terça-feira, agosto 08, 2006

Mauro Meister

Guerra santa em Israel?

Participei ontem (07/08/2006) de um debate em um canal UHF (www.rittv.com.br/vejamso/) sobre a guerra de Israel contra o Líbano, que foi deflagrada com as mortes e seqüestro de soldados israelenses. Primeiro o Hamas (ao sul de Israel), invadiu as fronteiras de Israel, matou soldados e seqüestrou um deles. Depois, o Hezbollah fez coisa semelhante nas fronteiras do norte de Israel. Em ambos os casos, Israel reagiu com força militar maciça contra os ataques recebidos.

As reações à reação de Israel são variadas entre os cristãos, desde aqueles que abominam completamente a ação de Israel até aqueles que crêem que esta é uma guerra santa, abençoada por Deus, no mesmo espírito e modelo das guerras bíblicas. Sabemos que para o Hezbollah, esta é uma ‘guerra santa’, mas como os cristãos podem analisar a questão?

Com este post quero expressar a minha posição teológica quanto a Israel hoje e também minha leitura do direito de Israel à auto defesa.

1. Questão Teológica
Na visão de muitos cristãos (e judeus), a nação de Israel que hoje se encontra no Oriente Médio, estabelecida pela ONU em 1948 sobre territórios ocupados por ingleses na época, é um literal cumprimento de diversas promessas e profecias bíblicas do Antigo Testamento. Esta leitura vê, por exemplo, que a restauração da nação israelita é o caminho de Deus para cumprir a promessa de bênção a Abraão e a aliança eterna de Deus com a casa de Davi. O fato de a nação israelita ter ‘reaparecido’ no cenário mundial depois de quase 2 milênios da diáspora é visto não só como uma ação soberana de Deus (o que eu creio, pois todas as manifestações históricas retratam a soberania de Deus ), mas também como a manifestação da vontade de Deus prescritiva conforme expressa na Bíblia (o que não creio, pois procura-se “enxergar” em demasia os caminhos de Deus nos traços da história, esquecendo-se o todo da Revelação Especial). Logo, é ação soberana de Deus, mas não está revelada nas Escrituras.

Não seria a primeira vez que Israel “reaparece” na história da humanidade como nação. Depois da destruição do primeiro templo e do cativeiro na Babilônia por um período de 70 anos, a nação voltou ao seu território e se restabeleceu, agora debaixo do domínio Persa. A diferença entre o primeiro ‘reaparecimento’ de Israel e este segundo, em 1948, é que o primeiro é claramente estabelecido na Bíblia como o resgate da disciplina de Deus sobre seu povo e as profecias são muito claras, inclusive quanto ao tempo da volta do cativeiro e até com o nome de quem seria o seu libertador (Ciro). Não tenho qualquer dificuldade em compreender nesses atos de Deus o cumprimento de profecias, conforme registradas na Bíblia. Afinal, creio plenamente na inspiração, inerrância e autoridade das Escrituras. O que não consigo ver, como muitos hoje vêem, são profecias claras a respeito do Israel de hoje, a se cumprirem na atualidade e no final dos tempos. Aliás, a maioria dos intérpretes reformados compreende que a nação de Israel, com a vinda do Messias e sua conseqüente negação, perdeu o seu papel bíblico como agente do Reino do Deus, tendo Israel sido incorporado pela igreja do Senhor Jesus. A igreja é o verdadeiro Israel de Deus, formado por toda língua, raça, povo e nação.

Creio na eleição de Israel como etnia para trazer ao mundo os oráculos de Deus e o próprio Messias, mas este papel se extingue quando, em Cristo, as promessas feitas aos verdadeiros crentes, os filhos de Abraão na fé, israelitas de sangue ou não, são cumpridas. O rei davídico, o descendente de Abraão, Jesus Cristo, está assentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso, e de lá há de vir para julgar os vivos e os mortos. A ‘menina dos olhos’ de Deus é a sua Igreja, o verdadeiro Israel, composto dos remidos do Senhor em todos os tempos, em ambas as dispensações. Existem muitos cristãos não dispensacionalistas que acreditam na possibilidade de que as Escrituras apontem para um futuro glorioso para a nação de Israel. Ainda que eu veja isto como uma possibilidade, ainda não fui decididamente convencido.

Sei que este é assunto por demais polêmico e pretendo responder a alguns comentários, mas prometo, não vou responder a todos. Para uma leitura específica sobre esta posição recomendo: O. Palmer Robertson, O Israel de Deus: passado, presente e futuro (Editora Vida) e David Holwerda, Jesus e Israel: uma aliança ou duas? (Editora Cultura Cristã). Se você está preocupado com o cumprimento do sermão escatológico de Jesus e o relaciona especificamente a Israel, sugiro a leitura do recém lançado “Ainda não é o fim”: uma exposição do sermão escatológico de Jesus, por não menos do que nosso co-blogueiro, Augustus Nicodemus Lopes (Luz para o caminho publicações).

2. O direito de defesa
Ainda que não creia que a presente nação de Israel seja a mesma coisa que o Israel bíblico e as profecias bíblicas não se refiram diretamente a este Israel que está em guerra com o Líbano, creio que qualquer nação tem o direito de defesa do seu território e de sua soberania. Israel tem sido atacado por povos de outras nações e precisa usar dos meios necessários para a proteção de sua população, fronteiras e propriedade. Se qualquer nação vizinha ou longínqua atacar o Brasil, o mínimo que eu espero é que o nosso governo federal reaja em proteção ao seu próprio povo (mesmo que seja um ataque a uma propriedade brasileira no exterior, quem sabe uma refinaria da Petrobrás).

Ainda que uma guerra por si nunca seja boa, ela é muitas vezes necessária. Creio na doutrina da ‘Depravação Total’ e já cresci o suficiente para saber que esta depravação, muitas vezes, não permite que situações se resolvam satisfatoriamente. Tanto os israelitas quanto os libaneses se encaixam plenamente neste status e, conforme sua natureza, vão tentar resolver as diferenças – um atacou o outro e, enquanto um não abrir mão de seus direitos, ou ambos, não existirá uma solução.

Pesa contra Israel a acusação de que a reação aos ataques recebidos foi desproporcional, ainda que as notícias nesse sentido procurem ignorar as repetidas agressões infligidas contra aquela nação por várias décadas. Pesa contra o Líbano o fato de manter dentro de suas fronteiras um exército não oficial, sobre o qual o governo ‘não tem controle’. Ou seja, o governo do Líbano não ataca a Israel, mas, em tese, abriga um grupo que manifesta seu ódio à nação vizinha atacando-a. Pesa ainda o fato de que esta força de guerrilha se abriga no meio da ‘população civil’, em meio a escolas, lugares de comércio, fazendas, etc., usando a população como escudo e desculpa. Se, por um lado, a força bruta usada por Israel nos assusta, a covardia de manter força bélica no meio de casas com civis, mulheres e crianças também impressiona. Não podemos ignorar um fato com freqüência esquecido pelos meios de comunicação: como bem disse o primeiro ministro de Israel, “a diferença entre nós é que quando atingimos civis, reconhecemos e lamentamos o erro, enquanto que eles celebram e comemoram exatamente isso”.

Creio que o conceito expresso na Confissão de Fé de Westminster sobre guerra justa, pode ser o nosso princípio de análise para a questão (Capítulo XXIII: Do Magistrado Civil):


II. Aos cristãos é licito aceitar e exercer o ofício de magistrado, sendo para
ele chamado; e em sua administração, como devem especialmente manter a piedade, a justiça, e a paz segundo as leis salutares de cada Estado, eles, sob a
dispensação do Novo Testamento e para conseguir esse fim, podem licitamente
fazer guerra, havendo ocasiões justas e necessárias.
Prov. 8:15-16; Sal. 82:3-4; II Sam. 23:3; Luc. 3:14; Mat. 8:9-10; Rom. 13:4.

As perguntas que precisamos fazer antes de conclusões precipitadas e, por vezes, teologicamente equivocadas, que levam alguns a subscrever tudo o que a atual nação de Israel faz; ou antes de manter discursos inflamados que refletem tão somente a visão simplista da mídia e o bordão de “reação proporcional” (o que seria mesmo isso – matar apenas 1:1?) seriam: Esta guerra é necessária? Esta guerra é justa? Esta guerra é lícita? É impossível ter todas as respostas agora. Muitos desdobramentos ainda virão. Além disso, devemos orar e rogar a Deus pelos libaneses, israelitas e nossos irmãos cristãos que estão em ambas as fronteiras desta guerra e que estão sofrendo e morrendo. Uma coisa é certa: não há guerra boa, que Deus abrevie o fim desta, com a possibilidade de que a justiça prevaleça e que uma paz duradoura se estabeleça para aqueles que assim a desejam.

Mauro Meister

Postado por Mauro Meister.

Sobre os autores:

Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.

O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.

O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.

30 comentários

comentários
Anônimo
AUTOR
8/8/06 20:06 delete

Hoje em dia, o termo 'judeu' se refere a uma categoria étnica ou política? Isso porque, atualmente, há judeus de olhos puxados, de cor negra, loiros, altos, baixos... Judeus que partiram para a Etiópia (de pele escura), para o Iêmen (de feições árabes), para a Europa (com tez clara) e, até!, para a China, onde se miscigenaram com a população local. Outra coisa interessantíssima, que muita gente ignora, é que, nos países árabes circunvizinhos, há comunidades judaicas que convivem sem maiores problemas com os nativos: Saddam Hussein mesmo, pelo menos até a eclosão da Primeira Guerra do Golfo, mantinha excelentes relações com os judeus iraquianos. Vivem há gerações no Irã, também sem grandes problemas.
Mais ainda: no Israel propriamente dito (isto é, não incluindo os tais territórios ocupados), há uma minoria árabe que goza dos mesmos direitos dos judeus e com a qual também nunca houve sérios atritos, e até possui elementos seus servindo nas Forças Armadas.
Tudo isso dá muito o que pensar: até que ponto toda essa querela entre israelenses e árabes não é uma máscara para certos interesses inconfessáveis e de grande monta?

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8/8/06 21:34 delete

Prezado Vanderson,

Creio que a guerra básica não é de uma etnia, mas uma luta política, principalmente. Do lado dos 'judeus' (com toda a mistura que vc menciona), é uma luta por sobrevivência de uma cultura, valores, etnia, econômica e etc. Do outro lado existe a luta pelas mesmas coisas, ainda alimentada por muito fanatismo religioso.

Não sou um defensor irrestrito de Israel e creio que muitos interesses estão envolvidos nesta e outras guerras. Mas creio, ainda, que nesse embate o motivo principal é a auto-defesa.

abs
Mauro

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9/8/06 08:58 delete

Rev. Mauro,

Creio que a implicância maior dos Dispensacionalistas conosco seria mesmo o fato da bíblia fazer promessas somente à Israel e consequentemente, sem a visão de que a igreja é este Israel de Deus, um tom mais agressivo e ofensivo. As relações que Israel tem com os americanos hoje se dá pelo fato desta teologia ter feito muitos discípulos por lá durante muito tempo.

O que acho no mínimo interessante (para não dizer engraçado) é que quando questionados sobre quantos povos são escolhidos por Deus (igreja ou Israel, talvez ambos [!]) há um silêncio sepulcral destes.

Creio que o pré-milenismo histórico seria muito mais coerente bilbicamente em detrimento do dispesacionalismo, apesar de ser amilenista.

Como a escatologia afeta nossa visão sócio-cultural dos acontecimentos do mundo!

Que Deus nos ajude e parabéns pelo excelente post.

André Scordamaglio

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Anônimo
AUTOR
9/8/06 12:54 delete

Olá Mauro..

Eu concordo também que existe um exagero literal com relação as profecias biblicas relacionadas a Israel...
No entanto, as passagens vistas como escatológicas para a nação de Israel pelos dispensacionalistas significa o que?
Por exemplo, as 7 semanas de Daniel....

Abraços
JP

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Anônimo
AUTOR
9/8/06 18:41 delete

Olá pastor Meister

A mídia discute a posição de Israel e nós aqui também buscamos fazer isto, mas o fato é que não podemos saber, afinal não dispomos das informações sigilosas que o governo de Israel possui. Um fato é certo o Islã moderno é um regime violento e totalitário que se posiciona abertamente contra os judeus e os cristãos. Tal e qual cristãos e judeus o islã possue um livro "sagrado", são, portanto, povo do livro, e afirmam que o seu livro é a versão atualizada da vontade de Deus(muito embora não pareça). Isto até então não era um problema pois o Islã era uma nação pequena, mas hoje já é a segunda religião do mundo, e aí a relação ódio e medo se revela por completo: temos medo quando somos mais fracos que o adversário, e ódio quando somos mais fortes. O Islã começa e mostrar o seu ódio pelo ocidente, cuja representação é a grande prostituta, e judeus e cristãos são os responsáveis pelo modo de vida ocidental.

****

Evidente que há judeu brasileiro que mantêm os traços da cultura brasileira e judeu alemão que não deixa de ser alemão, de igual modo acontece com os cristãos, agora todo mulçumano depois de passar por uma lavagem cerebral muda de nome se afasta dos amigos e da família não convertida, isola-se no Islã, ou seja, o cara some do mapa. É por essas e outras que nós de tradição judáico-cristã ficamos escandalizados com a guerra, buscamos respeitar o modo de vida de outros povos( o Islã desdenha abertamente o cristianismo, mas ai daquele que desenhar o profeta deles), não usamos mulheres e crianças como escudo humano, e etc..... já para o Islã a morte é o paraíso e a guerra o caminho para as 70 esposas virgens que aguardam o herói suicída no paraíso.

É por estes motivos e também pelos motivos que o pastor Meister nos apontou em seu post que eu não confio no Islã, não sei se a guerra é justa ou não, como já disse não disponho de informações para calcular a melhor estratégia, mas uma coisa é certa: esse pessoal radical do Islã não merece crédito.

Alex

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9/8/06 22:38 delete

Respondendo por atacado...

Cleber, também creio que a 'birra' contra Israel é alimentada por orgulho e ódio religioso. Seria possível viverem juntos, mas os "palestinos" não aceitam as propostas de paz, alimentados por outros estados. Conheci muita gente que vivia no West Bank, muçulmanos, cristãos palestinos... e eles não eram, de forma nenhuma, anti-Israel. Aliás, estavam estudando hebraico para atender outras áreas em suas profissões. Mas os seus políticos e forças 'ocultas', esses dominam o povo e fazem estas loucuras...

André, também creio que o pré-milenismo histórico tem coerência, com certeza muito mais do que o dispensacionalismo. Mas ainda tem muita gente que não sabe diferenciar as duas coisas. Certa vez, entrevistando um candidato ao ministério, foi-lhe perguntado qual era a sua posição escatológica... a resposta: “Não sei como isto vai afetar o meu ministério!” A comissão deu a ele um ano para pensar a respeito...

TJ, nosso problema é muito mais sério... nem o governo estadual protege! Eu ouvi e estou ‘revoltado’ com uma notícia: para o dia dos pais, cerca de 10 mil encarcerados serão liberados para visitas. Parece que não lembram do que aconteceu no dia das mães.

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9/8/06 22:52 delete

Outra por atacado...

JP... é interessante a questão... interpretam não ‘literalmente’, mas ao pé da letra... é diferente. Interpretar literalmente significa interpretar literariamente, respeitando o gênero literário e a intenção autorial, conforme o método gramático-histórico. Mas mesmo insistindo nisto, na hora de ‘interpretar’ a história moderna, conforme estas profecias, vão longe! É um perigo.

Quanto a passagens como Daniel e suas 7 semanas, a interpretação dos números é mais próxima dos eventos. Recomendo o livro de Stuart Oliot, “Ouse ser firme” para uma interpretação (creio que é da editora Fiel).

Alexandre... não vou entrar no mérito da participação de outros debatedores... mas que há exagero nas interpretações, isto há. Normalmente há um envolvimento muito ‘apaixonado’ dos irmãos que defendem as posições dispensacionalistas...

Alex... não creio que seja possível julgar todo o povo pela religião. Assim como existem muitos nominais cristãos... muitos islâmicos o são só por nascimento. Mas o fato é que os ‘engajados’ são, normalmente, dados ao extremo fanatismo que vemos constantemente. Li uma matéria na Folha, última sexta-feira, sobre o um menino (adolescente) de nacionalidade brasileira e que morreu em um bombardeio... Se não leu, procure a matéria. O testemunho da mãe é de que ele queria morrer assim e, portanto, morreu feliz. Diz a mãe que o mesmo nunca fez planos para o futuro pq buscava esta glória, de morrer lutando contra Israel. A tia do rapaz estima que hajam 30 mil na mesma situação que ele, em treinamento no sul do Líbano... imagina isto!

abs

Mauro

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Fabio
AUTOR
9/8/06 23:05 delete

Caro Dr. Mauro,

Seu texto é pertinente, interessante e enriquecedor. Quero felicitar-lhe por tao sobria abordagem sobre a guerra em Israel.
Um grande abraço,
Fábio Bezerra
Chile

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Anônimo
AUTOR
10/8/06 00:12 delete

Pastor

Desde o início do conflito estou com o coração aflito pelos pequeninos nesta guerra de homens.

Meu filho fez 01 ano ontem dia 08.

Houve um tempo onde mulheres e crianças vinham primeiro, hoje tanto mulheres quanto crianças são usados covardemente de forma publicitária.

Mas eu me pergunto o seguinte:

Como pode uma mãe dizer que o seu filho morreu feliz num bombardeio? Estava ela com ele naquele derradeiro momento? Ouviu ela da boca dele o relato póstumo de sua felicidade num último balbuciar?

Creio que a mãe imagina que o seu filho morreu feliz, é alentador para ela, ou era na verdade um desejo dela(?), pouco importa, pois enfrentamos o nosso nascimento sozinhos, e a nossa morte, me parece, é bem individualizada, e se realiza nos mesmos termos. Vai saber.

Na prática todos nós já imaginamos que algo seria bom de um jeito e depois de alguma experiência percebemos o nosso erro. Me ocorre agora que desejar algo é quase uma oração, é um querer, é um pedido.


Pastor nem quero imaginar estes 30.000, e compreendo o que o senhor quer dizer com "julgar um povo pela religião", muito embora muitos jovens islamicos em seus corações identifiquem erro na sua doutrina, precisamos mostrar com atos que o testemunho dos seus corações é verdadeiro, e não será com violência, nos resta como nação cristã orar, e clamar a Deus por misericórdia e reto discernimento para os magistrados responsáveis pelas decisões.

Alex

p.s. outro dia "ouvi" aqui no blog o pastor Nicodemus dizendo a um mensagista que ele tinha direito a apenas uma réplica pública, e os demais apontamentos deveriam vir em PVT. Me parece mais do que razoável, pois já sinto que abusei em replicar.

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10/8/06 08:46 delete

Alex,

De fato, é doloroso ver a que ponto a depravação total faz com que nós, seres humanos, cheguemos.

O direito de defesa nunca poderia arrancar de nós a percepção da dor alheia e nos fazer parar de buscar que estas coisas cheguem a um final. Fico impressionado com cenas mostradas de pessoas dançando em torno do cadáver do inimigo... é duro.

Fico pensando que as características dos homens nos 'últimos dias' expressas por Paulo em 2Tm 3 estão cada vez mais evidentes.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós!

Abs
Mauro

Gde Fábio,

Um abraço chileno... Petreceli defendeu o mestrado ontem... não é que passou?
abs

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10/8/06 15:58 delete

Caro Dr. Mauro.

Felicito-lhe pelo excelente ensaio aqui postado. Sua abordagem foi perfeita e esclarecedora tanto bíblica como historicamente.

Quero fazer-lhe a seguinte pergunta: O Israel de hoje não passa de um povo que perdeu sua identidade no tempo e no espaço, a semelhança do Egito e da Síria, ou ainda possuem o status de povo de Deus em uma terra santa?

Rev. João d'Eça - SLZ MA

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10/8/06 22:12 delete

Prezado João,

Vc perguntou: "O Israel de hoje não passa de um povo que perdeu sua identidade no tempo e no espaço, a semelhança do Egito e da Síria, ou ainda possuem o status de povo de Deus em uma terra santa?"

Eu não creio que o Israel estado tenha este status. O povo de Deus é a sua Igreja. Se Deus tem algo especial ainda reservado para o 'estado' de Israel, temos que esperar para ver... mas não creio que a Escritura afirme isto, assim como não fala de alguma bênção especial para o Brasil. Coloquei no texto dois livros que falam sobre o assunto. Vale a pena dar uma olhada.

Muitos interpretes entendem que este Israel moderno é o 'relógio de Deus'... não entendo assim.
abs
Mauro

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10/8/06 22:14 delete

Olá Silvia,

Realmente, a coisa anda feia... mas por lá, com certeza, ainda está bem pior. Não sou capaz de imaginar o quão horrível deve ser uma guerra. Neste sentido, nosso Brasil é um pais abençoado, por não tê-las, pelo menos naquele formato.

Estaremos lá no domingo, se o Senhor quiser.

abs
Mauro

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10/8/06 22:21 delete

Olá Wilson,

Em decorrência das outras respostas que dei acima... a relação é NENHUMA. Aquelas guerras aconteceram dentro de um regime especial, teocrático e da monarquia teocrática. E ainda assim o povo nunca se manteve fiel como nação... sempre o remanscente, a igreja verdadeira, é que importou. Estamos lendo juizes no nosso culto de família e fico cada vez mais impressionado com a dureza do coração do povo, apesar de ter visto o Senhor agir tantas vezes (o que confirma que os milagres não fazem crentes). Ali pelo capítulo 10 o povo troca a adoração e entra em aliança com Ball, trocando a alíança com Iavé por outra.
Só a obra do Espírito Santo para nos manter no caminho da Palavra.

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Daniel.
AUTOR
10/8/06 22:49 delete

Só um comentário quanto ao “a diferença entre nós é que quando atingimos civis, reconhecemos e lamentamos o erro, enquanto que eles celebram e comemoram exatamente isso”...

A informação que me foi passada pode estar equivocada, mas creio que o estado de Israel não tem "civis". Todo mundo, incluindo homens e mulheres, que tem cidadania lá, tem que servir as forças armadas israelenses.

Além disso, derramar um copo de leite e sorrir ou lamentar não passa de DERRAMAR UM COPO DE LEITE.

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10/8/06 23:28 delete

Prezado Daniel,

É verdade, todo cidadão, homem e mulher, precisa servir nas forças armadas, se não me engano, por 3 anos... mas crianças são cívis e quem já saiu da reserva também é civil... assim como quem não está em combate e leva uma bomba na cabeça pode ser tido como 'casualidade' civil... e você há de concordar comigo que existe diferença entre derramar um copo com leite e a morte de pessoas.

abs
Mauro

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Anônimo
AUTOR
11/8/06 11:08 delete

Amado... li o artigo sobre Israel e o seu "direito de defesa". A posição não dispensacionalista é a que eu me identifico... não vejo esse Israel ai, enquanto Estado, como o "Israel de Deus". Acredito piamente que tudo se remete hoje à igreja, sem dúvida.
Agora, sobre sua posição do direito de Israel se defender... me parece correta aos olhos em primeira olhada, mas quando percebo o massacre de civis e de crianças libanesas (em número ultrajante maior do que as de Israel) tenh que me posicionar contrário. Creio que se a ONU tivesse força própria (ela ao meu ver, anda à reboque dos interesses americanos) certamente imporia sanções diplomáticas a Israel, trata-se se não de um genocídio (julgo esse termo ser usado de maneira imprópria nessa realidade histórica), ao menos é uma "série de atentados" que de fato denigrem ao mundo a imagem de um Estado de Israel que tem lutado tanto pela sobrevivência. Usando de uma metáfora simplista, Israel está como aquele que espanta uma mosca em seu nariz com uma bomba!!!

Leio sempre o blog... e gosto bastante.

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Hernan
AUTOR
11/8/06 12:50 delete

O Estado de Israel de 1948 foi, entre outras coisas, uma forma de tentar compensar a inércia do mundo diante do Holocausto. Não me parece que seja o cumprimento de profecia alguma. Restauração política não tem necessariamente algo a ver com restauração espiritual, que é o sentido, parece-me, das profecias concernentes ao Israel histórico. E, obviamente, qualquer restauração espiritual somente pode acontecer por meio de Cristo Jesus, o judeu, príncipe da paz.

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11/8/06 14:31 delete

Prezado Ezequias,

Fico contente que o blog lhe ajude. Quanto à reação de Israel, veja o post: como se defender de uma milícia que esconde atrás da população? Não estou dizendo que não há erros da parte de Israel e nem interesses internacionais. Há muitos, de todos os lados. Se a ONU é fantoche nas mãos dos EUA, preciso ainda ver! As resoluções da ONU em todos estes conflitos são contra os EUA. Vamos ver - há poucos minutos ouvi que a Secretária de Estado norte americana estava chegando a ONU para a busca de uma solução de paz... se os EUA mandam mesmo, acho que sai alguma coisa.

abs
Mauro

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11/8/06 14:33 delete

Hernan,

Concordo com vc e creio que temos que orar muito pela restauração espiritual de muitos países, inclusive Israel. É um estado completamente 'secular' e não mostra nada dos valores do verdadeiro reino de Deus.

abs
Mauro

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Anônimo
AUTOR
11/8/06 16:07 delete

Na década de 1930, Max Gerber, um judeu americano, resumiu tudo sobre o conflito árabe-israelense numa frase:

"Se os Árabes destruíssem todas as suas armas hoje, não haveria mais violência.
Se os Judeus destruíssem todas suas armas hoje, Israel não mais existiria."

Conforme nos exorta o salmista, vamos orar pela paz em Jerusalém.

[ ]'s

Sergio

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Lucas Gualda
AUTOR
13/8/06 15:22 delete

Prezado Rev. Mauro

Estou de acordo com vc qdo diz que os judeus de nossos dias não são mais o povo de Deus. Esse privilégio passou a ser da igreja, que não possui limites étnicos nem nacionais.

Tenho, porém, dúvidas quanto à futura situação de Israel. Em Romanos 11:25-32, parece-nos que o endurecimento de Israel não é final, e que num tempo futuro haverá uma conversão maçica de judeus a Cristo. Se vc puder sanar a minha dúvida nesse ponto, ficarei agradecido.

Saudações cristãs,
Lucas

Responder
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13/8/06 22:59 delete

Prezado Sérgio,

Em tese, concordo com a afirmação.
abs
Mauro

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.
AUTOR
15/8/06 02:27 delete

Rev. Mauro,

Acredito que os textos abaixo deixam claro que o Estado de Israel não é mais o Israel de Deus. Bem entendido, o que não significa que Deus tenha rejeitado o seu povo quanto à salvação de judeus como o apóstolo Paulo tão expressivamente escreveu em Romanos 11.

Além disso, Jesus afirmou aos judeus:

"Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos." Mateus 21.43

E Paulo também, quando diz:

"...mas a ira de Deus caiu sobre eles [os judeus] até ao fim." I Tessalonicenses 2.16

Não creio que esta ira se refira aos judeus individuais, senão, não haveria judeus convertidos, e sim, aos judeus como nação representante de Deus.

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15/8/06 09:49 delete

Prezado Lucas,

A interpretação de Romanos 11 é complexa e não caberia aqui... mesmo porque, na controvérsia vc tem que 'responder' às outras interpretações. Foi por isto que indiquei a literatura no post.

Quanto ao texto chave "E assim todo o Israel será salvo" (Rm 11.26), creio que refere-se a todo o verdadeiro israelita, aquele que crê como Abraão. Creio que no texto nós temos o remanescente e aqueles que ser converterão no futuro. Não concordo com a idéia de que Deus está prometendo uma 'conversão em massa', ainda que admita que, se dentre os descendentes físicos de Abraão, Deus tem muitos eleitos, isto vai acontecer.

O 'enxerto' é no verdadeiro tronco da oliveira, que, no final, é Cristo. Tanto judeus como gentios são enxertados no tronco.

Espero tem mais esclarecido do que confundido...
abs
Mauro

Responder
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15/8/06 09:54 delete

Charles,

Concordo e creio que, assim como não devemos dar um lugar 'especial' aos judeus no plano da salvação (alguém ainda pode me convencer do contrário...), também não devemos ter qualquer preconceito e lutar contra ele pq parece brotar naturalmente em algumas vertentes do cristianismo histórico.

abs
Mauro

Responder
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.
AUTOR
15/8/06 11:38 delete

Rev. Mauro,

Sou a favor de Israel, não por questões teológicas, e sim, políticas. Não vou entrar na legitimidade do Estado de Israel, mas é fato que no Oriente Médio a presença do Estado Judeu é um pedra no sapato frente aos governos não democráticos. Prefiro Israel como uma resitência ao fundamentalismo islâmico. E, apesar dos pesares, Deus tem seus propósitos para colocar os hebreus na antiga Judéia.

Agora, por qual motivo Abraão e Sara desobedeceram, né? Se confiassem em Deus, podiam ter evitado esta milenar discórdia. Não bastava Adão e Eva para vermos as conseqüências da desobediência? :-)

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MBarzilay
AUTOR
3/9/10 16:07 delete

Peço licença para postar estes links. Penso que darão alguma luz ao tema tratado. Obrigada. M. Barzilay (blog:
http://raptureaprophesiedevent.blogspot.com/ )

Ver artigo completo em :

1. http://www.beth-shalom.com.br/artigos/israel_de_deus.html

O Israel de Deus
Thomas Ice

"E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus" (Gl 6.16).
O "Israel espiritual" realmente existe. Esse termo refere-se aos judeus que confiaram em Jesus como seu Messias.
[...]
O que é a "teologia da substituição"?

Kenneth Gentry, teólogo aliancista e preterista, define a "teologia da substituição" – a qual ele defende – da seguinte maneira:
[...]
Gentry empregou o verbo "suceder" como sinônimo de "substituir". Eu até concordaria com sua definição se ele retirasse dela a expressão "para sempre". Nós, dispensacionalistas, cremos que a Igreja sucedeu Israel durante a presente era da Igreja. Deus, entretanto, tem uma época futura em que Ele restaurará o Israel nacional "como a instituição para a administração da bênção divina ao mundo".

Gálatas 6.16

Gentry acredita que Gálatas 6.16 ensina que a Igreja substituiu ou sucedeu Israel:
[...]
O "Israel espiritual" realmente existe. Esse termo refere-se aos judeus que confiaram em Jesus como seu Messias. A Igreja, no entanto, nunca é chamada de "Israel espiritual", como Gentry afirma. Vamos examinar Gálatas 6.16 e ver o que realmente está dito ali.
[...]
Israel sempre significa Israel
Na Bíblia inteira não há um único caso em que a expressão Israel se refira a outra coisa que não ao povo judeu.
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De fato, na Bíblia inteira não há um único caso em que a expressão Israel se refira a outra coisa que não ao povo judeu. Burton declara:
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Não existe exemplo algum na literatura bíblica do emprego do termo Israel no sentido de Igreja, ou do povo de Deus composto de cristãos de etnia judaica e cristãos gentios. Por outro lado, também não existem, como se poderia esperar se o contrário fosse verdadeiro, exemplos do emprego da expressão "ta ethnê" ("os gentios") para referir-se especificamente ao mundo não-cristão. Essa expressão é usada apenas para referir-se aos povos não-judeus, embora esses geralmente sejam não-cristãos.[11]
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Conclusão
"Israel sempre significa Israel"!

A afirmação de que "Israel sempre significa Israel" e o fato de Israel e a Igreja serem povos de Deus distintos não são apenas crenças teológicas. Essas coisas são especificamente ensinadas na Bíblia. Atualmente, vivemos na época da Igreja, que se encerrará com o Arrebatamento – que pode ocorrer a qualquer momento –, quando a última pessoa for salva e incluída no corpo de Cristo. Então, a história completará a semana final da profecia sobre as setenta semanas de Daniel, que terminará com a conversão de Israel a Jesus como seu Messias. Isso conduzirá ao reinado de mil anos, no qual Israel será o cabeça sobre todas as nações. Não somente a Bíblia distingue entre o plano de Deus para Israel e Seu plano para a Igreja, mas também ensina, em Gálatas 6.16, a distinção entre judeus salvos e judeus perdidos. Essa é uma das coisas negadas pela "teologia da substituição".

Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, outubro de 2002.


Ver também:
http://www.chamada.com.br/mensagens/plano_de_deus.html

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MBarzilay
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3/9/10 16:08 delete

Peço licença para postar estes links. Penso que darão alguma luz ao tema tratado. Obrigada. M. Barzilay (blog:
http://raptureaprophesiedevent.blogspot.com/ )

Ver artigos em :

1. http://www.beth-shalom.com.br/artigos/israel_de_deus.html

O Israel de Deus
Thomas Ice


Ver também:
http://www.chamada.com.br/mensagens/plano_de_deus.html

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l
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11/7/14 17:41 delete

Só um detalhe: a questão de proporcionalidade não se aplica. Israel está cercada de inimigos, na proporção de mais de dez para um: apenas cerca de seis milhões de judeus israelenses contra mais de cem milhões de árabes muçulmanos. Se Israel fosse apenas revidar proporcionalmente, seria destruído impunemente, visto que o resto do mundo nada tem feito a respeito — apenas Estados Unidos e Alemanha têm sido aliados mais ou menos constantes. É uma necessidade de sobrevivência reagir não na proporção dos ataques sofridos, mas na escala necessária para tornar ataques futuros caros demais.

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