Existe em todo mundo um movimento entre católicos e protestantes que
visa resgatar a mística medieval, especialmente as práticas e as
disciplinas espirituais dos cristãos da Idade Média como modelo para uma
nova espiritualidade hoje, em reação à frieza, carnalidade e mundanismo
da cristandade moderna. Esse movimento é geralmente conhecido como
“espiritualidade” e tem atraído não poucos líderes católicos e
protestantes. Apesar do nome, é bom lembrar que existem importantes
diferenças entre esse movimento e a busca tradicional de uma vida
espiritual mais profunda por parte do Cristianismo histórico.
Que
esse movimento tenha adeptos entre os católicos, não é de admirar, pois
é entre eles que está a sua origem e se encontram seus ícones. O que
espanta é sua presença entre os protestantes, e mesmo aqueles de
convicções mais conservadoras.
Eu até entendo o motivo
pelo qual o movimento de espiritualidade tem conseguido atrair pastores e
líderes das igrejas históricas e conservadoras em nosso país. Primeiro,
porque existe uma decepção justificada da parte desses líderes diante
da falta das práticas devocionais em boa parte dos que são
teologicamente mais conservadores. Infelizmente, os quartéis
conservadores abrigam pastores assim, que não oram, não jejuam, não
gastam tempo lendo a Palavra e meditando nela, buscando uma comunhão
mais profunda com Deus e a plenitude do seu Espírito Santo.
Ainda
hoje estava falando com outro colega pastor que se queixava de colegas
de ministério que ficam na cama até perto do meio dia, que gastam a
maior parte do tempo na internet, que não trabalham, não evangelizam,
não gastam tempo com Deus e com o rebanho, e que vão levando o
ministério nessa farsa. Não é de espantar que suas igrejas sejam
minúsculas, problemáticas e que eles não se demorem muito tempo em um
mesmo local. E que, quando saem, deixam atrás de si um rastro de
destruição, confusão, insatisfação e problemas não resolvidos. É lógico
que esses não representam a totalidade dos pastores conservadores, e
muito menos a teologia reformada, que tradicionalmente sempre valorizou a
vida de piedade ao lado do cultivo intelectual da mente. Todavia, o
fato de que permanecem anos a fio em seus presbitérios e convenções,
enterrando igrejas, criando problemas, sem que sejam questionados ou
confrontados, dá aos demais conservadores ares de cumplicidade e abre
portas para que movimentos como esse da espiritualidade encontre mentes e
corações ávidos, cansados da frieza, carnalidade e politicagem que
encontram entre os conservadores.
Segundo, existe no
próprio meio conservador um desencanto com a piedade pentecostal que já
teve melhores dias entre nós. Muitos pastores conservadores que um dia
se sentiram atraídos pelas ofertas do pentecostalismo, de batismo com o
Espírito Santo, falar em línguas, sonhos e visões, profecias, sinais e
prodígios, têm recuado diante da aparente superficialidade e da ênfase
desmedida nas experiências, que são características desse movimento.
Eles querem uma piedade mais solidamente enraizada nas Escrituras e que
ofereça alguma salvaguarda para os exageros, falsificações e eventuais
interferências humanas nas experiências. É quando surge o movimento de
espiritualidade, que se distancia do pentecostalismo em vários aspectos e
promete aquilo que todos desejam, uma proximidade com Deus nunca dantes
experimentada mediante as práticas devocionais, sem os abusos da
experiência pentecostal.
Outro atrativo no movimento é
que ele se reveste de um misticismo que apela profundamente às almas que
por natureza são mais piedosas e religiosas, as quais também se
encontram dentro dos limites da tradição mais conservadora. Para tais
pessoas, a idéia de se gastar tempo em silêncio contemplando o divino,
ouvindo a voz de Deus, penetrando os tabernáculos celestes, tocando nas
vestes de Cristo, mortificando a carne e suas paixões mediante o jejum e
abstinência de alguns confortos terrenos e físicos, é um atrativo
poderoso, como sempre foi através da história da Igreja.
Eu
confesso, todavia, que nunca me senti realmente atraído por esse tipo
de espiritualidade. Não gostaria de pensar que isso é porque eu sou um
daqueles pastores frios e sem o Espírito Santo que mencionei em algum
parágrafo acima. Há quem concorda totalmente com essa avaliação a meu
respeito. Mas, deixarei nas mãos de Deus o veredicto sobre isso.
Conscientemente, não me sinto interessado nessa espiritualidade, acima
de tudo, pelo fato de que ela é defendido por padres e leigos católicos e
que, entre os protestantes, ganhou muitos adeptos e defensores da parte
dos liberais. Desconfio de tudo que os liberais apóiam e defendem.
Não
estou dizendo que todos os protestantes que adotaram ou aderiram ao
movimento de espiritualidade são liberais. Conheço uma meia dúzia que
não é. Deve haver muitos outros. O que estou dizendo é que, para mim, é
no mínimo intrigante que os liberais, que sempre se disseram
progressistas e amantes do novo, defendam com tanto interesse um modelo
de espiritualidade que tem como ícones monges e freiras católicos da
Idade Média e o tipo de práticas espirituais deles.
Não
discordo de tudo que os defensores da espiritualidade pregam.
Quebrantamento, despojamento, mortificação, humildade, amor ao próximo
são conceitos bíblicos. E encontramos vários desses conceitos defendidos
pelos seguidores da espiritualidade. Meu problema não é tanto o que
eles dizem – embora eu pudesse apontar um ou outro ponto de discordância
conceitual, mas o que eles não dizem ou dizem muito baixinho, a ponto
de se perder no cipoal de outros conceitos.
Sinto
falta, por exemplo, de uma ênfase na justificação pela fé em Cristo,
pela graça, sem as obras ou méritos humanos, como raiz da
espiritualidade. Uma espiritualidade que não se baseia na justificação
pela fé e que nasce dela está fadada a virar, em algum momento, uma
tentativa de justificação pela espiritualidade ou piedade pessoal. Não
estou dizendo que os defensores da espiritualidade negam a justificação
pela fé somente – talvez os defensores católicos o façam, pois a
doutrina católica de fato anatematiza quem defende a salvação pela fé
somente. O que estou dizendo é que não encontro essa ênfase à
justificação pela fé em Cristo nos escritos que defendem a
espiritualidade.
Sinto falta, igualmente, de uma
declaração mais aberta e explícita que a espiritualidade começa com a
regeneração, o novo nascimento, e que somente pessoas que nasceram de
novo e foram regeneradas pelo Espírito Santo de Deus, que são uma nova
criatura, um novo homem, é que podem realmente se santificar, crescer
espiritualmente e ter comunhão íntima com Deus. A ausência da doutrina
da regeneração no movimento pode dar a impressão de que por detrás de
tudo está a idéia de que a religiosa natural, inata, do ser humano, por
causa da imago dei, é suficiente para uma aproximação espiritual em
relação a Deus mediante o emprego das práticas devocionais.
O
caráter progressivo na santificação também está faltando na pregação do
movimento. Quando não mantemos em mente o fato de que a santificação é
imperfeita nesse mundo, que nunca ficaremos aqui totalmente livres da
nossa natureza pecaminosa e de seus efeitos, facilmente podemos nos
inclinar para o perfeccionismo, que ao fim traz arrogância ou
frustração.
Também gostaria de ver mais claramente explicado o que
significa imitar a Jesus como uma das características da vida cristã.
Pois, até onde sei, Jesus não era cristão. A religião dele era
totalmente diferente da nossa. Nós somos pecadores. Jesus não era. Logo,
ele não se arrependia, não pedia perdão, não mortificava uma natureza
pecaminosa, não lamentava e chorava por seus pecados. Ele não orava em
nome de alguém e nem precisava de um mediador entre ele e Deus. Ele não
tinha consciência de pecado e nem sentia culpa – a não ser quando levou
sobre si nossos pecados na cruz. Ele não precisava ser justificado de
seus pecados e nem experimentava o processo crescente e contínuo de
santificação. A religião de Jesus era a religião do Éden, a religião de
Adão e Eva antes de pecarem. Somente eles viveram essa religião. Nós
somos cristãos. Eles nunca foram. Jesus nunca foi. Como, portanto, vou
imitá-lo nesse sentido?
É esse tipo de definição e
esclarecimento que sinto falta na literatura da espiritualidade, que
constantemente se refere à imitação de Cristo sem maiores qualificações.
Quando vemos Jesus somente como exemplo a ser seguido, podemos perdê-lo
de vista como nosso Senhor e Salvador. Quando o Novo Testamento fala em
imitarmos a Cristo, é sempre em sua disposição de renunciar a si mesmo
para fazer a vontade de Deus, sofrendo mansamente as contradições
(Filipenses 2:5; 1Pedro 2:21). Mas nunca em imitarmos a Jesus como
cristão, em suas práticas devocionais e na sua espiritualidade.
Faltam
ainda outras definições em pontos cruciais. Por exemplo, o que
realmente significa “ouvir a voz de Deus”, algo que aparece
constantemente no discurso dos defensores da espiritualidade? Quando
fico em silêncio, meditando nas Escrituras, aberto para Deus, o que de
fato estou esperando? Ouvir a voz de Deus com esses ouvidos que um dia a
terra há de comer? Ouvir uma voz interior, como os Quackers? Sentir uma
presença espiritual poderosa, definida, que afeta inclusive meu corpo,
com tremores, arrepios? Ver uma luz interior, ou até mesmo ter uma visão
do Cristo glorificado e manter diálogos com ele, como Teresa D’Ávila,
Inácio de Loyola, a freira Hildegard e mais recentemente Benny Hinn? Ou
talvez essa indefinição do que seja “ouvir a voz de Deus” seja
intencional, visto que a indefinição abriga todas as coisas mencionadas
acima e outras mais, unindo por essas experiências vagas pessoas das
mais diferentes persuasões doutrinárias e teológicas, como católicos e
evangélicos, conservadores e liberais?
Por fim, entendo
que biblicamente os meios exteriores e ordinários pelos quais Cristo
comunica à sua Igreja os benefícios de sua mediação, de seu sacrifício e
de sua ressurreição, são a Palavra, os sacramentos e a oração. Outros
meios, como, silêncio, meditação, contemplação, isolamento, mortificação
asceta do corpo, não são reconhecidos como meios de graça, embora
possam ter algum valor temporal acessório às ordenanças de Cristo. Como
ensinou Paulo, seguir uma lista daquilo que podemos ou não podemos
manusear, tocar e provar tem “aparência de sabedoria, como culto de si
mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não tem valor
algum contra a sensualidade” (Col 2:20-23).
Por todos
esses motivos acima, nunca realmente me senti interessado na
espiritualidade proposta por esse movimento. Parece-me uma tentativa de
elevação espiritual sem a teologia bíblica, uma tentativa de buscar a
Deus por parte de quem já desistiu da doutrina cristã, das verdades
formuladas nas Escrituras de maneira proposicional. Prefiro a
espiritualidade evangélica tradicional, centrada na justificação pela
fé, que enfatiza a graça de Deus recebida mediante a Palavra, os
sacramentos e a oração e que vê a santidade como um processo inacabado
nesse mundo, embora tendo como alvo a perfeição final.
Franklin
Ferreira, conversando comigo sobre esse assunto, escreveu o que se
segue, que reproduzo literalmente por retratar de forma sintética e
profunda o que considero o principal problema com a espiritualidade
defendida pelo movimento que leva esse nome:
Acho que você conhece a distinção que Lutero fez entre a "teologia da glória" e a teologia da cruz". Muito do movimento de espiritualidade moderno cai, justamente, no que Lutero chamou de "teologia da glória", a tentativa de chegar a Deus de forma imediata, ou por meio de legalismo (mortificação, flagelação da carne, etc.), especulação teológica (como no liberalismo de Tillich ou no misticismo (as escadas da ascensão da alma para o céu, com a necessária purgação, mortificação e iluminação). Note que nessas três escadas, o que se fala é da união da alma de forma imediata com Deus, sem a mediação de Cristo crucificado. Para Lutero, o fiel só encontra Deus não nas manifestações de poder que supostamente cercam as três escadas, mas em fraqueza, na cruz, pois por meio dela somos justificados.
47 comentários
comentáriosOlá Rev. Augustus! Graça e paz!
ResponderAchei bem oportuna a reflexão sobre esta temática.
Creio que os defensores da Espiritualidade, se defenderem esses conceitos citados pelo senhor acima, estão de fato equivocados. Mesmo assim acredito que aqueles que o fazem estão desejando, mesmo que de forma errada, uma aproximação com Deus. É uma pena que não percebem os meios comuns de graça que o senhor citou no texto.
Nos últimos meses li dos livros do REV. RICARDO BARBOSA (O Caminho do coração e Conversas no Caminho). No primeiro há um capítulo dedicado aos monges trapistas e no outro um artigo sobre Tereza de Ávila. Particulamente percebi no Rev. Ricardo Barbosa um profundo zelo pelas Escrituras e por suas doutrinas fundamentais. Creio que ele entra neste grupo de meia dúzia dos que entendem a importância dos meio de graça, da santificação, novo nascimento e etc.
Certamente a busca pela espiritualidade centrada nas Escrituras é o caminho.
Paz e graça!!!
muito bom.
Responderabraços
Sérgio
Augustos,
ResponderExcelente reflexão! Mensagem extremamente relevante. Concordo em gênero número e grau.
Renato Vargens
"Desconfio de tudo o que os liberais apóiam e defendem".
ResponderSomos dois, Reverendo!
Ótimo texto. Quando todos entenderão que a verdadeira espiritualidade estará sempre firmemente baseada e enraizada na Palavra de Deus, a Bíblia? É nas Escrituras que encontramos a espiritualidade que devemos viver. Fé e conhecimento teológico, genuinamente bíblicos, geram a verdadeira espiritualidade.
Caro Augustus,
ResponderEu tenho meditado sobre essas coisas e debatido com alguns irmãos, mas, depois desse post, prefiro indicá-lo. Uma excelente reflexão sobre o tema! Uma das defesas desse tipo de movimento é que enfatizar o aprofundamento doutrinário promove bancos vazios. Já ouvi de diversos irmãos bem-intencionados que o problema dos reformados é a enfase na doutrina. Mas, como ser espiritual sem firmeza doutrinária? Acho que muitos precisam conhecer a Bíblia é a história. abs e parabéns mais uma vez!
Reverendo, agradeço a Deus por este post, depois do fim de semana que passei, bombardeado dessa "nova espiritualidade", o sr. trouxe à tona todos meus pensamentos de uam forma muito mais clara e organizada do que jamais conseguiria...ehehe
ResponderÉ de suma importância buscarmos lutar sem cessar pelo crescimento na santificação. Mas hoje isso se tornou "obsoleto", já que a minha geração de jovens acha que "somos a geração escolhida por Deus pra mudar o mundo"...Triste, para não dizer, patético.
Que Deus o abençoe!
Rev.
ResponderMuito bom e esclarecedor!
Ontem mesmo estava conversando com uma irmãzinha (não vou dizer a denominação), em que ela dizia:"Tânia, sei que vc. não vai acreditar, mas Jesus falou comigo que ia arranjar um marido, tal e qual Ele fez com Ester". E eu ia dizer o quê?
Abs.
Dr. Augustus,
ResponderExcelente seu post. Peço sua vênia para reproduzir aos meus alunos de Vocaçao e Espiritualidade do Seminario Presbiteriano de Brasilia.
Aproveito para perguntar se o senhor recebeu meu trabalho.
Grande abraço,
Fabio Bezerra
Boa palavra Reverendo. Lembrei as palavras de J. Gresham Machen: "A indiferença com relação à doutrina não cria heróis da fé". E ainda: "Ele [Jesus] não é nosso Salvador porque nos inspirou a viver o mesmo tipo de vida que viveu, mas porque tomou sobre Si mesmo a culpa terrível de nossos pecados.
Responder"A fé é essencialmente dogmática"
Abração!!
romulomonteiro.blogspot.com
Edificante. Louvado seja Deus.
ResponderMuito bom Reverendo!
ResponderEste texto foi um solavanco na minha vida espiritual.
Graças a Deus que somos justificados pela fé somente.
Reverendo, há um outro ponto histórico que também me intriga quanto a atração dos místicos medievais exercida sobre líderes das Igrejas Históricas: até onde me consta, os místicos católicos foram forjados pela Igreja Romana e incentivados por ela exatamente em oposição à reforma protestante!
ResponderOs mais "na moda" são São João da Cruz e Tereza d'Ávila e eles foram moldados exatamente como reação ao que vinha acontecendo no mundo europeu que se protestantizava!
Assim, é muito irônico ver líderes protestantes se abraçando com santos da contra-reforma.
Abraços sempre afetuosos.
PS - Mas não posso esquecer de falar que há uma linha de coerência para tudo isso: o Papa Bento XVI (quando ainda era só o cardeal Ratzinger) havia avaliado que a Teologia da Libertação seria descartada pelo marxismo e viria a se transformar numa espiritualidade mística pagã. Ora, o que vemos, creio que passa extamente por aí. Não foi apenas um desencanto com o pentecostalismo, mas também um desencanto com o materialismo marxista teológico. Basta ver, como exemplo, os ex-teólogos da libertação e agora místicos medievais pagãos de plantão Boff e Rubem Alves (são os que mais citam e propagam Tereza e João da Cruz).
Abraços sempre muito afetuosos.
Augustus,
ResponderSou católico e leitor do seu blog há muito tempo. Concordo plenamente com o espírito da sua crítica, mas não acho que exista esse tal movimento de "espiritualidade" único. A ascese e a mística católicas, como manifestadas em Teresa D´Ávila, por exemplo, não pode ser confundida com o mau uso que alguns fazem das obras dela.
Por exemplo, a autêntica mística católica nunca fala de "união da alma de forma imediata com Deus, sem a mediação de Cristo crucificado". Basta ler as vidas dos santos.
Também não pode-se falar em "tentativa de justificação pela espiritualidade ou piedade pessoal". Numa oração, Santa Teresinha diz: "Na tarde desta vida, comparecerei perante vós com as mãos vazias, pois não vos peço, Senhor, contar minhas obras. Toda nossa justiça é manchada a vossos olhos. Quero, pois, revestir-me de vossa própria justiça, e receber de vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo". A espiritualidade católica pressupõe a confiança somente em Cristo, e não na transformação que Ele esteja efetuando em nós (os protestantes tem dificuldade em entender que a doutrina católica ensina a importância objetiva das obras na "segunda justificação", mas ensina também que subjetivamente ninguém deve confiar nelas!) A vida dos místicos católicos é repleta de confissões de pecado, eles sempre diziam-se não merecedores da salvação, apenas esperando a misericórdia divina.
Por fim, a espiritualidade católica não pode unir "por essas experiências vagas pessoas das mais diferentes persuasões doutrinárias e teológicas, como católicos e evangélicos, conservadores e liberais". Se fizer isso, é imediatamente reconhecida por sua heterodoxia.
O texto que hora acabo de ler,deveria ser reproduzido aos milhoes e serem entregues nas portas dos templos não só esse mais como muitos outros que tenho lido aqui, nos deveriamos usa-los em nossas pregaçoes e ensinos.deveriamos deixar de ler aqui achar muito lindo maravilhoso, mais nao fazermos mais nada, cabe a mim e a todos que entram aqui e são edificados por esses textos pedir autorizaçao para esses escritores e reproduzi-los aos milhares para que textos como esses nao virem como uma voz no deserto.
Respondernos unimos e vamos agir.
e com a permissao do rev, quero postar no meu blog. e vou fazer copia e entregar em minha turma de teologia para realizarmos uma discussao em grupo.
se isso for possivel e permitido ?
não vou fazer nem um comentario a mais por não necessita de mais nada do que ja foi dito.
sandro barcelos
Ótimo artigo Rev. nos esclarece muito em um curto texto. Deus o continue abençoando.
ResponderEstive pensando. Isso já é bom. Li entre os comentários muito tipo de apoio e opinião. Me destacou a postura do "RN", um católico, que reproduz uma voz de defesa à sua denominação e doutrina. Nisto percebo um clamor dos corações, na busca de uma explicativa sobre a tal "espiritualidade". Observo que assim como expressões "espiritualidade", outras, como "ser crente", "ser evangélico", "ser pentecostal", "sr reformado", enfim... muitas expressões que apontam para os denominacionalismos, acabam perdendo sua força e credibilidade dentro de um ambiente onde deveria fazer toda diferença. O pecado não está na Palavra. está nos ditos exegetas e hermeneutas, que apóiam cegamente textos rebuscados e cheios de boas intenções, que têm cara de intelectual, mas que no fundo são cisternas rotas. Por fora caiado, bem caiado, a ponto de descascar. Por dentro, um oco, sem produto alguma oferecer. Vejo nas dicussões teológicas, sob uma roupagem de apologética, uma infrutífera tentativa de esclarecer, mas a quem?
Respondercont.
cont...
ResponderPoucos. Na vida da igreja é que vemos o reflexo, não desta espiritualidade explicitada no texto de Augustus. Mas de uma infecção da verdadeira espiritualidade. Infecção tal que não passa nem perto do que Cristo propôs em sua santa palavra. Os católicos (RN, p.ex.) tem a dinâmica da defesa de nomes que deveriam até ser respeitados, pois em seu tempo e em sua mente, acredito eu, pouco intencionaram, senão na manutenção de uma fé já em ponto de falência, e que no meio desta queda livre, ao invés de calcular o prejuízo de suas projeções, abaram apoiando ainda mais uma dogmática que leva ao inferno. A espiritualidade está na Bíblia. Católicos e evangélicos, idólatras em sua maioria, seja de pessoas ou de textos, acabam afundando o Cristo da espiritualidade num imenso mar de egos. O que mais me deixa triste no meio de tudo isso, é que a crítica aponta para semelhantes. E no meio destas cíticas, as obras que não salvam acabam perdendo sua importância. Gosto quando Augustus cita o pensamento de que há líderes que se escravizam em sua própria cadeia e pensam que seu sono ao meio dia, ou sua ausência de vida espiritual... bem... estes e outros tipos Deus irá julgar. Mas queria saber onde está a espiritualidade da igreja? Na pregação de Cristo? Na exposição da Palavra? Na vida de oração? Na meditação silenciosa? No jejum semanal? No acolher aos fracos e oprimidos? Não a espiritualidade não é medida em termômetros comprados na teologia farmacológica. Os frutos de igrejas fechando as portas, ou de uma igreja pequena com poucas almas ganhas, sim... nestas igrejas, será que há espitirualidade? Será que nas imensas catedrais existe a tal espiritualidade? Ou será que nos padres, ou monges a espiritualidade está ás vistas?
cont...
cont...
ResponderMe pergunto... buscou-se a historicidade da espiritualidade... mas em sua história, o que ela mudou de fato na vida de cada um dos que admiram os escritos, inclusive este? O que e onde está a espiritualidade... Admiro quando o apóstolo traz a lúmen o "mostre-me tua obra que te mostro minha fé". Isso desde os antigos tempos não mudou. Poderiamos atestar o fracasso de Paulo, pois este, não parava em igreja alguma. Escrevia. Era fácil. Mas seria mesmo fácil? O gabinete pastoral paulino beirava cadeias e algemas, navios e estradas... mas foi isso que o fez espiritual? Acredito que não. Nem tampouco os falidos templos, nem gabinetes, nem casas, nem igrejas, nem posição, nem status, nem grana... nada disso compôs a espiritualidade de quem realmente foi espiritual... Jesus.
cont...
cont...
ResponderA diferença entre ele e os tais santos católicos (RN) e os santos reformados é que todos estes eram e sempre serão pecadores miseráveis na mão de um justo Deus que jamais olhar´para o livros que escreveram, que jamais olhará para os castos objetos devocionais, ou por suas clausuras... olhará simplesmente para o modelo que jamais faliu...Jesus Cristo.
O Jesus que dizia orem comigo e ficava só, o Jesus que fazia parte do presbitério da época e que não tinha amigos que o cobrissem com manto, o Jesus que em meio à angústia gritou com sangue aos olhos de sua deformação, o Jesus que Isaías reportava como Justo e que seria pisoteado, o jesus que iria ao deserto para ter um encontro com o diabo, o Jesus que herdou o trono de Davi, mas que ao seu fim, acabou numa cruz, o Jesus que no meio do calvário, pediu que o Pai perdoasse pela ignorância dos ocorridos, o Jesus que é visto como santo pelo preso na cruz e ao mesmo tempo vendido entre moedas correntes, o Jesus que mudou a humanidade e seja quem for terá que se dobrar a ele, o Jesus, Filho de Deus, parte da trindade, um com o Pai que pela solidão dos seus, compreendeu que esta solidão seria nociva e deixou o amado Espírito da Verdade, a fim de que tivéssemos o consolo que ele buscou nos braços dos amigos e apenas encontrou Tomé, o Jesus... este Jesu que não precisou falar em línguas estranhas porque sua fala e gesto atestavam do céu, sem precisar de tradução...
Sim... alguém conhece este Jesus?
Pois se a resposta for positiva, então está vivenciando a verdadeira espiritualidade. Que não pode sair deste prumo: JESUS DE NAZARÉ. Este, a quem crucificamos.
perfeito Rev. Augustus, Perdão!!, Não Somos perfeitos ainda. Mas se tivessemos chegado lá, suas palavras já seriam a Perfeição. claro como um arauto de Deus usado por ele, não perdendo suas caractericas de um grande erudito, como aquele que planta a semente, mas quem da o crescimento é Deus. abraços de seu adimirador que Deus abençoe. quero um dia se Deus quiser chegar nesse nivel intelectual de ponderação.
ResponderRev. Nicodemus, graça e paz!
ResponderAcredito que o mais difícil dentro desse assunto de espiritualidade seja fazer uma correta distinção entre o legalismo e a verdadeira consagração e espiritualidade. Pelo menos para mim foi muito difícil conseguir traçar uma linha divisória que demarcasse corretamente a fronteira entre uma coisa e outra.
Por exemplo, concordo com o senhor quando diz que os meios pelos quais Cristo comunica a nós os benefícios de sua mediação são a Palavra, os sacramentos e a oração, porém, entendo que nesta ultima, ou seja, na oração, já estejam contidos a meditação, o silencio, e até mesmo o “sacrifício corporal” em ficar orando por horas, após um dia inteiro de trabalho. Pelo menos para mim isso não tem sido fácil...
Acredito que o problema começa a existir quando a pessoa realiza isso tudo como sendo uma espécie de penitencia, etc. E até concordo que a grande maioria dos evangélicos faz esse tipo de coisa. Principalmente os pentecostais (e isso eu posso dizer com conhecimento de causa pois fui pentecostal durante 11 anos). Muitos até usam expressões tais como: “se quiser ser usado por Deus, tem que pagar o preço”, etc. Se a pessoa fizer essas coisas a fim de se justificar diante de Deus certamente estará incorrendo em grave erro. Mas se ao contrário, estiver firmado na graça divina e decidido a crucificar sua velha natureza fazendo a obra de Deus e passando horas em oração e leitura da Palavra não há problema algum. Acredito que seja isso o que o senhor esteja propondo. Certo?!
Acredito que a heresia dos Colossenses fosse o ascetismo legalista. Não creio que alguém que “se gaste” em oração, estudo da Palavra e realização da obra do Senhor com assiduidade esteja incluído neste texto de Cl 2.20-23. E só para frisar, a fim de que ninguém me interprete erroneamente, eu não estou dizendo que o senhor está errado. Tenho o senhor como uma referencia para meu ministério. Apenas estou analisando a coisa toda por um outro prisma. Acredito que talvez esteja até dizendo a mesma coisa que o senhor...
Um abraço fraterno!
Rev.
ResponderNuma época, em que algumas Igrejas nem tem mais culto doutrinário, o que seria de nós,simples mortais, sem blogs comprometidos com a Palavra?
Eu louvo a Deus por este, pelo da Norma e tantos outros que nos ensinam, repito sem tirar a leitura da Bíblia, esta imprescendível, a sermos obedientes a Cristo, a Deus.
Abs.
Correção:
ResponderImprescindível. Hehehhehe
Caro Rev. Augustus, gostaria de saber se existe alguma relação entre o movimento da espiritualidade e o pietismo do século XVIII.
ResponderRev.Augustus,
Responderisso me lembra o ecumenismo entre católicos e evangélicos.
Se não há comunhão entre Luz e trevas,como poderá haver espiritualidade.
O Espírito da Luz que testifica em nós não é o mesmo espírito que se manifesta nas trevas.
Me admira(não muito pois isso já é esperado)que homens conhecedores da Palavra e que ainda se dizem reformados caiam nessa esparrela.
Isso só faz aumentar o número de nomes na lista dos que se deixam enganar por vãns filosofias e doutrinas de homens.
Parece que sou a única a discordar do que foi dito no texto acima,que a meu ver apresenta uma visão distorcida da espiritualidade.Tenho profunda admiração por pessoas como Ricardo Barbosa e Osmar Ludovico. Tenho sido muito edificada com a leitura de seus artigos e livros, e aprendido com eles sobre o valor do silêncio e da meditação na prática cristã. Isso sem mencionar os autores católicos, entre os quais se destaca Henri Nouwen, um verdadeiro servo do Senhor, que renunciou às honras terrenas para ir viver num sanatório e cuidar de pessoas totalmente dependentes.
ResponderAo comentar sobre o pouco valor de algumas práticas ligadas à espiritualidade, como o silêncio e o isolamento, o autor esquece que Jesus tinha o costume de se afastar para orar, e de buscar o isolamento diante de situações criticas. Antes de ser tentado, Jesus buscou o silêncio e o isolamento do deserto, após a multiplicação dos pães, Ele etirou-se para um monte, e no dizer da Biblia, sozinho. Creio que Jesus não perderia tempo com isso se não tivesse algum proveito. Penso que temos muito a aprender com os Pais do deserto e com aqueles que procuraram ouvir a voz de Deus no silêncio e no isolamento.
É possivel entender melhor o cerne da "espiritualidade contemplativa" estudando a história do movimento emergente. Roger Oakland escreveu pelo menos um livro sobre o assunto.
ResponderOponho-me à espiritualidade contemplativa, mas não por ter feito alguma listinha de "pontos favoráveis" e "pontos desfavoráveis". Discordo é dos seus princípios fundamentais.
Não sei se interpretei errado mas no o senhor me pareceu um pouco preconceituoso em relação aos católicos? Se tem católico envolvido com esse tipo de espiritualidade, então não presta. Será mesmo? Acho que esse movimento nos ensina a nos silenciarmos e estarmos mais atentos a absorver a palavra de Deus.
ResponderHeloisa,
ResponderO fato de que você é a única a discordar não quer dizer que você não possa estar certa e a maioria errada. Já aconteceu antes.
Meu problema todo é encontrar base bíblica correta adequada para justificar a prática de se isolar, ficar em silêncio para ouvir a voz de Deus. O fato de que homens bons, sábios e piedosos recomendam isto não é suficiente para mim.
Como eu disse no post, não encontrei ainda justificativa bíblica para uma experiência mística onde a voz de Deus possa ser ouvida. Que voz é esta? Audível? Interior? E por que só podemos ouvi-la no silêncio? No caso de crentes que trabalham dez a doze horas por dia, seis dias na semana, em uma capital como São Paulo, e passam três horas por dia no trânsito - como eles poderão ouvir a voz de Deus?
Deus não poderia me falar, por exemplo, quando estou diante de uma decisão difícil e tremendamente importante para a vida da minha igreja ou da minha família, e que precisa ser decidida naquele momento? NUma reunião do Conselho da Igreja, por exemplo?
Como os apóstolos, como Paulo, por exemplo, podiam ouvir a voz de Deus se não tinham como ficar isolados e em silêncio, em meio Às tremendas demandas do trabalho missionário e das igrejas? E se somente se podia ouvir a voz de Deus no silêncio e no isolamento, por que em nenhum lugar de suas cartas eles orientam os crentes a fazer isso? Por que não nos dão uma única palavra de orientação a este respeito? Se eles entenderam que as (poucas) vezes que o Senhor Jesus foi para um lugar deserto para orar era paradigma para todos os cristãos, por que eles mesmos não fizeram isto (e se fizeram, por que Lucas não registrou no livro de Atos?) e por que eles nunca se referem a isto em suas cartas?
São as perguntas que não querem calar. E vou precisar de outras respostas que não estas, que homens crentes e sérios praticam isto, que os monges praticaram isto, que católicos praticaram isso, que os Pais do deserto praticaram isso. Eu preciso ver a base bíblica para isto.
Enquanto isto, sigo tentando entender qual é a vontade de Deus para minha vida, não tentando ouvir algo em silêncio, mas com base em passagens como estas:
Romans 12:2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
1 Thessalonians 4:3-5 3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; 4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, 5 não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus;
1 Thessalonians 5:18 18 Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
1 Peter 2:15 15 Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos;
Será que esta voz que se ouve no silêncio acrescenta algo à voz de Deus nas Escrituras? Pois nelas encontro a vontade do meu Senhor para minha vida.
Grande abraço!
Flávio,
ResponderVocê escreveu:
"Não sei se interpretei errado mas no o senhor me pareceu um pouco preconceituoso em relação aos católicos? Se tem católico envolvido com esse tipo de espiritualidade, então não presta. Será mesmo? Acho que esse movimento nos ensina a nos silenciarmos e estarmos mais atentos a absorver a palavra de Deus."
Ué, como assim, preconceito? Discordar é preconceito? Eu discordo não somente de católicos mas de qualquer pessoa que esposar idéias e práticas que não têm fundamentação bíblica.
Eu não tenho nada contra pessoas se isolarem para ficar um tempo em oração meditação. Apenas não acredito que esta prática é determinada na Bíblia para todos os cristãos como o caminho para uma espiritualidade maior e mais profunda.
Um abraço.
rev Augustus, você poderia citar alguns dos líderes dese movimento da "espiritualidade"?
ResponderMarcos Sales,
ResponderÉ perigoso fazer isto... pois sempre vem queixas de perseguição pessoal toda vez que cito nomes. Não é melhor você mesmo tirar suas próprias conclusões, após ler o que escrevo? Assim, você cresce mais um pouco e eu me livro de mais dores de cabeça do que aquelas que normalmente já tenho...
Rev. Augustus,
ResponderA propósito desse tema (espiritualidade), gostaria de saber sua opinião sobre a Lectio Divina. Ela é defendida por Osmar Ludovico, em seu livro "Meditatio", da Ed. Mundo Cristão.
Agradeço a atenção, e rogo as bênçãos do Senhor Deus sobre sua vida, bem como sobre sua esposa e filhos.
Zaqueu.
Caro professor Augustos,
ResponderSó disse que senti um preconceito devido a seguinte frase do senhor: "Conscientemente, não me sinto interessado nessa espiritualidade, acima de tudo, pelo fato de que ela é defendido por padres e leigos católicos...".
Também não acho que essa espiritualidade é para todos ou é o único caminho. Acredito que cada um tem que encontrar o seu caminho para falar com Deus.
Grande abraço.
Rev. Augusto Nicodemos,
Responderque bom o seu texto. Ele é provocativo, apesar de vago. Mas se tem ajudado pessoas a refletirem e se posicionarem na aproximação de um cristianismo bíblico, suponho ter alcançado seu propósito.
O problema do texto é supor que o cristianismo bíblico é exclusivamente o protestantismo reformado. Ai tenha paciência.
Monges medievais, católicos, liberais, pentecostais, protestantes não reformados e muitos outros, todos igualmente desclassificados como inaptos de uma espiritualidade bíblica.
Meu irmão, o mundo não começou ontem, faz tempo que ele gira e Cristo não ficou sem testemunho, nem sem um remanescente fiel no meio da história. A igreja de Cristo não começou com os puritanos, por favor.
Como visto, não faço parte da legião de seus adeptos, cujas palavras são ouvidas quase como pronunciadas pelo apóstolo Paulo.
Daí lhe pedirem nomes ou avaliações acerca de pastores, ou seja, a inquisição está de volta.
O senhor fala de espiritualidade confundindo-a com declarações doutrinárias. Não é a cabeça cheia de certezas doutrinárias (regeneração, justificação, santificação, glorificação - todas igualmente bíblicas e por isso mesmo valiosas e necessárias) que gera cristãos amorosos, apegados a Cristo, hospitaleiros, menos apegados ao poder (inclusive eclesiástico), alegres, humildes, solidários, de olhares mansos e de outros valores cristãos tão magistralmente apresentados no Novo Testamento.
Mas o problema é quando a cabeça não está conectada com o coração. E a espiritualidade vivida, não apenas declarada doutrinariamente, junta o que foi separado nesse projeto de civilização ocidental, machista, iluminista, mercadológica, de uma religiosidade hipócrita ou estéril, por isso mesmo doente.
Com todo respeito emito minha opinião e abraço afetuosamente a todos e todas que buscam viver uma vida cristã autêntica.
Pierre Normando Gomes-da-Silva
Meus amados,
ResponderQualquer prática que se pretenda chamar de "espiritualidade" apelando mais para a intuição humana, para o coração, sem ter a Palavra de Deus como diretriz absoluta e suficiente, é suspeitável e perigosa. O profeta Jeremias chama nossa atenção para o perigo de seguir "o coração".
Penso que seria muito proveitoso se dedicássemos um pouco de nosso tempo para conhecer melhor os puritanos, porque eles têm muito a nos ensinar sobre a prática espiritual que agrada a Deus.
A Igreja Católica Romana afastou o povo da Bíblia. E talvez por isso mesmo tenha conseguido encher a mente de tanta gente com uma ideia equivocada, mesmo pagã, de espiritualidade. Os reformadores (e puritanos) são os homens usados por Deus para corrigir esse erro, abrindo nossos olhos para a suficiência das Escrituras. "A lei do SENHOR é perfeita" (Sl 19.7).
Parar um pouco nossa correria cotidiana para meditar é salutar, indispensável até para o crescimento espiritual. Parar, não para degustar o silêncio, mas a voz de Deus, tão clara e suficiente nas Escrituras. "Desvenda meus olhos para que eu contemple as maravilhas da tua lei." (Sl 119.18).
Gomes da Silva,
ResponderAcho que o Zaqueu já lhe deu resposta; portanto, farei apenas alguns breves comentários ao seu.
1 - Eu nunca sei direito o que amigos como você realmente pensam do que escrevo. Veja só: você diz que meu texto é bom, ajuda as pessoas a refletir e que alcançou o objetivo que é aproximá-las do cristianismo bíblico. E em seguida, o rejeita por completo. Sinceramente, não consigo entender esta dialética. Não seria mais correto chegar e dizer de vez o que realmente pensa?
2 - Você disse que meu texto é vago. Como assim? Ele é preciso ao ponto de você identificar nele aquilo do que discorda. Se ele fosse vago, você não saberia direito o que eu estou dizendo ou defendendo, correto? No entanto, você elenca dois ou três pontos do meu texto com bastante precisão.
3 - Você acertou apenas em parte quando disse que, para mim, o cristianismo bíblico é o cristianismo reformado. O que eu na verdade acredito é que o cristianismo reformado é bíblico, enquanto que existem outros "cristianismos" que não são.
4 - Pierre, o que eu sempre acho revelador em críticos como você, que vêm aqui defender uma piedade do coração, uma espiritualidade superior à dos intelectuais carnais como eu e meus "adeptos" é que vocês revelam uma arrogância e uma falta de caridade tão patentes que contradizem suas declarações. Veja só: você chama quem concorda comigo aqui de "legião de adeptos" que me ouvem sem crítica - isso não é elogio, na certa, mas pejorativo - que pedem de volta a inquisição, cuja cabeça não está ligada ao coração e que professam uma espiritualidade machista, iluminsta, uma religiosidade hipócrita, etc.
Cadê a humildade e a mansidão que você defendeu, Gomes da Silva? Cadê o amor? Será que sua espiritualidade o impede de discordar e apresentar sua discordância sem ofensa e sem língua ferina?
Então, se a espiritualidade que você defende produz este tipo de atitude amargurada, ressentida, raivosa, que vejo em seu comentário, prefiro ficar com a minha.
Por fim, esta dissociação que você faz entre espiritualidade e doutrina é desnecessária. Pois se doutrina sem espiritualidade gera formalismo e legalismo, espiritualidade sem doutrina gera misticismo e superstição. Por que não ter as duas coisas, Pierre?
Rev. gostaria de saber sua opinião sobre a chamada "Lectio divina". Aprendi que também foi praticada pelos Puritanos, mas com princípios diferentes. O senhor poderia me esclarecer isto?! Qual a diferença prática da época deles (puritanos) para a nossa?
ResponderUma outra dúvida é como conciliar as práticas devocionais puritanas, inclusive de J. Edwards, e fugir da "espiritualidade profissional"?
Allan.
Allan,
ResponderPelo que sei, a Lectio divina era parte essencial da vida dos monges, e incluia leitura, meditação, oração e contemplação.
Não vejo problemas com a leitura, a meditação e a oração - talvez a dificuldade seja com a contemplação, pois nesta fase se busca ouvir a voz de Deus e contemplá-lo numa experiência mística e direta.
Desconheço que os puritanos praticavam contemplação - com certeza liam a Bíblia, meditavam e oravam.
Abraços.
Se não me engano, Eugene Peterson, é dessa linha tb, não é? O que o sr poderia dizer sobre sua teologia? Já li alguns bons livros dele, e percebi alguns traços dessa espiritualidade.
ResponderO E.S. de Deus é maravilhoso em nos ensinar e nos guiar em toda a verdade. Assim que li "Celebração da disciplina" me senti confusa, principalmente no início do livro em que o autor incentiva experiências de "deixar o corpo" e passear. Como isso pode ser bíblico? Um livro e sua sinopse me chamou atenção: "A face de Deus" de Michael Horton. Então mais uma vez pude contemplar, relembrar, me apegar à sã doutrina. Entendi o que é teologia da glória e teologia da cruz. Desde então me apeguei à teologia da cruz e não abro mão. Ela é segura!
ResponderA lectio divina é uma prática monástica medieval, resgatada e seguida atualmente inclusive por protestantes.
ResponderOs puritanos praticavam a meditação sistematicamente, mas era diferente da lectio divina.
Sobre esse assunto, sugiro um sermão do Dr. Joel Beeke, disponível no link abaixo:
http://www.monergismo.com/textos/sermoes_audio/puritanos-meditacao2007_beeke.htm
Pr. Francisco,
ResponderLi pouca coisa do Peterson. Não quero me arriscar a dar uma opinião sem fundamento. Um abraço.
Reverendo,,
ResponderEntão, algumas criticas como a da justificação pela fé e sobre o a necessidade de uma vida em Cristo para viver a espiritualidade Cristã.Segue aqui abaixo a resposta de Richard Foster
http://www.genizahvirtual.com/2011/05/entrevista-com-richard-foster.html
Bom até aonde li no momento o Isolacionismo não é essencial no movimento espiritual.Talvez o que há de "estranhos" para alguns é a contemplação e o jejum como forma de intimidade com Deus.Então,pelo pouco que tenho lido não tenho visto uma sobreposição das escrituras,muito pelo contrário os autores que eu leio são bem embasados.POsso lhe assegurar que não é nenhum legalismo disfarçado.A graça de Deus é bastante priorizada em todos momentos na vida Cristã.Não é uma tentativa de formar classes de Crentes superiores e Crentes inferiores.
Acredito que a contemplação e o silêncio não deveriam ser usadas como formas de conseguir uma revelação mística mas acredito que é de grande proveito a prática de refletir consigo mesmo em silêncio para evitar que se propaguem discursos vazios vomitados sem a preocupação de investigar o que é lido ou ouvido, talvez seja um instrumento válido para exercitar a autocrítica e colocar a prova os próprios preceitos.
ResponderGraça e paz!
Parabéns pela reflexão, Rev. À guisa de contribuição, creio o que fundamenta o tipo de devoção preconizado pelo movimento de espiritualidade é a dicotomia pagã matéria/espírito, em distinção do dualismo bíblico era presente/era vindoura. Em segundo lugar, a meditação proposta nesse movimento consiste num esvaziamento da mente, enquanto a meditação bíblica é pregação da palavra ao coração. Grande abraço!
Responder