" nos fazem entender que somos pecadores e que naquela circunstância estamos num culto a Deus, estamos diante de um Deus SANTO. Me veem a mente a atitude de Isaías, a de Jacó em Betel e tantos outros relatos bíblicos que pra mim não decorrem apenas de um locus cultural, mas de um realidade imutável, qual seja "pecadores na presença de um Deus santo".
Bem, na realidade falei em dúvidas e não perguntei, me desculpe. Mas a questão é essa: será que tudo, a maioria, desse movimento não organizado que se passou a chamar de "neopuritanismo" se resume aos pensamentos de Recife? Será que a atitude de muitos quanto a sua adoração e comportamente no culto não passa de um sentimento pessoal de postura cúltica? O Charles colocou muito bem. "Puritanismo" no brasil hoje é mais que o movimento organizado do Recife, ou o pensamento de radicais de colônias espalhadas pelo Brasil, mas uma reação massiça, não organizada na maioria, contra a profunda e grave crise que as denominações que se dizem herdeiras da reforma estão mergulhadas. Peço que Deus nos dê discernimento, para entendermos estas questões não apenas sob a perspectiva da doutrina da santificação, mas também, pela perspectiva de que somos pecadores e lidamos com um Deus Santo. Se essa compreensão fará alguém sentir-se à vontade ou mais reservado em um Culto, bem ai é outra história.
Minha preocupação é que uma recomendação contra o "orgulho espiritual", que creio seja o que senhor pretende, se torne um documento e uma bandeira para "neopuritanos" serem levados à fogueira, ou serem "exortados" por seus pastores e irmãos, quando se reservam ao direito de terem essa visão particular. Acho temerário também incutir o dever de as pessoas levaram até o fim suas vidas em igrejas onde sua consciência escrituristica seja massacrada.Isso, no meu humilde juízo, não significa sentimento de unidade. É pra mim uma sobreposição do conceito de Igreja local sobre igreja invisível.
Por fim, pastor, penso que o post possa ter um efeito diverso do desejado, pois talvez ao invés de instruir soberbos e orgulhosos "resistentes" da atual onde do evangelicalismo, venho a condená-los em seus próprios pensamentos ou no julgamento daqueles se opõe ao "puritanismo".
Um grande abraço, de uma ovelha que não se libera no culto não porque deva se achar santo, mas por ter em vistas quem é adorado,
Dilsilei
(perdoe-me se em algum momento fui rude, sou sincero na minha angústia quanto ao post)
irmão Charles,
ResponderBenjamim Keach, articulador da confissão de fé londrina de 1689, a versão batista da CFW, introduziu hinos na liturgia saindo da doutrina da salmodia exclusiva. (Só a título de informação, pois acho lindo os salmos cantados, mas também não sou a favor da salmodia exclusiva baseado em Cl 3:16 Cf. nota da Bíblia de Genebra).
Rev. Alfredo,
acho interessante sua reflexão sobre ritmos tupiniquim no culto ao Senhor. Creio que quando Jesus voltar em glória e majestade, estaremos todos os povos, tribos, raças e nações, os eleitos do Senhor, louvando e adorando Ele, naquele grande dia, com nossas culturas. Sugiro ao pastor que desenvolva isso melhor em seu excelente blog, :) e eu também faço coro com Pr. Andrew, :)
Deus abençoe a todos,
Juan
Rev. Augustus,
ResponderO post na minha visão está bastante esclarecedor, mas não vi onde ele pode se encaixar mais aos reformados não-neopuritanos. Sei que nossa [péssima] tendência é de reprovar todos aqueles que são contra nossas posições e até julgá-los não crentes, mas seria só esse nosso "maior" problema?! Vejo que a indicação do livro do Solano é mistér para entendermos isso mais profundamente.
Outra observação é sobre um movimento claramente de neo-puritanos nos US (http://prca.org). Lendo sobre como eles conduzem a liturgia não há como deixar de compará-los aos originais. O Sr. conhece essa "denominação"?
Gosto muito dos escritos deles, mas suas fotos me assustam... :-p
Abraços Reformados
Olá Nicodemus.....
ResponderMuito bom seu artigo....
Acredito que existem alguns seminários que disseminam alguns preceitos desse "neopuritanismo" em menor ou maior grau que é extremamente perigoso....
Um dos pontos que gostaria de observar nesse movimento é a total intransigênica por parte dos líderes com relação a alguns erros na comunidade, principalmente os individuais..
O os líderes sempre querem assumir um caráter de protetor da vida das pessoas, e as vezes pega pesado no púlpito.
Ou seja, se acontece algum erro (dos graves) ele acha que foi omissão dele. Chega no púlpito ataca os principais pontos de escandalo (interessante que sempre ligados a sexualidade e corrupção). E essa ida ao púlpito parece mais uma forma de lavar as mãos: "Eu avisei, errou porque quis, agora aguenta!!!"
E um dos principais erros que eu acho é levar os "erros" ao conhecimento da comunidade a portas fechadas, para todos ficarem sabendo, quando não, pedir para pessoa pedir perdão em público....
Isso não poderia, ao invés de ajudar a pessoa, jogar a pessoa num mar de maior culpa e falta de perdão, fora a humilhação....
Abraços
JP
Prezado JP,
ResponderCreio que as suas críticas não cabem exatamente ao grupo referido no artigo. O que vc descreve é o que acontece num grande número das igrejas evangélicas mais conservadoras.
abs
Mauro
Irmão JP,
ResponderExistem prescrições bíblicas para a exclusão de um membro. Jesus nos orientou sobre isso e Paulo também. O que não se pode fazer é usar desta pregorrativa para se achar melhor do que outros. A disciplina é necessária, inclusive, de ser aplicada, e quando aplicada, não somente aos jovens, como parece aconter - parece, pode ser que eu esteja enganado - mas a todos.
Há um belo estudo que contribuiria sobre esta questão. É a introdução ao comentárido do capítulo 7 de Mateus explanado por Lloyd-Jones no seu Estudos no Sermão do Monte (Editora Fiel). O tão mal compreendido "não julgueis" é usado muitas vezes para não julgar quando Jesus mesmo, naquele capítulo dá várias prescrições para se fazer juízo e discriminação entre o falso e o verdadeiro.
O "não julgueis" mais bem explicado que já vi foi neste livro acima citado. É o não julgar ficando ficando feliz com o pecado do próximo. É o não julgar alegrando-se na queda de algum irmão. É o não julgar com falta de lágrimas que Jesus condena, o não julgar com altivez.
Fora esta questão, julguemos sim, julguemos a nós mesmos em primeiro lugar, não num mórbido auto-exame, mas num espírito de ser reprovados naquilo que pregamos. Julguemos o desvio bíblico, mas com amor. Julguemos o pecado, mas com temor de Deus.
Puritanos não são perfeitos, mas não podemos jogar a água suja da banheira com a criança dentro.
Olá Mauro....
ResponderEu acredito que toda igreja mais conservadora tenha um pouco do "neopuritanismo"...é uma hipótese....posso estar enganado...
Concordo com vc que isso acontece na maioria das igrejas mais conservadoras....acho que principalmente nesse grupo....se não me equivoquei no conceito de "neopuritanismo"...
Eu tenho posicionamento um tanto crítico quanto ao que escrevi. E acredito que essa prática esteja fortemente relacionada à concepção de santificação imposta, exatamente como nos 4 pontos discutidos pelo Rev. Nicodemus.
Ao meu ver, existem outras formas de se tratar o "erro", e isso não significa condolência e flexibilização com o "pecado"...
Não sei se tanto vc como o Rev. Nicodemus compartilham do meu mesmo posicionamento? To vendo que não....
Acho que peguei meio pesado né...espero que não...
Abraços
JP
Caros irmãos e amigos,
ResponderQuero agradecer de todo coração os comentários aqui colocados e pedir desculpas por não dar uma resposta individual a cada um deles. Pelo menos, por enquanto. Farei somente algumas colocações e gerais.
Eu diria apenas ao irmão Charles Grimm que o trabalho do fabuloso batista reformado Spurgeon foi incompleto, pois tornei-me apenas calvinista e não Batista, e me tornei um pregador expositivo, e não tópico, como ele.
Tem alguns comentários aqui no post que apreciam e fazem avaliações positivas. Outros, manifestam um certo desconforto pelas supostas críticas aos reformados e puritanos. Achei interessante que, apesar de meu post não conter críticas, vários assumiram a identidade de neopuritanos e reagiram.
Um grande amigo meu enviou-me uma mensagem em pvt sobre esse post. Ele comentou os comentários. Reproduzo um parágrafo que achei por demais relevante:
"O post traz muitos pontos interessantes e o apreço aos puritanos, sem comprar o pacote completo é a rota a seguir. Semelhantemente, aprecio muito do que os teonomistas escrevem e me recuso a comprar o pacote completo. Não será esse tipo de mentalidade que gostaríamos de enfatizar? No entanto, tudo isso passa por um processo individual de seguir sem questionar. Muitos desses neo-puritanos progredirão à posição de excelentes (e bíblicos) free-thinkers. Outros se enrustirão e morrerão condenando os demais irmãos às chamas do inferno e mergulharão de cabeça no mesmo inferno."
Ainda um outro colega, respondendo a uma pergunta que fiz a ele, disse:
"Não creio que exista um movimento com o qual vamos no encaixar em sua plenitude. Em tese, creio que vc compra quase tudo que está no pacote puritano, mas há coisas que nossa compreensão bíblica nos leva para outro lado e vamos discordar, entre nós e com os outros. Vejo nos irmãos ‘neo-puritanos’ o desejo de comprar um pacote todo, que à medida que é desembrulhado os leva para mais longe da sua própria realidade eclesiástica e, em alguns casos, espiritual. É como uma grande caixa com elementos embrulhados em vários papéis para proteger no transporte. Já viu alguém desembrulhando o pacote e dando mais atenção ao papel do que ao conteúdo? Esta necessidade de abraçar o pacote todo é o que tem levado estes irmãos ao extremo... o puritanismo precisa ser devidamente classificado quanto a sua doutrina e história... compramos a maior parte da doutrina, mas alguns de seus aspectos históricos não são mais relevantes ou encaixam-se na compreensão que temos da Escritura."
Bingo!
Fico feliz que aqui no nosso blog irmãos e amigos tão preparados podem se encontrar e discutir esse assunto.
Quanto às perguntas que me foram feitas, responderei em breve.
Abraços a todos.
Olá pastor nicodemus
ResponderFaço o seguinte comentário:
O puritanismo, me parece, está mais para um sistema político do que para uma posição teológica, muito embora tenha fundamento na teologia. Estaria, portanto, para espécie de Leviatã cristão, ou queda lógica que conduz para algum tipo de idolatria, seguida de tentativas de se fazer trovejar com a própria voz, quando sabemos que isto só cabe a Deus.
Penso que ser convervador e tradicionalista, não significa ser cego e surdo.
Um grande abraço
Alex
"Os reformados brasileiros são responsáveis por mostrar que a teologia reformada é prática, plena de bom senso, brasileira e cheia de misericórdia".
ResponderPalavras suas que me levaram a pensar em uma "teologia reformada brasileira".Ela existe?
De facto,existem enxertos.
Um abraço
Pr.Daniel (Congregacional de Passa três) RJ.
Rev., parabéns pelo rico comentário. Diante dessas versões, nota-se que poucos entendem perfeitamente a Justificação somente pela fé, inclusive daqueles q poderiam dar exemplo como reformados.
ResponderEmerson,
ResponderVocê perguntou sobre a interpretação de “o perfeito” em 1Coríntios 13.8 como se referindo ao cânon do Novo Testamento, que eu havia dito que era contrária à de Calvino. Bom, eu sigo a interpretação de Calvino, que o "perfeito" é a vinda do Senhor Jesus. Contudo, Calvino era cessacionista, pois ligava todos os dons revelacionais ao período apostólico, o que incluia línguas, profecia, revelações, etc. Alguns reformados entendem que o "perfeito" a que Paulo se refere era o término da Bíblia, quando então todos esses dons teriam cessado.
Um abraço.
Dilsilei,
ResponderO uso do véu é defendido por alguns neopuritanos. Não são muitos no Brasil, mas é defendido. Já ouvi pessoalmente essa defesa sendo feita publicamente.
Eu também sou contra gracejos descabidos no culto. Note que eu falei contra "seriedade excessiva". Tem neopuritanos que têm aversão ao humor. Deveriam aprender com Spurgeon que usava o humor no púlpito com muita propriedade sem virar incoveniente ou trivial. Leia "Palestras aos meus Estudantes", eu tive crises de riso lendo essa obra insuperável, que foram sermões e palestras feita no seminário dele.
Alguns dos pontos que eu mencionei que são marcas do neopuritanismo não se encontram restritos a uma ou outra cidade, mas espalhados pelo Brasil, embora não com muita intensidade. Eu vejo com muita alegria o crescimento célere do interesse e do amor pela teologia reformada e puritana, e como já passei por esse caminho fazem alguns anos, vejo várias vulnerabiblidades no "movimento puritano", algumas das quais apontei no post acima.
Não se preocupe em ter sido rude e franco. Prefiro assim.
Um abraço.
André,
ResponderNão conheço a denominação que você mencionou. Visitei o site deles. Há muitas denominações reformadas pequenas, de influencia européia, nos Estados Unidos. na verdade, há dezenas e dezenas delas. Quando estive em Chicago recentemente, fui visitar Dr. Vangronigen, um dos maiores intérpretes reformados do Antigo Testamento (tem vários livros deles publicados pela editora Cultura Cristã). Enquanto dirigíamos em uma parte dos suburbios da cidade no domingo de manhã indo para a Igreja, ele foi mostrando igrejas reformadas diferentes em cada bloco do bairro, e comentando com tristeza que o divisionismo era um mal muito grande para o testemunho ao mundo.
Não gosto do divisionismo, mas também não sou ecumênico. Creio que há um meio termo nesse assunto.
Um abraço.
Daniel M.S.,
ResponderVocê pergunta se existe uma teologia reformada brasileira, em reação ao que eu escrevi: "Os reformados brasileiros são responsáveis por mostrar que a teologia reformada é prática, plena de bom senso, brasileira e cheia de misericórdia".
Não temos como escapar do fato que a teologia acaba recebendo influência da cultura e da sociedade. A teologia reformada, mesmo sendo bíblica em sua essência, não foi exceção. O que eu quis dizer foi que a teologia reformada pode perfeitamente encontrar expressão na nossa cultura.
Um abraço.
Rev Augustus,
ResponderEspero que eu consiga expressar com clareza a minha preocupação e de outros amigos reformados: eu creio que não estamos no momento para tratar de posturas divergentes. Problemas existem, mas justamente pela questão equilíbrio, e antes disso, da causa comum, creio que não deveríamos começar uma cristalização de uma divisão.
Não creio que devemos apenas cantar salmos, não usar outros instrumentos que não seja o órgão, ou que as mulheres não possam falar no culto desde que este falar não signifique pregar ou simplesmente conversar - o que nós homens também não devemos fazer. Mas creio que estas são questões secundárias no momento atual.
Existe já uma reação normal contra o termo "puritano" e também muitos ficam de cabelo em pé quando se fala de calvinismo. Logo, este artigo - e com todo respeito e preocupação à sua pessoa e ao seu ministério - pode ajudar a estigmatizar estas imagens aos que já não tem apreço pela teologia reformada.
Sou muito mais de unir forças e avançarmos juntos pela propagação da teologia reformada no Brasil. Por exemplo, eu sou batista e o sr. presbiteriano. Temos nossas diferenças denominacionais, mas acho que estamos vivendo uma coisa muito boa que há tempos não viamos: a união de cooperantes presbiterianos, batistas, congregacionais, metodistas e até assembleianos pela 'causa reformada'. Acho que isso é um grande e belo testemunho cristão de união.
Todos nós queremos ver o Brasil com uma sólida teologia - a boa, fiel e velha teologia reformada. Acredito que havará outro momento, mais no futuro, que nossas denominações terão de manter um diálogo para rever algumas questões secundárias. Por exemplo, eu, como batista, não creio que seja necessário um rebatismo de presbiterianos para se poderem congregar numa igreja batista. Isso é fruto da teologia reformada, na prática, no relacionamento entre irmãos como nós.
Não é que eu queira propor que escodamos que há divergências - e isto é bom até para provar que são pessoas que pensam indepententemente e não seguem uma cartilha conspiradora, como muitos nos acusam - mas estas divergências deveriam ser tratadas num outro momento, eu creio.
Com respeito e admiração ao seu ministério, Rev. Augustus, é apenas um receio que podemos cicatrizar estas diferenças numa outra oportunidade.
Rev. Augustus Nicodemus,
ResponderO senhor poderia explicar melhor seu conceito de "teologia reformada brasileira", confesso que não entendi sua frase: "a teologia reformada pode perfeitamente encontrar expressão na nossa cultura."
O que o senhor quer dizer com isso?
Abraços.
Charles,
ResponderInfelizmente discordo de você. Acho que o momento é esse, sim, de tratarmos essas diferenças. Enquanto as ignoramos, elas se cristalizam e aprofundam. É preciso deixar claro desde o início do movimento reformado no Brasil o que é saudável e o que não é.
Não podemos fechar os olhos para essa divisão que existe em nosso meio e que somente nós não queremos ver. Todos acusam os puritanos das coisas que os neopuritanos fazem. Eu não posso, pela abrangência dos que lêem o nosso blog, fazer de conta que o campo reformado é homogêneo.
Não somos nós que estamos promovendo divisão alguma. Terei de continuar a esclarecer os críticos da Reforma que nem tudo que se passa por puritano de fato representa o puritanismo em sua essência, da mesma forma que sentimos a necessidade de esclarecer que nem tudo que se passa por evangélico é evangélico.
E se o fórum não for aqui, onde será? Penso que nosso blog é um ótimo lugar para se falar disso. Muitos que não são reformados sempre dão uma passadinha por aqui e lêem (e às vezes comentam) o que é postado.
Nós, reformados, temos de ter uma certa auto-crítica. A melhor maneira de mostrarmos ao mundo que não somos arrogantes, xiitas, donos da verdade, etc., é exatamente reconhecendo a genuinidade da crítica à nossas vulnerabilidades.
Um abraço.
Leonardo,
ResponderA expressão é auto-explicativa.
Um abraço.
qioiuCaro iremão:
ResponderLendo algumas observações ao seu post noto, que alguns defensores da teologia reformada e eu mesmo, carecemos de uma dose extra de humildade quando raciocinamos ou nos esforçamos em mostrar conhecimento. É muito consolador estar na posse da revelação, confiarmos na hermênuetica e exegese reformada. Porém, a verdade foi aplicada em um contexto conturbado,eles fizeram algo mais, do que nós fazemos nos nossos dias. Hoje não sofremos perseguição em termos físicos mas caímos diante violência e corrupção - nos deixamos afectar de uma maneira ou de outra sem fazer ou dizer nada.O que eu quero dizer é que a nossa santidade e conhecimento não têm algum valor se não "transtornarem" este mundo. Na verdade precisamos de perseguição e lutas para ficarmos mais perto uns dos outrss e com Deus.O Brasil tem muita gente que se diz crente mas que na verdade não está nem tamperando nem iluminando.Para um determinado tipo de crentes falta a interpretação correcta das Escrituras para outro,isto e lutas.A consequência disto é consagração e santidade.
Honro aqui o irmão pelo seu conhecimento e pela disponibilidade para nos fazer pensar.
Um abraço
Rev. Augustus
ResponderRealmente creio que está na hora do termo "reformado" ser corretamente cunhado hoje. Recentemente foi indagado por uma jovem senhora se na minha igreja cantava-se a salmodia eclusiva. Eu respondi negatavamente. Ela olhou para mim com o ar de desprezo e tacidamente disse: "Eu pensei que o senhor fosse reformado". Quedei-me diante da assertiva tão pessimista sobre a minha vida e ministério. Isso é chato!!! Precisamos de um "norte". Esse seu post serve como um seta que indica o caminho.
Um abraço
Caro Augustus,
ResponderEu chamo atenção para um detalhe: é muito fácil criticar os neo-puritanos, o dificil é provar biblicamente que eles estão errados.Tudo o que eles defendem - a salmodia exclusiva, a participação da mulher no culto, o princípio regulador, o não uso de instrumentos musicais - são enfatizados com muita bagagem bíblica, teológica e histórica. Eu nunca li uma resposta contundente, por meio da Bíblia, sobre essas questões vindas daqueles que os criticam. Nunca li, também, uma resenha crítica sobre os livros nos quais eles, os neo-puritanos, apresentam suas teses. Assim sendo, é muito fácil afirmar que eles defendem idiossincrasias, que são radiciais e separatistas. Mas eu desafio os senhores para responder biblicamente ítem-por-ítem o pensamento doutrinário neo-puritanos. Eu não estou dizendo que concordo com eles, apenas que acho uma profunda incoerência por parte daqueles que o atacam, mas não tem profundidade e bagagem que muitos deles têm.
Espero resposta... se houver.
Paulo de Tarso,
ResponderSeu comentário apenas confirma o que temos dito aqui sobre um dos perigos do neopuritanismo, que são afirmações do tipo "nunca li nada que refutasse", "nunca vi crítica contundente", "se vier resposta"... Querido, é exatamente isso que estou dizendo, e que outros têm dito aqui nos comentários, e que caracteriza um perigo para a santidade reformada: a atitude de que não pode haver refutação nem uma perspectiva divergente.
Digo-lhe com temor que existe refutações, sim, bem feitas, claras e convincentes, antigas e modernas, feitas inclusive por reformados, que mostram que salmodia exclusiva à capela, o silêncio absoluto das mulheres nos cultos (ao ponto de nem poderem orar) não têm fundamentação bíblica e teológica.
Sua última frase, "espero resposta ... se houver" reflete o espírito de mártir que muitos neopuritanos tomaram sobre si, e que faz com que se vejam perseguidos por amor à verdade cada vez que alguém escreve alguma coisa ao menos apontando vulnerabilidades.
Com isso vou encerrar essa linha de discussão aqui nesse meu post, que era sobre santidade. Quando eu escrevi um post sobre santidade versão para neopentecostais, confesso que recebi menos reações de gente doída e chateada.
Um abraço.
Rev. Augustus
ResponderEspero respostas... Vc mesmo disse ao colega batista charles que esse é o forum adequado para questões desses tipo serem discutidas. Mas, penso eu, que o nobre irmão foge de fundamentação bíblia e histórica para fundamentar o seu pensamento. Em tempo, eu não o ofendi. Apenas coloquei uma questãos. Portanto ser chamado de doído é algo que não é próprio.
Obrigado
Rev. Augustus,
ResponderDesculpe-me, mas continuo não entendendo a questão.
O senhor poderia esclarecer um pouco mais seu conceito de "teologia reformada brasileira"? O senhor também é a favor de uma "liturgia brasileira"?
Basicamente, minha dúvida é se essa "teologia reformada brasileira" envolve a elaboração de novos pontos doutrinários específicos para o brasileiro, ou se é apenas a aplicação da teologia reformada clássica em nosso contexto.
Abraços.
Caros pastores, em especial, Rev Augustus
ResponderAntes de mais nada, quero pedir-lhes perdão, principalmente ao Rev.Augustus, se os ofendi nos meus últimos dois comentários feitos ao recente artigo do blog dos senhores.
Rev Augustus, não foi minha intensão, de forma alguma, criar alguma indisposição ao sr. ou aos demais editores do blog. Repensei a situação e acredito que, na verdade, os meus comentários podem ter feito mais mal do que bem. Somente foi a preocupação de termos uma divisão ainda mais solidificada ao que já se constata, como bem falou o sr.
Quero crer que o senhores divergem em poucos pontos dos 'neopuritanos' de forma que eu ficaria muito bem do lado de vocês. Como sei também que há, ao meu ver, uma supervalorização de questões secundárias por parte dos puritanos mais radicais, pareceu-me que seria melhor não tratar disso neste momento, pois isso poderia fazer que esses se afastassem mais de nós.
Com todo respeito aos senhores, como um irmão em Cristo, eu gostaria ainda apenas de dizer que o uso do termo 'neopuritano' é infeliz, pois mais parece que carrega em si um peso semântico de discórdia. Isso gera, entre nós, um desconforto. Pedro e Paulo também tiveram as suas discordâncias, mas é muito bonito ver que ao final da vida de ambos, Paulo diz que Marcos - foco da controvérsia com Pedro - lhe é muito útil e Pedro recomenda as cartas paulinas.
Bem, é na espera que haja uma forte corrente entre o povo reformado do Brasil que estou escrevendo, e vejo, nos senhores, um grande elo desta corrente e que tem feito muitas engrenagens se moverem!
Em Cristo,
um dos elos mais fracos,
Oi, Augustus,
ResponderEstou gostando muito da série "Para quem pensa estar em pé". Imagino que o movimento dos Puritanos seja interessante principalmente pelo resgate dos textos antigos. Não conheci nenhum cristão desse movimento, mas, ao contrário do que foi dito aqui, o post só me deixou curiosa.
No entanto, é realmente pena que algumas posturas deles sobre pontos periféricos afastem em vez de chamar à comunhão. Isto me lembrou a imagem pasteurizada que os não crentes tinham, há alguns anos, dos cristãos da Assembléia de Deus. Pré-adolescente, eu mesma conheci uma moça humilde com quem gostava de conversar. Ela não me falou de Jesus, mas sim da calça que não vestia, do cabelo que não cortava. E se ela tivesse me falado do que realmente importava? Eu poderia ter me convertido aos 14, em vez de dez anos depois.
Precisamos ainda aprender muito sobre santidade (e sobre nossa falta de santidade!) para não atribuí-la a elementos externos que, segundo Jesus, são "trapos de imundícia" e não levam para mais perto Dele.
Às vezes somos ciosos em excesso com nossas identidades e não percebemos quando levantamos bandeiras que o próprio Cristo não nos pede para levantar. Eu confesso que estou tão na contramão disso que me sinto uma aranha, tocando com cada uma das patas várias regiões do pensamento cristão. Você citou seu amigo: "Não creio que exista um movimento com o qual vamos no encaixar em sua plenitude." Ufa! Que alívio. Lendo e ouvindo algumas coisas por aí, penso muitas vezes que só eu sou a "não-encaixada". :-)
Abraços e continue firme com a série!
Oi, Augustus,
ResponderGostei muito do post.
Abs,
Franklin
P.S. Para ajudar, três testemunhos sobre o puritanismo:
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“É uma atitude, é um espírito, e é evidente que duas das grandes características do puritanismo começaram a mostrar-se em Tyndale. Ele tinha um ardente desejo de que o povo comum pudesse ler as Escrituras. Mas havia grandes obstáculos em seu caminho; e é o modo como ele enfrentou e venceu os obstáculos que mostra que Tyndale era um puritano. Ele lançou uma tradução da Bíblia sem o endosso dos bispos. Esse foi o primeiro tiro dado pelo puritanismo. Era inimaginável que tal coisa fosse feita sem o consentimento e o endosso dos bispos. Contudo Tyndale fez isso. Outra ação de sua parte, que de novo era bem característica dos puritanos, foi que ele saiu da Inglaterra sem permissão real. Esse também era um ato bastante incomum, e altamente repreensível aos olhos das autoridades. No entanto, em seu anseio por traduzir as Escrituras, Tyndale deixou o país sem o consentimento do rei e foi para a Alemanha, e ali, auxiliado por Lutero, e outros, completou sua grande obra. Essas duas ações eram típicas do que sempre foi a atitude dos puritanos com as autoridades. Essa atitude significa a colocação da verdade antes das questões de tradição e autoridade, e uma insistência na liberdade de servir a Deus da maneira como cada qual julga certa” (D. M. Lloyd-Jones)
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“Devemos imaginar estes Puritanos como o extremo oposto daqueles que se dizem puritanos hoje, imaginemo-los jovens, intensamente fortes, intelectuais, progressistas, muito atuais. Eles não eram avessos à bebidas com álcool; mesmo à cerveja, mas os bispos eram a sua aversão’. Puritanos fumavam (na época não sabiam dos efeitos danosos do fumo), bebiam (com moderação), caçavam, praticavam esportes, usavam roupas coloridas, faziam amor com suas esposas, tudo isto para a glória de Deus, o qual os colocou em posição de liberdade. (...) [Os primeiros puritanos eram] jovens, vorazes, intelectuais progressistas, muito elegantes e atualizados ... [e] ... não havia animosidade entre os puritanos e humanistas. Eles eram freqüentemente as mesmas pessoas, e quase sempre o mesmo tipo de pessoa: os jovens no Movimento, os impacientes progressistas exigindo uma ‘limpeza purificadora’” (C. S. Lewis)
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“Os puritanos como grupo defendiam a verdade divina e a autoridade das Escrituras, a visão calvinista do pecado, da graça, da fé e da igreja (para a qual ‘agostinianismo reformado’ seria um bom nome), e a necessidade de a vida da igreja, da comunidade e do indivíduo serem santificadas por meio de controle bíblico. Contra a crença anglicana de que as Escrituras dão apenas linhas generalizadas de princípios para regulamentar a vida da igreja, muitos puritanos tinham certeza de que elas davam instruções específicas para a ordem da igreja – embora os presbiterianos, os independentes [congregacionais] e os batistas, naquele tempo como sempre, vivessem em forte desacordo sobre quais eram essas instruções. Em seu senso de unidade de toda a vida e conhecimento e da solidariedade das comunidades diante de Deus (famílias, igrejas, nações), e também em sua mentalidade escolástica, seu ascetismo devocional e sua visão da vida neste mundo como preparação para o céu ou inferno, os puritanos podiam ser chamados reformados medievais. Mais distintamente, porém, tinham a convicção calvinista de que nada que não seja santificado pela Bíblia, no pensamento, na conduta ou na vida da igreja, pode agradar a Deus, com o seu corolário de que nenhum indivíduo devia fazer alguma coisa que a sua consciência, orientada pela Bíblia, não pudesse aprovar. Firmados na compreensão reformada da justificação dos pecadores pela fé mediante a graça e focalizando as necessidades pastorais e os problemas do seu tempo, os mestres puritanos concentravam-se nas realidades da salvação do pecado: regeneração e santificação; as causas e a cura da hipocrisia e ‘falsa paz’; fé e certeza; oração e comunhão com Deus; consciência e casuística (que poderíamos chamar de ‘aconselhamento’); resumindo, a obra do Espírito Santo no cristão, a vida de Deus na alma do homem. Aqui suas percepções interiores são excepcionalmente valiosas. O primeiro neste campo era William Perkins, de Cambridge, que tomou sua teologia emprestada de [Teodoro de] Beza, sucessor de Calvino em Genebra, e morreu aos 44 anos deixando 2 mil páginas numeradas de exposições populares e técnicas. Por muitas décadas depois de sua morte em 1602, Perkins foi o mais conhecido e mais lido dos teólogos ingleses. O Peregrino de John Bunyan (em duas partes, 1678 e 1684) é um indicador descritivo e maravilhoso do cristianismo prático. [A] Confissão e catecismos de Westminster cristalizam a visão puritana teoricamente e para pregação. As exposições de Cristo, do Espírito e da vida da graça de John Owen são clássicas. Os puritanos reintroduziram a visão de [Tomás de] Aquino de que o quarto dos Dez Mandamentos, a respeito do descanso semanal, pertence à lei moral. O Dia do Senhor – o dia da ressurreição de Jesus – deveria ser guardado como dia de descanso” (J. I. Packer)
Olá Charles
ResponderEntendo que a disciplina deva ser necessária e a bíblia é clara quanto a isso, não resta dúvida...
O que eu quis mais salientar são os excessos que acabam tomando forma em situações como estas. E acredito que os excessos se originam em grande medida dos quatro pontos levantados.
Além dos excessos, também existe o modo como isso é desenvolvido.
Em geral essas igrejas não admitem o ponto 3, ou seja, querem uma igreja totalmente pura, piedosa, santa, desprovida de erro. E caso isso não seja atingido vejo a intolerância reinar...
Abraços
JP
Rev Nicodemus
ResponderQuanto ao ponto 3 "A santidade pessoal pode existir mesmo em um ambiente não totalmente puro".
Não seria muito contraditório para alguém que compartilha das idéias de santificação do "neopuritanismo" querer relacionar santidade a ambiente puro, tendo em vista que em lugares que habitam seres humanos sempre haverá pecado, ou falta de pureza?
Porque é tão dificil até para nós mesmos correlacionarmos santificação à pureza? Ou seja, santificação é a consciencia da graça em Cristo, não a consciência da Lei?
Abraços
JP
Queridos,
ResponderEstou escrevendo de um cyber-café em Tapachula, Mexico. O tempo é curto e o teclado meio desconhecido.
Agradeço a todos que colocaram comentários nesse post. Nao poderei responder a cada um, estando onde estou, mas fazer apenas alguns comentários gerais.
Agradeço ao irmao Grimm pela nobreza e pela atitude e assumo o compromisso de tentar nao usar mais o termo neo-puritanos.
Sobre a pergunta do Bucky, o que eu quero dizer é a velha teologia reformada aplicada ao contexto brasileiro. Solamente esto.
Agora, Paulo de Tarso, se voce deseja realmente entrar na discussao da base biblica da salmodia exclusiva, silencio total das mulheres no culto e outros pontos, sugiro o seguinte: abra um blog, poste seus argumentos afavor dessas pràticas que prometo ler, analisar e comentar o que voce escrever sobre esse assunto. Mas nao quero me alongar aqui nesse espaço. Eu de fato estou fugindo, nao porque nao tenha condicoes de argumentar com voce, mas porque nao tenho muito tempo para essas discussoes. Ainda tenho que escrever o próximo número da série, que é para neo-ortodoxos. Comece seu blog que discutiremos lá.
Um abraço.
Rev. Augustus, eu concordei com os pontos que o senhor propôs. Eu tenho a impressão que na tentativa de serem tão reformados, tão reformados, acabam longe dos próprios princípios reformados em relação à cultura, política, e coisas assim.
ResponderFalta ler os comentário. Volto pra terminar o serviço.
Abraços.
Caro Rev. Nicodemus,
ResponderParabéns pelo post! Também gostei!
Como o assunto da salmodia exclusiva foi abordado, quero aproveitar a oportunidade e dizer que não sou a favor da mesma, não obstante os vários textos que estão no meu site e defendem essa posição.
Sobre o assunto, prefiro a posição do Dr. W. Gary Crampton
http://www.monergismo.com/textos/liturgia/Salmodia_Exlcusiva_Crampton.pdf
Agora, eu não tenho nada CONTRA quem deseje praticar a salmodia exclusiva. O duro é quando esses irmãos EXIGEM que os demais também adotem tal prática.
É a minha opinião!
Um abraço,
Felipe Sabino
P.S.: Contudo, considerando muitos “hinos” que temos em muitas igrejas que se dizem Reformadas, acho que poucos estariam numa posição de criticar a salmodia exclusiva, que pelo menos não tem heresias na letra.
Além disso, as letras não são o único problema: há a tendência de imitar os cultos Neo-pentecostais. Já vi igrejas Presbiterianas onde o "conjunto de louvor" canta "posso pisar numa tropa, e pular as muralhas", enquanto a congregação fica pulando num pé só, como saci-pererê. Triste realiadade! Eu, particularmente, nesse aspecto, prefiro a seriedade dos Salmos.
Rev. Augustus,
ResponderLeio sempre os seus posts e, nesse em especial, me lembrei de uma frase que o Rev. Héber falou recentemente numa colação de grau no Mackenzie: "A verdade está fora de nós" (Está na Palavra de Deus). Acho que os puritanos foram mal interpretados muitas vezes porque não souberam deixar claro que a verdade que eles pregavam não era a verdade deles, mas, sim, da Palavra de Deus. Isso pode acontecer com qualquer pessoa e, acho eu, que é um dos erros que cometemos quando, com muita empolgação, defendemos alguma verdade da Palavra de Deus, crendo em sua inerrância e com a "maior das boas intenções", porém, sem deixar claro de onde vem essa verdade.
Deus continue abençoando o irmão e usando-o como instrumento sempre!
Ligian.
Prof. Augustus,
Respondercomo tá pegando fogo aqui hein?! hahaha
Gostaria de encorajá-lo a sempre produzir esses artigos que nos "tocam"...rs
Especialmente este último me fez refletir sobre um assunto de extrema importância: a minha santidade. Confesso que muitas vezes, me deixo levar ..., e acabo no fim acreditando que sou mais santo, porque sou reformado. E que sou reformado, porque faço e pratico determinadas atitudes.
Seu post me levou a reflexão e trouxe-me de volta ao lugar certo. Passei a contemplar novamente o
maravilhoso céu da graça em Cristo...
E passada a névoa da minha ignorância, reconheci que santidade é a obra de Cristo em mim, efetuada pelo Espírito. E que sou santo por aquilo que sou em Cristo, e não apenas por aquilo que faço...
Creio e pratico aquilo que julgo ser bíblico, porque é dessa maneira que Deus se revela a mim através das Escrituras, pela sua graça somente. Entendi que tinha deixado ser reformado, na essência.
Esse post foi como um gole de água fresca, no meio de um deserto estrangeiro...
Prof. Augustus, Mauro e Solano, por favor continuem porque Deus certamente tem honrado essa iniciativa. Ainda que as vezes o sangue ferva um pouco...rs
Abraços em Cristo
Rev., essa sugestão ao Paulo de Tarso é muito interessante, pois fiquei curioso em saber quais os argumentos que usam p proibir instrumentaçao sem ferir a Revelaçao como autoridade e sem fragmentá-la ao seu bel prazer.
ResponderDr. Augustus
ResponderEstou pensando realmente eu construir um blog. Certamente colocorei assuntos sobre o pensamento neo-puritano como, por exemplo, a salmodia eclusiva,a participação da mulher no culto, o uso do coral e solos na litugia, etc... Os seus comentários serão bem-vindo, e não se preocupe eu não tratarei o senhor como fui tratado pelo ilustríssimo doutor. Alías, diante disso, não maisfarei nenhum comentário no seu blog. Isso só faz reforçar a idéia que sempre me passaram: "O dr. Augustus não gosta de ser confrontado". Algo muito estranho. Adeus.
Prezado Paulo de Tarso,
ResponderAguardaremos o seu blog, entâo.
Nao penso que o tratei mal. Publiquei e respondi todos os seus comentários. Lamento se voce se sentiu ofendido, sinceramente nao era minha intençao.
De fato, eu nao gosto de ser confrontado. Aliás, nao conheço ninguém que goste, inclusive você, a julgar por sua atitude toda ressentida de "nao escrevo mais", "adeus", etc. Nao seja assim, Paulo, aprenda a ser confrontado e a reagir sem levar as coisas para o lado pessoal. Quando eu sou confrontado -- e voce deve ter notado que isso acontece com frequencia aqui -- procuro responder a todos com tranquilidade e com amor cristào. Nem sempre consigo, é verdade, mas continuo tentando.
Nao se despeça ainda, creio que você pode contribuir em muito para nosso blog.
Um abraço.
Queridos,
ResponderContinuo no México, com tempo e teclado limitado. Obrigado a todos que postaram mais comentários. Só enriquece ainda mais a discussao.
Um abraço mexicano a todos.
Obrigado, Silvia, de fato a comida é bem apimentada, até o café da mañana vem com uma pimentinha ao lado... regreso hoy al Brasil.
ResponderUm abraço.
Caro Rev. Augustus
ResponderNão sei se, dentre os muitos comentários, alguém levantou a questão que trago: Se I Cor. 13:8 não serve como base para afirmar a cessação dos dons extraordinários, qual seria, pois, a verdadeira base?
Peço humildemente por esse esclarecimento, se ele ainda não foi dado.
Lucas
Lucas,
ResponderA questão de 1Cor 13.8, bem como da contemporaneidade dos dons espirituais sempre aparece. Certamente você não é o primeiro.
Respondendo à sua pergunta, eu diria que os cessacionistas que não usam 1Coríntios 13.8 constróem o seu argumento de que não há novas revelações em cima das informações bíblicas de que Deus revelou sua vontade somente através dos apóstolos (NT) e profetas (AT), sendo o Senhor Jesus sua revelação final, conforme Hebreus 1.1-2. Uma vez que consideram línguas, milagres, sonhos, visões e a profecia como revelacionais, entendem que Deus não os usa mais hoje, pois de outra forma, estaríamos ainda tendo revelação em pé de igualdade com a Bíblia.
Para os Reformados em geral, que certamente concordam com esse argumento, cessaram os modos antigos de Deus se revelar ao seu povo. A Bíblia é a Palavra de Deus, única regra de fé e prática.
Um abraço.
Dr. Augustus Nicodemus,
ResponderLouvo a Deus pela sua vida, pois tenho aprendido bastante com seus comentários equilibrados e ousados.
A minha dúvida é, se o senhor pensa como Calvino a respeito da vinda do "perfeito", subentende-se que os dons estariam em vigor, não todos, mas alguns, correto? O problema é, se considerarmos que alguns dons estão em vigor, haja visto que o "perfeito" (Jesus Cristo) ainda não veio, como poderemos nos considerar Cessacionistas? Não seria uma prova de que o Continuísmo seria mais coerente? Outra coisa, o senhor diria que tudo o que ocorre dentro das Igrejas Pentecostais (línguas e profecias) não provém de Deus?
Se o senhor desejar enviar a resposta via e-mail, fique a vontade (pioneermail@yahoo.co.uk)No amor de Cristo!
Emanuel Paiva