Tornou-se comum evangélicos acusarem de falta de amor outros evangélicos que tomam posicionamentos firmes em questões éticas, doutrinárias e práticas. A discussão, o confronto e a exposição das posições de outros são consideradas como falta de amor.
Essa acusação reflete o sentimento pluralista e relativista que permeia a mentalidade evangélica de hoje e que considera todo confronto teológico como ofensivo. Nossa época perdeu a virilidade teológica. Vivemos dias de frouxidão, onde proliferam os que tremem em frêmito diante de uma peleja teológica de maior monta, e saem gritando histéricos, "linchamento, linchamento"!
Pergunto-me se a Reforma protestante teria acontecido se Lutero e os demais companheiros pensassem dessa forma.
É possível que no calor de uma argumentação, durante um debate, saiam palavras ou frases que poderiam ter sido ditas ou escritas de uma outra forma. Aprendi com meu mentor espiritual, Pr. Francisco Leonardo Schalkwijk, que a sabedoria reside em conhecer “o tempo e o modo” de dizer as coisas (Eclesiastes 8.5). Todos nós já experimentamos a frustração de descobrir que nem sempre conseguimos dizer as coisas da melhor maneira.
Todavia, não posso aceitar que seja falta de amor confrontar irmãos que entendemos não estarem andando na verdade, assim como Paulo confrontou Pedro, quando este deixou de andar de acordo com a verdade do Evangelho (Gálatas 2:11). Muitos vão dizer que essa atitude é arrogante e que ninguém é dono da verdade. Outros, contudo, entenderão que faz parte do chamamento bíblico examinar todas as coisas, reter o que é bom e rejeitar o que for falso, errado e injusto.
Considerar como falta de amor o discordar dos erros de alguém é desconhecer a natureza do amor bíblico. Amor e verdade andam juntos. Oséias reclamou que não havia nem amor nem verdade nos habitantes da terra em sua época (Oséias 4.1). Paulo pediu que os efésios seguissem a verdade em amor (Efésios 4.15) e aos tessalonicenses denunciou os que não recebiam o amor da verdade para serem salvos (2Tessalonicenses 2.10). Pedro afirma que a obediência à verdade purifica a alma e leva ao amor não fingido (1Pedro 1.22). João deseja que a verdade e o amor do Pai estejam com seus leitores (2João 3). Querer que a verdade predomine e lutar por isso não pode ser confundido com falta de amor para com os que ensinam o erro.
Apelar para o amor sempre encontra eco no coração dos evangélicos, mas falar de amor não é garantia de espiritualidade e de verdade. Tem quem se gabe de amar e que não leva uma vida reta diante de Deus. O profeta Ezequiel enfrentou um grupo desses. “... com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro” (Ezequiel 33.31). O que ocorre é que às vezes a ênfase ao amor é simplesmente uma capa para acobertar uma conduta imoral ou irregular diante de Deus. Paulo criticou isso nos crentes de Corinto, que se gabavam de ser uma igreja espiritual, amorosa, ao mesmo tempo em que toleravam imoralidades em seu meio. “... contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Não é boa a vossa jactância...” (1Co 5.2,6). Tratava-se de um jovem “incluído” que dormia com sua madrasta. O discurso das igrejas que hoje toleram todo tipo de conduta irregular em seus membros é exatamente esse, de que são igrejas amorosas, que não condenam nem excluem ninguém.
Ninguém na Bíblia falou mais de amor do que o apóstolo João, conhecido por esse motivo como o “apóstolo do amor” (a figura ao lado é uma representação antiquíssima de João) Ele disse que amava os crentes “na verdade” (2João 1; 3João 1), isto é, porque eles andavam na verdade. "Verdade" nas cartas de João tem um componente teológico e doutrinário. É o Evangelho em sua plenitude. João ama seus leitores porque eles, junto com o apóstolo, conhecem a verdade e andam nela. A verdade é a base do verdadeiro amor cristão. Nós amamos os irmãos porque professamos a mesma verdade sobre Deus e Cristo. Todavia, eis o que o apóstolo do amor proferiu contra mestres e líderes evangélicos que haviam se desviado do caminho da verdade:
- “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1Jo 2.19).
- “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2.22).
- “Aquele que pratica o pecado procede do diabo” (1Jo 3.8).
- “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo” (1Jo 3.10).
- “todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo” (1Jo 4.3).
- “... muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo... Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus... Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más” (2Jo 7-1).
Poderíamos acusar João de falta de amor pela firmeza com que ele resiste ao erro teológico?
O amor que é cobrado pelos evangélicos sentimentalistas acaba se tornando a postura de quem não tem convicções. O amor bíblico disciplina, corrige, repreende, diz a verdade. E quando se vê diante do erro seguido de arrependimento e da contrição, perdoa, esquece, tolera, suporta. O Senhor Jesus, ao perdoar a mulher adúltera, acrescentou “vai e não peques mais”. O amor perdoa, mas cobra retidão. O Senhor pediu ao Pai que perdoasse seus algozes, que não sabiam o que faziam; todavia, durante a semana que antecedeu seu martírio não deixou de censurá-los, chamando-os de hipócritas, raça de víboras e filhos do inferno. Essa separação entre amor e verdade feita por alguns evangélicos torna o amor num mero sentimentalismo vazio.
O amor, segundo Paulo, “é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Coríntios 13.4-7). Percebe-se que Paulo não está falando de um sentimento geral de inclusão e tolerância, mas de uma atitude decisiva em favor da verdade, do bem e da retidão. Não é de admirar que o autor desse "hino ao amor" pronunciou um anátema aos que pregam outro Evangelho (Gálatas 1). Destaco da descrição de Paulo a frase “O amor regozija-se com a verdade” (1Coríntios 13.6b). A idéia de “aprovar” está presente na frase. O amor aprova alegremente a verdade. Ele se regozija quando a verdade de Deus triunfa, quando Cristo está sendo glorificado e a igreja edificada.
Portanto, o amor cobrado pelos que se ofendem com a defesa da fé, a exposição do erro e o confronto da inverdade não é o amor bíblico. Falta de amor para com as pessoas seria deixar que elas continuassem a ser enganadas sem ao menos tentar mostrar o outro lado da questão.
sábado, setembro 01, 2007
Falta de Amor?
Postado por Augustus Nicodemus Lopes.
Sobre os autores:
Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.
O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.
O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.
54 comentários
comentáriosOlá Augustus Nicodemos!
ResponderGraça e Paz!
Nada a acrescentar no seu post !
Concordo plenamente!
Acredito que essa manifestação de ojeriza pela doutrina e combate às heresias, já são sintomas do quanto o teísmo aberto e a teologia relacional estão afetando nosso povo.
No espaço virtual da blogosfera evangélica, a amostragem está muito clara, do alto grau de proporcionalidade do problema.
Não se pode falar nada, que automaticamente surgem os fãs e os advogados de plantão.
Que Deus tenha misericórdia de nós!
Caro Dr Nicodemus
ResponderSei que mais do que eu o senhor tem recebido críticas ferrenhas e porque não dizer "desamorosas" dos que "em nome do amor" defendem que não nos posicionemos contra o erro. Daí lembro duma declaração do John MacArthur: "a heresia vem montada nos lombos da tolerância."
Alguns dias atrás postei um artigo [http://doutrinacalvinista.blogspot.com/2007/07/por-amor-da-verdade-julgue.html] nesta mesma direção. Entretanto, recebi alguns e-mails além dos coments que me deixaram realmente triste, em constatar o quanto o evangelicalismo brasileiro está doente. Tanto contaminado pelo relativismo, como confuso pela ignorância bíblica.
Clamo ao nosso misericordioso Deus, que levante mais servos comprometidos com a Sua Palavra, que falem com amor, mas não com menor zelo e firmeza, àqueles que são rebanho de Cristo.
Em Cristo
Pastor Augusto, excelente post, muito autal e bem colocado, ainda ontem conversava com um grande amigo que é Pastor de Jovens em uma igreja no Sudeste brasileiro e ele se queixava por ter seu ministério restringido pelo pastor títular, que, por exemplo, não o deixa exortar dois garotos com trejeitos homossexuais que são parte da igreja e do grupo de jovens, tudo o que o meu amigo quer, é exortar em AMOR, e oferecer ajuda a estes dois jovens, mas parece que por ambição, disfarçada de amor, o pastor títular não o deixa ter tal atitude. Obrigado por seu post e por seu ministério.
ResponderPastor Filipe Niel
Como bem o disseste, há modos e modos de se dizer coisas.
ResponderEstes, inclusive, denotam sentimentos, não só idéias.
Necessário lembrar também que a "mensagem está com quem ouve, não com quem fala".
Portanto "a exposição do erro e o confronto da inverdade" podem, sim, magoar - não ofender - como se feitos sem amor.
Caro Ewerton,
ResponderPois é, parabéns pela postagem em seu blog sobre o mesmo assunto. As reações desse tipo que você mencionou são esperadas.
Rubinho,
Há controvérsia se realmente “a mensagem está com quem ouve.” Esse conceito gadameriano é rejeitado, por exemplo, por E. D. Hirsch, de Oxford (esse nem evangélico é) e pelos evangélicos em geral que consideram a Bíblia como a autoritativa Palavra de Deus. A mensagem é de quem fala, e ela continua verdadeira independente da reação de quem a ouve.
Um abraço.
Ola Pastor Nicodemus, este seu post é o que está acontecendo nas Igrejas Evangélicas e por isso temos um crescimento superficial e com uma frouxidão espiritual na maioria das Igrejas Evangelicas, eu vejo pastores com medo de confrontarem membros pois com isso poderá perder arrecadação de dizimo, ou popularidade entre os membros, parabens pelo seu post
ResponderAugustus,esse post foi muito útil para mim. Algumas vezes quero expressar minha discordância com os absurdos teológicos que ouço, mas refreio minha intenção. Isso porque parece não haver mais espaço ou permissão para se expressar a fé conforme os ensinos apostólicos.Tudo é relativo hoje. Mas ser cristão não é. Se confrontamos com os ensinos de Cristo as mazelas teológicas ditas por aí, nos chamam de reacionários. Se respeitar os princípios de Jesus for reacionário...eu sou. E quero o direito de ser. Afinal, se não conservamos os ensinos de Jesus, de que vale o cristianismo? Mas, muitos preferem conservar as doutrinas de homens.
ResponderMais estudo das Escrituras, mais oração e dobrada humildade!
Um abraço.
Augustus, vou remeter para este post todo mundo que me escreve falando de "falta de amor"! :-)
ResponderO mais engraçado é que quem escreve com essa acusação geralmente usa uma linguagem que, em uma primeira leitura, parece respeitosa; mas, quando analisamos atentamente o que a pessoa escreveu, é fácil entender os vários insultos velados ali. A pessoa se vê tão "amorosa" que sequer enxerga como um insulto velado pode ser muito pior que uma argumentação direta. Trata-se de um formalismo um tanto hipócrita. Por exemplo: com uma linguagem melíflua, usam as palavrinhas de praxe "fundamentalista", "calvinista" e tal. Convém repensar se essa é realmente uma atitude de "amor".
Além disso, o argumento da falta de amor é irrefutável. O que se dirá em resposta: "Ah não, eu tenho amor sim." Não tem sentido. Pois é mais fácil desviar a atenção do problema teológico para o problema pessoal de quem o enuncia. Isso é desonesto! Mas quem se acha "amoroso" não atenta para essa desonestidade.
Agora, mesmo que for bem-intencionado, o sujeito que responde a nossos argumentos teológicos com a acusação "falta de amor" está imbuído de uma confusa fusão entre esses dois preconceitos, que são lugar-comum moderno:
- Não está acostumado com textos mais consistentes argumentativamente. Toda argumentação é um confronto de idéias, e o sujeito tem horror a qualquer confronto.
- O sujeito perdeu a noção bíblica da verdade e se acomodou ao mundo com relação à cultura "inclusiva" politicamente correta. Confunde isso com cristianismo e não se importa com a doutrina.
Digo isso com o maior amor do mundo. :-) Todo cristão é tentado a cair nessas armadilhas modernas. Quem já passou por isso tem a obrigação de alertar outros - e é precisamente o que fazemos.
Que parem então de ver "falta de amor" no que escrevemos e comecem a ler de fato O QUE escrevemos. Se não agradar, que sejamos refutados - mas com argumentos, não com acusações de natureza pessoal. Que deixem o julgamento do amor com Deus.
E, a quem insistir demais, passarei a dizer ironicamente: "Acusar de falta de amor é falta de amor." :-D
Rev. Augustus.
ResponderSeu post vem em boa hora.
Lamento muito ter que ouvir a acusação de falta de amor por realizar uma obra que é caracterizada justamente pelo oposto. A defesa da fé exige AMOR e caráter cristãos. Fico imaginando como o ministério de Jesus seria encarado pelo evangelicalismo atual. Será que Ele também seria acusado de "falta de amor"?
O irônico é que esses que nos acusam nos caricaturam covardemente (sem chances de defesa), nos enquadrando em sistemas teológicos a que não pertencemos como "ultra-calvinistas", por exemplo. Fazem isso sem definir os termos e sem avaliar de maneira justa o nosso método teológicos.
Concordo com Michael S. Horton (em Teísmo Aberto, Ed. Vida), quando fala sobre essa mesma atitude dos defensores do Teísmo Aberto (Pinnock, em especial): "Isso é intimidação, e não argumentação [...] é teologia por compaixão, e está abaixo de teólogos da estatura de Pinnock". Quem sabe de alguns tupiniquins também...
Augustus,
Respondercreio ser a mesma lógica da acusação de que os conservadores são arrogantes em suas convicções e os liberais ou os "mais abertos" são humildes por causa da dúvida, essa afirmação de que os conservadores corrigem sem amor.
E a Norma foi no ponto: quem acusa está com o dedo indicador apontado e três voltado para si mesmo. Quem acusa sofre do mesmo problema o qual está se referindo. É o exemplo de algumas postagens malcriadas que alguns blogs recebem (algumas das quais não são nem dignas de publicação).
Deus te abençoe sempre,
Juan
Mais um excelente post, Rev. Augustus! Sou muito fã deste blog!
ResponderGosto sempre de citar esta frase de Charles H. Spurgeon (tido como fundamentalista...): Nunca escondamos nossa bandeira!... Nós, que tivemos o evangelho passado pelas mãos de mártires, não ousemos brincar com ele como se não tivesse tanto valor; nem toleremos que seja negado por traidores que fingem amá-lo, mas internamente aborrecem cada uma das suas linhas... Eu vos imploro-ordeno-incumbo (não apenas pela honra e exemplo dos vossos ancestrais, mas também pelo futuro de vossa prosperidade) que vos esforceis para ganhar o elogio do vosso Mestre, e que, embora habiteis onde está o assento de Satanás, segureis bem firme o nome do vosso Senhor e não negueis a sua fé.
Mas é triste constatar que as igrejas que dizem não a este "circo teológico" são as que menos crescem e as que menos têm membros...
Abraços!
Ol� Nicodemus..
ResponderAgir com "maior enf�se" e o "amor" n�o est�o separados. Ora, basta ver a rela�o de pais e filhos. Concordo plenamente contigo Nicodemus.
No entanto, existem muitas maneiras de se tomar essa atitude enf�tica. � poss�vel repreender, sem, no entanto, passar do limites. O que eu quero dizer � que n�o h� necessidade de corrigir o filho espancando, dando socos e tirando sangue.
J� vi alguns casos onde pastores, te�logos ou conselheiros de fato passaram dos limites.
A pessoa age energicamente n�o por amor, mas para manter a ordem e a s� doutrina, por si s�.
Quando o posicionamento � firme, duro, dif�cil, mas por amor, estamos seguindo o exemplo de Cristo. Agora quando tudo isso � utilizado para fins ideol�gicos ou para simplesmente aplicar um regra em si s� acho que n�o � o recomendado.
Por exemplo, a pessoa pisou na bola. Agir com amor, � chamar, destacar o erro, fazer com que a pessoa reflita sobre o que fez, apontar quais s�o as consequencias do ato, explicar o porqu� de estar errada.
Agora em determinadas situa�es, julgam a pessoa, repreender arduamente, espalham para a comunidade toda � bastante complicado.
J� ocorreram casos em que o pastor salientou que era melhor a pessoa ter ficado gr�vida do que cometer tal infra�o (essa infra�o era contra a doutrina reformada da igreja).
Nicodemus, minha pergunta nessa perspectiva, seria:
Como cobrar a retid�o, ap�s o perd�o, sem passar dos limites? Como cobrar a retid�o, sem ultrapassar o limiar do amor, e desloc�-la para uma simples quest�o pessoal e meramente moralista?
Ser� que o pastor pode confundir esse status de corre�o e pegar pesado?
Como evitar isso? Ser� que todos os pastores ou presb�teros est�o preparados para isso?
Abra�os
JP
Caro Rev. Augustus:
ResponderSeu eu tiver a sua permissão, assino embaixo o seu comentário. É preciso, bíblico, verdadeiro e intelectualmente honesto.
A propósito, trascrevo aqui parte de uma postagem que fiz em comentário de Mauro Meister, neste blog, por corresponder integralmente ao que o reverendo acaba de expor:
"É muito fácil usar o amor como o 'grande guarda-chuva' para tolerar toda espécie de comportamento reprovável. Em nome do amor, pais deixam de impor limites aos filhos, a disciplina eclesiástica (no sentido preventivo ou corretivo, é óbvio!) fica esquecida nas prateleiras e as pessoas ficam liberadas para fazer o que bem entenderem.
"Em nome do amor, não mais se pode pregar contra o pecado, nem mesmo discordar de práticas impróprias para o ambiente cristão, familiar e social. Em nome do amor, tudo é permitido, nada condenado!
"Em nome do amor, muitas vozes se calam, para fingir não verem o perigo, enquanto o barco afunda, não ao som de 'Mais perto quero estar', mas sob o efeito alienante do refrão de mau gosto do sucesso sertanejo: "É o amor". É exatamente assim que se encontram muitos indivíduos, famílias e igrejas. Tudo em nome do amor!
"O amor bíblico - o verdadeiro - orrige, alerta, adverte, disciplina, aponta o caminho, estabelece limites, expõe o erro, e aí, sim, esforça-se para trazer a pessoa de volta ao propósito para o qual foi criada, se ela estiver disposta a reverter (ou arrepender-se, como diz a Bíblia) a sua rota. Se não, o amor permanecerá inalterado, mas o filho continuará pródigo comendo a comida dos porcos. Por sua decisão. Não pela falta do amor!
O amor não é compactuação com o que está errado, nem a negação da verdade. É a presença honesta da fé que, em amor (perdoe-me a redundância), põe-se à disposição do próximo para ajudá-lo a subir as escarpas do abismo em que se encontra. Não para permanecer lá!
"Amemos, mas continuemos com a nossa responsabilidade profética e co-beligerante contra o estado de coisas que aí está. Amemos, mas tenhamos claro que se as nossas bocas ficarem "humildemente" fechadas, o quadro fétido que domina o mundo ficará ainda pior, com a contribuição do nosso sal insípido e imprestável..."
Umm abraço
Qual a diferença nas duas frases abaixo...
Responder"Todavia, não posso aceitar que seja falta de amor confrontar irmãos que entendemos não estarem andando na verdade, ..."
e
"Todavia, não posso aceitar que seja falta de amor confrontar irmãos que não estão andando na verdade, ..."
Eu percebo toda diferença. A maioria expõe seus pensamento como na segunda frase. Ai mora o problema, pois nem tudo tem esta precisão. Não estou relativizando, estou dizendo que nem tudo que pensamos é argumento final para dizer a segunda frase para alguém. Outros casos sim.
Abraços
Caro anônimo:
ResponderA resposta você já deu, quando disse: "nem tudo que pensamos é argumento final para dizer a segunda frase para alguém. Outros casos sim".
Ou seja, você admite que há situações em que cabe o segunda frase.
No entanto, cabe ressaltar, o rev. Augustus fez uso da primeira frase em seu texto e, ainda assim, recebe muitos posts mal-criados.
Abraços.
Augustus, tomo a liberdade de responder ao Anônimo,
ResponderO "entendemos que" está implícito, pois sabemos que há sempre um sujeito falível por trás de toda afirmação desse tipo. Agora, quando a cobrança desse modo de sutileza formal toma o lugar da verdadeira argumentação, aí é hora de se preocupar. E é o que acontece, invariavelmente.
1- O anônimo expressou o que eu tentei dizer.
Responder2- Sobre se a msg está com quem ouve ou quem fala. Se há controvérsia, é porque ambas alternativas estão em jogo; não podem ser descartadas, certo?
3- A Bíblia é autoridade, fala, não importa a reação de quem a ouve. Sim. Mas quem prega a Palavra não tem essa autoridade, está sob o domínio da falibilidade, portanto sujeito a erro, não é?
4- Daí a validade do argumento do nosso caro anônimo...
Salvo engano.
Anônimo,
ResponderVocê tem razão. Tem coisas das quais temos que nos posicionar como sendo um entendimento nosso, algo que não temos como afirmar como certo. Veja o posto que coloquei aqui intitulado “Eu Não Sei”.
Todavia, como você mesmo disse, há coisas que podem ser afirmadas peremptoriamente, com certeza. Você está absolutamente correto.
Para mim, nessa categoria de coisas que podemos afirmar estão as verdades fundamentais do Evangelho, como por exemplo, a Trindade, a onisciência, onipotência, onipresença e soberania de Deus, a queda e depravação dos homens, a divindade de Cristo, a salvação pela graça, mediante a fé, a suficiência de Cristo, sua morte pelos pecadores, sua ressurreição literal dentre os mortos, etc., enfim, o que os credos e as confissões sempre afirmaram com certeza e clareza.
Meu ponto foi que não é falta de amor confrontar pessoas que estão foram das verdades do Evangelho.
Esse meu ponto foi para dar o outro lado dos que costumam acusar de falta de amor os que se posicionam firmemente contra inclusive quem defende posturas contrárias a esses pontos centrais.
Por fim, peço que se identifique da próxima vez.
Rubinho,
ResponderO fato de que uma alternativa está em jogo num debate não quer dizer que ela não pode ser descartada. Por exemplo, atualmente estamos debatendo com Dawkins (“Deus, um delírio”), porta voz do ateísmo que sustenta que Deus não existe. Será que deveríamos manter a alternativa da não existência de Deus como uma possibilidade, sem descartá-la? Talvez você consiga. Eu, não.
Você tem razão quando diz que a Bíblia é autoridade e que nós somos falíveis. Todavia, acredito, como as confissões reformadas afirmam, que quando o pregador está pregando com fidelidade a Palavra de Deus, sua pregação, no poder do Espírito, deve ser recebida com toda autoridade. Nossos sermões são sempre misturados, mas no que representam a verdade da Bíblia, são autoritativos.
Por exemplo, você acha que um cristão, em vez de afirmar, deveria dizer “acho que a salvação é através da morte de Cristo na cruz, mas não tenho certeza, estou apenas dando a minha opinião”. Ou então, “Acho que Deus existe, mas não afirmo isso taxativamente, já que ninguém pode ter certeza da verdade”? Eu não me vejo com essa tibieza, esse coxear entre dois pensamentos. Nem vejo os apóstolos e profetas dessa forma.
Volto ao ponto do meu post. Os autores bíblicos, cheios de amor, sempre clamaram para que a verdade prevaleça e sempre denunciaram os falsos mestres. Meu ponto é que não existe incompatibilidade entre amor e verdade.
Além disso, nossa palavra deve ser sim, sim, não, não; o que passar disso é do maligno. Quer instrução mais poderosa contra o relativismo moderno, que tem como dogma não tomar nada como verdade, mas manter tudo como possibilidade?
ResponderOu há outra forma de interpretar esse texto que desconheço?
Na França, um cartaz perto do bebedouro do refeitório na universidade trazia uma das melhores frases que já vi na vida, sem autoria. Dizia o seguinte:
"Verdade e amizade nos são igualmente caras. Mas, para nós, é um dever sagrado dar a preferência à verdade."
Que Deus diga isso a vocês de uma forma que eu e Augustus não estamos conseguindo dizer. É minha oração sincera.
Os algozes de Cristo não eram aquelas pessoas que pretendiam defnder a lei e a sã doutrina?
ResponderParabéns pelo texto,apesar do aparente sofismo.
Parabéns, Nicodemus, pela explanação sobre a "amizade" do amor com a verdade. É verdade mesmo, e expor essa verdade é verdadeiro amor. Já no primeiro século da era cristã, os falsos ensinos e falsos mestres eram denunciados. Em nome do amor, trucida-se a verdade há séculos! Por isso, é necessário estar atento a esse abuso do "amor". A exemplo dos apóstolos, é responsabilidade dos líderes cristãos comprometidos denunciarem os modernos líderes problemáticos dentro das igrejas, que usam e abusam do Evangelho, transformando-o em plataforma de suas idéias carnais. Façamos a nossa parte, pois Deus fará suas devidas intervenções no tempo certo, caso haja verdadeiro arrependimento ou continuidade nas atitudes arrogantes. E não nos esqueçamos de que DEUS É AMOR, VERDADE E JUSTIÇA. Fazer ou receber críticas construtivas é muito mais doloroso do que fazer ou receber adulações destruitivas. É preferível então o doloroso agora do que um apagão espiritual. Parabéns por tentar lidar com alguns que estão debaixo desse apagão.
ResponderFalar, expor e defender a verdade é uma grande demonstração de amor. Será que esses "sentimentalistas" esqueceram disso?
ResponderEu fico impressionado com o enfoque que Paulo deu a verdade. Ele foi um grande apologista! Um homem que amava...
Rev. Augustus, continue em sua jornada apologética...
Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com
"Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus...prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina" IITm.4:1 e 2
ResponderE o comentário de Calvino nas "Pastorais é excepcioal: "...Paulo acrescenta uma solene exortação, pondo diante de Timóteo Deus como Vingador e Cristo como Juíz, caso ele deixasse de exercer seu ofício de mestre..." e "As reprovações fracassam se não estiverem fundamentadas na sã doutrina." "...quanto mais determinados os homens se tornarem em desprezar a doutrina de Cristo, mais zelosos devem ser os ministros em defendê-la e mais extremados seus esforços em preservá-la na íntegra."
Fazemos então coro com Calvino!!!"Longanimidade" SEM DOUTRINA não!!! Oro para que Deus continue levantando homens que tenham a coragem de pregar TODA a Palavra de Deus!
Resposta a Alisson Araujo
ResponderOs algozes do Ungido foram, como direi .... algozes!!! Você precisa exercer violência para ser algoz.
É muito estranho alguém propor uma idéia diferente, expor seus argumentos e, na hora de ouvir a resposta, dizer: "Essa sua discordância me deixa agastado, você está sendo violento".
Veja, Alisson, talvez você considere isto estranho, mas a maioria de nós não considera uma violência a nossa discordância em relação a idéias que são discordantes das nossas !!!
Mas entrar no debate público, expondo suas novas idéias e então, querer calar quem discorda, fazendo-se de vítima, isto sim é violência.
Renato U Souza
Olá pastor Augustus!!!
ResponderParabéns pelo artigo, é perfeito! realmente é algo horrível ver esse novo relativismo cristão invadindo nossas igrejas. Eu já senti na pele o que é ser chamado de "insensível" e com "falta de amor" por ter falado de determinados assuntos que outros ingnoravam a favor da "pluralidade" do mundo cristão.
Mas que Deus nos dê graça para permaecer firme na verdade, abraços e Soli deo Gloria!!!
Victor Leonardo
gqlgeracaoquelamba.blogspot.com
Exelente reflexão. Vou recomendar este texto a inúmeros pastores que advogam esta "falta de amor"
ResponderRenato Vargens
www.renatovargens.com.br
Caro Rev. Augustus;
ResponderEntendo que o tema desta sua postagem refere-se ao público interno. Vemos que os ataques mais veementes no NT, e até mesmo no AT, tem a ver com aqueles que dentro dos arraiais trocam a verdade pela mentira.
Mas, qual a postura correta com aqueles que estão fora? Alguns púlpitos têm sido usados para, literalmente, desancar (no mais forte sentido da expressão)a mariolatria, o espiritismo e outras sem qualquer chance de "defesa" aos ouvintes. Pode o assunto merecer um comentário seu nesta ou em futura postagem?
Continue na trilha da lucidez!!!
Abraço,
Sérgio
Veja bem Renato,o que eu estou querendo dizer é que a religião tem essa tendência destrutiva do debate que almeja uma "vitória" independente da veracidade dos argumetos. Sabe aqueles debates em que o advogado procura o ponto fraco do outro afim de ganhar o litígio? Pois é, aquilo é muito parecido com a religião. O jogo de versículos é tão ridícula que se torna uma defesa dos argumentos das partes em detrimento as vezes da verdade bíblica. O Dr. Nicodemus disse que Jesus quebrou o pau com os seus algozes dias antes de dizer:Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que fazem. O que está nas entrelinhas é a relenvância que ele dá ao fato de Jesus ter censurado e chamado de hipócritas seus algozes a despeito do perdão exercido por Cristo, e isso eu considero sofismo. Não quero me alongar,mas gostaria de chamar a atenção para o fato de que Jesus censurou-os pela falta de misecórdia dos religiosos. E não estou me fazendo de VÍTIMA, é só o que eu acho com uma certa dose de convicção...e bíblica.
ResponderAlisson,
ResponderPelo que você fala, você dá a impressão que os religiosos deveriam se sentar para trocar opiniões e informações entre, sem jamais tentar o que você chama de "vitória", isto é, tentar mostrar que sua posição está correta e outras estão erradas. Não é isso que vamos encontrar na Bíblia, quando Elias enfrentou o profetas de Baal, quando Paulo enfrentou os judaizantes, quando João enfrentou os gnósticos e Judas os libertinos. Eles queriam vitória, sim, queriam mostrar o erro de seus oponentes, para que a verdade de Deus triunfasse.
Você menospreza os debates dizendo que "o jogo de versículos é ridículo". Você, então, deve se julgar uma pessoa que tem conhecimento suficiente para poder julgar o uso que outros fazem da Bíblia para dizer que é um jogo ridículo. Isso não vai contra o que você está defendendo?
Você considera "sofismo" [sic] minha citação de que o amor de Jesus pelos algozes não o impediu de censurar-lhes os erros. Ou seja, você está fazendo exatamente o que condenou. Vou repetir aqui as suas palavras: "Sabe aqueles debates em que o advogado procura o ponto fraco do outro afim de ganhar o litígio?" Você procurou no meu post aquilo que considera um ponto fraco e usou tentando ganhar o litígio que você mesmo começou. Por essa incoerência dá para ver que você não percebe bem as implicações do que diz.
Você diz que Jesus censurou os judeus pela falta de misericórdia. Mas, não foi só isso, Alisson, sejamos honestos. Mateus 23 é uma censura contra eles por causa da interpretação errada que eles faziam da Lei de Moisés, torcendo-a para seus objetivos pessoais, pela incoerência de seu discurso com a prática. Portanto, meu argumento nada tem de sofisma e meu ponto permanece: amor e defesa da verdade andam juntos.
Ao terminar afirmando que você está convicto de que está biblicamente certo, você prova meu ponto e desprova o seu. As pessoas têm convicções estão dispostas a lutar para que elas prevaleçam. Inclusive você.
Olá Nicodemus
ResponderComo disse anteriormente, exortação não significa de modo algum falta de amor. Condicionar falta de amor a exortação acredito que seja uma tentativa, de fato, de relativizar parâmetros e verdades.
Dentro dessa perspectiva, estamos considerando que exista apenas uma verdade e pessoas que tenham um desvio desse "core" precisam reconsiderar suas posições e retornar aquilo que foi exposto anteriormente.
No entanto, vejo grande dificuldade disso se concretizar na teologia, principalmente no âmbito protestante.
Uma vez que estamos lidando com a questão de crença e fé, mudar a concepção de outra pessoa é muito difícil.
Existem vários pontos de vista em relação a determinados assuntos, podemos citar, salvação, escatologia, dons espirituais, criação, pecado, batismo e até mesmo a divergências em missões.
O mais interessante que a base das crença pode ser oriunda de aprendizado ou mesmo um fasto conhecimento teológico.
Por exemplo, existem pessoas que são pré-tribulacionistas porque aprenderam assim desde que chegaram na igreja e existem pessoas que possuem bases teológicas para isso, e muitos são profundos conhecedores.
Quando há um confronto entre as partes, amilenistas x pré-tribulacionistas discutem-se "verdades" asseguradas ao longo de anos.
Dificilmente haverá convencimento mútuo e o grau de antipatia e rancor podem crescer muito. Muitos acabam pegando pesado e gerando inimizades profundas.
Ai que entra essa questão da possibilidade de transparecer uma "falta de amor". Pois ambos querem defender a verdade, para eles aquilo é bíblico.
E muitas vezes a discussão, pelo contrário, faz com que as pessoas cada vez mais aprofundem suas crenças anteriores.
Minha pergunta é: sabendo que em muitos tópicos, existam diversas "verdades" o embate não poderia se configurar uma falta de amor? Sabendo que o oponente possui uma crença bem enraizada.
Abraços
JP
Tenho sido massacrado em meu ministério e em discussões teológicas justamente com termos como: "você está muito preso a Letra, a Letra mata", "isso é falta de amor, você é muito duro", e por aí vai... E isso não por excomunhão de alguém, mas simplesmente de chamar de pecado o que é pecado, por nomear o pecado com o nome Bíblico, por não passar a mão ou botar panos quentes. Infelizmente vivemos num mundo onde a norma radical é a não crítica, é o pluralísmo ecumênico e o relativismo. Quem perde com isso??? Os pobres pecadores que continuam escravos do pecado por falta do Verdadeiro Amor...
ResponderRev. Nicodemus quero convidá-loa visitar nosso humilde blog: www.theologizando.blogspot.com
A seu serviço, e a serviço do Rei dos reis.
Pr. Creuse P. S. Santos
O argumento da falta de amor é uma das expressões mais utilizadas hoje em dia daquilo que René Girard chama "totalitarismo da vítima": a invenção de uma violência como justificativa para uma violência real, que é lançar acusações irrespondíveis sobre o outro em meio a um debate de idéias em que todos deveriam, logicamente, ter o mesmo interesse pela verdade.
ResponderO argumento da falta de amor é uma invenção moderna, que nasce da atual e supervalorizada ultra-sensibilidade com relação a quem quer que pretenda falar em "verdade". Em nome da verdade, Cristo insultou os fariseus; em nome da verdade, Cristo derrubou os vendedores do templo; em nome da verdade, Cristo foi firme com relação a sua própria identidade e declarou muito impopularmente: "Ninguém vem ao Pai, senão por mim." Isso tudo, na visão dos modernos, poderia ser considerado "falta de amor".
Cristão que adere à mentalidade secular moderna da "falta de amor" para reclamar de textos como os do Tempora-Mores está precisando ler a Bíblia e perguntar a si mesmo, muito honestamente, o que entende por "verdade".
Gostei do que foi dito ao Alisson; para ser coerente com o que ele próprio estava dizendo, Alisson deveria não ter argumentado absolutamente nada. Não é estranho que seja cada vez mais popular um tipo de argumentação que condena a própria argumentação? É um sintoma dos tempos que as pessoas estejam tão mentalmente confusas.
Perdoe-me o erro de digitação.
ResponderObrigado pelos esclarecimentos, é bom conhecer várias idéias,assim as nossas continuam mutáveis.
Está se sentindo melhor?
Olá Norma e Creuse
ResponderAo meu ver o problema esta relacionado como é feita essa defesa.
Existem muitas maneiras de se defender um posicionamento, mas como isso é realizado, o próprio Jesus nos ensinou.
Ele foi bem energético contra os fariseus, no entanto, foi doce com a mulher adúltera.
A diferença entre ambas as situações, ao meu ver, é a consciência. Enquanto a mulher adúltera tinha consciencia do erro, os fariseus não.
As vezes a ânsia de querer defender a verdade nos leva a tomar atitudes desnecessárias, que o próprio Jesus condenaria. Vide o que ele fala para os fariseus com relação ao peso do julgo.
Quando se pede amor, muitas vezes não é um pedido para flexibilizar a verdade, mas saber evidenciar a verdade com amor. E isso as vezes falta em nosso meio.
Jesus evidenciou a verdade sem tratorar a mulher adúltera. Ou seja, sem justificar sua verdade na mulher, sem gerar culpa, mas justificar a verdade em seu perdão. Pois ele era e é a verdade.
Abraços
JP
Gostei demais do comentário acima, do JP. Muito bom!
ResponderPor causa do delicioso debate aqui, decidi reeditar no meu Blog alguns artigos que escrevi sobre disciplina na Igreja e amor cristão, ficaria muito grande para colocar aqui, por favor me enriqueçam com seus comentários lá também:
Responderwww.theologizando.blogspot.com
Brilhante artigo, Rev. Augustus. O mundo evangélico precisa de pessoas como o sr., que não perderam o "backbone" teológico porque sinceramente, tenho visto muitas posturas que relativizam o "irrelativizável". Uma vez eu estava num fórum onde postavam, ateus, muçulmanos, bahai's, cristãos, etc... Alguém, dizendo-se cristão, (e não estou entrando no mérito de questionar se ele era cristão ou não), expunha suas idéias de uma maneira tal que induzia o leitor, não propositalmente, a pensar que ele não se definia em quase nada e esse tipo de mensagem era recorrente. Por fim, o muçulmano e o israelita responderam a ele o seguinte: "nós não cremos em Deus, nós sabemos que Ele existe". :-$
Responder------
Quanto a essa frase do Allison: "O que está nas entrelinhas é a relenvância que ele dá ao fato de Jesus ter censurado e chamado de hipócritas seus algozes a despeito do perdão exercido por Cristo, e isso eu considero sofismo.", será que eu não entendi o que o Allison quis dizer, pois não estou vendo nenhum sofisma, ou será que o Allison está dizendo que o perdão de Deus é indiscriminado, “no atacado” e não importando se há arrependimento ou não?? Agora vou pedir licença pra citar alguns poucos versículos. Quando Jesus orou "Pai, perdoa-lhes", quem são os "lhes" da oração? O Sinédrio enquanto instituição, não, porém pessoas, sim e exemplos disso são Paulo e outros fariseus. Entretanto, a interpretação de Hendriksen quanto ao significado da expressão "perdoa-lhes" é interessante, sobretudo porque envolve não só o esquecimento da culpa dos transgressores, mas também a livre graça de Deus em conceder-lhes o arrependimento para a vida, conforme Atos 18.11. Diz ele, então, que as palavras "perdoa-lhes" significam: "Apaga suas transgressões completamente. Em tua soberana graça concede-lhes o verdadeiro arrependimento, de maneira que eles venham a ser totalmente perdoados". Além disso, essa interpretação é favorecida pelo fato da construção gramatical ser exatamente a mesma em Lucas 11.4 ("perdoa-nos os nossos pecados") e 17.3 ("se ele se arrepender, perdoa-lhe").
Nota: fragmentos retirados do site eJesus.
Em tempo: "link" do artigo de onde foi extraída a segunda parte de minha mensagem:
Responderhttp://ejesus.com.br/conteudo/4851/
Jorge SSa-Ba
ResponderRev. Agustus,
Fico Feliz pela sua preferência em agradar ao Senhor, porque tem muita gente que percebem o perigo do erro teologico mas assumem em nome do amor a postura fragil da complacência onde não há espaço para ela.
Deus o abençoe
o senhor só publica os elogios feitos ao senhor??
ResponderAnônimo,
ResponderNão, eu publico críticas também. É só dar uma olhada na seção de comentários desse e de outros posts.
Só não costumo publicar insultos, ironias, provocações e indelicadezas.
Na verdade, esse é um espaço moderado. Como um dos autores do blog, tenho o direito de publicar o que eu quiser. Mas acabo publicando até comentários como o seu.
Caro Nicodemus,
Responderpermita-me chamar-lhe a atenção por algumas coisas que achei estranhas em seu texto.
Antes de tudo gostaria de dizer que por razões missionárias e familiares estou fora do Brasil há 10 anos, e só recentemente percebi que havia esse debate teológico do qual o senhor tornou-se um dos pivôs. E agora você se sente vitimado e injustiçado ao ser rotulado de agir em desamor.
Procurei há alguns dias me interar do assunto pesquisando na Net. Achei uma entrevista na revista refletir com Russel Schedd no qual ele se refere ao senhor como um dos principais pensadores evangélicos brasileiros. Ali ele sita também o Gondim como o grande nome do evangelho no Brasil (http://www.refletir.com/artman/publish/article_243.shtml), deixando uma preocupação quanto a esse e sua relação com a linha arminiana.
Agora vou entrar no seu texto: se temos aqui um Paulo e um Pedro brasileiros, temos que ver a confrontação ali se deu cara a cara, não à distância. E não por questões doutrinárias, mas de conduta. Tenho certeza e até esperança que se ambos se encontrassem o tom do debate seria mais amigável (para bem e alegria geral da nação).
Na verdade esse é o meu argumento, quando descemos do plano abstrato das idéias e aterrissamos no chão do convívio as coisas mudam substancialmente. Por isso acho que verdade e amor são substantivos abstratos que são passados com a vida e não na base do teclado, caneta ou pena. São coisas também relativas e subjetivas. A verdade para nós cristãos absoluta é algo puramente subjetiva, pois ela é encarnada no sujeito, Jesus de Nazaré. Assim não precisamos lutar para que ela predomine, ela já predominou. Você lamentavelmente errou em dizer que João ama seus leitores "porque"... o amor é por definição incondicional. Ele ama não porque as pessoas concordavam no modo de pensar. (Isso é um absurdo). Ele aprendeu amar com Jesus, não porque aprendeu uma teoria sobre o assunto ou porque as pessoas concordavam com seu modo de pensar. Outro detalhe: em nenhum lugar achei que a igreja de Corinto se gabava de ser “amorosa”...
Como você, na sua argumentação, pode atropelar Efésios 4, assim sem dó, pescando o versículo 15? Examine o capítulo com calma e você mesmo verá ali algo tremendo mesmo, há ali uma forte preocupação sim com doutrina e heresias, mas acima de tudo com as pessoas. O tempo todo é ressaltado a necessidade do amor “acima” da verdade. Por quê? Porque em nome da “verdade” e até da VERDADE pode ser (e são) feitos muito desamores. A tônica ali é verdade, MAS... com amor. Como você bem lembrou seu mentor: no tempo e na forma certa - isso é amor. Claro também que o amor poder ser fingido (1 Ped 1:22), mas isso tem menos a ver com a doutrina e teologia e mais com o relacionamento mano a mano como o contexto mostra.
Na sua argumentação os horizontes não são claros, você está tentando repreender alguém de fora ou dentro da igreja? Um cristão ou um lobo? Um irmão ou um anátema? Ou está só pelejando assim pra qualquer lado...
Gostaria de salientar que há muito tenho ouvido essa argumentação sobre a disciplina e a “falta de amor”. Na maioria das vezes para se justificar um abuso de autoridade (espiritual). Onde as instituições empresariais, os interesses coletivos ou da liderança, suplantam o ser, a pessoa, o indivíduo. Contudo concordo que o verdadeiro amor precisa prezar a verdade, a transparência e a sinceridade, doa a quem doer, em se tratando de questões impessoais. Mas o evangelho é 100% pessoal como nosso Deus.
E se eu fui duro nos meus argumentos é porque também ainda não nos conhecemos (pessoalmente),
fraternalmente,
Rogério
Caro Reverendo Augutus
ResponderDe fato o tema amor é um assunto complicado.
Como amar... e nem receber em casa?
Como amar... e nem dar boas-vindas?
E ainda nos fazemos cúmplices...?
Tem um outro texto que diz "... evita-o".
Como amar... e evitar as pessoas hereges?
Como definir... quem é herege?
De fato a palavra amor foi resignificada em outra coisa que parece amor mas está mais para tolerância.
Que Deus nos proteja a nós e as nossas mentes.
Daqui uns anos teremos ótimos dicionários bíblicos dizendo que as palavras no grego e no hebraico significam isto e aquilo e se não fosse pela promessa e proteção de Deus, seríamos enganados em resignificar as palavras criando um outro evangelho.
Um abraço
Será que se o apostolo Paulo não tivesse se pronunciado contrariamente a ida de João Marcos juntamente com Ele e Barnabé, na segunda viagem missionária - At. 15.36-40, João Marcos tornar-se-ia mais tarde um obreiro pronto para o trabalho? 2 Tm. 4.9-11 “Porque me é muito útil para o ministério.” Por essas e outras, alguns líderes são tachados por pessoas SEM AMOR!
ResponderGraça e Paz!
Prezado Rogério,
ResponderPermita-me esclarecer alguns pontos de seu comentário onde me parece que o senhor se equivocou e que acabei achando estranho.
1) Não acho justo que você diga que eu me tornei um dos "pivôs" de um debate teológico. Imagino que você se refira ao debate em torno da Teologia Relacional. Acredito que o senhor desconheça como o assunto começou aqui no Brasil. Já que está interessado, favor se inteirar do histórico das coisas.
2) Não acho que foi feliz sua comparação com Pedro e Paulo. Quem é Paulo e quem é Pedro? O senhor sabe se tentei através de amigos comuns um encontro? Evidentemente desconhece esses fatos, senão não teria dito essas coisas.
3) O senhor acha que errei ao interpretar o dito de João de que ama seus leitores "porque" eles estão na verdade. Contudo, é isso mesmo que ele está dizendo, aliás nas três cartas que escreve. E foi com Jesus que ele aprendeu a fazer uma distinção entre as ovelhas e os bodes, entre os que são seus e o mundo, a ponto de Jesus dizer que não orava pelo mundo, mas pelos seus.
4) É verdade que não está claro na carta de Paulo aos coríntios que a igreja se gabava de ser amorosa, mas está claro que ela era uma igreja que se jactanciava de ser o que era. Considerando a tolerância doutrinária e moral que havia nela, se conclui que a sua jactância era de ser uma igreja inclusiva, tolerante, daí, amorosa.
5) Já examinei o capítulo 4 de Efésios bem antes de escrever. Continuo firme na minha interpretação, não vejo nada no que você escreveu que me convenceu que interpretei erradamente.
6) Os horizontes do meu artigo são claros, o senhor é que não percebe porque já tem uma idéia pré-concebida e está fechado para ver que eu não estou me fazendo de vítima nem me dizendo injustiçado e muito menos querendo repreender ninguém. Simplesmente achei interessante o fato de que muitos evangélicos consideram como falta de amor alguém confrontar outra pessoa no nivel das idéias e resolvi escrever sobre o assunto mencionando que o fato aconteceu comigo. É esse o meu ponto, o senhor é que está lendo nas entrelinhas.
O senhor não foi duro nos seus argumentos, foi simplesmente infeliz.
Um abraço.
Amigos,
ResponderAlguns comentários postados aqui de sábado até hoje não foram publicados por alguns desses motivos ou vários ao mesmo tempo: eram capciosos, anônimos, estavam fora do assunto e queriam ressuscitar assunto de outros posts. No mais, continuamos abertos para publicar e interagir com comentários que valham a pena ser publicados e respondidos.
Um abraço.
Caro Nicodemus,
Responderobrigado por publicar meu comentário e ainda comentá-lo. O senhor é um dos principais pensadores evangélicos brasileiros e eu um desconhecido. Que honra - sem ironia. Ainda bem não fui interpretado de forma errônea ou como um mal educado (odeio esse tipo de coisa – ambas: mal entendidos e má educação).
Gosto de Xadrez, da análise, da lógica, e você quase me deu um Cheque mate. Pelo menos fechou com chave de ouro o comentário, tive que rir sem graça frente ao meu monitor. Imagino você riu com canto de boca frente ao seu. Mas eu provoquei e recebi o que esperava claro. Sua análise é certa tenho uma idéia pré-concebida, mas não estou de forma alguma fechado, na leitura que fiz e refiz do seu artigo. Achei o tema do artigo super relevante, aja visto pelos comentários que receberam.
A palavra pivô não foi ideal. Mas esclareço que a ordem das coisas que obtive pela internet foi: Artigo Gondim (Tsunami), seu Artigo (um outro Deus no Mercado publicado em Ultimato de 2005), depois uma resposta do Godim, e assim por diante que culminou na ruptura em Fortaleza. Foi quando eu passei a me interessar pela polêmica em torno da Teologia Relacional.
Entendo que isso é aponta de um Iceberg, e me alegro muito em saber da tentativa de aproximação e lamento não ter ocorrido.
Quanto aos pontos 4 e 5 não vou argumentar, porque acho sairia perdendo mais uma vez (nessa altura me considero já sem as duas torres). Afinal você é teólogo e eu não, recolho minha insignificância e vou eu examinar mais uma vez as cartas de João.
Já que não posso mesmo ganhar o jogo vou tentar pelo menos um empate (mas precisaria da sua ajuda...) a propósito posso te chamar de senhor porque só tenho meus 37.
Primeira pergunta: Esse fato (ou fatos) que aconteceu com o senhor motivando-o ao tema não teria absolutamente nada a ver com o ocorrido (Debate- Teologia relacional) que menciono acima? Se não, eu li mesmo nas entrelinhas, e mal.
2) O senhor entenderia – como eu – que é muitíssimo difícil separar o confronto de idéias do pessoal? Confrontar a idéia de uma pessoa (ainda mais intelectuais e seus valores filosóficos ou teológicos) é quase uma chamada à guerra!
3) Qual seria sua opinião sobre esse perigo (não muito raro) do abuso no confronto em comunidades religiosas? Achei que faltou esse contrapeso, não por simples razão de dialética, mas pela questão sempre atual que é o abuso de autoridade. Alguns comentários reforçaram-me esse medo.
Creio sim que a verdade, o parecer ou opinião devam ser expostos, às vezes de forma dura (como você bem destacou no texto), mas creio também que (aparte a questão factual que você viveu) de forma geral e conceptual há outro lado, onde é preciso adiar a confrontação, rever conceitos próprios e levar mais em conta a perspectiva subjetiva da outra pessoa.
Finalizando, vejo que nós brasileiros somos menos pelo confronto que os alemães, ambas as culturas tem, todavia suas vantagens e desvantagens no seu modo de ser. Mas o fato é que muitos relacionamentos tornam se autênticos só depois de uma boa briga, Jacó é quem o diga!
Olá Rev. Augustus,
ResponderConcordo plenamente com o seu artigo. Realmente devemos nos manifestar a nossa oposição a todos aqueles que ensinam doutrinas diversas da Bíblia. Não podemos nos calar! Porém fico triste com alguns representantes de igrejas fundamentalistas que não sabem tratar dessas discussões no campo das idéias, mas sempre procuram defender o posicionamento bíblico, manifestando um ódio que permeiado suas palavras, contra os que são contrários. Acredito que devemos ser até radicais em defender as Escrituras Sagradas, mas não pela raiva ou mágoa, porém, em tudo, demonstrando o amor de Cristo. Devemos ser humildes em reconhecer que se chegamos a um conhecimento puro da Bíblia, não é por qualquer capacidade própria, mas porque Deus foi maravilhoso e misericordioso em nos iluminar e revelar a sua Palavra, enquanto outros não têm esse mesmo privilégio que temos.
Abraço,
Agrimar S. Lima (Primeira Igreja Batista Regular de Juazeiro do Norte/Ce)
“They don’t care how much you know unless they know how much you care”.
ResponderLive and let live.
Your brother in Jesus,
Nicodemus John
Entendo perfeitamente a defesa da fé calvinista pelo caro Pr Augustus Nicodemus. É totalmente honesta a intenção.
ResponderContudo... vejo no fundamentalismo, seja ele em que religião se encontre, uma forma embaralhada da virtude, é um espelho mofado, e porque digo isso? durante a história foi o fundamentalismo que gerou a inquisição católica e protestante, foi o fundamentalismo que gerou os homens bombas que temos hoje em dia, foi o fundamentalismo que colocou diante da humanidade mais valor a letra do que o que existe por trás da letra, sim... por que uma doutrina não será jamais superior a uma atitude, dessa forma crer que Deus valoriza mais a letra do que o que existe por trás dela (atitudes) gerou o mundo cristão protestante que temos hoje, e não me refiro aos calvinistas apenas, me refiro a todos os tipos de segmentos dogmáticos com cheiro fundamentalista, os arminianos desse modo tb entram na minha fala. Qual é a sociedade cristã que temos hoje ??? o mundo cristão protestante e evangélico é por natureza fundamentalista, porque coloca os dogmas, as doutrinas, acima das atitudes. A Biblia hoje é o livro mais gerador de contendas teológicas de todas as religiões, não existe outra religião que gerou mais contendas internas que o cristianismo... alguem duvida disso ??? porque isto ??? a minha resposta é uma só, a falta de tolerância as idéias alheias e a falta de importância ao que existe por trás da letra, nunca a letra em si só.
Meditemos meus caros, qual é o tipo de ser humano que estamos gerando com o fundamentalismo calvinista ou arminiano??? não importa... continuaremos dando valor a letra e esquecendo o que existe por trás dela ???
Um Abraço carinhoso a todos.
Olá Rev. Augustus,
ResponderTenho lido seus comentários e lidos alguns de seus livros,e tambem ouvido seus sermões.concordo em numero,gênero e grau.sobre o assunto,os jovens da minha igreja,e alguns da liderança acham que amar e simplesmente passar a mão na cabeça para os erros e pecados graves,acham severo,e indiferente alguem que os corrige biblicamente e que não aceitem suas formas de comportamento e doutrinas pessoais.DEsculpe as frase,mais"eh melhor umas palmadas santas,do que o afago no colo do pecado."