Quando olho o atual cenário da igreja evangélica brasileira – estou usando o termo “evangélica” de maneira ampla – confesso que me sinto incapaz de prever o que vem pela frente. Há muitas e diferentes forças em operação em nosso meio hoje, boa parte delas conflitantes e opostas. Olho para frente e não consigo perceber um padrão, uma indicação que seja, do futuro da igreja.
Há, em primeiro lugar, o crescimento das seitas neopentecostais. Embora estatísticas recentes tenham apontado para uma queda na membresia de seitas como a Universal do Reino do Deus, outras estão surgindo no lugar, como na lenda grega da Hidra de Lerna, monstro de sete cabeças que se regeneravam quando cortadas. A enorme quantidade de adeptos destes movimentos que pregam prosperidade, cura, libertação e solução imediata para os problemas pessoais acaba moldando a imagem pública dos evangélicos e a percepção que o restante do Brasil tem de nós. Na África do Sul conheci uma seita que mistura pontos da fé cristã com pontos das religiões africanas, um sincretismo que acaba por tornar irreconhecível qualquer traço de cristianismo restante. Temo que a continuar o crescimento das seitas neopentecostais e seus desvios cada vez maiores do cristianismo histórico, poderemos ter uma nova religião sincrética no Brasil, uma seita que mistura traços de cristianismo com elementos de religiões afro-brasileiras, teologia da prosperidade e batalha espiritual em pouquíssimo tempo.
Depois há o movimento “gospel”, que recentemente mostrou sua popularidade ao ter o festival “Promessas” veiculado pela emissora de maior audiência do país. Não me preocupa tanto o fato de que a Rede Globo exibiu o show, mas a mensagem que foi passada ali. A teologia gospel confunde “adoração” com pregação, exalta o louvor como o principal elemento do culto público, anuncia um evangelho que não chama pecadores e crentes ao arrependimento e mudança de vida, que promete vitórias mediante o louvor e a declaração de frases de efeito e que ignora boa parte do que a Bíblia ensina sobre humildade, modéstia, sobriedade e separação do mundo. Para muitos jovens, os shows gospel viraram a única forma de culto que conhecem, com pouca Bíblia e quase nenhum discipulado. O impacto negativo da superficialidade deste movimento se fará sentir nesta próxima geração, especialmente na incapacidade de impedir a entrada de falsos ensinamentos e doutrinas erradas.
Em Brasília, temos os deputados e senadores evangélicos que, gostemos ou não, têm conseguido retardar e mesmo impedir as tentativas de grupos ativistas LGTB de impor leis como o famigerado PL 122. O lado preocupante é que eles “representam” os evangélicos nestes assuntos e acabam, por associação, nos representando de maneira generalizada diante do grande público e da grande mídia. Por um lado, lamento que foram líderes de seitas neopentecostais e pastores de teologia e práticas duvidosas, em sua maioria, que conseguiram alcançar uma posição de destaque a ponto de serem ouvidos em Brasília. Esta é uma posição que deveria ter sido ocupada pelos reformados, como aconteceu em outros países. Mas, falhamos. E a bem da justiça, não posso deixar de reconhecer que Deus usa quem Ele quer para refrear, ainda que por algum tempo, a rápida deterioração da nossa sociedade. O que isto representará no futuro, é incerto.
Notemos ainda o rápido crescimento do calvinismo, não nas igrejas históricas, mas fora delas, no meio pentecostal. Não são poucos os pentecostais que têm descoberto a teologia reformada – particularmente as doutrinas da graça, os cinco slogans (“solas”) e os chamados cinco pontos do calvinismo. Boa parte destes tem tentado preservar algumas idéias e práticas características do pentecostalismo, como a contemporaneidade dos dons de línguas, profecia e milagres e um culto mais informal, além de uma escatologia dispensacionalista. Outros têm entendido – corretamente – que a teologia reformada inevitavelmente cobra pedágio também nestas áreas e já passaram para a reforma completa. Mas o tipo de movimento, igrejas ou denominações resultantes desta surpreendente integração ainda não é previsível. O que existe de mais próximo é o movimento neocalvinista, mas este é por demais vinculado à cultura americana para ser reproduzido com sucesso aqui, sem adaptações. Estou curioso para ver o que vai dar este cruzamento de soteriologia calvinista com pneumatologia pentecostal.
O impacto das mídias sociais também não pode ser ignorado. E há também o número crescente de desigrejados, que aumenta na mesma proporção da apropriação das mídias sociais pelos evangélicos. Com a possibilidade de se ouvir sermões, fazer estudos e cursos de teologia online, além de bate-papo e discipulado pela internet, aumenta o número de pessoas que se dizem evangélicas mas que não se congregam em uma igreja local. São cristãos virtuais que “freqüentam” igrejas virtuais e têm comunhão virtual com pessoas que nunca realmente chegam a conhecer. Admito o benefício da tecnologia em favor do Reino. Eu mesmo sou professor há quinze anos de um curso de teologia online e sei a benção que pode ser. Mas, não há substituto para a igreja local, para a comunhão real com os santos, para a celebração da Ceia e do batismo, para a oração conjunta, para a leitura em uníssono das Escrituras e para a recitação em conjunto da oração do Pai Nosso, dos Dez Mandamentos. Isto não dá para fazer pela internet. Uma igreja virtual composta de desigrejados não será forte o suficiente em tempos de perseguição.
Eu poderia ainda mencionar a influência do liberalismo teológico, que tem aberto picadas nas igrejas históricas e pentecostais e a falta de maior rapidez e eficiência das igrejas históricas em retomar o crescimento numérico, aproveitando o momento extremamente oportuno no país. Afinal, o cristianismo tem experimentado um crescimento fenomenal no chamado Sul Global, do qual o Brasil faz parte.
Algumas coisas me ocorrem diante deste quadro, quando tento organizar minha cabeça e entender o que se passa.
1 – Historicamente, as igrejas cristãs em todos os lugares aqui neste mundo atravessaram períodos de grande confusão, aridez e decadência espiritual. Depois, ergueram-se e experimentaram períodos de grande efervescência e eficácia espiritual, chegando a mudar países. Pode ser que estejamos a caminho do fundo do poço, mas não perderemos a esperança. A promessa de Jesus quanto à Sua Igreja (Mateus 16:18) e a história dos avivamentos espirituais nos dão confiança.
2 – Apesar de toda a mistura de erro e verdade que testemunhamos na sincretização cada vez maior das igrejas, é inegável que Deus tem agido salvadoramente e não são poucos os que têm sido chamados das trevas para a luz, regenerados e justificados mediante a fé em Cristo Jesus, apesar das ênfases erradas, das distorções doutrinárias e da negligência das grandes doutrinas da graça. Ainda assim, parece que o Espírito Santo se compraz em usar o mínimo de verdade que encontra, mesmo em igrejas com pouca luz, na salvação dos eleitos. Não digo isto para justificar o erro. É apenas uma constatação da misericórdia de Deus e da nossa corrupção. Se a salvação fosse pela precisão doutrinária em todos os pontos da teologia cristã, nenhum de nós seria salvo.
3 – Deus sempre surpreende o Seu povo. É totalmente impossível antecipar as guinadas na história da Igreja. Muito menos, fazer com que aconteçam. Há fatores em operação que estão muito acima dos poderes humanos. Resta-nos ser fiéis à Palavra de Deus, pregar o Evangelho completo – expositivamente, de preferência – viver uma vida reta e santa, usar de todos os recursos lícitos para propagar o Reino e plantar igrejas bíblicas e orar para que nosso Deus em 2012 seja misericordioso com os seus eleitos, com a Sua igreja, com aqueles que Ele predestinou antes da fundação do mundo e soberanamente chamou pela Sua graça, pela pregação do Evangelho.
47 comentários
comentáriosÓtima análise e interpretação dos fatos e dos possíveis caminhos em que a igreja brasileira andará nos anos por vir.
ResponderÓtimo texto, análise bem feita. Vale uma série aprofundando o tema. Feliz e abençoado 2012.
ResponderMuito bom o texte Reverendo. Foi interessante o senhor falar sobre cursos de teologia on-line porque justamente hoje eu estava dando uma olhada na net para procurar um curso. Não para ser um crente virtual, mas por falta de tempo mesmo para frequentar um seminário agora. O senhor tem alguma indicação de um bom curso, que seja bíblico, ortodoxo e de qualidade?
ResponderAgradeço.
Ricardo Caponi.
Pastor, precisava ler/ouviruma "previsão" (ou seria uma conclusão lógica para onde as coisas nos levam a pensar!) do que nos esperar nos próximos anos! Foi muito instruidor seu artigo! Que Deus nos faça fiéis como João Batista,ainda que percamos a cabeça!!!
ResponderA paz querido, meu nome é Salviano Adão do blog; A única verdade em sua própria bíblia. O motivo do meu contato é porque gostaria de fazer uma parceria em nome de Jesus, já postei o blog do querido em minha lista de blog, passa lá depois para dar uma conferida, e gostaria que você também postasse o meu blog em seu blog, mas essa parceria é só se quiser.
ResponderQue Deus abençoe e aguardo o seu contato.
Eu não tenho tanto embasamento, na verdade passei anos a fio vendo a historia por um único prisma, juntando-se isto ao fato de não ter feito um seminário cognitivo, “bom” do jeito que anda as coisas já nem sei se é desvantagem eu não ter feito um seminário.
ResponderSem demagogia eu gostaria de obter um terço do conhecimento do irmão que democraticamente permite que minhas idéias sejam expostas no seu blog.
Talvez por isto eu seja mais nefelibata, um contumaz sonhador, que vê depois de uma longa dissertação esplanada pelo amigo reverendo uma luz no fim do túnel.
Tu disseste:
[E a bem da justiça, não posso deixar de reconhecer que Deus usa quem Ele quer para refrear, ainda que por algum tempo, a rápida deterioração da nossa sociedade. O que isto representará no futuro, é incerto.]
Volto a dizer que és um emissário que Deus tem me enriquecido muito através de suas idéias, até pareces personagem de um dos meus Poemas!
Talvez eu cometa agora uma asneiras típicas de um neo pentecostal, mas ao meditar no capitulo 47 do livro de Isaias vejo as margens tão depredadas tão poluídas, mas na medida em que se aprofunda o cerne se torna mais salutar!
A soberania de Deus é tremenda, e que outros se levantem com o coração integro e sincero com o intuito de reverberar o evangelho, pois sete mil não se dobraram...
Lindo texto e cheio de verdade!
ResponderConcordo em gênero,n°, e grau são tantas incertezas! Más uma coisa e CERTA Deus está no controle de tudo e como se diz por ai "entre mortos e feridos salvaram-se todos" nada, nada pode deter a luz nem a mais densa treva.
Sou fruto de todo este mix esquisito relatado acima.
Nasci em um lar sem religião e sem Deus, conheci Jesus ainda adolescente em uma igreja batista depois no engano da busca pelo "avivamento" congreguei em igrejas pentecostais,neopentecostais nem sei dizer! Agora retorno lentamente a minha origem tradicional,de onde nunca deveria ter saído más trago comigo uma certeza que o "menos é mais" e que de nada sei, se não fosse Tua graça e teu amor me resgatar não uma, más duas vezes o que seria de mim!
Esperemos dias melhores e que nosso Resgatador, Herói do nosso ser continue livrando os seus predestinados do engano, formando uma igreja resistente ao engano.
Dani Lima
http://berearepreciso.blogspot.com
Excelente reflexão!
ResponderO ponto que me chama a atenção aqui é a "mistura" da descoberta do calvinismo com a "doutrina" pentecostal. Tenho visto isso principalmente na vida de "jovens", em muitos lugares também...
Só Deus sabe para onde iremos - e graças a Deus por isso!
Daniel
Acho que ele se refere ao curso do CPAJ http://ead.mackenzie.br/cpaj/
ResponderPrezado rev.
ResponderPenso que esta fusão que tem ocorrido entre não cessacionistas com o calvinismo pode manifestar um equilíbrio saudável, eu me incluo neste grupo como um batista que crê nos 5 solas e não cessacionista, Penso que podemos manter uma profundidade teológica saudável e uma renovação espiritual consistente e sóbria, mantendo-se nos limites das escrituras, vivendo ao mesmo tempo uma expectativa maior do agir de Deus hoje.
Vamos nos manter atentos e quebrantados diante do Senhor.
Grande abraço e um ano abençoado a todos.
Pr. Ednilson C de Abreu
Ótima análise! Feliz 2012 para você e sua família.
ResponderExcelente reflexão. Graça e paz.
ResponderUma análise inteligente e serena da nossa realidade. Diante deste contexto o que cada cristão que quer ver o povo brasileiro crescendo espiritualmente pode fazer? Devemos no mínimo congregar numa igreja local que preze pelo ensino realmente bíblico da palavra , orar e clamar pedindo a Deus para termos mais paciência e amor para com os nossos irmãos e zelo pela sã doutrina. E no mais, confie na soberania e no poder de Deus, pois pela força humana, nada, absolutamente nada, acontecerá!
Desejo a todos um ano de muita oração, com joelhos dobrados aos pés da Cruz, clamando ao Senhor para que tenhamos uma vida cristã mais verdadeira a cada dia e menos superficial e hipócrita, talvez este que escreve seja o que mais precisa de mudança e crescimento espiritual. Tem muitas pessoas que apostataram da fé sendo defendidos como grandes homens de Deus, e gostaria de ver os homens que tem defendido a verdade com humildade serem mais reconhecidos, mas o evangelho é rejeitado, porque rejeitam a Jesus como seu salvador. Matam os profetas e sufocam a verdade. Mas graças a Deus temos pessoas defendo a sã doutrina, trabalhando nas igrejas mesmo com dificuldades, enfrentando a ignorância e oposição da própria membresia, essas pessoas geralmente não aparecem na mídia, mas podemos conhecer mais do seu trabalho através de livros e veículos como a internet, e quem puder, participe de convenções sérias e leve para sua igreja material sólido feito por pessoas que trabalham duro para que você e outros sejam edificado na fé cristã. Imite essas pessoas e seja de alguma forma discipulado por eles, são exemplos a serem seguidos, nunca para ser idolatrados, tenhamos carinho e cuidado já que suas lutas já são demasiadamente grandes, pois aquele a quem muito é dado muito será cobrado, e vigiai também o seu proceder como discípulo. Precisamos muito que o nome de JESUS, o nome que está acima de todo o nome, seja mais glorificado em nossas vidas, muito mais do que tem sido glorificado, se é que estamos glorificando, exaltando e engrandecendo o seu nome, e se não estiver, que Deus tenha misericórdia de nós e faça este milagre acontecer em 2012. AMÉM.
Um texto que apontam vários desafios para os verdadeiros cristãos. Parabéns. Só não é fácil copiar os textos para duplicar, é complicado...acredito que outras destes textos em vários blogs também seria benéfico. Cavalcante - http://luis-cavalcante.blogspot.com
ResponderMuito bom!
ResponderNão sei se o que vou falar é pertinente, mas, essa semana fui à uma livraria bem conceituada(evangélica), e interpelei o gerente por estarem vendendo a Cabana e dei meu recado, inclusive tinha um dirigente de um seminário que entrou na conversa e disse que já viu pastores, inclusive de nossa denominação, pregando sobre o determinado livro, como leitura recomendável. O gerente levou na brincadeira e disse prá eu ler "Não entre nessa Cabana", ameacei ir direto comprar na livraria dos Puritanos, que é mais longe um pouquinho, mas lá eu teria certeza de bons livros. No geral, não vejo o pessoal interessado em fazer parte de uma Igreja, mas de, aos domingos ouvir uma pregação tal, de tal pastor que é bastante eloquente (tipo auto-ajuda) e por aí vai...
Abs.
ótima analise revendo,por na situação em que se encontra as coisas só a misericórdia de Deus para com nossas vidas.
ResponderOi amado Rev. o interessante é que no
Respondermês passado fiz uma vasta leitura sobre o mundo pós-moderno e a soberania de Deus. Minha conclusão sobre o mundo pluralista evangélico do qual me deparei deixou-me pessimista no que se refere a uma igreja Cristocêntrica, meu consolo só veio depois que refleti na soberania de Deus. e por entender que Ele cuida da igreja fiel que criou. ao deparar-me com o seu excelente texto só ratificou as minhas conclusões. O que temos que fazer mesmo é orar desejando que a glória do nosso Deus seja manifesta pela exposição do evangelho puro e simples.
Boa noite Rev. Augustus Nicodemus,
ResponderParabéns pela reflexão, sua análise de nosso panorama histórico, social e religioso foi primorosa.
Tenho apenas uma dúvida, e gostaria, se possível, que o senhor me indicasse algum texto, postagem, ou mesmo quem sabe algum livro que possa me ajudar com essa dúvida, se for algo simples talvez o senhor mesmo possa comentar e esclarecer minha dúvida. Se os outros autores do blog também puderem me ajudar ficaria muito grato.
Quando o senhor diz (sobre as doutrinas reformadas e o cessassionismo): "Outros têm entendido – corretamente – que a teologia reformada inevitavelmente cobra pedágio também nestas áreas e já passaram para a reforma completa". Gostaria de entender quais são esses "pedágios", e se é incorreto (como o senhor indica em sua frase) ser reformado e não cessassionista, e se uma pessoa que não crê no cessassionismo jamais poderá ser "completamente" reformado.
Vou copiar abaixo a mesma duvida como coloquei em um comentário anterior no post "o Dia de Pentecostes" de 11 de novembro:
***
Não entendi uma questão, eu preciso ser cessacionista para defender a doutrina reformada/calvinista?
Como devo compreender os vários teólogos contemporâneos que defendem a doutrina reformada mas não são cessacionistas como Vincent Cheung ou Wayne Grudem, que inclusive participou como palestrante de congressos sobre teologia na Mackenzie, ele seria considerado "pentecostal", "calvinista/reformado" ou nenhum dos dois?
São dúvidas sinceras pois eu me considero um presbiteriano, creio nas grandes doutrina da reforma (ou pelo menos acho que creio), inclusive a soteriologia, afirmo com muito amor as cinco solas, creio e tenho o Senhor Jesus Cristo de Nazaré como o Filho de Deus e meu suficiente salvador, sei que sou salvo somente pela graça mediante a fé em Jesus Cristo e que vivo para a glória de Deus e para alegrar-me nEle eternamente. Não sou cessacionista, não encontro bases bíblicas claras e objetivas para dar um suporte incontestável ao cessassionismo, li seu livro "O Culto Espiritual" e percebi que você apresenta um argumento de que Deus não precisa agir da mesma forma durante toda a história, e que, assim sendo, não age mais em nosso tempo como agiu no período apostólico, um bom argumento, bem elaborado, mas não uma certeza bíblica e literal como o mandamento direto de nosso Senhor Jesus Cristo de que devemos amar nossos inimigos. Não me percebo menos crente nas doutrinas da graça por não ser cessassionista, contudo a forma como li alguns comentários aqui me levou a essa dúvida, posso dizer que sou reformado e prebisteriano ou devo dizer que sou pentecostal que iniciou-se na doutrina reformada, mas que ainda não fez a transição completa?
Agradeço o espaço e o esforço dos autores de manterem este blog sempre atualizado e com conteúdo profundo e didático ao mesmo tempo, tem sido edificante durante toda minha caminhada cristã e considero o melhor blog cristão brasileiro.
A graça e a paz de Deus e nosso Senhor Jesus Cristo,
Ronaldo
Excelente! Já vai direto para o meu blog!!!! rsrs Abraços Rev!
Responder...traigo
Respondersangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
COMPARTIENDO ILUSION
O TEMPORA O MORES
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE FLOR DE PASCUA ENEMIGOS PUBLICOS HÁLITO DESAYUNO CON DIAMANTES TIFÓN PULP FICTION, ESTALLIDO MAMMA MIA, TOQUE DE CANELA ,STAR WARS,
José
Ramón...
Suas publicações são muito boas, extremamente ponderadas e objetivas.
ResponderCaso se interessem por mais leituras reflexivas como estas, acessem meu site.
www.antropicos.org
Shalom, Reverendo.
ResponderMe "converti" à reformado ainda mergulhado no pentecostalismo. Paguei o pedágios necessários para trafegar por esta estrada tão bem iluminada pela luz da visão da soberania de Deus.
Veio comigo o fervor pentecostal na homilética o que, dentre tantas outras coisas, impede os efeitos atroses da sonolência de mutitos durante a exposição e não chega a desagradar, por completo, alguns pregadores tão tradicionais que remontam a época Jonathan Edwards (esboço em uma mão e lamparina na outra).
Acho que esta operação de Deus acontecendo em tantas igrejas pentecostais era gera algo inusitado:
muitos pregadores "pentecostais"(triunfalistas), que antes proclamavam a plenos pulmões:
"reçeeeba... acabou as provações, o anjo está do seu lado",
Agora, proclama:
"arrependa-se ou pereeeeça... em qualquer de suas decisões Deus será glorificado!"
rss
Gostei muito deste post, e creio que o senhor não se importará se eu o publicar no meu blog(materiasdeteologia.blogspot.com)claro que com os devidos créditos e link para o "tempora".
Abraços e que o Senhor lhe conceda um ano abençoado em 2012.
Estou com Paulo Fagundes aqui: "Devemos no mínimo congregar numa igreja local que preze pelo ensino realmente bíblico da palavra , orar e clamar pedindo a Deus para termos mais paciência e amor para com os nossos irmãos e zelo pela sã doutrina."
ResponderSublime Paulo!
Feliz ano novo, reverendo! Menos um ano para a volta de Cristo!
ResponderGostaria que o sr. falasse acerca de suas expectativas para o futuro da IPB. Parece que todas estas forças que o sr. citou em relação ao evangelicalismo brasileiro estão agindo dentro da IPB e mesmo para mim, que não sou membro da IPB, é visível que nem sempre as forças conservadoras e ortodoxas estão vencendo. A IPB está sempre em minhas orações, pois sei que é a maior igreja de herança reformada em solo brasileiro e que se o poder numérico que vocês têm se unisse ao poder da verdade que as doutrinas da reforma traz e que estão, ao menos, oficialmente registradas nas suas confissões, poderíamos fazer deste país um outro país! Agora, uma pequena crítica (considero-as bem necessárias, especialmente neste período do ano): sempre leio os seus textos e praticamente não tenho discordâncias, mas percebi que, quando as críticas são para outras denominações ou seus líderes, elas são sempre diretas, sem muitos rodeios, mas li poucas críticas à IPB e seus líderes que muitas vezes não tem honrado o evangelho do qual deveriam ser arautos. Está na hora de incomodá-los também, na atual conjuntura não podemos nos dar o luxo de sermos mornos - ou quentes ou frios! Estamos chegando numa fase da história que "... próximo está o tempo. Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda".
Um grande abraço fraterno.
Geraldo,
ResponderBoas ponderações. Quanto à sua crítica (construtiva) de que eu deveria ser mais direto contra os pastores dentro da IPB que não andam de acordo com a Palavra de Deus, o sistema presbiteriano não funciona assim. Se eu entender que tem um pastor presbiteriano fazendo o que não deve, não vou denunciá-lo publicamente num post, mas mandar uma denúncia pelos concílios da denominação contra ele.
Um abraço.
Caro Adm. Ronaldo,
ResponderA teologia reformada, bem como as demais teologias, pretende ser um bloco coeso de conceitos, idéias e pensamentos. A visão calvinista foi construída a partir de determinados pilares, sobre os quais se ergue o edifício da teologia reformada. À semelhança de um corpo, de uma árvore ou de edifício, suas partes estão interligadas. Se você mexer com uma parte, afeta as outras.
Por exemplo, o "sola Scriptura" significa que somente a Bíblia é a autoridade em matérias de fé e prática, nossa única regra de conduta e de crença. Quem for coerente com isto, chegará à conclusão que cessaram aqueles modos antigos de Deus se revelar, como sonhos, visões, profecias, anjos, teofanias, etc.
Portanto, a doutrina da sola Scriptura cobra um pedágio no que se refere à fonte de autoridade e de conhecimento em minha vida. Ela exclui outras fontes.
Poristo, irmãos que abraçaram os cinco pontos do Calvinismo (depravação total, etc.) mas que ainda acreditam em sonhos, revelações e visões hoje não podem ser considerados como reformados no sentido estrito da palavra, pois os reformadores e os reformados que lhe seguiram sempre acreditaram que os dons que implicam em revelação já cessaram.
Eles são pentecostais quanto à fonte de conhecimento e calvinistas na soteriologia - o que não faz deles reformados stricto sensu - só lato sensu, rsrs.
O assunto é muito amplo e complexo.
Abs.
Bom dia Reverendo,
ResponderAgradeço imensamente pela atenção e velocidade na resposta, principalmente por estarmos em um feriado de virada de ano, o senhor é mesmo muito gentil e prestativo.
Participei esses dois últimos anos do congresso da fiel, e pude vê-lo em ambos, no primeiro como um ouvinte e no segundo como pregador, gostei muito de suas pregações, já havia acompanhado algumas exposições disponibilizadas para download, mas a exposição do livro de romanos durante o congresso de 2011 foi edificante.
Continuo com algumas dúvidas sobre o tema cessacionismo e teologia reformada, acredito que posso estar incorrendo em dificuldades na taxionomia. Por exemplo, o senhor disse que os não-cessacionistas dão a mesma autoridade da escritura para as profecias, sonhos, visões, etc. Daí segue algumas dificuldades que tenho com a taxionomia, primeiro do significado de "teologia reformada" e "cessacionismo", segundo do significado de "revelação", "profecia", "sonhos", "visões". Por exemplo, eu não espero que Deus se revele além do que Ele revelou de maneira geral na criação e de maneira especial na bíblia. Contudo isso não impede que Ele revele questões outras através de sonhos, visões ou profecias, como fez com o apóstolo Paulo por meio do profeta Ágabo. Se fosse hoje, a profecia preditiva de Ágabo se enquadraria em algo que compromete a autoridade da revelação de Deus nas escrituras?
Outra dúvida, o senhor diz que os não cessacionistas "são pentecostais quanto à fonte de conhecimento e calvinistas na soteriologia". Não seria mais correto dizer que eles são pentecostais quanto à fonte de conhecimento e paulinos/agostinianos/luteranos na soteriologia, já que a soteriologia reformada é na verdade uma soteriologia anterior à reforma? Dessa maneira Wayne Grudem, Vicent Chegung, D. Martyn Lloyd-Jone entre outros não seriam reformados de maneira alguma, mas talvez pentecostais e agostinianos (Agostinho de Hipona era cessacionista?).
Percebe por que estou confuso quanto à taxionomia?
Reverendo agradeço a atenção, e peço desculpa caso esteja insistindo em um assunto demasiadamente complexo e amplo em um blog, é que realmente estou com essas dúvidas e gostaria de ter a sua opinião que é sempre tão embasada e repleta de conhecimento. Esse ano gostaria de ter conversado com o Mauro Meister sobre essas dúvidas, mas foi pouco o tempo que conversamos durante o congresso da fiel em Lindóia e o encontro da fé reformada em Goiânia.
Obs.: Por favor pode ignorar o "Adm.", é que trabalho com consultoria em finanças empresariais e utilizo o Adm. em meu blog, nas universidades em que dou aula e junto aos clientes, aqui esse título é desnecessário (ele aparece por automaticamente por causa do meu cadastro no Google), peço que trate-me apenas pelo nome já que sou apenas um cristão pecador, que foi lavado pelo sangue precioso de Cristo e que quer viver nos caminhos do Senhor que transformou meu coração.
Grande abraço,
Ronaldo
Embora,como vc disse, não se pode prever o rumo, sua análise apresenta uma equilibrada e sábia visão do presente de nossas igrejas. Obrigado por compartilhar essa visão. O nosso amado Senhor seja louvado!
ResponderEu acho que assim como o Calvinismo busca ser um bloco coeso, os Pentecostais históricos deveriam buscar isso também. A IPB e outras igrejas reformadas possuem uma coisa muito importante nesse fim, que são seus concílios e estrutura administrativa e eclesiástica bem organizada. Logo, eles podem delimitar bem, e de maneira oficial, suas crenças. Infelizmente o pentecostalismo não é assim. Cada igreja possuiu suas próprias convenções e doutrinas, assim, as doutrinas pentecostais ficam desorganizadas, e as pessoas começam a entendê-las baseadas no que ouvem de igrejas televisivas, na maioria neo-pentecostais, e tomam aquelas doutrinas como comuns a qualquer igreja. Assim, as igrejas pentecostais sérias são prejudicadas. Eu digo isto porque minha Igreja é pentecostal, mas não acredita que sonhos, visões, profecias, anjos, teofanias, etc são fontes de conhecimento. Somos pentecostais porque acreditamos que os dons são contemporâneos, e servem para edificar a igreja, assim como era na igreja primitiva, e não como fonte de conhecimento. Nós acreditamos que só as escrituras são a fonte de conhecimento. Nunca uma profecia ou sonho são fontes de fé e prática, ainda mais quando é contra as doutrinas bíblicas. acredito que várias igrejas pentecostais também são assim. Mas infelizmente, como não somos unidos, passamos por isso.
ResponderCaro Ronaldo,
ResponderEntre os que se consideram cessacionistas existem algumas divergências. Todos eles concordam que não há mais hoje novas revelações e que portanto os dons que transmitem novas revelações, sejam de que natureza for, cessaram, como profecia predictiva, por exemplo.
A divergência é mais por conta do dom de línguas. Para alguns cessacionistas, as línguas eram revelacionais, portanto não existem mais. Para outros, não eram, e portanto, podem ocorrer hoje. Dentro deste último grupo há os que acreditam que este dom está em operação hoje e outros acham que não, embora reconhecendo teoricamente que isto seria possível. Estou neste último grupo. John Piper estaria no outro.
Lloyd-Jones era cessacionista no sentido de que não acreditava em novas revelações hoje, mas estava aberto, como alguns puritanos antigos, para raras ocasiões em que Deus viesse a agir de forma inesperada e incomum.
Não sei o pensamento de Agostinho sobre isto.
Mantenho a nomenclatura que usei, portanto. Até porque, se você for coerente, tb não usaria o termo pentecostal, pois acreditar em novas revelações é bem mais antigo que o pentecostalismo, e vem na verdade dos montanistas e depois da igreja católica com seu conceito de revelação continuada.
Abs.
Caro Pastor Nicodemos.
ResponderGostei muito de sua reflexão, achei muito edificante e apimentada também, pois serve até para se fazer uma conferência de debates em cima dos tópicos. E olha que vai dar um debate bem acalorado.
Há um frase que costuma ser citada em questões do crescimento do mal ou daquilo que não é bom Que diz: quando o bem se cala o mal cresce e prevalece. Acredito que tudo isso tem acontecido porque as igrejas históricas no Brasil se calaram e ainda pior desistimularam seus membros a buscarem a Deus com maior intensidade, como buscavam os puritanos do passado, como buscava o grande avivalista Jonatas Edward, o grande pregador Calvinista Jorge Whitefield e outros. Tudo isso se deu pelo que está escrito no seu próprio texto, "medo" medo de experiências tais como gritos, urros, gemidos que eram comuns nas reuniões de oração promovidas por esses gigantes da fé, que por sinal ia até altas madrugadas. As igreja históricas e reformadas colocaram Deus dentro de uma caixa pequena e quadrada, o limitaram. Disseram para o povo, "Deus só aje desta maneira". Falam tanto em soberania de Deus, mas não deixam Deus ser soberano. Parece-me que Os Arminianos crêem mais na soberania de Deus do que os Calvinitas.
Também foi no seio dos seminários teologicos das denominações históricas e reformadas que o liberalismo teologico foi amamentado e cresceu, Quantos pastores de denominações historicas e reformadas não acreditam mais em milagres, não acreditam mais em Adão e Eva, acha que é mito, acreditam que há sinais de salvação em outras religiões fora do cristianismo, não acreditam no mundo vindouro, na ressurreição corporal de Cristo ou no seu nascimento Virginal por obra do Espírito Santo.
É no que dar em se Acreditar que certas partes da escritura não serve mais para nós hoje, tais como: 1 Corintios 12 , 14.
Sabe por que O pentecostalismo surgiu? Foi uma resposta de Deus ao liberalismo teologico que estava destruindo a igreja de Jesus, então Deus que é soberano soprou um vento poderoso do seu Espírito para reavivar a sua igreja que estava morrendo.
A Igreja saiu dos trilhos novamente mas Deus novamente na sua soberania vai intervir e vai soprar um grande reavivamento e o que for palha vai ser queimado pelo fogo de Javé.
Com Relação ao Sola Scriptura, não acredito que os reformadores tem afirmado isso com intenção cessacionista e sim contra a tradição de Roma e a palavra papal que tem ainda hoje peso de palavra de Deus.
Quem faz uma exegese sincera a respeito dos dons, vai perceber que em momento algum são para substituir a palavra de Deus e sim para edificação do Corpo de Cristo e como sinal de que Deus está no meio do seu povo.
Com relação aos falsos dons, a biblia mesmo desmacara quem os faz e nós que temos o Espirito de Cristo Sabemos fazer a difrença.
O assunto exige um forum ou uma conferência, porém desarmados. rsss..
um abraço e Feliz ano novo
Eronildo,
ResponderGostei do seu comentário, só faria duas observações:
1 - Se os calvinista são responsáveis pelo liberalismo teológico que hoje existe nas igrejas reformadas, não poderíamos igualmente dizer que os pentecostais são os responsáveis pelas aberrações dos neopentecostais? pois se os primeiros são culpados pela passividade, não foi o mesmo caso dos pentecostais, que demoraram demais em se distanciar dos neopentecostais?
2 - Você está equivocado num ponto, que é pensar que os reformados, ao insistir no Sola Scriptura, estavam reagindo apenas à igreja católica. Calvino estava também reagindo aos entusiastas ou à "reforma radical", que acusava os reformadores de prender Deus num livro e não admitir que Ele pudesse falar conosco como falou com Abraão. Já escrevi um artigo sobre isto. Veja:
http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/calvino_espirito_santo.htm
Acho que não é uma questão de desarmamento, mas de informação correta.
Abs.
Querido Pastor Augusto
ResponderGraça e paz!
Muito obrigado por me responder
Eu pessoalmente sou Um admirador seu Não o idolatrando é Claro Rsss.
Eu sou Filho de uma igreja Histórica, sou também Calvinista Quanto a soteriologia, porém não sou cessacionista, Milito em uma igreja independente, que crê que os dons não cessaram. Não me considero pentecostal, e muito menos neo pentecostal, apenas Creio na atualidade dos dons. A nossa igreja na sua grande maioria é composta por cristãos sinceros que tiveram alguma experiência quando estavam buscando a plenitude do Espírito Santo, porém não fazemos disso uma doutrina ou temos isso como regra.
talvez eu não tenha me expressado bem.
O que eu realmente quiz dizer é que é possivel sim ser calvinista e não ser cessacionista.
Com Relação aos reformadores radicais eu tenho grande admiração por eles. quando pensamos em movimentos radicais podemos incluir também os puritanos, pois eles queriam uma reforma mais radical na igreja da Inglaterra.
Com relação as igrejas Historicas e reformadas que admiro, amo e que estou sempre participando de seus congressos e conferencias, inclusive moro em São José dos Campos SP, Bem pertinho da Fiel, Me preocupa a repulsa por qualquer movimento que surja que esteja fora do padrões tradicionais que essas igrejas adotaram, naõ sei se é minha maneira de enxergar, mas me parece que não deixam Deus ser Deus. Ele tem agir de acordo com as confissões, os catecismos, etc.
Até creio que se Jonatas Edward estivesse hoje entre nós acredito que seria desligado em algum concilio e seria posto para fora da igreja por heresia, pois a Plenitude do Espirito era tão presente em sua vida, que ele ao pregar as pessoas gritavam, caiam se agarrando aos pés dos bancos da igreja tendo visões do proprio fogo do inferno. Ele seria chamado de extremista e provocador de histeria coletiva.
Jorge Whitefield também, seria excluido por participar de uma reunião de oração, com os irmãos Wesley, que por volta das 3 hora da manhã, tal foi a presença de Deus que eles cairam ao chão, não só ele mas o grupo que estavam com eles.
Acredito que hoje ele seria chamado para dar explicações ao seu presbitério e se não se retrata-se talvez fosse excluido.
Por ultimo Na minha humilde observação, pois conheço os dois lados por experiência própria, acho que as igrejas historicas e reformadas perderam e muito com me do dos extremos, mentiras e enganos que temos visto nos dias atuais, em não incentivarem o seu povo que tem a sã doutrina para buscarem mais a Deus em oração até que todos pudessem experimentar a verdadeira plenitude do Espirito Santo.
Bom, como nós acreditamos na soberania de Deus cremos também que esta obra compete somente a Ele fazer, aguardemos com confiança, pois a igreja é Dele.
Soli Deo Gloria.
No Amor de Cristo
Eronildo
Eronildo,
ResponderVocê diz que não é um cessacionista. O que voc ê quer dizer com isto? Pois eu sou calvinista e acredito na vigência de dons espirituais hoje - menos aqueles que implicam em novas revelações. Acredito no dom da Palavra, no dom de governar, no dom da misericórdia, no dom de pastorear, no dom de mestre... mas não creio que existam profetas como aqueles do AT e nem apóstolos como aqueles do NT, que eram capazes de prever o futuro, curar a todos, etc.
Que dons você diz que não acredita que cessaram? Línguas? Nenhum daquela lista que voce cita como apoio cria nas línguas para hoje: Wesley, Whitefield, Jonathan Edawrds e Lloyd-Jones. As experiências que você cita deles nunca foram problema para os reformados. Veja o artigo que que escrevi, faz tempo, onde menciono isto:
http://thirdmill.org/files/portuguese/20288~9_19_01_10-03-56_AM~Entendendo_a.html
Estranho você ter grande admiração pelos reformados radicais. Você leu meu artigo sobre eles? Veja:
http://tempora-mores.blogspot.com/2012/01/calvino-o-teologo-do-espirito-santo.html
Como alguém que se considera calvinista pode ao mesmo tempo admirar aqueles contra quem CAlvino tão veementemente se posicionou? Ou você não entendeu o calvinismo ou não entendeu as idéias da reforma radical.
Se para você ser um não-cessacionista significa apenas acreditar que uma pessoa pode reagir fisicamente à presença do Espírito na sua vida, mediante a pregação da Palavra - que foi o caso daqueles que voce mencionou - eu não tenho problemas.
No mais, concordo com você, que devemos ensinar o povo a orar mais e a buscar a plenitude do Espírito, a qual se manifesta, não em fenômenos sobrenaturais, mas no fruto do Espírito de Gálatas 5. Todos querem o sobrenatural, mas quantos exibem o fruto?
Um abraço.
Pastor Augusto.
ResponderMuito obrigado
O Senhor Realmente é um Homem Sábio e Corente com relação ao que Crê. Talvez o Senhor só teve contato com o lado ruim do movimento pentecostal.
Continuo o admirando e acompanhando este blog maravilhoso, que tem nos edificado e muito, Espero me apresentar pessoalmente para o Senhor em das conferencias reformadas que o Senhor estiver presente.
Acho que em março na fiel na conferência 9 marcas o Senhor será um dos palestrantes.
Um grande abraço
Eronildo
Bom dia Reverendo,
ResponderObrigado pelos esclarecimentos, ainda estou confuso quanto ao significado de "cessassionismo", "contemporanismo", "continuismo", mas acredito que não sou o único, sabe se existe algum livro, artigo ou estudo sobre algo como a história do cessassionismo, em que eu poderia analisar as diversas formas de cessassionismo/continuismo ao longo da história cristã?
Em seu livro "Culto Espiritual" e em sua exposição no Congresso da Fiel cheguei a ficar confuso se o senhor era ou não cessassionista, agora pelo seu comentário compreendo que o assunto é mais amplo do que imaginei, por isso a minha confusão.
Não sei em qual categoria eu estou, talvez reformado e contemporanista lato sensu, e cristão stricto sensu. Ainda bem que minha salvação o não depende da taxionomia cristã, mas unicamente da graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo conforme revelado nas sagradas escrituras.
Grande abraço,
Ronaldo
Pastor, aprecio muito seu blog e minha dificuldade com ele é estritamente por falta de conhecimento em teologia e nas muitas correntes que compõem o cenário como um todo. Acredito mesmo que o calvinismo é oque melhor explica todas minhas duvidas, mas gostaria de compreender não só o calvinismo, que por si só, já é um desafio! Más por onde começar?
ResponderPode me ajudar indicando livros voltado ao publico leigo como eu?
Grata Dani Lima
Ronaldo,
ResponderVou tentar de novo:
CESSACIONISTA STRICTO SENSU - aquele que acha que os seguintes dons não estão mais disponíveis hoje pois eram canal de revelação divina: línguas, profecia e curas. Pelo mesmo motivo, não acredita na possibilidade de sonhos, visões, aparições de anjos, ouvir audivelmente a voz de Deus. Acredita que Deus fala pela Palavra somente, e que nos guia pela Providência, isto é, as circunstâncias de nossa vida.
CESSACIONISTA LATO SENSU FECHADO - aquele que discorda do anterior somente nestes pontos: (1) Ainda existe o dom de profetizar, mas como pregação; não há mais o dom de curar, mas Deus responde as orações e pode curar alguém; línguas não eram revelacionais, e portanto, teoricamente poderiam existir hoje, mas não há qualquer evidência irrefutável de que elas estão em operação em nossos dias. Teoricamente Deus poderia guiar alguém através de uma visão ou sonho, mas é totalmente raro, inesperado e não devemos buscar estas coisas, mas nos guiar pela Palavra de Deus (eu estou aqui).
CONTINUISTA OU CONTEMPORANISTA - aquele que acredita que todos os dons mencionados no Novo Testamento estão disponíveis hoje: línguas, profecias, curas, além de sonhos, visões, revelações, aparição de anjos e ouvir a voz de Deus audivelmente. Aqui dentro desta classificação também há subgrupos, etc.
Para mim o ponto central é este: qualquer posição com relação aos dons espirituais e às manifestações contemporâneas que tire a autoridade da Palavra de Deus, que introduza outra fonte de conhecimento, que rivalize com a Palavra de Deus, que diminua o apreço por ela, que a coloque em segundo plano, que nos faça buscar mais estas experiências e dons do que conhecer e praticar a Palavra, NÃO É REFORMADA. Aliás, não é bíblica.
Abraços
Muito bom seu artigo pastor. Pertenço a uma igreja no pentecostal, mas o que vejo hoje por lá bate de frente com o que aprendi na outrora igreja em que me converti, uma igreja mais simples, que prezava bastante a amizade e o amor ao próximo, tanto que quando acabavam os cultos os irmãos saiam juntos para algum lugar, como amigos sinceros e mais chegados. Sai pq um pastor novo surgiu e ele não soube valorizar se rebanho e todo mundo saiu de lá para congregar em outras igrejas de mesma denominação. Eu vim de problemas pessoais no casamento (o primeiro), me divorciei, estava quase desviando dos caminhos do Senhor quando surgiu uma pessoa muito especial para mim, minha atual esposa, que é de uma igreja neopentecostal, que busca cura, libertação, batalha espiritual e prosperidade. Gente aos prantos, berros e pulos, falando oo que parece ser línguas estranhas, mas parece não ter hostória ou pessoas amigas umas das outras, é ao meu ver apenas uma busca por poder, status e boa fama. Poucos ajudam os necessitados e é um tal de juntar dinheiro para construir igreja nova, comprar lote e chácara, ar condicionado para justificar o gordo dízimo de uns punhados de crentes ricos. É assim que acontece por lá.
ResponderEu mês o estou desde o início da minha conversão acostumado com um culto com louvor e adoração, mas sempre firme na Palavra, na Bíblia, em estudos e afins. Lá pega-se um trecho e trata de forma pessoal e não bíblico.
Infelizmente, parece que estou no lugar errado, mas estou pagando o preço pois minha esposa tem ministério lá, ajuda os outros, eu sou um simples díacono disposto a servir a Deus e não a homens ricos, abastados e cheios de si e de influência, tanto que não subo de cargo pq não puxo o saco de ninguém...
Atualmente, vejo uma igreja estagnada com relação a pregação do evangelho. Os irmãos da teologia reformada, me incluindo, estão acomodados, pelo menos na cidade onde moro, com cerca de 100 mil habitantes e umas 10 igrejas presbiterianas, os irmãos satisfazem-se em frequentar as igrejas, não é visto aquela vontade louca, alegria de compartilhar com as pessoas não convertidas as verdades bíblicas da salvação. Busca-se viver uma vida impecável de testemunho porém sem evangelismo pessoal. Não se vê o combate a fé, segundo as escrituras, mas se vê grupos de jovens crescerem com grupos de danças, músicas e teatro ganhar força mas sem alguma doutrina bíblica, sem evangelismo e, talvez o pior de todos, sem amor ao próximo. Quando digo amor, digo aquele amor fraternal, aquela vontade de mudar o mundo através da exposição das escrituras juntamente com a fé inabalável, aquele amor que divide o tempo e a atenção com os que necessitam, sejam eles irmãos na fé ou não convertidos. Peço a Deus a Sua misericórdia, para que não sejamos cegos, como o temos sido nos últimos anos, permitindo a expansão de um falso evangelho e permanecendo calados, com medo de ofender ao próximo, com medo de magoar com a verdade salvadora da Palavra de Deus com medo de sair dos padrões teológicos pregando fora dos templos. Os "evangélicos" saem nas ruas, pregam a Palavra a quem quer que seja não fazem distinção de pessoas e SAEM NAS RUAS PARA PREGAR seus evangelhos, eles vão atrás dos pecadores, oram e oram muito. Creio ser difícil alcançar o minimo de crescimento que seja somente com os trabalhos dentro da igreja pregando a salvação para pessoas que já são salvas. Deus tenha misericórdia de todos nós pobres pecadores e seja o cabeça de nossas vidas. Longe de mim me colocar aqui como juiz, pelo contrário, venho somente expor meus pensamentos. Deus me perdoe caso esteja sendo injusto.
ResponderComo sempre, Dr. Augustus, brilhante e elucidativo nas suas postagens, continue nos abençoando com esse dom concedido por DEUS e um GRAÇA abundante sobre o senhor e sua família no ano de 2012!
ResponderDione,RJ, Assembleiana do pé roxo e.. reformada!
Desculpe-me a demora em retornar...
ResponderÉ, cometi uma gafe! Como pra todo bom reformado, as regras de Mateus 18 estão sempre vivas e atuantes! O que me questionei foi se nós devemos obedecê-las apenas quando se trata de pecados em nosso próprio meio. E qual o valor delas nas relações inter-eclesiásticas.
Obrigado pela resposta.
Att. Henrique.
Excelente análise, clara e lúcida. Que tempos os nossos... e que costumes!
ResponderAugustus, na sua definição ("aquele que acha que os seguintes dons não estão mais disponíveis hoje pois eram canal de revelação divina: línguas, profecia e curas") não ficou faltando mencionar o dom de apóstolo?
ResponderOs continuistas alegam que não podemos afirmar que algum dom cessou pois não temos prova final disso, além do fato contraditório de que os recriminamos quando apelam às evidências para defender a continuação de alguns dons, mas, ao mesmo tempo, alguns cessacionistas também apelam à evidência para defender que alguns dons cessaram. Entretanto, temos prova bíblica de que o dom de apóstolo cessou o que faz com que, por definição, todos tenham que ser cessacionistas (pois temos prova de que pelo menos 1 dom cessou) rs.
O que acha deste raciocínio?
Obrigada!
Boa tarde Marcella,
ResponderSeu raciocínio também não levaria inevitavelmente à prova inversa, ou seja, sabemos que pelo menos 1 dom continuou, logo, por definição, todos devem ser continuistas?
Grande abraço,
Ronaldo
O inverso não procede, Ronaldo, pois o continuismo postula que TODOS os dons estão disponíveis hoje.
ResponderBom dia Marcella,
ResponderGostaria que você citasse as fontes que utiliza para dizer que o continuismo postula que TODOS os dons estão disponíveis hoje, e que os cessacionistas não postulam que TODOS os dons cessaram. Pergunto sobre essas fontes pois não consigo afirmar categoricamente essas definições que você apresentou a partir das minhas fontes e gostaria de aprender mais a partir das que você utiliza.
Cordialmente,
Ronaldo