Esse diálogo de fato aconteceu. Durante cerca de uma semana troquei e-mails com um querido amigo meu que além de cristão comprometido, é um renomado cientista. O ponto central foi a natureza da linguagem de Gênesis 1 a 3. O diálogo terminou inacabado. Mesmo assim, até onde ele foi, desafiou-me bastante a refletir sobre essas questões. Pedi permissão para reproduzir o diálogo, editado em parte por causa do espaço, omitindo o nome dele. CIENTISTA: Precisamos encorajar os jovens cristãos a ter uma visão alternativa da criação que possa combater mais eficazmente o naturalismo. A Bíblia não é um livro científico e precisamos ter cuidado para não usá-lo da forma errada. Entre os pontos de uma visão alternativa, eu menciono que Gênesis é primariamente a proclamação de que Deus é o Criador dos céus e da terra. Gênesis 1-2 está proclamando a mensagem da atividade de Deus que é incompreensível aos seres humanos. A proclamação foi colocada em linguagem e imagens humanas para acomodar-se às limitações do entendimento humano, como criaturas finitas que somos. Portanto, qualquer tentativa de leitura de Gênesis 1-2 como se a passagem fosse descritiva equivale a colocar a atividade de Deus dentro das limitações da compreensão humana.
PASTOR:
Muito interessante. Todavia, uma pergunta apenas: por que você só se referiu a Gênesis 1-2 e deixou de fora Gênesis 3, que relata a Queda do homem? Não deveríamos ler Gênesis 3 também dessa forma, como não descritivo, e como se referindo a algo acima da nossa compreensão? Ou seja, você está dizendo que devemos ler Gênesis 1-2 de forma figurada, mas Gênesis 3 como história real?
CIENTISTA:
Há! Estou vendo sua pergunta capciosa! Eu diria que a Queda do homem presume que a Criação já havia sido realizada. Eu também não usei a palavra "figurada" – o que estou dizendo é que o relato não é científico. Eu estou falando de "verdade". Gênesis 1, 2 e 3 é um relato fiel da criação, mas não descrição científica. Faz sentido?
Aqui vai uma citação de Herman Bavinck: "Não existe separação inerente de ciência e religião. Da mesma forma, não deveria haver um biblicismo ingênuo que confunda a linguagem da Escritura com a linguagem da ciência". Eu gostaria de ouvir, agora, onde é que estou sendo herético!
PASTOR:
Bela citação, concordo integralmente com ela. Você concorda que, apesar da Bíblia não ter uma linguagem científica, nada do que ela diz contradiz a realidade das coisas? Em outras palavras, que a Bíblia não tem erros naquilo que ela afirma sobre o mundo, a realidade, a humanidade, a história, a geografia, por exemplo, mesmo que essas coisas sejam ditas de maneira fenomenológica e descritiva? Ah! Não fui eu quem usou a palavra "herético", nem mesmo sugeri que você fosse herético.
CIENTISTA:
Eu estava brincando com esse negócio de heresia! Creio plenamente em Adão e Eva, mas não aprecio muito as teorias criacionistas que defendem uma terra jovem – acho que elas prestam um desserviço ao Cristianismo.
PASTOR:
Tem mais um caso. Jesus podia transformar água em vinho numa fração de segundos e ao mesmo tempo fazer com que esse vinho "jovem" fosse tão velho como o melhor vinho. Ou seja, ele fez um vinho novo, mas com "aparência" de velho.
Estou feliz que você, quanto à questão da realidade (verdade), mantém a posição teológica reformada.
CIENTISTA:
Meu problema com sua declaração é que quando você usa o argumento que Jesus fez vinho com aparência de velho para justificar a criação da terra já com aparência de velha. Ao fazer isso, você está dizendo que os cientistas não deveriam examinar a terra com o objetivo de descobrir as leis de Deus na natureza, porque ele criou as coisas de forma a nos confundir. Isso quer dizer que nunca entenderemos o que vemos. Não se esqueça que a mesma física que descreve o comportamento astronômico do universo é a mesma que tem permitido a produção de imagens por ressonância magnética (MRI) e outras tecnologias redentivas maravilhosas.
PASTOR:
Entendo. Mas, responda-me. Se um cientista achasse Adão poucas horas após ter sido criado por Deus do pó da terra, qual seria sua conclusão acerca da idade de Adão? Adão teria poucas horas de vida, mas foi criado como um ser humano completo, adulto, e teria aparência adulta.
CIENTISTA:
Agora você está inferindo os detalhes técnicos de como Deus criou Adão. Prefiro não tocar nesse ponto. Quando eu digo que acredito que Deus criou Adão, acredito que ele tornou-se plenamente humano em um certo momento do tempo – eu não especulo se Deus aguardou pelo barro secar antes de soprar o espírito nele, ou se usou um método diferente para trazer o corpo de Adão a essa condição.
PASTOR:
Meu problema não é com a idade do universo, mas com seu argumento de que Deus não poderia ter criado uma terra jovem com aparência de velha pois isso seria iludir e desencaminhar os cientistas. Se Deus não pode criar coisas já crescidas, amadurecidas e com aparência de velha, o que dizer da criação de Adão e do vinho com sabor de velho? Deus não seria igualmente desonesto?
CIENTISTA:
Não!!!! Não vejo esse paralelo. Lembre-se de Gênesis 2.5, etc., as plantas e as florestas levaram tempo para crescer à medida que a água veio... Portanto, eu acho que existe uma diferença entre as diferentes classes de coisas criadas.
PASTOR:
Ainda não é o meu ponto. Se Deus estaria iludindo os cientistas ao criar a terra com aparência de velha, como se tivesse bilhões de anos, não estaria igualmente iludindo os cientistas criando um ser humano já crescido, amadurecido, aparentando mais idade do que realmente tinha? Eu acho que existe um paralelo, sim.
Além do mais, você esquece que de acordo com Gênesis "plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado." (Gn 2.8) Ou seja, não somente você tem um homem crescido (criado em uma fração de segundos) mas também um jardim inteiro com as árvores carregadas de frutas criadas em uma questão de segundos, senão Adão e Eva não teriam o que comer. Agora, temos não somente Adão e Eva e o vinho com gosto de velho, mas um jardim inteiro, todos criados já plenamente amadurecidos, completos, com aparência de terem muito mais tempo do que realmente tinham.
CIENTISTA:
É por isso que não penso que Deus nos ilude. Quando dizemos, a partir de observações astronômicas, por exemplo, que o universo tem bilhões de anos, essa declaração deveria ser aceita, em vez de encontrar explicações para a não-validade das leis físicas para satisfazer uma teoria criacionista do universo jovem.
Veja abaixo um sumário do professor Hooykaas sobre esse ponto. Ele era Reformado e foi um dos maiores historiadores da ciência. Leiam o que ele diz sobre o comentário de Calvino nas Institutas e digam-me onde Calvino e Hooykaas estão errados:
"Calvino percebeu, como talvez ninguém antes dele, a discrepância entre a astronomia nada ingênua do século XVI e a visão de mundo dos tempos bíblicos. Ainda assim, a despeito de sua reverência pela Escritura, ele não rejeitou a astronomia de seus dias... De acordo com Calvino, o Espírito Santo abre uma mesma escola para o ignorante e o erudito, e escolhe o que seja inteligível a todos. Se Moisés tivesse falado de uma forma científica, o ignorante poderia apresentar a desculpa de que estas coisas estão além de sua compreensão. Calvino diz, 'A Bíblia é um livro para o leigo; aquele que desejar aprender astronomia e outras artes recônditas, que vá aprender em outros lugares'. Evidentemente, Calvino sustenta que Deus deseja que as pessoas de todas as épocas compreendam a sua revelação e, portanto, se acomodou a nós."
PASTOR:
Estou feliz que você cita Calvino e reconhece a autoridade dele. Então, ouçamos Calvino também quando comenta sobre a criação do mundo (Gn 1.5):
"Aqui se refuta claramente o erro daqueles que dizem que o mundo foi criado em um único momento. Pois é muita violência contender que Moisés distribuiu por seis dias a obra que Deus realizou num só momento simplesmente com o objetivo de nos instruir. É preferível concluir que o próprio Deus levou o espaço de seis dias com o objetivo de acomodar suas obras à capacidade do homem".
Agora, diga-me, cientista: quais das duas citações de Calvino devemos seguir para que sejamos de fato calvinistas? Essa acima, em que Calvino diz que Deus criou o mundo em seis dias, ou aquela que você mencionou, de Hooykaas citando Calvino, que a linguagem da Bíblia é não científica?
CIENTISTA:
Minha posição está perfeitamente dentro da tradição dos cientistas Reformados. Mais umas linhas de Hooykaas:
"Existiam muitos, como o ministro zelandês Philips van Lansbergen, um famoso astrônomo, que era opinião que a Escritura não fala de assuntos de astronomia 'de acordo com a situação real, mas de acordo com as aparências.' De acordo com ele, o testemunho das Escrituras é verdade em si mesmo, mas sua autoridade é erroneamente empregada para demonstrar o movimento dos corpos celestes."
PASTOR:
Estamos andando em círculo aqui. Você citou Calvino como autoridade quanto à questão do caráter não científico da Escritura e nos desafiou a sermos calvinistas consistentes. Eu respondi com uma citação de Calvino, em que ele claramente diz que Deus criou o mundo em seis dias, para provar que o fato dele acreditar que a Bíblia não tem linguagem científica não o impediu de acreditar que o mundo foi criado em seis dias por Deus.
Diga-me: de acordo com Calvino, é possível para quem reconhece que a linguagem da Bíblia não tem caráter científico acreditar que Deus fez o mundo em seis dias?
CIENTISTA:
Eu vou parar o diálogo por aqui dizendo que eu creio que Deus criou os céus e a terra como um ser humano perfeito, mas não posso imaginar que o universo tem somente 6 mil anos e 6 dias, no sentido de um dia literal de 24 horas. Isso está além da minha compreensão. Penso também que Calvino concordaria com as recentes teorias concernentes à distância, propagação da luz e expansão do universo.
PASTOR:
Você ainda não respondeu minha indagação.
CIENTISTA:
Eu diria que apesar da Bíblia ser divinamente inspirada, sua humanidade está também aqui. O resultado não é que ela é a Palavra de Deus no sentido de que cada passagem, em si mesma, traz ciência e história de forma impecável. A Bíblia traz a Palavra de Deus. Se Deus escolheu expressar-se através da fragilidade das palavras humanas, da mesma forma que escolheu revelar-se através da forma humana frágil, quem somos nós para questionar sua sabedoria? A Bíblia não tem linguagem científica.
PASTOR:
Nós podemos (e devemos) admitir que a língua da Bíblia não é científica. Mas isto é diferente de dizer que ela contém erros. Por exemplo: a Bíblia não explica a rota da terra em torno do sol da perspectiva das forças gravitacionais que controlam os corpos cósmicos. A Bíblia indica simplesmente que o sol se levanta e se deita diariamente - que é a linguagem da perspectiva de quem vive na terra. Não é um erro. Este é o ponto que Hooykaas e Calvino estão fazendo.
Na mesma maneira, quando a Bíblia descreve a criação de Adão, não é linguagem científica. Moisés não diz como Deus adicionou a água ao barro e nem implantou os condutores elétricos em seus nervos. Não obstante, permanece o fato que Deus criou o homem do pó da terra e soprou o espírito nele. Quando a Bíblia diz que o sol parou no céu metade de um dia, não se preocupa em explicar como Deus poderia fazer aquilo sem causar uma tremenda bagunça na ordem celestial e no movimento dos planetas de nosso sistema solar. Apesar da falta da explanação científica, permanece um fato que o sol realmente parou esse dia durante esse período de tempo.
Não vamos confundir estas duas coisas: linguagem científica e verdade. Algo pode ser verdadeiro mesmo se não for vazado em jargão científico. Meu problema é que você não está fazendo esta distinção claramente e que você ainda parece sugerir, cada vez que diz que a Bíblia não tem nenhuma linguagem científica, que a história da criação não poderia ter acontecido na maneira como é descrita em Gênesis 1-2.
CIENTISTA:
Esse ponto sobre algo ser verdadeiro mesmo sem estar em linguagem científica é o que venho dizendo desde o início. Acho que você não me entendeu. Em essência, acredito no que a Bíblia diz – porque é verdade. Mas, Deus não intencionou que a linguagem dela fosse científica. Calvino aceitava a astronomia moderna e ao mesmo tempo não perdeu o respeito pela mensagem da Bíblia. A astronomia corrente tem implicações que rejeitam completamente o conceito de um universo com 6 mil anos e 6 dias de idade. Por que é tão difícil aceitar isso e ainda continuar crendo que a Bíblia contém a Palavra de Deus?
PASTOR:
Fico feliz em ver que concordamos em muitas coisas. Todavia, só mais uma observação. A Bíblia não contém a Palavra de Deus, ela é a Palavra de Deus. Dizer que contém a palavra de Deus, e assim fazer uma distinção entre Escritura e Palavra, é a posição de Karl Barth. Para ele, a Bíblia estava cheio dos erros - especialmente científicos - mas o milagre era que Deus nos falava através deste livro imperfeito. Você soa um bocado como Barth neste ponto, a menos que eu o entendi mal.
CIENTISTA:
Eu não sou barthiano, não quero nada com liberais. Segue minha última citação de Hooykaas sobre biblicismo. E ele não era um liberal:
"Minha tese é que a liberdade interna necessária ao trabalho científico está garantida inteiramente por uma religião biblica. Isto pode parecer um paradoxo. Todos sabem o quanto uma exegese de textos bíblicos impediu o desenvolvimento livre da teoria científica. Os textos de Josué e dos Salmos tornaram impossível para muitos ortodoxos aceitarem a teoria do movimento da terra; textos de Genesis impediram o desenvolvimento livre da geologia enquanto pareceram limitar o tempo geológico a 6.000 anos e corroboraram a opinião sobre um dilúvio universal. Genesis foi usado também a fim manter a constância das espécie..."
PASTOR:
Eu já li o livro de Hooykaas sobre a contribuição do Cristianismo para o surgimento da ciência moderna. Também não creio que ele seja um liberal, mas questiono algumas de suas opiniões.
Por exemplo, concordo quando ele diz que a liberdade interna é necessária para o trabalho científico, mas eu gostaria de acrescentar "desde que você mantenha os pressupostos de que Deus criou o mundo e o homem".
Ele também não faz uma importante distinção entre o catolicismo romano e a Reforma, quando diz que a exegese bíblica impediu que ortodoxos aceitassem o heliocentrismo (que a terra gira em torno do sol). Da mesma forma, acho que ele não foi exato ao dar a impressão que teólogos em geral sempre afirmaram com base nos textos de Gênesis que o mundo não poderia ter mais de 6 mil anos. Essa idéia é de um grupo que tentou calcular a idade da terra através das genealogias, algo infundado. Acho que Hooykaas acaba passando uma imagem incorreta da posição Reformada.
Ele pode não ser liberal, mas parece que não acredita num dilúvio universal. Isso faz dele o que? Reformado ou liberal? Outra coisa: ele diz que Gênesis tem sido usado para manter a constância das espécies. Isso é muito controverso. A microevolução (mudança dentro das espécies) está bem provada e atestada, mas a macroevolução (mudança de uma espécie em outra) ainda não foi provada. As espécies são estáveis e estabelecidas, até onde sei.
CIENTISTA:
Concordo com quase tudo que você disse, só acho que é muita coragem dizer que Hooykaas, um dos maiores historiadores da religião, passa uma imagem errada da posição reformada.
PASTOR:
Tem razão. Eu quis apenas dizer que nesse ponto ele equivocou-se.
42 comentários
comentáriosCaro Dr Nicodemus
ResponderHá três semanas venho estudando, com a igreja que pastoreio, o conflito sobre "evolucionismo e criacionismo", inclusive semana passava abordei questão da "idade da terra". Também adoto a opinião de que a terra foi criada jovem, embora com a aparência de adulta, e, não vejo como esta perspectiva é um desserviço para os cientistas cristãos [quer sejam reformados, ou não]! Este cientista com quem o senhor trocou e-mails é um evolucionista teista?
Sei que o senhor conhece, mas desejo indicar uma agradável leitura para os que estarão lendo este comentário. O livro de E.J. Young, In the Benning - Genesis 1-3 and the Authority of Scripture (The Banner of Truth Trust).
Indiquei o blog tempora-mores para o pessoal da igreja ler o artigo "um pé na porta". Mas, este também é muito bem vindo.
Abraços e saudades
Este debate é uma das minhas dúvidas em suspenso...
ResponderJá pensei assim:
- 1 dia = 1000 anos, então
- 6 dias = 6000 anos, ou
- 6 dias = 6 milhões de anos, ou
- 6 dias = 6 bilhões de anos, ou
- 6 dias = 6 trilhões de anos, etc...
E o texto continuaria sendo fiel e Palavra de Deus.
Mas penso que Deus também tem poder para criar do nada todas as coisas que existem em frações de segundo, ou em 6 dias de 24 horas.
Aceito o dilúvio universal como o texto diz, mas penso em perguntar no céu a Noé, como teve lugar na arca para tantas espécies?
São duas questões do Gênesis que tenho em suspenso.
A ciência e o criacionismo, estão quanto a idade do universo aparentemente tão distantes, que nestes dois temas (criação e dilúvio), estou igual a um outro texto que diz que "Abraão ou Noé, creram quando não havia motivo para crer...".
Admiro ambos, tanto o reverendo pela sua fé quanto o anônimo cientista pela sua coragem.
O primeiro me mantém na linha teológica, e por fé crê num Deus que cria e que é Deus.
O segundo provavelmente seria queimado na fogueira, e por fé crê num Deus que cria através de um processo.
Um excelente debate.
Um abraço a ambos
Rev. Augustus,
ResponderUm livro que moldou meu pensamento sobre essa questão foi Genesis in Space and Time, do Schaeffer. Eu recomendo a todos.
Sobre a ótima discussão, acho que o ponto a ser frisado é o seguinte: uma lingüagem não científica não é, necessariamente, uma lingüagem mitológica. Acho que o amigo cientista, apesar de aparentemente concordar com essa idéia, não foi muito claro nesse ponto.
Abraços.
Olá, Rev Augustus Nicodemus.
ResponderAchei bastante interessante e oportuno o texto, pois vivemos cercados pela falsa ciência, que, parafraesando o apóstolo Paulo, muda "a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível" (Rm 1.21) e assim, estes "cientistas" "inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos" (Rm 1.22) ao adorarem e servirem a criatura em lugar do Criador (Rm 1.25). Espero que mais textos relacionando as Escrituras e a ciência sejam publicados.
Eu já tinha ouvido que a Terra tinha cerca de 6000 anos e isso foi calculado a partir das genealogias existentes na Bíblia.
Mas ao ler o texto, há uma parte em que você diz: Da mesma forma, acho que ele não foi exato ao dar a impressão que teólogos em geral sempre afirmaram com base nos textos de Gênesis que o mundo não poderia ter mais de 6 mil anos. Essa idéia é de um grupo que tentou calcular a idade da terra através das genealogias, algo infundado".
Quer dizer que não há como calcular ou mesmo estimar a idade da Terra usando as genealogias bíblicas? Não é possível então termos uma ordem de grandeza da idade da Terra?
Que Deus continue te abençoando e o iluminando para publicar textos como este.
Abraços,
Alberto Francener.
Ewerton,
ResponderNão creio que o “Cientista” seja evolucionista teísta, mas ele realmente evitou definir-se nesse diálogo. Note, todavia, que há criacionistas que acreditam que Deus levou milhões de anos para criar a terra e que depois, criou Adão e Eva já adultos. Ou seja, tomam os seis dias da criação como longos períodos de tempo, á exceção do dia da criação do homem e da mulher. Não são evolucionistas, apenas desejam harmonizar-se com a idade da terra declarada pela geologia.
Obrigado pela indicação do livro de Young.
Um abraço!
Oliveira,
ResponderInteressantes observações as suas... apenas discordo que o “Cientista” seria queimado na fogueira. Do jeito que as coisas vão, é mais fácil o “Pastor” terminar na fogueira...!
Nagel,
Eu já li esse comentário do Schaeffer a Gênesis. Muito bom. E, sim, tem razão, o “Cientista” poderia ter sido um pouco mais claro, mas conhecendo-o como eu conheço, acredito que ele não vê Gênesis 1-3 como mito.
Abraços!
Alberto,
ResponderSim, acredito que não temos como calcular a idade da terra a partir das genealogias da Bíblia. Uma das razões é que as genealogias não pretendiam nos informar a exata árvore genealógica das pessoas, mas parece que elas mencionam apenas aquelas que foram mais importantes. Portanto, pode haver espaços e lacunas entre as pessoas mencionadas.
Todavia, mesmo que não saibamos a idade da terra com exatidão, é provável que ela seja mais nova do que os milhões de anos pretendidos pela linha dominante da geologia.
Se não me engano, há geólogos que questionam a teoria dominante, ou seja, de uma terra extremamente velha.
Veja esse artigo sobre genealogias: http://www.bible.org/page.php?page_id=4649
Um abraço.
Querido Oliveira
ResponderCreio que as suas dúvidas quanto ao Dilúvio e todos os pormenores que o envolve, são honestas. Se o Dr Nicodemus me permite desejo lhe indicar a leitura de uma obra que se dedica estudar este assunto mais detalhadamente:
John C. Whitcomb, Jr. & Henry M. Morris, The Genesis Flood. Pode ser encontrado, tanto novo como usado na http://www.amazon.com/Genesis-Flood-Biblical-Scientific-Implications/dp/0875523382 .
A Editora CLIE tinha publicado em espanhol, mas não sei se ele ainda em estoque para venda, vale a pena verificar.
Abraços
Sou leigo no assunto mas gostaria de saber o seguinte o criacionismo defendido pelos cientistas teistas é pautado na biblia ou apenas é uma ideia livre de criação pois acredito que ai é que moram as divergencias se os teistas defendem simplesmente um criacionimo sem levar em conta o relato biblico teremos teorias das mais diversas
ResponderJa vindo nessa linha gostaria de saber o seguinte existe apenas uma linha criacionista e uma evolucinista e como no meio cintifico é visto o criacionismo ?
Caro Rev. Nicodemus
ResponderMais um excelente post.
Algo que pretendo destacar é a fluência das idéias expressas no diálogo e a linguagem acessível - típica de C. S. Lewis e Francis Schaeffer - para comunicar conceitos herméticos.
Um abraço
marketingparaescoladominical.blogspot.com
Rev. Nicodemus,
ResponderInteressante o debate.
Pode-se notar que os dois debatedores são cristãos genuínos.
Mas, um fato relevante e que merece ponderar é que o cientista-cristão parece que aderiu aa idéia da relativização da bíblia.
Isto tem sido feito por muitos grupos que se dizem cristãos, inclusive pela ICAR.
Creio que uma vez admitida essa idéia, pode-se mesmo rasgar a bíblia e jogá-la na lata de lixo.
É a mesma coisa!!
Abraço,
Anderson.
Caros Nicodemus e Tokashiki
ResponderPelo menos esta provável fogueira futura não queimará o corpo mas "só" vai angustiar a "alma".
E tenho a impressão de que na hora "agá" quando formos para a fogueira, o Espírito Santo nos ajudará a suportar a dor (se é que vamos sentí-la).
Mas suspeito que vamos para a fogueira sim, e rotulados como "os teimosos da fé" imotivada e irracional.
Sobre o texto sugerido, agradeço de coração.
Um grande abraço
Muito bom o debate, ainda que inacabado (mas quem poderia terminá-lo?). No entanto, tenho algumas questões: a) Parece-me que o Dr. Nicodemus é tão fiel a Calvino (para ser calvinista, precisamos parar de pensar e absorver o pensamento de João Calvino, concordando com ele em absolutamente tudo???)que não consegue raciocinar teologicamente de outra forma (isto é,interpretar a Bíblia a partir de outros pontos de vista, e não o de Calvino). b)Parece que os defensores da "terra jovem" crêem que os defensores da "terra antiga" são todos hereges ou coisa parecida. Crer que a Terra tem 4,5 bilhões de anos não é relativizar a Bíblia, meus queridos, é extrair dados fornecidos pela criação divina confiando no "Deus que não pode mentir". Gn 1 pode ser interpretado de várias formas e os defensores da "terra jovem" deveriam ser honestos quanto a isso. c) Se Deus criou um universo de apenas 6000 anos com aparência de sei lá quantos bilhões de anos (colocando até mesmo a luz das estrelas mais distantes mais próxima de nós para disfarçar melhor, criando canyons jovens com aparência de milhões de anos, etc), é dificílimo escapar à conclusão de que Ele agiu assim deliberadamente para enganar o gênero humano quanto à origem de tudo. Pergunto, porque Ele faria isso? Ele não é a Verdade? d) Não estariam os defensores da "terra jovem" agindo exatamente como aqueles inquisidores que forçaram Galileu Galilei a se retratar de suas teorias? e) Um universo vasto e antigo não reflete melhor um Criador infinito e eterno?
ResponderPor fim, quero dizer que creio na doutrina reformada a respeito da soberania divina, mas Calvino e seus seguidores que me perdoem - às vezes, e em certas questões, prefiro pensar de forma diferente de Calvino!!!
Nos últimos quarenta dias, duas revistas da mídia secular exploraram o darwinismo, aproveitando, é claro, para debochar dos criacionistas (leia-se cristãos conservadores). Tanto a VEJA quanto a SUPERINTERESSANTE dedicaram a matéria de capa de suas edições para promover a desinformação em nome da ciência.
ResponderDois comentários interessantes sobre essas matérias (visão cristã) podem ser encontrados em:
http://michelsonborges.blogspot.com/2007/05/o-material-que-veja-no-publicou.html
http://michelsonborges.blogspot.com/2007/06/superinteressante-mata-razo.html
Fábio,
ResponderComentando seus pontos:
a) Você ficaria surpreso da quantidade de vezes que discordo de Calvino. Obviamente você não entendeu o meu ponto no diálogo. O cientista usou Calvino como autoridade -- e não eu. Eu simplesmente entrei no jogo dele: se vai usar Calvino, use Calvino consistentemente. Chama-se argumento ad homini.
b)Ninguém disse no diálogo que os defensores da terra antiga eram heréticos. Leia de novo, desta feita com seus preconceitos e idéias preconcebidas de lado. Você já entrou chamando os defensores da terra jovem de desonestos.
c) Você realmente não entendeu nada do diálogo, pois repete o argumento do "cientista" de que Deus seria desonesto em criar uma coisa com aparência de velha. Já respondi acima e ficou claro que você terá de negar que Deus criou Adão já adulto, para ser coerente com seu argumento.
d) A comparação entre os defensores da terra jovem e os inquisidores de Galileu é tão descabida que nem merece resposta.
e) Não, não vejo como um universo antigo reflita melhor um Criador infinito e eterno.
Fábio, seu comentário é cheio de preconceito e de idéias clichês. Relaxa...
Um abraço.
Caro Rev.,
ResponderEste assunto é muito interessante do post, e leio com gosto. Mas acharia bem mais interessante um post só sobre suas discordâncias de Calvino, pois estudo ele ;-)
Fica a sugestão. God bless.
Caro Rev. Nicodemus,
ResponderGostei muito de tudo que foi postado.
Poderia me indicar mais alguma leitura além das que foram postadas?
Não me sinto enganado por Deus quando mergulho e vejo um coral no fundo do mar que cresce 1mm a cada não sei quantos anos, e cuja idade é de alguns milhões de anos.
Que ele tem milhões de anos eu não duvido! Mas também não duvido que ele tenha sido criado há bem menos tempo que isso (se 6.000, 60.000, 600.000 ou 6.000.000 de anos não importa).
O fato de Deus ter criado tudo com aparência madura (ou velha) não deveria apontar alguns traços da sua glória? A idade do coral não deveria nos fazer perceber seus "atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade"?
um abraço
Gustavo
Caros irmãos, as colocações feitas pelo Rev. Agustus são muito mais simples e faceis e criveis,além de tomarem a posição de um verdadeiro cristão calvinista, "a Biblia não contém a Palavra de Deus, Ela é a Palavra de Deus." Como alguem ja disse,... "é mais facil crer que Deus criou todas as coisas do que na teoria da evolução"... Se Cristo criou vinho novo com aparencia de velho, se Deus plantou um jardim crescido do nada no Edem, criou um homem feito adulto apartir do barro, o que impediria Ele de criar a Terra da mesma forma? nova com aparencia de velha...não penso que Gênesis seja Deus falando no nivél da capacidade de compreensão humana, antes a ciencia tem tentado limitar Deus aos seus metodos cientificos, estes sim limitados pela compreensão humana.
ResponderTapo a minha boca!!!
ResponderObrigado pela resposta, Dr. Nicodemus. (Ah, antes de tapar minha boca: o fato de Adão e Eva terem sido criados já adultos ("maduros") não é incoerente com uma Terra antiga, porque não haviam cientistas para analisar aquele primeiro casal, e provavelmente Adão e Eva sabiam perfeitamente como haviam sido criados - não foram enganados).
Agora, sim - tapo a minha boca!!!
Abraços...
Pr Nicodemus,
ResponderConsidero muito pertinente o assunto postado, pois de certa forma tem sido uma discusão sem concenso nas igrejas. Tem sido muito comum pessoas adotarem o criacionismo, mas rejeitam a idade recente da terra, outros adotam o criacionismo seguido de uma macro evolução.
Tenho assistido algumas palestras do Prof Adauto Lourenço,e lido alguns escritores criacionista da linha reformada, e estou convencido de que o relato Bíblico é verdadeiro, apesar de amigos de seminário não concordarem.
Forte Abraço.
Fábio,
ResponderNão precisava tapar a boca, e se eu fui rude com você, apresento minhas desculpas.
Agora, seu último comentário esquece que o ponto não é se cientistas podem ou não aferir a idade de Adão logo após ter sido criado, mas se Deus seria desonesto criando coisas já maduras, desenvolvidas.
Um abraço!
A bíblia (que é a palavra de Deus) nos ensina sobre o processo de criação da terra e do homem por Deus. No entanto, resta-me uma questão: Aquela linguagem pode ser figurada, não no sentido de que aquilo não ocorreu. Mas no sentido de que Deus criou a terra e o homem literalmente, no entanto, o autor divinamente inspirado, o expõe de acordo com o seu conhecimento e cultura.
ResponderLogo, todo aquele relato é verdadeiro, é verdade. De fato Deus criou a terra e o homem a sua imagem e semelhança. E isso foi passado com uma linguagem própria do autor da época..
Um exemplo para facilitar: pede para uma criança descrever o que é um carro?
Agora pede para um engenheiro?
Ambos sabem como funciona, que ele anda, o que é um carro, mas descrevem de maneira diferente.
Outro exemplo, um jogador de bilhar sabe como colocar a bola dentro da caçapa e te explica isso, no entanto, existe uma complexa dinâmica que leva a bola para aquele lugar.
Nicodemus o que vc acha disso?
Pararelo: Os discipulos viram o Cristo ressucitado. Um homem do século 1o. saberia diferenciar o que era uma lenda criada e o que foi verdadeiro. Por conseguinte, os discipulos tinham ciência da ressurreição, ele saberia diferenciar isso. Logo, o relato é verdadeiro e de fato ocorreu.
O que vcs acham?
Abraços
JP
Oi
ResponderEu me divirto com este debate, principalmente as faíscas que tem saído entre o reverendo e o nominado Fábio. Não pude deixar de rir lendo os comentários de ambos.
Por favor não tapem a boca...
Outro comentário...
É bom não esquecer que "E disse Deus: Produza a terra alma vivente..." e também "E disse Deus: Produzam as águas... alma vivente..."
E a Bíblia continua sendo a Palavra de Deus e Deus continua sendo o supremo criador... mas quem produziu exatamente, me parece ter sido a água e a terra...
Não me entendam mal.
Sou criacionista e como disse um outro senhor estes dias, um quase calvinista (se bem que não é fácil sê-lo).
Um grande abraço
É ilógico afirmar que Deus teria sido desonesto ao criar o universo com aparência antiga. Primeiro, porque Ele não escondeu isso - a não ser que não creiamos no relato da Bíblia.
ResponderSegundo, são os pressupostos do homem que estão errados. Deus tendo criado as coisas com uma determinada aparência, submeteu-as às leis naturais a partir daquele momento e então elas passaram a envelhecer segundo essas leis. Nós vemos essas leis e assumimos que elas eram válidas antes mesmo da criação. Mas com que base assumimos isso?
Eu tava com saudades dos seus posts.
ResponderCreio que muitos de nós já passamos por um diálogo desses. Eu mesmo já tive interlocutores por E-mail, por mensagens instantâneas ou por telefonemas.
É um diálogo muito interessante, creio que até deveria ser estimulado de vez em qaundo.
Rev. João d'Eça
JP,
ResponderAcho que você tocou no ponto central. Às vezes as pessoas usam o argumento da linguagem não-científica para negar a factualidade dos eventos descritos. Uma coisa pode ter realmente acontecido como descrito mesmo que o acontecimento não tenha sido vazado em linguagem técnica.
Oliveira,
No relato da criação encontramos alguns pontos em que a atividade criadora de Deus realizou-se a partir de material já existente, como são os dois casos que você mencionou. Eu ainda acrescentaria a criação de Adão, feito a partir do pó da terra, e de Eva, feita a partir de Adão. Sei que você não está inferindo isso, mas em nenhum desses casos o que foi criado através de meios deixa de ser obra das mão de Deus. E antes que alguém diga, "a-há! quem sabe não temos aqui uma descrição figurada da evolução, o que não deixa de revelar a autoria divina?", lembro que esbarramos no problema da interpretação do "dia" que tem uma tarde e uma manhã.
Fearless e Eça,
Obrigado pelos comentários!
Abraços a todos.
Nobre reverendo
ResponderEu li o texto que sugeriu...
http://www.bible.org/page.php?page_id=4649
... e fiquei triste e contente. Mais triste.
Eu sempre preferi entender a genealogia como real e sem intervalos.
Sabia da genealogia seletiva, mas achava que era uma opinião. Mas o autor do artigo lido prova a possibilidade, baseado em Mateus.
Triste porque colocou em xeque com uma série de divagações sobre o Gênesis que eu tinha.
Feliz porque de qualquer forma é bom sair da ignorância.
Mas lá me vem esta leitura com outro problema...
O que fazer das três séries de quatorze gerações? Afinal fica claro que não eram quatorze...?!
Matheus se enganou?
Sugestão: Grave (o som) das aulas da escola dominical que o senhor ministra, e disponibilize gratuitamente no blog ou em outro local que eu possa baixar.
Muito grato pelas lições
Que Deus o mantenha bem seguro debaixo das Suas mãos.
Saudações cordiais
Rev Nicodemus.
ResponderO que eu não entendo é: qual a importancia disso????
Na minha leiga opinião, assim como é possivel ser em 6 mil anos, é possivel ser em 6 bilhões.
Eu prefiro não afirmar nada, realmente fico em cima do muro, principalmente pq não muda em nada na minha opinião.
Creio na criação, creio na biblia como palavra inerrante de Deus, creio no Genesis, creio na queda, assim como creio q as colocações socráticas do pastor em questão, o inverso tbm pode ser verdadeiro.
O problema é o cientista afirmar que não pode ser dessa forma.
O fato pra mim é que Deus criou, mas COMO criou vc poderia me falar sobre a importancia de se estabelecer isso?? É necessário se definir o COMO?
Acho muito mais fácil quando me perguntam, dizer EU NÃO SEI como foi criado, sei apenas que Deus criou, pode ter sido literalmente ou apenas uma descrição compreensiva para os homens.
Assim como o cientista disse, talvez me coloquem como herege, chega a esse ponto??
Obrigado se puder responder.
Fernando
Prezado Rev. Augustus
ResponderMuito bom perceber que o debate entre diferentes correntes criacionistas começa a chegar às Igrejas e que começamos a entender que, como entre amilenistas, pré e pós-milenistas, pode existir um debate construtivo e saudável entre cristãos genuínos. Nem todo criacionista é YEC (Young Earth Creationist) e sim, pode-se acreditar que a Terra tem bilhões de anos e que a Bíblia é inerrante, não existe contradição.
O link mais conhecido dos OEC’s (Old Earth Creationists) é o http://www.answersincreation.org, sugiro a leitura aos irmãos que freqüentam o blog.
Sobre o Omphalos, é interessante ver como 150 anos depois, ainda estamos andando em círculos – a engenhosa teoria de Gosse parece ter encontrado um outro contra-argumento notável, esse de que Deus não poderia “mentir” ao criar uma Terra jovem com aparência de velha, e o assunto parece ter se esgotado por aí.
Grande abraço
Osvaldo Pimentel Filho
IP Vila Mariana/SP
Fernando,
ResponderRealmente, parece que você deixou de "pegar" o ponto central da discussão e da importância do que estava envolvido.
Primeiro, o foco da conversa não era a idade da terra, mas a linguagem da Bíblia. O que estamos discutindo não é se a terra tem 6 mil anos ou 6 milhões, mas a natureza da linguagem de Gênesis, se os capítulos 1-3 descrevem fatos que aconteceram conforme descritos, ou se são uma linguagem figurada, mitológica, portanto não descritiva e não factual.
Em segundo lugar, ninguém foi chamado de herege nesse diálogo, muito ao contrário. Acho que não é por ai...
Terceiro, você considera importante se realmente Adão foi uma pessoa real, um homem de verdade, que foi criado já adulto, com liberdade de escolha, consciência, responsabilidade moral? Acha que isso é importante? Acha importante que realmente houve um momento histórico, no tempo e no espaço, em que ele e sua mulher desobedeceram a Deus, tomando do fruto? Acha relevante que Deus submeteu Adão e sua descendência à culpa e castigo?
Ou para você tanto faz se Adão na verdade era um hominídeo, resultado de milhões de anos de evolução, que num certo momento adquiriu consciência moral e se tornou um homem, sendo esse o clímax do seu processo evolutivo?
Se você não consegue perceber a diferença entre essas duas coisas e a importância delas para o restante do ensino da Bíblia, especialmente do ensino do Novo Testamento sobre a doutrina do pecado, da justificação, da união com Cristo e da ressurreição, então eu receio que nós dois teremos de começar a discussão pelos conceitos mais fundamentais do Evangelho...
Um abraço!
Oliveira,
ResponderObrigado pelas sugestões. Vamos continuar a estudar essas questões!
Abraços!
Rev Nicodemus
ResponderA questão não é essa.
Sei que não chamaram de herege no texto, o que eu disse, foi pelas colocações que vejo por aí. Percebe-se q o cientista imaginava já q seria chamado de herege, exatamente pq isso é corriqueiro? Apesar de o pastor não o ter chamado, o cientista esperava isso.
Não precisamos ir aos pontos fundamentais do evangelho, creio em Adão e Eva e creio na queda como disse.
Acho importante que Adão fosse um homem, não sou evolucionista.
A questão pra mim é:
Genesis 1-2 ser uma descrição para compreensão da criação apenas em q muda no evangelho???
Prefiro resumir da seguinte forma: Creio que Deus criou tudo, inclusive o homem. O homem pecou e se desligou de Deus.
Vou tentar responder vossas perguntas:
"Terceiro, você considera importante se realmente Adão foi uma pessoa real, um homem de verdade, que foi criado já adulto, com liberdade de escolha, consciência, responsabilidade moral? "
SIM ACHO
"Acha que isso é importante?"
SIM ACHO
"Acha importante que realmente houve um momento histórico, no tempo e no espaço, em que ele e sua mulher desobedeceram a Deus, tomando do fruto?"
SIM ACHO
"Acha relevante que Deus submeteu Adão e sua descendência à culpa e castigo?"
SIM ACHO
Mas não acho importante por exemplo definir que:
1-A desobediencia foi através de um fruto ou foi o modo de contar uma desobediencia??? Pra mim não importa, o q importa é q desobedeceu.
2-Que a descrição da criação do universo, da terra e dos animais não é falada COMO foi criada, apenas é dito que foi criado.
O único ser que é descrito COMO feito pelas mãos de Deus, vindo barro é o homem.
Que eu me lembre pelo menos o homem é o unico que é descrito COMO, se eu estiver errado me corrija.
Mas como eu disse, não afirmo como o cientista que acho impossível o que vcs estão dizendo. Sei que Deus tem poder pra isso, mas acho que pode ser um, como o outro e não vejo a implicação disso no evangelho se concebo um homem criado e caído pelo pecado em Adão.
De antemão deixo claro que o admiro muito e talvez seja difícil as colocações por aqui já que é um meio de ocmunicação um pouco limitado pra eu expor como acredito que possa ser, já que não sou evolucionista.
Abraços e ainda por cima Reformado :-)
Caro Rev. Nicodemus,
ResponderCreio na Eleição e na Soberania de Deus (não a soberania fajuta que diz: Deus quer, mas não pode até que eu queira), e por isso, pergunto:
1. Darwin e os evolucionistas, tanto ateístas como teístas, não cumprem o papel estabelecido por Deus de “excluir” aqueles que o Pai destinou (ou abandonou) à condenação? No sentido de que uma crença errada em Deus, ou em outro “deus” os mantenham afastados da Verdade, o Senhor Jesus Cristo?
2. O Cientista não leva a efeito o papel de, como um bom ilusionista, fazer-nos crer no que ele mesmo não acredita? Ao misturar Deus e a Bíblia a conceitos humanos não teria apenas o intuito de confundir?
3. Questionamentos à Palavra, ainda que sinceros, são reverentes?
4. Não há o desejo intrínseco de que nós, cristãos, sejamos aceitos pelos acadêmicos, talvez para que a nossa crença não seja visualizada como uma manifestação intelectualmente ridícula, subdesenvolvida, ultrapassada, nada distante da ignorância e das trevas culturais a que o homem “se deixou” entregar no passado? E essa aquiescência é o que precisamos para crer, digamos, com mais fé? Isso não seria negar a Cristo?
5. Pregar a Jesus Cristo crucificado como Paulo afirmou (e Paulo não era um ignorante), não é a melhor forma dos intelectuais terem contato com a Verdade? Ainda que a Verdade os condene?
Quanto às mensagens/palestras do Rev. Nicodemus, algumas podem ser ouvidas/baixadas no site www.monergismo.com
Abraços.
Jorge Fernandes Silva
dosty@oi.com.br
Gostaria de que alguém me explicasse uma coisa: se os fóoseis que encontramos hoje são de espécies extintas no dilúvio, por que a maioria deles são de espécies que viviam no mar?
Responderdesculpe usar esse espaço pra tirar uma dúvida.principalmente pq nao tem nada a ver com o assunto acima.mas é que queria ouvir sua opnião sobre algo que ouvi de um missionário que deu aula na minha classe de escola dominical.baseado em Lc 12:35-48 e I Co 3:10-15 ele diz que na segunda vinda de Jesus,alguns crentes serão açoitados apesar de irem para o céu.achei um absurdo porque nao vejo os textos assim.discordei mas acho que todos foram com ele,visto que ele tem formação na inglaterra.meu email é:limasodre@bol.com.br
Respondersei que o senhor é uma pessoa muito ocupada e não sei quando irás ler isso daqui e se poderás me responder, mesmo que seja uma resposta bem curta.enfim,desculpe qualquer coisa.um abraço
Caro Jorge
ResponderObrigado pela dica.
Na realidade as mensagens de áudio do reverendo que lá estavam eu já tinha ouvido todas.
Vou dar uma olhada para ver se tem outras novas postadas.
Um abraço
Fernando,
ResponderO fato de que você vê por ai pessoas chamando outras de hereges não é base para pensar que o mesmo ocorreria aqui nesse blog, correto? Não, não é corriqueiro considerar heréticos criacionistas da terra velha.
Fico feliz que você crê em Adão e Eva, e que, portanto, lê Gênesis 2 e 3 como descrições fiéis dos fatos ocorridos, embora, obviamente, essas descrições não nos dêm todos os detalhes.
Você pergunta em que uma leitura de Gênesis 1-2 como sendo apenas uma descrição para compreensão da criação altera o Evangelho. O problema todo -- e é esse o ponto do meu diáologo com o cientista -- é que se Gênesis 1-2 é figurado, se os dias são figurados, se a seqüência é figurada, se realmente não aconteceu como está escrito, não deveríamos ler Gênesis 2-3 da mesma forma? Eu nunca entrei na discussão propriamente dita da idade da terra, mas estava mostrando ao cientista que não podemos ler a criação do mundo (Gênesis 1) figuradamente e em seguida ler o relato da criação do homem e da queda literalmente (Gênesis 2-3).
Um abraço e obrigado pelas palavras de apoio e incentivo!
Jorge,
ResponderVocê faz uma série de perguntas difíceis de responder. Algumas delas dependem de um conhecimento da mente de Deus que não nos está disponível, e outras do conhecimento das intenções dos corações humanos, conhecimento esse igualmente indisponível para nós. De qualquer forma, vou tentar responder item a item:
1) Existem textos da Bíblia que claramente ensinam que Deus manda a operação do erro para aqueles que rejeitam o amor da verdade para serem salvos. Leia 2Tessalonicenses 2:10-12. Nesse sentido, é possível ver o Darwinismo ateísta como um dos erros que levam as pessoas para longe do conhecimento de Deus.
2) Conheço o cientista, e não creio que a intenção dele seja confundir e enganar. Ele é um querido irmão em Cristo e como nós, aceita a autoridade das Escrituras -- todavia, está no meio de uma luta para harmonizar ciência e Escritura, luta essa que todos nós temos.
3) Não devemos questionar a veracidade e a autoridade da Palavra de Deus -- seria irreverente. Mas podemos honesta e reverentemente indagar qual o sentido da Palavra, o que Deus deseja nos dizer. Nem sempre as Escrituras são claras, como o próprio Pedro reconheceu com relação aos escritos de Paulo, leia 2Pedro 3:15-16.
4) Concordo inteiramente. Toda vez que negociamos os princípios da Palavra de Deus com o objetivo de nos tornarmos academicamente respeitáveis e ganhar a aprovação humana, estamos negando a Cristo.
5) Entendo o que você quer dizer, mas eu acho que a apologética tem lugar ao lado da evangelização e da proclamação da cruz.
Abraços!
Osvaldo,
ResponderEstou de acordo com a natureza construtiva e proveitosa do debate entre criacionistas. Reconheço que existem criacionistas que acreditam que a terra tem bilhões de anos e não duvido da integridade da fé deles, apesar de ainda questionar a coerência do tipo de leitura que fazem de Gênesis 1 a 3. Obrigado pela dica do site desses irmãos em Cristo.
De fato, a teoria de Gosse defendida em 1857 no livro "Creation" (Omphalos) não deixa de ter seus aderentes ainda hoje entre cientistas criacionistas que acreditam que a terra é jovem. A tese dele é que para ser funcional, a terra já teria de ter sido criada com montanhas, vales e rios. Da mesma forma, Adão teria sido criado com cabelos já crescidos e unhas já crescidas. A conclusão é que não temos como calcular com exatidão a idade da terra a partir do exame das coisas que existem. O mesmo argumento tem sido usado quanto à medir a idade do universo a partir do deslocamento da luz. Sou propenso a essa teoria, pois acho o argumento da "desonestidade" de Deus muito fraco e sujeito a contrargumentação convincente. Mas, ainda estou aberto para aprender.
Um abraço!
Anônimo,
ResponderApesar de anônimo, você foi educado e parece sincero. Vamos à sua pergunta.
Você questiona "se os fóoseis que encontramos hoje são de espécies extintas no dilúvio, por que a maioria deles são de espécies que viviam no mar?".
Bom, eu não acredito que todos os fósseis são de espécies extintas no dilúvio. A extinção desses animais ainda se encontra envolta em mistério, embora eu creia que uma parte deles, sim, morreu naquela época. Você está correto quanto ao fato da maioria ser de espécies que viviam no mar. Não sei lhe dar uma resposta exata, mas dê uma olhada nesses sites:
http://origins.swau.edu/papers/dinos/paleo/indexp.html
http://www.scb.org.br/
http://dialogue.adventist.org/articles/13_1_steger_p.htm
http://www.scb.org.br/pergresp/diluvio.htm
Ainda há muitas perguntas não respondidas quanto ao registro fóssil, inclusive relacionadas com o dilúvio. Nossa fé se baseia primariamente na revelação de Deus, a Escritura Sagrada.
Por favor, eu gostaria de que alguém me explicasse o seguinte: se a Terra não é tão antiga quanto dizem os cientistas, mas tem apenas alguns milênios de existência, como se explica o petróleo, sobre o qual se fundamenta o nosso mundo moderno, fruto da decomposição dos fósseis dos dinossauros ao longo de centenas de milhões de anos?
ResponderP.S.: A propósito, sabe-se o tempo necessário para a formação das jazidas de petróleo pela velocidade de ação das bactérias e pela concentração de carbono que existe nele.
Abraços!
Máximo Igor,
ResponderApenas uma correção, embora eu não seja cientista e embora o post tenha sido sobre a linguagem de Gênesis.
Pelo que eu sei, há uma parte dos geólogos que acredita que o petróleo tenha se formado a partir de substâncias orgânicas, como detritos orgânicos. Com isso eles não querem dizer necessária e exclusivamente fósseis de dinossauros, mas zooplâncton pre- histórico, algas acomodadas no fundo dos lagos, plantas, etc.
Há várias outras teorias, inclusive uma chamada teoria abiogênica, que defende que o petróleo provém de hidrocarbonos de origem puramente geológica, tendo sido posteriormente contaminado por organismos vivos.
Portanto, nao é um assunto que seja unânime. Pelo jeito, há pouca coisa que seja realmente conhecida e aceita por todos nessa área!
Pelo que eu sei, os defensores da terra relativamente jovem usariam o mesmo argumento que usam para outras coisas na terra que parecem ter milhões e milhões de anos, que é a teoria de Deus já ter criado uma terra funcional, com tudo nela, da mesma forma que teria criado Adão com as unhas e cabelos já crescidos.
Um abraço.