sábado, março 08, 2008

Solano Portela

Então, sua igreja está precisando atualizar o sistema de som?

Calcanhar de Aquiles de todas as igrejas, o sistema de som é sempre rodeado de entendidos desconectados, normalmente adolescentes fascinados que anelam por uma oportunidade de passar o sermão fora do templo, na cabine de controle. Via de regra aprendem um pouco de mixagem. Adoram os recursos de eco. Têm uma propensão e um gosto estranho à microfonia (são sempre os últimos a detectar os apitos desconcertantes,abrigados em suas fortalezas inexpugnáveis), e desconhecem por completo o recurso de "cortar" um microfone que não está sendo utilizado (ou então cortam todos, inclusive o do pastor, que fica desesperado acenando e pulando - quando está prestes a iniciar o sermão).

Em tempos idos, um microfone bastava ao conjunto coral e, mais ainda, a um quarteto. Hoje, é necessário uma profusão de microfones individuais, com fios multicoloridos, gerando um cabo de espessura tal, que uma igreja quase veio abaixo quando a parede foi "cortada" para passar o avantajado cabo de som, do púlpito até a casamata - olimpo impenetrável dos novos gurus da difusão eletrônica. A passagem deixou uns meros dois centímetros de reboco sustentando toda a lateral do templo. Há também uma técnica insuperável de sustentar todos esses microfones, que devem ser segurados, pelos cantores, entre anulares e o polegar, com o dedo mínimo levantado (deve haver alguma interatividade antenática com o receptor do som). O microfone, assim segurado, deve se situar em um ângulo exato de 48 graus, medidos da vertical do corpo (nem sempre coreograficamente mantida) com a linha imaginária que representa o microfone, de cima para baixo – ou seja, considerando-se o vértice do ângulo o ponto onde o microfone cola na boca – mas isso já é outra história, voltemos aos técnicos.

Nossos técnicos em formação (equivocadamente chamados de sonoplastas), adentram o mundo curioso da sonorização construindo em cima da premissa de que decibéis foram criados para serem explorados ao máximo e que os medidores só cumprem a finalidade quando estão batendo no limite superior. Insensíveis à possibilidade de pulverização do som (pequenas caixas espalhadas pelo templo - muito mais eficientes), prescrevem mega-caixas a serem penduradas nas laterais do templo, as quais, mesmo quando utilizadas em moderação (coisa rara), para que o som chegue ao final da igreja, cumprem a tarefa de estourar os tímpanos dos mais incautos, que inocentemente atenderam os rogos do pastor para que viessem sentar "mais à frente"!

Esses profissionais do ritmo, quero dizer, do som, demoram de quinze a vinte minutos para diagnosticar que aquele microfone falhando, ou aquela introdução de um som semelhante ao de uma cascavel sibilando – prestes a dar o bote, é uma indicação de uma bateria fraca no microfone sem fio (demoram, depois, mais dez para achar a nova bateria e mais cinco para trocá-la, perante o olhar patético do pastor e, impaciente, da congregação). Acostumam-se com o ruído daquela rádio AM, que teima em penetrar o sistema de som da Igreja, tocando músicas de carnaval, enquanto o pastor fala dos céus, e nada entendem de filtragem da captação de ondas médias (em algumas igrejas exorcizam e benzem os auto-falantes, com uma certa freqüência – medida de eficácia duvidosa que ainda estou pesquisando). Fazem uma maravilhosa instalação de um data-show no teto, mas deixam o ponto de captação no refúgio secreto do operador de som, impossibilitando ao palestrante comandar sua própria apresentação e obrigando-o a fazer um exercício aeróbico frenético, tentando chamar a atenção do comandante do micro, quando tem de mudar os slides. Se os slides têm alguns “botões” que só o palestrante sabe onde estão, então o desespero pré-palestra, e a dança durante a apresentação, é algo cômico que ninguém deve perder.

O quadro é, realmente, negro e barulhento. Se você está planejando atualizar o som da sua igreja, recomendo que pegue uma loja acostumada a instalar som em discotecas e casa de shows. Você sairá com algo bem mais apropriado, modesto e menos ruidoso do que se pegar os especialistas eclesiásticos da atualidade. Por último, não esqueça, quando testar os microfones perante a congregação ainda extasiada com as reverberações da última performance musical, que hoje em dia não se usa mais o anacrônico “som”, “SOM” – pronunciados com aquela gravidade de voz e impetuosidade juvenil de então, em cada microfone. O que está “in”, a coisa da moda e engajada com o que virá a seguir, e ainda por cima ajuda a tirar todos os duendes do sistema de som, é testar cada um deles dizendo: “xô”, “XÔ”, “XÔÔÔ”!


Solano Portela
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Se você quer ler mais sobre música e louvor na igreja, clique aqui.

Solano Portela

Postado por Solano Portela.

Sobre os autores:

Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.

O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.

O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.

41 comentários

comentários
Norma
AUTOR
8/3/08 22:46 delete

HEHEHE! Adorei, Solano!

Olhe que coisa boa: minha igreja é tão pequenina que não tem nem microfone! Não é maravilhoso? Cantamos todos à capella, com nossas vozes em uníssono. :-)

Ah, sobre o novo visual: pardon pela sinceridade, mas acho que eu gostava mais do antigo. A cor preta é sóbria, séria e impactante. E também era mais agradável de ler. Já esse verde é um pouco adolescente e nada discreto...

Uma sugestão: que tal um fã do blog oferecer ao Tempora-Mores um visual original, fora dessas formatações prontas do blogger, que seja bem-feito de fato? Eu também queria fazer isso no meu, mas morro de preguiça (e ninguém até hoje se ofereceu para fazer um para mim). Bom, certamente o marketing não é meu forte, nem o de vocês. A gente conquista os leitores pelo conteúdo mesmo, diferente do que acontece com a maior parte dos produtos modernos, que primam pela embalagem, e muitas vezes SÓ pela embalagem.

Anyway, o importante são os textos, sempre! ;-)

Abração!

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8/3/08 23:03 delete

Cara Norma:

Long time no see! Algum tempo atrás recebi uma gravura do Spurgeon pregando a uma multidão de 5000 pessoas, em um mercado. Sistema de som? Nenhum. Não que eu despreze a tecnologia moderna e gosto muito quando tenho um microfone bom, que não chia, e poupa minha voz. Mas hoje em dia, se faltar luz, a turma entra em pânico real...

Grato pelas sugestões. Mudamos o visual por pura pressão de vários leitores que nos ameaçavam mandar as contas dos oculistas e as dos novos óculos, também, pelas vistas danificadas por nosso fundo preto. Realmente, sempre tivemos diversos apelos.

Eu bem que tentei que o visual fosse tricolor, mas terminou verde, por alguma razão estranha maurífica (nem Palmeiras ele é).

Vamos ver se conseguimos fazer a sintonia fina e ir melhorando.

Um abração,

Solano

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Anônimo
AUTOR
9/3/08 18:47 delete

Realmente ficou mais facil de ler o blog com esse visual.. Adorei a sugestão de comecar com um belo xô :)

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9/3/08 23:23 delete

Prezado Solano,

Ótimo post, sem dúvida é um "desabafo" que encontra bastante ressonância no nosso meio.
A Norma tocou num assunto extremamente pertinente: "Cantamos todos à capella, com nossas vozes em uníssono." Não pela capella mas diante do fato, como você bem apontou, de que as equipes de louvor, os cãojuntos e os corais de hoje não permitem que ninguém mais cantem. Ora será que equipes de cantores, em número que vai de meia dúzia a dezenas, além dos instrumentistas, todos com microfones nas mãos, desejam eles mesmos ouvirem a voz da congregação?
Acho que tudo isso que você mencionou sepulta um dos princípais princípios do culto que é não apenas reformado, mas bíblico: o canto congregacional. Vivemos não apenas o caos técnico mas o humano, que se manifesta pela excessiva EXPOSIÇÃO DA FIGURA, como diriam os mulçumanos de certa novela global, quando se trata de música na igreja. Isso para dizer o mínimo. Resultado: vemos um circo de horrores que, além de perturbar os vizinhos, pertuba-nos a todo e rouba o direito de todo, TODOS, expressarmos um louvor a Deus acontecido com corações gratos, ternos, além de o fazermos com paz e quietude de coraçãom, além até mesmo de o fazermos em momentos de solitude dentro do próprio culto.

Que Deus nos dê graça e a todos que promovem essa quase desgraça cúltica, senão o for, para que vivamos dias melhores.

Em tempo, felicito a Norma por sua bem-aventurança congregacional, que Deus continue lhe permitido, também a todos de sua congregação, a paz mencionada por você.

Fiquem na paz do nosso redentor,

Dilsilei Monteiro

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Anônimo
AUTOR
10/3/08 08:48 delete

Solano,
Texto feito com muita propriedade, e creio eu, com conhecimento de causa. Imagino os apuros nos quais passou, em suas visitas às igrejas,rsrs. Realmente temos muitas pessoas curiosas neste meio, porém poucos entendedores da arte do som e imagem. Tomarei estes conselhos para tentar colocar na cabeça dos "irmãos do som" um pouco de juízo e assim minimizar interferências desagradáveis. Grande Abraço!!

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10/3/08 09:51 delete

(OFF - não precisa publicar)

Opa! Minhas preces foram atendidas, e meus sensíveis olhos não mais se machucarão com um fundo preto e letras brancas! Melhor, agora não preciso mais copiar o texto para um editor a fim de lê-lo melhor.

Parabéns pela mudança de visual!

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Samuel Braz
AUTOR
10/3/08 10:44 delete

Olá pator Solano,
Muito boa a postagem. Bom, eu tenho formação técnica em áudio e ja trabalhei mais de 5 anos como operador de áudio(antes de me dedicar interinamente a igreja, hoje estudo teologia) e de fato essa é uma grande briga nas igrejas brasileiras.

Eu digo nas igrejas brasileiras porque em boa parte das igrejas no mundo ja não mais é um problema. Entretanto, no Brasil ainda é algo que dá uma incrível dor de cabeça, principalmente depois do grupo de louvor.

Costumo fazer uma referência filosofica para explicar o porque o som precisa ser inteligível no culto. A velha questão da origem do som, alguns argumentam que o som necessita de um emissor, um propagador e um receptor para que de fato seja som.

No contexto da igreja isso pode-se aplicar a mensagem que necessita ser transmitida no louvor e no sermão. Se o som é ruin ele quebra esse tripé, sendo assim, no fim a mensagem(o Cristocêntrismo do culto) não é recebida.

Não podemos rejeitar a tecnologia por ser ela uma grande auxiliar nos dias de hoje, porém, não podemos negligenciar o fato de que precisa ser feito com profissionalismo e respeitando o resultado final do ambiente.

Outra sugestão que dou é sempre ficar muito esperto quando necessitar reestruturar o som da igreja, aqui em São Paulo a famosa Santa Efigênia pode ser uma grande fria, sem dizer que o que gira o mercado de som são as igrejas, porém nem sempre as lojas possuem profissionais qualificados para instalações fixas, isso pode dar uma grande dor de cabeça mais tarde.

COmo profissional da área fico feliz de que exista alguns pastores, como o senhor, que se preocupam com o sisema de sonorização, me dá um alívio na alma.

GRaça e paz

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Anônimo
AUTOR
10/3/08 16:13 delete

Ola irmãos leitores.
Esse negocio é sério! Daqui um pouco certas igrejas super equipadas vão ter que pagar insalubridade, periculosidade aos seus membros. É preciso "afinar" o sistema de SOMMM para acompanhar os instrumentos! tem que estar no mesmo nivél em dB. senão como vamos ouvir o que se fala ou canta? E ainda! Precisamos demonstrar nosso fervor através do volume! Irmãos é triste ver que certas igrejas estão naufragando! deve ser o peso do sistema de som! Brincadeiras a parte, penso que isso tudo é fruto do relativismo, do antropocentrismo, e todos estes "ismos" que recheam os programas destas igrejas. Quando falamos sobre principio relugardor do culto somos chamados de cegos. "voce não tem a visão! Deus quer que sejamos livres para adora-lo". Minha oração é que Deus me mantenha sem essa "visão" que nos mantenha cativos! cativos a sua Palavra! e não presos ao volume do sistema de som ou tantas outras coisas futeis que se apresentam como a solução para os cristãos.

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10/3/08 21:28 delete

Presb. Solano,

Muito bem-humorado e pertinente o post.
Sofremos todos com o amadorismo nas instalações sonoras em nossas igrejas e com os adolescentes no controle das mesas. (Ok, sofremos também com as "bandas" nos canticos, as baterias microfonadas, os "cantores" exibidos, os "solos" de guitarras...)

Parabéns pelo novo visual da página, está mais amigável aos olhos.

Mas fiquei com uma dúvida:

There are no more "Very strong opinions" here? (risos)

Abraços

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10/3/08 22:25 delete

Caro Darius: obrigado pelo comentário. Dissemos "xô" ao fundo escuro e assim, fomos instrumentos no atendimento das preces do Cristiano e de outros que sofriam de enxaqueca após cinco minutos de leitura, na versão anterior.

Caro Dilsilei: Você tem razão. Com tanto som emanando do palco - que outrora era púlpito - o canto congregacional anda em baixa e desuso. Um abraço fraterno!

Caros José Paulo, Samuel e Gilberto: Obrigado pelas contribuições e comentários. Realmente, não sou contra o som e na minha igreja até que é comedido, mas que existe muito exagero por aí, ah, isso tem! É necessário muita sintonia fina para não desfigurarmos os cânticos e o fundo instrumental, que nem sempre é "fundo", mas pode afogar muitos corinhos e produzir muitas lágrimas.

Caro Anderson: Você deu uma de bom detetive. Já soltei os cães de caça atrás do "logo" das opiniões! Vamos restaurá-lo!!

Um abraço a todos,

Solano

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Anônimo
AUTOR
11/3/08 11:15 delete

Solano, diverti-me bastante ao ler o seu texto. Se não era essa a sua intenção, sinto. Pois algumas coisas nas igrejas em geral são realmente patéticas, não É? Fica com Deus!! ok.

abs, Luis

ps. se puder, mude a cor das letrinhas... tá ruim para ler, pelo menos para mim!

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11/3/08 21:49 delete

Caro Luís:

A intenção era tratar descontraidamente a questão. Lógico que estou exagerando e não tenho nada contra equipes de som, em geral, mas que há muita verdade no meio do texto, há.

Quanto às letrinhas, nosso Diretor Técnico - Mauro Meister, papa da Tecnologia de Informação, já aumentou o tamanho e deixou-as mais escuras. Talvez melhore. Vamos continuar fazendo asintonia fina, mas é muito difícil agradar a todos...

Um abraço,

Solano

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Anônimo
AUTOR
11/3/08 21:58 delete

Caro Solano,

Esse tom verde alguma-coisa, não combina vocês. Prefiro aquele mais solene.Ou quem sabe algo mais tricolor ou rubro-negro.

Você externou tudo que poderia ser dito a respeito de som, ambiente litúrgico, foi feliz...extremamente feliz.

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Vinícius
AUTOR
12/3/08 14:25 delete

[OFF]

Não gostei desse verde.

Concordo que o fundo preto dificulta a leitura, mas acredito que esse verde lateral "marca-texto" tira a conotação serena e séria que tinham as cores anteriores.

Por que os não manter o preto na barra lateral e colocar um fundo branco atrás de cada texto? Creio que ficaria excelente! Pensem nisso com carinho.

[não precisa publicar]

;)

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Oliveira
AUTOR
12/3/08 17:12 delete

Caro Professor Solano

Não sei quem disse, acho que foi JFK, que o segredo do sucesso ele não sabia, mas o segredo do fracasso era tentar agradar a todos...

De fato assim como o som na igreja, o layout do blog nunca será unânime.

De minha parte, achei bem original, e não importando se dói ler no preto ou no verde, o que eu quero mesmo é ler as reflexões e aprender com elas.

Este último sobre o som é de fato muito hilário, dando uma idéia do seu humor e da sua suave ironia.

Nada anticristão, pois as vezes leio algumas coisas que Jesus disse e me pego perguntando: mas ele foi irônico ou não aqui nesta fala?

Um grande abraço

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Anônimo
AUTOR
12/3/08 18:31 delete

Caro Solano,

Texto perspicaz, texto ousado, texto simpático!

Melhor seria se não fosse um texto VERDADEIRO.

Note que não há contraditório, mas sim eco do próprio post em cada comentário.

Oração:

Deus Meu, Deus Meu, O Senhor que habita no meio dos louvores tem piedade de nossos louvores pois estão tão pecadores como nós mesmos.
Assim como Tu tem nos santificado a cada dia, santifica, Oh Deus, nossos louvores de igual forma!
Uma vez que somos EXCLUSIVAMENTE feitos para gozá-lo e glorificá-lo eternamente.

N'Aquele que nos ensina a louvar, se pedirmos com fé!

Carlos Henrique.

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Anônimo
AUTOR
12/3/08 21:27 delete

Presb. Solano concordo com o texto, inclusive é um tema que a igreja Reformada evita, liturgia é sempre problematico. O principio regulador do culto está fora de moda. Outra tendencia são os MEga Templos que exigem os imponentes cabos, muitos microfones e etc. temos que retornar a simplicidade dos antigos e aconchegantes templos de sempre.

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12/3/08 22:31 delete

Solano,

Creio que além do problema sonoro crônico que enfrentamos, agora temos um problema visual com nosso blog... mas como já dito acima, vai ser difícil agradar a todos.

Para conhecimento público, prometemos, inclusive ao sr. capelão, que outros esquemas de cor serão estudados. Agora, depois de pintar toda esta tela com o marca texto verde, pedem para tirar?!? Que falta de misericórdia!

abs
Mauro

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12/3/08 23:38 delete

Caros Jedeías e Vinícius: Eu já estava para convocar a turma do verde, para que se pronunciassem, pois o nosso Diretor Técnico entrava em profunda depressão e criava um complexo de rejeição, quando eis que ele próprio, e o seu implacável marcador verde, se faz presente em plena força...

Caros Oliveira e Carlos Henrique - Grato pelos comentários e pelas palavras de estímulo.

Caro Anônimo: Vamos esperar que haja reflexão sobre o aspecto de show-business que tem dominado a igreja contemporânea.

Caro Mauro e seu pincel verde: Agradeço de coração não somente o comentário, como o fim de semana aplicado na causa nobre de fazer uma operação plástica no BLOG!

Solano

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Anônimo
AUTOR
12/3/08 23:40 delete

Olá Solano

Discordo em alguns pontos com vc.
Eu prefiro escutar uma pregação ao som do microfone, mesmo que seja o pior som. Estou falando isso em termos de ruidos e problemas eletronicos e não em intensidade. De fato, som intenso não agrada a ninguém, com ruido ou sem.

Porque....

O microfone acaba sendo, querendo ou não, um instrumento muito importante para fixar atenção do publico. Mesmo em uma igreja pequena, mas em uma avenida muito movimentada ou com musicas altas de forró e axé ao derredor. Quero ver um pastor se sentir a vontade em pregar só no gogó. Imagine os senhores de idade que mal escutam...

Uma coisa é vc pregar nas catedrais presbiterianas centrais com acustica própria e isoladas do ambiente externo. Outra coisa é vc pregar em uma igreja presbiteriana perto de avenida que passa onibus direto, que não tem tanto recurso para comprar uma aprelhagem melhor e que o prédio é um retangulo cheio de cadeiras.

Já toquei em igreja presbiteriana que o cabo vivia falhando toda hora. Ou seja, algumas vezes o som saia muito intenso outras vezes menos intenso.
Mas essa igreja era simples, e era uma programação evangelistica com um monte de criança. Se eu ligasse o teclado ao som dele mesmo, não haveria condições de fazer a programação. Vou fazer o que, escrever no meu blog que a igreja tinha que melhorar o som. E que a programação de evangelização foi um fiasco porque a aparelhagem de som da igreja era uma droga.
E que o rapaz que me ajudou na montagem da aparelhagem era uma anta.
O que acontece, é que para ter uma condição minima de som é necessário muito dinheiro. Minha sugestão, desculpe a sinceridade.

Quando voce for a uma igreja pregar ou dar palestras leve sua aparelhagem própria. Te garanto os técnicos de som não vão ficar chatiados. Agora no dia em que falhar, como aconteceu com vi em um grupo que trouxe sua própria mesa e amplificação, ai vai ficar feio.

Abraços
JP

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13/3/08 03:13 delete

Caro JP - Não entendi. Discorda de que? Eu não disse que era contra microfones; apenas contra a ditadura dos experts sonoros...
Abs
Solano

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KILMER
AUTOR
13/3/08 03:25 delete

Caríssimos irmãos,
Como a Norma, tambem não gostei desse novo visual. Blog reformado tem que ser sisudo. Sei não; "Que tempo os nossos! E que costumes!"

Kilmer

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Anônimo
AUTOR
13/3/08 19:20 delete

Na minha Igreja só temos problemas quando recebemos grupos de fora. Geralmente eles possuem o seu próprio equipamento. E quando alguns músicos, até experientes, querem "aparecer", sabe?
Acho que depende muito do tipo de música que está sendo tocada também. Isso de "rock gospel", "pagode gospel", "forró gospel" e até, Meu Deus, "funck gospel" está totalmente errado. Céus, inde iremos parar? Fora as letras completamente sem nexo e fundamento bíblico. Certo, fugi um pouco ao assunto.
A questão é ter cautela com essas coisas e sempre buscar qualidade.
Abraços.

P.s: Kilmer,
"Blog reformado tem que ser sisudo." Com todo o respeito, eu não entendi. Olha, eu também não gostei mas acho que o que importa é o conteúdo. :) As postagens continuam excelentes, não acha? Abs.

Responder
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Anônimo
AUTOR
14/3/08 19:48 delete

Olá Solano,

Eu acho que meu post não se resume somente ao primeiro parágrafo.
Voce pode não ter nada contra um microfone, mas a vários microfones sim. A não ser que eu tenha visto ironia aonde não devia.

Solano, pode até ser que existam tais "profissionais do ritmo" que de fato não sabem equalizar da maneira correta o som ambiente, ou aqueles que ficam na mesa de som e não se adequam ao que o presbitero ou a senhora com ouvidos sensíveis da igreja acham que deveria ser. É a ditadura do politicamente correto do som na igreja..srsrsrsrs...

Vou contar o caso da minha igreja. Algumas poucas pessoas reclamavam da intensidade da musica do louvor. Assim, sempre aquele pessoal com mais anos de igreja.
Bom o que resolveram fazer: levaram aquele aparelho para medir som. E o resultado: estava dentro da amplitude permitida. Ora o problema, muitas vezes, não é a intensidade do som, mas o tímpano sensível politicamente correto, ou melhor, eclesiasticamente correto.

Agora o que eu pretendi ao escrever o post foi justamente salientar que pode existir um problema no instrumental. Para ter um som de qualidade precisa gastar muita grana!
Se não pode comprar um instrumental bom, para que vai comprar um ruim e colocar uma anta lá atrás. E os jovens vão cantar a capela os "corinhos" que hoje não são mais eclesiasticamente corretos.
E o cara que esta lá atrás "arrumando" no som, muitas vezes, não tem conhecimento técnico adequado, mal tem ouvido musical e outra pode estar lidando com uma aparelhagem sujeita a vários problemas.

E outra, microfonia é torna-se muito dificil de ser eliminada em ambientes muito pequenos.

Ou seja, vamos pedir ao Supremo Concilio abrir uma licitação para compra de aparelhagem nova e treinamento para os equalizadores para assim termos um som politicamente correto...

Desculpe a sinceridade Solano...mas espero que eu tenha ressaltado um outro lado do problema..

obs: Isso não significa que não devemos ser exigentes com relação a isso, mas devemos entender a realidade que cada igreja passa.

Abraços
JP

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Unknown
AUTOR
15/3/08 00:38 delete

Caro JP,

Acredito que se as igrejas Presbiteriana em muitas questões ouvissem o Supremo Concilio, elas seriam bem mais Presbiterianas do que realmente são...

H. Luniere

Responder
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Anônimo
AUTOR
15/3/08 14:35 delete

Olá Luniere

Desconheço qualquer resolução do Supremo Concílio a respeito de equalização do som no culto e o perfil ideal dos "profissionais do ritmo"
Se alguém souber de alguma coisa....me comunique...

Abraços
JP

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15/3/08 19:02 delete

Caros Kilmer e Gabriela:
Obrigado pelos comentários. Como vêem é difícil agradar no visual, mas o propósito principal era tornar o Blog mais legível. Mas Kilmer, "reformado" também ri...

Caro Jp: Também sou a favro da qualidade, mas não a coloco em paridade à exuberância bombástica. Tudo bem - concordo em fracionar os microfones, para melhor captação (desde que o operador saiba o que fazer com todos aqueles botões e luzinhas maravilhosas da mesa de som com 32 canais, mixagem, pan-pot, eco, reverberação, etc.), em vez de um só: você ganha essa. No entanto, precisa cair a ficha em você: politica e eclesiasticamente correto, nos dias de hoje; ditadura sonora contemporânea; não é postura representada pela coitada da velhinha que está tendo os tímpanos estourados; ou pelo presbítero ranzinza, que gostaria de mais conforto sonoro - independente do verdito do decibelímetro. A ditadura sonora eclesiásticamente correta, nos dias de hoje, é liderada pelos defensores, proponentes e usuários da parafernália sonora! Eu e a velhinha estamos na minoria, prezado!

Um abraço,

Solano

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15/3/08 19:05 delete

Caro Hallisom:
bem-vindo aos comentários e obrigado pela lembrança. Mesmo o Supremo não tendo se pronunciado sobre o sistema de som, emitiu pronunciamento muito direto sobre exageros litúrgicos, na CE de 2007, o qual, infelizmente, está sendo desprezado, descumprido e contestado por um grande número de igrejas.

Um abraço a toda família!!!

Solano

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Anônimo
AUTOR
16/3/08 12:04 delete

Olá Solano

Olá Solano, acredito que se uma igreja tem condições de adquirir todo esse tipo de instrumental a tal ponto que é possível amplificar o coral de muitas vozes, é possível que tenha alguém que no mínimo tenha sido treinado. No entanto, o cara pode não ser profissional, em termos literais, e com certeza haverá alguns tipos problemas. Eu acho que cabe a cada igreja discutir qual a qualidade de som e o tipo de aparelhagem.

Solano, muitas vezes a velhinha que esta lá na igreja, curte um som mais jovem, apesar dos problemas técnicos. Quem mais reclama é o pessoal entre 40 e 60 anos de idade.

Acharia interessante Solano propor uma lei pra minoria..

Abraços
JP

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16/3/08 22:13 delete

JP
Hoje, pela manhã, preguei na Fellowship Church, em São Paulo. Você precisa dar uma passadinha por lá. Alto-falantes quase imprceptíveis. Se você não procurar com cuidado, quase não perceberá uns seis, pequenos, dispostos no madeirame superior da bela nave do templo. Microfones de altíssima qualidade, captando o som, tanto dos púlpitos (um para leituras, avisos; outro para a pregação da Palavra) e do coral, que canta na galeria, de maneira discreta, mas com firmeza, qualidade e júbilo. Ouve-se perfeitamente tudo que deve ser ouvido, na igreja - com clareza e excelente equalização, em todos os lugares da igreja. Nada bombástico. Ambiente que conduz à adoração, sem os exageros da nomenklatura eclesiástica contemporânea.
Solano

Responder
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16/3/08 23:54 delete

Citando JP:

"Solano, muitas vezes a velhinha que esta lá na igreja, curte um som mais jovem, apesar dos problemas técnicos. Quem mais reclama é o pessoal entre 40 e 60 anos de idade.

Acharia interessante Solano propor uma lei pra minoria.."


JP,

Não entendi nada.
Agora os cânticos deixaram de ser escolhidos em função de sua expressão de louvor a Deus, para serem escolhidos pelo que as pessoas da igreja "curtem"????

Ademais, penso que a minoria já domina as equipes de "louvor" em muitas igrejas por aí... Vide os ritmos mirabolantes e os volumes estratosféricos que imperam nos cultos.

E o Solano tem razão: A CE-SC/IPB-2007 já se pronunciou a respeito desse aspecto litúrgico e foi solenemente IGNORADA na MAIORIA das igrejas.

Responder
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Anônimo
AUTOR
17/3/08 22:29 delete

Olá Solano..

Nunca fui a essa igreja e acato como sugestão, sem sombra de duvida. Voce poderia me passar o endereço.

Então vou colocar alguns pontos novamente.
Não sei qual a realidade dessa igreja, por isso não sei se ela se enquadra ao que vou expor.

Em geral, igrejas que tem um pouco mais de dinheiro consegue ter uma aparelhagem de som boa, com técnicos bons, etc. As que não possuem, em geral, compram uma aparelhagem que dê pra corresponder a igreja, mas nem sempre de boa qualidade e ai podem vir os problemas técnicos. O que pode ser fazer nesse caso...


Outra questão que se coloca é o tipo de musica que se toca. Uma igreja que só cante o hinário e tenha coral, precisa talvez de um microfone pro pastor e talvez pro órgão ou piano, ou de vez em quando um toca CD pro play-back. Simples. Mas algumas igrejas gostam de canticos e essas musicas mais da moda, que nem sempre são boas, mas agradam muito aos jovens e alguns adulto. Se a igreja tem pouca grana, vai comprar uma mesa de som não tão boa e amplificadores que podem dar problemas.
Ai o cara da guitarra vai ter o amplificador próprio, que pode ficar mais intenso que a bateria que não tem amplificação. O cara da bateria esta aprendendo, se empolga e bate pra burro. A acustica da igreja não ajuda, as vozes não são claras. Mas a igreja pode louvar assim, sabendo que não pode adquirir som melhor.
Nem sempre som com perfeita qualidade é sinal de adoração plena.

Acho que cabe a igreja decidir o que é melhor para ela em termos de qualidade de som, principalmente em termos de grana.

Agora Solano, se eu fosse convidado direto para pregar em outras igrejas eu seria um pouco mais tolerante com relação a essa questão, porque muitas vezes falta a igreja dinheiro para adquirir aparelhagem melhor.

Abraços
JP

Responder
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Anônimo
AUTOR
17/3/08 22:51 delete

Olá Anderson

Acho que vc não pegou bem o contexto sob o qual eu escrevi.

Eu acredito que a igreja deva compartilhar de todos os gostos musicais. Algumas vezes os jovens gostam de uma musica mais animada que tenha um distorção meio barulhenta e alguns senhores que gostam de um belo coral. Cabe a igreja saber administrar isso.

Abraços
JP

Responder
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17/3/08 23:01 delete

Caro JP:

1.
The Fellowship Community Church
(11) 3253-7609
Rua Carlos Sampaio, 107
CEP 01333-021
São Paulo, SP
Cultos aos domingos - 10h30m
Pastor: Gavin Aitken (em viagem - volta dentro de umas três semanas)

2.
Sua situação descrita pode ocorrer em algumas igrejas, mas na maioria não é falta de grana. É excesso de gastos, mesmo, realizados sem bom-senso. Você já vui o tamanho das mesas controladoras de som? Algumas fazem invejas ao Pink Floyd (ou à Pitty, para ser mais contemporâneo)...

3.
Me adapto bem às circunstâncias. Nunca reclamo - só no blog.

Abs

Solano

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Anônimo
AUTOR
19/3/08 13:50 delete

Solano, percebi seu desespero ao ler esta postagem... kkkkk

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Anônimo
AUTOR
29/3/08 11:18 delete

Prezado,presbítero Solano, como vai? Quero agradecer os elogios ao som da Fellowship Church. Fiz a instalação do som nesta igreja há uns quatro anos, mas tive a ajuda do bom ouvido musical do meu amigo Denis.

Sou esposo da Silvia que costuma postar neste ótimo blog e tenho acompanhado as postagens do mesmo,porém por absoluta falta de tempo,fico impedido de postar.

Creio que esta discussão sobre os sistemas de som nas igrejas é muito oportuna. Não sou técnico de som profissional e nem tenho formação acadêmica na área. Tenho 40 anos, mas comecei aos 17 anos, na amada IPCB. Isso em meados dos anos 80. Foi um período de aprendizado muito grande.

Fiz cursos na área. Não sei tudo,mas o uso o que sei no serviço de Deus.Já instalei sons em várias igrejas da IPCB e da IPB. Além de todo ano colocar o som no aniversário do Seminário Presbiteriano Conservador, que faço com o maior prazer.

O som da Fellowship por exemplo,não ficou caro. É uma igreja de acústica privilegiada por causa de sua arquitetura. Eu por exemplo, tenho dificuldade em equalizar o som na minha igreja local (IPB Casa Verde).

Numa igreja, assim como em qualquer evento,o técnico de som tem que ser o primeiro a chegar e o último a sair. Eu por exemplo, tenho o hábito de chegar uma hora antes (a Silvia até já acostumou...rs!) e conferir os cabos, os microfones, a bateria do microfone sem fio e conferir se tudo está em ordem. Se um cabo está rompido: corto e soldo.

Se a igreja não tem condições de pagar pela instalação, nem tenho coragem de cobrar. Algumas contribuem com o combustível. Se não podem também com isso, não há problema.

Nem sempre uma aparelhagem de última geração e a mais cara é sinônimo de bom som... já vi igrejas com mesas de som que são sonhos de consumo e o som estava de doer...bem como, em algumas igrejas, o equipamento não era tão sofisticado, mas a qualidade de som era boa, portanto o equipamento deve ser bem dimensionado, nem mais nem menos daquilo que se precisa para alcançar a qualidade desejada, levando-se em consideração a,acustica e o objetivo do equipamento, se é sonorizar grupos musicais, palestras, corais etc...

Solano, quero parabenizá-lo pela postagem e pelo blog. Agradecer mais uma vez ao elogio ao som da Fellowship e dizer que as postagens deste blog em muito me edificam.

Gostaria de fazer mais comentários, mas é absoluta falta de tempo mesmo. Estou a inteira disposição caso precisarem de alguma ajuda nesta área. Para mim é um prazer.

Abraços em Cristo,

Sidney Sobral Sanchez
ss.sanchez@uol.com.br

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31/3/08 17:58 delete

Caro Sidney:

Muito obrigado pela visita e pelas palavras de estímulo, bem como por seu informativo comentário. É bom conhecer e saber o que um competente profissional do ramo tem a contribuir e pode realizar na busca do som de qualidade para uma igreja. Que Deus o use grandemente.

Solano

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Filippo
AUTOR
3/4/08 00:38 delete

Olá presbítero,

Sou ovelha do Pr. Mauro e estamos trilhando um longo caminho pra arrumar o som lá da IPL. Edito um site que poderá ser bastante útil, cujo lema é "Levando uma nova visão de áudio às igrejas evangélicas". Se puder divulgá-lo:

http://www.audionasigrejas.org

Espero ajudar.

Graça e Paz,
Filippo

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10/4/08 20:59 delete

Caro Filippo:

Obrigado pela visita e pelos esforços no sentido de trabalhar essa questão crucial do som nas igrejas. Tenho certeza que o site será de muito proveito e utilidade.

Um abraço,

Solano

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Eder
AUTOR
16/1/10 11:57 delete

Me diverti muito com o texto. Verdade devem ser ditas e comesse contexto, acredito não ter ferido a ninguém. Sou sonoplasta na igreja onde congrego, e já passei por situações insitadas.

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Unknown
AUTOR
1/7/13 01:58 delete

RSRSRS. Pena que só fui ver esse post anos depois. Trabalho com áudio em igrejas desde a minha adolescência, provavelmente era uma topeira pro negócio, mas como gostei da coisa, realmente tenho me dedicado e me aperfeiçoado e evoluí muito. Eu entendo a insatisfação com os sistemas de som das igrejas em geral, mas é muito simples, fácil e cômodo jogar toda a culpa e responsabilidade para cima do "sonoplasta" que fica em sua cabine de controle. A começar por aí, já vão dois erros: sonoplasta é quem cria efeitos sonoros (sons de uma pessoa caminhando, sons de um cavalo cavalgando, sons de uma briga, etc), que cuida do equipamento de áudio é o TECNICO. Cabine de controle é um lugar que não deveria existir em uma igreja a ser sonorizada, o tecnico deveria estar sentado com seu equipamento no meio da platéia, ouvindo exatamente o que a congregação está escutando, afinal, é para ela que ele está regulando o som.
Outro ponto, quem é esse técnico? Na maioria das vezes é alguém que se voluntariou a desempenhar uma função, que com exceções, poucos se despontam a fazer. Aí eu pergunto, quantos anos o pastor estudou e se preparou para chegar ao nível de excelência que tem hoje? Certamente não forma poucos. Agora responda mais uma coisa? Quantas horas de treinamento com um profissional foram investidas pela igreja para a formação desse técnico que se dispõe a cuidar da igreja? Como esperar um resultado profissional de alguém que não teve a mínima preparação para exercer a função. Este ano (2013), reunimos na igreja cerca de 100 técnicos de áudio e multimídia para um final de semana de treinamentos. Foi uma experiência ao mesmo tempo recompensadora e frustrante. Recompensadora porque pudemos ver que quando algum tipo de treinamento é oferecido, essas pessoas tem sede de buscar o conhecimento e vemos que algumas igrejas de fato se disponibilizam a investir nessas pessoas. Frustrante porque podemos ver o quão baixo é o nível de conhecimento e o tamanho despreparo desses técnicos. Além disso, muitos que queriam estar presente, em um evento que talvez seja disponibilizado uma vez a cada dois anos, muitos não podem participar porque as igrejas que congregam não os liberam porque há alguma atividade na igreja e eles tem que estar presentes. Pergunto: quantas vezes um pastor deixa sua igreja com o objetivo legítimo de participar de congressos, cursos, oportunidades de aprender mais?
Outro ponto, a grande maioria das igrejas são construídas levando em conta muitas coisas, principalmente a estética, mas não consideram coisas essenciais aos cultos de hoje como a instalação do som e principalmente a acústica. Quando pensam em relação a instalação, acabam fazendo, em sua grande maioria, de forma muito equivocada, e leigamente constroem por exemplo as temíveis e trágicas citadas, cabines de comando, ou relegam o som para cima de galerias onde grande parte das vezes o som nem chega direito. Sem uma infraestrutura adequada, também não se pode obter resultados adequados.
A reformulação dos som.... um grande problema, e pastor, o lojista provavelmente será a pessoa mais inadequada para te indicar qual equipamento você deve adquirir. Você certamente estará restrito aquilo que ele tem para te oferecer na loja e que na GRANDE maioria das vezes, não é o que vai suprir as necessidades. Além disso, não existe equipamento que resolva os problemas de uma igreja com acústica inadequada e estruturas inadequadas, e sem formação de técnicos com conhecimentos para operar satisfatoriamente esses equipamentos, rios de dinheiro serão gastos e o resultado não passará, na melhor das hipóteses de medíocre. O melhor é contratar um profissional gabaritado para isso.
Em fim, simplesmente culpar o ex “sonoplasta” e agora técnico de som, é uma forma muito simplista de resumir os problemas de sonorização de uma igreja.
Abraços, espero ter contribuído para alargar a visão sobre esse assunto.
Deixo um site que tem contribuído muito para a divulgação de conhecimento sobre sistemas de sonorização para o técnico cristão.
www.somaovivo.mus.br

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