segunda-feira, setembro 08, 2014

Augustus Nicodemus Lopes

Conselhos a um pregador Itinerante

[carta dirigida a personagem fictícia, porém baseada em experiências e fatos bem reais]

Meu caro Pr. Filipe,

Obrigado por seu e-mail contando as experiências recentes em suas pregações Brasil afora. Eu mesmo tenho tido a oportunidade, durante meu ministério, de pregar praticamente em todos os Estados da Federação e em vários países do exterior. Só posso agradecer a Deus.

Acho que é por isso que me sinto à vontade para atender seu pedido de conselhos práticos para suas viagens. Vou falar de coisinhas práticas que, mesmo sendo pequenas e “mundanas”, podem estragar sua estada em uma igreja.

1. Se for viajar de avião, acerte bem cedo quem vai comprar a passagem. Já me aconteceu de chegar o dia de viajar e não ter um bilhete. Os que me convidaram não compraram passagem pensando que eu ia comprar! Foi uma dificuldade conseguir passagem de última hora e estas geralmente são mais caras.

2. Se ficar a seu critério comprar a passagem, veja o horário em que a programação começa, para não chegar em cima da hora. Dê sempre um espaço para atrasos nos aeroportos. Peça um assento no corredor ou janela, não deixe para marcar na hora do embarque. Você pode terminar lá no fundo, espremido entre dois gordões durante duas horas de vôo. Um verdadeiro inferno.

3. No caso de você comprar a passagem, guarde o comprovante para mostrar quanto custou, na hora do reembolso. Não será um problema se você não tiver comprovante, mas fica mais elegante e transparente estar pronto para mostrá-lo.

4. Escreva em lugar acessível um telefone para contato, e mesmo o endereço da Igreja ou do local das pregações, para quando chegar ao aeroporto da cidade onde vai pregar não ser surpreendido por um aeroporto vazio, sem ninguém lhe esperando. Já passei por isso, sem telefone de contato e sem endereço, e lhe garanto, é desesperador!

5. A bagagem é extremamente importante, em caso de compromissos fora da sua cidade. Se for de ônibus, tudo bem. Se for de avião, esteja preparado para extravios. A melhor coisa é viajar leve e acomodar suas roupas, etc. em uma mala ou bolsa que você possa levar consigo dentro do avião, sem ter que despachar como bagagem. Se não tiver jeito, leve pelo menos uma muda de roupa com você. As chances de extravio de bagagem são grandes. Já me ocorreu de chegar em Goiânia para pregar num grande evento, e minha mala se extraviou. Tive que morrer num Shopping Center para comprar de última hora uma roupa completa e todos os acessórios (por causa do meu tamanho, sempre é difícil conseguir paletó emprestado...). A mala só apareceu dois dias depois.

6. Ainda sobre bagagem. O costume das igrejas varia muito pelo Brasil quanto à indumentária do pregador. Em alguns lugares, usar paletó é sagrado. Em outras, indiferente. Meu conselho é que pergunte antes ao pastor da Igreja que indumentária ele costuma usar. E caso isso não tenha sido possível, leve um paletó completo por via das dúvidas. Esteja preparado para tudo – rasgar as calças, descosturar o zíper da calça do único paletó (isso me ocorreu na encantadora Porto Velho. Minha sorte foi que havia uma irmã que era excelente costureira e deu um jeito a tempo para o culto da noite), manchar o único paletó que levou logo na primeira refeição, etc.

7. Por falar em hospedagem, naqueles compromissos de mais de um dia, meu conselho é que não imponha como condição ficar num hotel. Pega muito mal. Infelizmente, muitos pregadores evangélicos de renome quando aceitam um convite impõem como condição, além da oferta já determinada, ficar em hotéis de várias estrelas, comer em determinados locais, etc. etc. Para mim, é coisa de mercenário. Diga que aceita ficar hospedado na casa de uma família desde que você tenha tempo para descansar e rever seus sermões e orar. No meu caso, eu acrescento que não consigo dormir com mosquito (pernilongo, muriçoca, etc. – você tem que lembrar que dependendo do lugar para onde vai, o nome muda...) e calor, e se a família tiver pelo menos um bom ventilador e repelente, já basta. Deixe a Igreja que lhe convida decidir onde vai lhe hospedar. (Se você quiser ler um pouco sobre as bençãos de ser hospedado – e dos que hospedam pregadores – leia uma série de posts sobre o assunto, que começa aqui.

8. Como você é presbiteriano, fique atento para um detalhe que pode acabar trazendo algum embaraço, se você for convidado para pregar numa igreja batista. Isso nunca me aconteceu, mas sei de casos em que o pastor presbiteriano foi pregar numa igreja batista e na hora da Ceia do Senhor foi preterido – o diácono zeloso não lhe serviu o pão e o vinho (como eram batistas, provavelmente era suco de uva). Ouvi falar de pastores presbiterianos que passaram por esse vexame e sei de pelo menos um que se levantou e saiu do culto, na hora. Não precisava tanto, talvez. Mas, que fica chato, fica. Você é crente o suficiente para estar falando lá e até para ensinar a congregação como trilhar os caminhos de Deus, mas não para tomar ceia...Por isso, cuidadosamente, pergunte antes ao colega batista, ou de outra denominação que restrinja a Ceia, se haverá celebração da Ceia e se ele tem a posição restrita ou mais aberta, que concede a Ceia aos pobres presbiterianos. O que é acertado antes, não sai caro.

9. Outro conselho – procure informar-se ao máximo da Igreja onde vai pregar, ou dos que estão patrocinando o evento em que você vai falar. Em 1997 paguei um dos maiores micos do meu ministério quando fui convidado para falar sobre Batalha Espiritual em uma igreja presbiteriana fora de São Paulo (eu tinha acabado de lançar meu livro O Que você Precisa Saber sobre Batalha Espiritual). Eles esperavam que eu falasse a favor e eu fui falar contra! Se eu tivesse tomado o cuidado de me informar cuidadosamente das posições do pastor da época e da situação da igreja, provavelmente teria recusado o convite ou então deixado muito claro que iria falar contra. Foram três dias de tensão e desconforto, na esperança de que Deus estivesse utilizando positivamente aquele constrangimento... Conhecer antecipadamente sua audiência vai ajudar a calibrar a pregação, determinar os conteúdos e tirar do baú do escriba coisas velhas e novas apropriadas para a ocasião (Mateus 13.52).

10. Nesse sentido, é bom estar absolutamente seguro da ocasião e do motivo do convite. O que a Igreja espera? É um aniversário da Igreja? Há um tema específico? Os temas das pregações ou palestras são livres? Eles esperam que você fale quantas vezes? Seja organizado, tenha tudo isso anotadinho bem antes do evento. Eu já passei por maus momentos por causa de desorganização. Cheguei na cidade onde tinha de pregar três vezes sem ter me assegurado da ocasião. Confesso que confiei demais na minha experiência e nos sermões de reserva que tenho de memória. A ocasião era o aniversário do coral da UPH!!! Eu não tinha sermão nenhum preparado para isso. Tive de improvisar na última hora e ficou aquela beleza...

11. Ainda alguns conselhos sobre as pregações. Pergunte antes o tempo que o pastor da igreja costuma pregar. Não abuse do fato que você é convidado. Você vai querer que eles se lembrem de você como “ah, aquele pastor que pregou tão bem sobre Lázaro...” e não como “ah, sim, aquele pastor que pregou cada sermão um mais comprido que o outro...”

12. Outro conselho muito importante. Pregadores itinerantes “como nós” costumam ter um pacote de sermões que levamos conosco e pregamos onde somos convidados. Pode acontecer o desastre de você repetir o mesmo sermão num mesmo lugar. Já passei por essa vergonha. Quem me salvou foi Solano Portela, que estava presente, e logo que eu anunciei o texto e fiz a introdução do sermão, ele discretamente se levantou do banco e me passou um bilhetinho onde estava escrito “você já pregou esse sermão aqui no mês passado”. Quase morri de vergonha. E o pior foi pregar na hora um sermão novo de improviso! Portanto, ache um jeito de registrar onde você pregou determinado sermão e quando, para evitar esse desastre.

13. Por incrível que pareça, o púlpito onde você vai pregar pode se tornar um problema. Há igrejas com púlpitos minúsculos e outras que nem púlpito têm mais – foram aposentados quando o pastor e a igreja adotaram grupo de coreografia, um enorme grupo de louvor e equipe de teatro. O pastor passou a pregar com microfone sem fio, andando pelo palco e pela igreja, sem anotações e sem a Bíblia diante dele, só contando histórias e experiências. Eu sei que você gosta de pregar expositivamente, de ter sua Bíblia aberta diante de você e as anotações ao lado. O que fazer em casos assim? Eu já me virei com aquele estande do regente do conjunto coral, onde de improviso acomodei a Bíblia e as notas. Em outras vezes, não teve jeito. Tive de pregar com a Bíblia aberta numa mão e o microfone sem fio na outra, sem chance de ter as anotações! Nesse caso, o que me salvou foi a boa memória a experiência de pregar de improviso. Meu conselho é que você também pergunte ao pastor se haverá ao menos um estande de regente para colocar Bíblia e notas. Outro conselho é que memorize os sermões e passe a pregar sem notas. Isso vai lhe salvar de inúmeras situações similares.

14. Agora, a questão da oferta. Na verdade, isso não deveria ser nem mesmo uma questão para você. No máximo é uma questão apropriada para quem convida. Quando isso passa ser o foco do seu ministério, vira coisa de mercenários, os que mercadejam a Palavra de Deus. Sei que existem muitos que não têm outras fontes de sustento a não ser o ministério itinerante, mas não é o seu caso e eu não saberia como lidar com essa situação... Já recebi vários convites que vinham com a pergunta receosa, “quanto o irmão cobra por palestra?” Obviamente, respondi que não cobro absolutamente nada, só preciso que paguem as despesas de passagem e hospedagem. Já houve casos em que acabei pagando para ir pregar em outro Estado, numa igrejinha que não tinha condições de pagar a passagem de avião. De ônibus, levaria 2 dias para ir e mais 2 dias para voltar (Deve ser por isso que minha agenda de pregações vive lotada...). Meu conselho é que não conte com ofertas, como se fosse coisa certa. Não são. São um extra, um bônus, que pode ter ou não. Se, todavia, a igreja ou entidade patrocinadora lhe oferecer uma oferta, aceite com alegria e gratidão. Se recusar, vai ofendê-los.

Bom, eu teria mais um monte de coisas para dizer sobre esse assunto. Afinal, após 30 anos como pregador itinerante, no Brasil e fora dele, a gente aprende muito. Mas, no geral, eu lhe diria que tem sido um grande privilégio e alegria pregar em tantos lugares diferentes. Os contratempos não representam nada diante das bênçãos. É claro que isso só tem sido possível pela compreensão e apoio da minha esposa (filha de missionários) e de nossos quatro filhos... recentemente fiquei muito alegre quando uma igreja mandou uma carta para minha esposa e filhos, agradecendo por terem me liberado para passar um fim de semana com eles.

Um grande abraço!
Augustus

Augustus Nicodemus Lopes

Postado por Augustus Nicodemus Lopes.

Sobre os autores:

Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.

O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.

O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.

18 comentários

comentários
Unknown
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9/9/14 01:46 delete

muito bom, me ajudou

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Alex Esteves
AUTOR
9/9/14 03:25 delete

Reverendo,

"Tive que morrer num Shopping Center" foi figura de linguagem? Rsrsrsrsrs

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HP
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9/9/14 08:50 delete

Conselhos práticos para um "apóstolo Paulo" do século XXI.

No século I era mais simples. Hoje complicou bastante! rsrsrs

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9/9/14 08:51 delete

O item sobre a repetição dos sermões fica pior, quando eles vão pra internet!! Kkkkk mesmo sem ter ido à tal cidade o sermão chegou lá!! Tempos difíceis.. rsrsrsrs

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Unknown
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9/9/14 09:36 delete

Respeito cada vez mais esse senhor... não cobrar por aquilo que o Senhor deu a ele de graça, que é o dom da palavra.. uma benção!!!!Ah, se outros pudessem imita-lo!!!!!

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Jaime Alves.
AUTOR
9/9/14 09:44 delete


Acrescente a todos estes conselhos algo imprescindível:

Consagre a sua vida com muita sinceridade e temor
mendigue a Deus sua misericórdia e o seu amor
clame a ele perdão para si mesmo
também para toda congregação.


Sinta-se o próprio Cristo Jesus,
mas não quando em glória e luz
sinta-se miserável
tal qual o seu estigma na cruz.

Olhe para aquele que há ouvir
não faça sermões que só fazem sorrir
mas fale também sobre o pecado
induza as pessoas ao clamor pelo perdão
o reconhecimento a sua resipiscência
para que Deus manifeste misericórdia, clemencia.

Lembre-se de Mateus 6: 25
medite no capitulo dez
não tenha a isto como algo do passado
que por tanto devia ser ignorado...

Os tempos são outros
mas os homens são os mesmos
os mesmos defeitos,
e como também sei que não sou perfeito
ore por mim
para que eu faça direito
com zelo em minha vocação
e mesmo estando tão paramentado
eu esqueça tudo isto
e fale por amor com amor
no temor e Jesus Cristo.

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Unknown
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9/9/14 12:38 delete

Excelente comentário pastor, os pregadores itinerantes devem ter mais atenção a essas coisinhas e entender que o motivo principal de nossas pregações é anunciar a salvação em Cristo Jesus nosso Senhor.

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Anônimo
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9/9/14 14:48 delete

Texto interessante e muito importante. É sério isso do pastor presbiteriano não receber os elementos da ceia numa igreja batista? Fiquei de cara '-'

Eu estou entrando na IPB agora, vindo da igreja Batista. É por causa da forma de batismo? Achei um absurdo!

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Isaiassl
AUTOR
11/9/14 08:45 delete

Olá Rev. Augustus Nicodemus Lopes, há um tempo atrás eu participei de uma palestra ao qual você ministrou sobre Batalha Espiritual, ao qual em um momento você citou do dia mal, você disse uma experiência que teve, uma batalha com o dia mal. Um professor na Europa (se não me engano) que era ateu lhe deu livros para seu estudo que estava abalando sua fé.

Você também disse que estudou muito e que depois encontrou livros que refutava as teses ateístas.

Você pode informar quais livros foram que te ajudou muito neste requisito?

Excelente texto esse, me ajudou muito,

Abraços,

Isaias Soares Leite

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Alex Esteves
AUTOR
11/9/14 11:44 delete

Quanto à pergunta do leitor diogoyoshida, eu já passei por situação semelhante à referida no texto: por volta de 1997 ou 1998, eu, que era assembleiano, e uma colega que congregava na Presbiteriana - e que depois seria minha esposa - fazíamos divulgação das atividades da A.B.U. (Aliança Bíblica Universitária) numa igreja batista do interior de Minas. Conhecíamos vários irmãos de lá, estudantes da mesma Universidade. Qual não foi a minha surpresa quando um dos nossos conhecidos passou com a bandeja por cima de minha cabeça! Fiquei furioso! Eu era jovem, inexperiente, e aquilo foi muito chato. Então eu soube que isso dependia de cada pastor, de acordo com a decisão, tomada no seminário, de fazer Ceia aberta ou fechada. Foi isso. Essa foi uma situação constrangedora, que não se coaduna com a boa imagem que temos dos irmãos batistas. Espero que eles acabem com isso.

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Anônimo
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15/9/14 18:09 delete

Boa tarde a todos!

Sou batista e nunca presenciei algo parecido, recentemente levei um amigo meu que não é convertido, mas participou da ceia, apesar de eu pessoalmente achar que por falta de conhecimento.

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24/9/14 23:34 delete

Legal esse artigo que comenta sobre a vida de um pregador Itinerante, ótimo para nossa reflexão.

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Unknown
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27/9/14 23:37 delete

Bobagem, o comentário feito sobre os batistas. Seria por demais necessário dizer que somente alguns poucos são exclusivistas. Assim como os Presbiterianos Conservadores e alguns Assembleianos.

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Unknown
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27/9/14 23:39 delete

São poucos batistas que são exclusivistas. Alguns presbiterianos também são, como a Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil.

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Alex Esteves
AUTOR
29/9/14 23:11 delete

O leitor "guerreiro do evangelho" afirma que alguns assembleianos são exclusivistas quanto à Ceia, mas eu, como membro da Assembleia de Deus há muito tempo, não conheço essa prática nos arraiais assembleianos - e olha que conheço bem a Assembleia de Deus, em em Estados distintos. Já entre igrejas batistas não é difícil encontrar esse costume. Não se trata de provocação aos batistas - sempre ciosos de suas tradições e de sua identidade - mas da constatação de um fato.

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Anônimo
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14/10/14 12:44 delete

olá Solano,
desculpe pois meu comentário nada tem a ver com o seu texto.
na verdade é uma dúvida. alguns amigos meus vão participar de um tal "Encontro face a face com Deus". numa igreja presbiteriana.
parece que encontros desse tipo estão acontecendo por todo o país. Não sei de onde veio isso, mas parece muito com o G12.

o encontro é secreto (ninguém pode dizer o que acontece lá);
há a promessa de que quem participa nunca mais será o mesmo;
e o nome não me agrada pq reformado nunca usaria um nome desses para um retiro;
e este nome era tbm usado na época do G12, havia a promessa de um "Encontro face a face com Deus".

bom minha pergunta é se o senhor sabe algo sobre esse movimento e se poderia escrever um artigo sobre isso.

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Anônimo
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22/10/14 11:24 delete

Caro Augustus,
Cômico e trágico ler estas dicas depois de ter escorregado em várias delas. Forte abraço.

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14/1/15 17:47 delete

Obrigado pelas instruções. Foram claras, precisas e necessárias!

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