O crescimento do interesse pela fé reformada em todo o mundo é um fato que tem sido notado aqui e ali pelos estudiosos de religião. Crescem em toda a parte a publicação de literatura reformada, o ingresso de estudantes em seminários e instituições reformadas, a realização de eventos, o surgimento de novas igrejas e instituições de ensino reformadas e o número de pessoas que se dizem reformadas.
Como se trata de um rótulo, é preciso definir “reformado.” Como já temos dito em outros posts neste blog, por “reformado” entendemos aquele que adere a uma das grandes confissões reformadas produzidas logo após a Reforma protestante no século XVI, aos cinco grandes pontos dessa Reforma, que são Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fides, Solus Christus e Soli Deo Gloria e aos chamados Cinco Pontos do Calvinismo, resumidos no acrônimo TULIP (Depravação total, Eleição incondicional, Expiação limitada, Graça irresistível e Perseverança final). Muito embora alguns não gostem do nome, quem adere a tudo isso acima não deixa ser um calvinista.
Como bem me lembrou Mauro Meister quando eu escrevia esse post, existe um grande número de igrejas que são da "tradição reformada" mas que já não crêem de maneira ortodoxa quanto a estas doutrinas. Geralmente essas igrejas não estão experimentando esse crescimento, mas um esvaziamento, como a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos e outras denominações historicamente ligadas à Reforma, mas que já não professam de forma estrita seus postulados.
Da Coréia, China, Indonésia, por exemplo, chegam relatórios do florescimento calvinista. É claro que o calvinismo acaba recebendo diferentes interpretações e expressões em tantas culturas variadas, mas os pontos centrais estão lá.
Isso não quer dizer que os reformados calvinistas são muito numerosos, comparados com pentecostais e arminianos, por exemplo. O que eu quero dizer é que os relativamente poucos reformados calvinistas têm experimentado um crescimento que já chama a atenção de muitas denominações e tem provocado alertas da parte de seus líderes.
Vejam o que está ocorrendo na maior denominação evangélica dos Estados Unidos, os Batistas do Sul. A prestigiosa revista evangélica Christianity Today, vol. 52, No. 2 de fevereiro desse ano traz um artigo em que documenta a reintrodução do calvinismo através dos seminários nessa denominação. O ressurgimento do calvinismo entre os Batistas do Sul é mais antigo, leia aqui. Considerados de orientação arminiana de longa data (apesar de alguns documentos fundantes serem calvinistas), os Batistas do Sul estão vendo o calvinismo sendo transmitido nos seminários, não tanto por professores, mas pelos próprios alunos. Alarmada, a Convenção Batista de Oklahoma oficialmente rejeitou a teologia reformada e mandou cópia da condenação para a Comissão Executiva da Convenção Batista do Sul.
De acordo com o artigo da Christianity Today, 10% dos pastores da Convenção já se declaram calvinistas e perto de 30% dos concluintes dos seminários fazem a mesma afirmação. A continuar nesse ritmo, em breve teremos um grande reavivamento calvinista no coração da maior denominação arminiana conservadora dos Estados Unidos. Veja aqui a história de como a doutrina da predestinação chegou a dois seminários arminianos.
A ressurgência calvinista nos Estados Unidos não está ocorrendo somente entre os Batistas, mas entre muitas outras denominações. Leia aqui um artigo da Christianity Today sobre o assunto. Um dos motores é o ministério de pastores reformados populares, como John Piper, R. C. Sproul e John MacArthur, entre outros. Os eventos promovidos por eles recebem milhares de pastores de todas as denominações e seus livros são traduzidos em dezenas de línguas, inclusive em português. No Brasil temos quase todos os títulos destes autores.
Em menor escala, estamos assistindo ao mesmo processo em meio aos batistas brasileiros. Cresce o número de batistas interessados na teologia reformada. Recentemente assistimos à formação da Comunhão Batista Reformada, composta de batistas calvinistas que não conseguiam mais espaço em suas convenções para expressarem as suas opiniões.
Mas, o interesse maior na fé reformada no Brasil parece ser da parte dos pentecostais. Cresce a presença de pastores e líderes pentecostais nos grandes eventos reformados no Brasil. Cresce também o número de pentecostais que estão adquirindo literatura reformada. E cresce o número de igrejas pentecostais independentes que estão nascendo já com uma teologia influenciada pelo calvinismo. Algumas denominações pentecostais também vêm recebendo a influência calvinista a passos largos. Tenho tido o privilégio de pregar e ministrar palestras em eventos de grande proporção organizados por instituições pentecostais interessadas em explorar os grandes temas reformados.
O ministério de editoras que publicam material reformado, como a Editora Cultura Cristã, a Fiel e a Publicações Evangélicas Selecionadas, por exemplo, tem servido para colocar as obras de reformados brasileiros e internacionais nas mãos dos evangélicos brasileiros ávidos por uma teologia consistente, e cansados dos excessos do neopentecostalismo e da aridez do liberalismo teológico.
Não tenho uma explicação definitiva para esse fenômeno do retorno da TULIP, a não ser a de que a providência divina assim o deseja. No mínimo, é curioso que uma fé tão perseguida e odiada como o calvinismo, de repente, passe a ter tanta aceitação. Não há ninguém na história da Igreja tão mal entendido, distorcido, vilipendiado, odiado e amaldiçoado quanto João Calvino. Chamado de tirano, déspota, incendiário de hereges, frio, duro, determinista, criador do capitalismo selvagem, Calvino tem sofrido mil mortes nas mãos de seus detratores, os quais, na maioria das vezes, nunca leram sequer uma de suas obras, e que formaram sua opinião lendo obras de terceiros.
Somente espero que, à medida que o movimento cresça no Brasil, os reformados aprendam a reter o que é essencial e bíblico na Reforma, sem tornar em matéria de fé aquilo que pertenceu a séculos passados em outras culturas, como, infelizmente, já tem acontecido no Brasil com alguns grupos. Que eles lembrem que a fé bíblica, que é a fé da Reforma, também pode se expressar dentro da rica e variada cultura brasileira.
62 comentários
comentáriosSaudações. Parabéns pelo Blog. Acompanho os artigos, na medida do possível, e me edifica bastante. Hoje, com um universo de possibiliades de leituras, tento ser bem seletivo e não me arrependo de ter O Tempora, O Mores adicionado a Favoritos. Hoje fiquei curioso para saber mais detalhes sobre o que o Rev quis dizer com: "sem tornar em matéria de fé aquilo que pertenceu a séculos passados em outras culturas, como, infelizmente, já tem acontecido no Brasil com alguns grupos". Muito grato e Deus te guarde.
ResponderGraça à Deus não faço parte desta sua estatistica, na verdade estou na ponta contraria dela. Não consigo ver Deus levando de volta a escravidão reformista sua igreja, há na reforma principios divinos, mas ele se mostra em sua paixão dogamatica uma cegueira, uma prisão ao olhar caolho do Sr. Calvino ao evangelho. Espero sim, que ultrapassemos nossos rotulos e voltemos a um cristianismo ORTODOXO, que pense a si mesmo por uma tradição que vá além da tulipa, ou melho, Tulip, risos
ResponderJosé,
ResponderEm minha opinião, alguns usos e costumes ligados a grupos neopuritanos no Brasil não têm qualquer fundamentação bíblica, mas expressam a maneira como alguns antigos Reformadores e puritanos entendiam que deviam viver, tais como uso do véu pelas mulheres, cantar somente salmos sem instrumentos musicais, etc. Até não me incomoda se praticassem essas coisas como expressões individuais da sua fé, mas que não se tentasse impor sobre toda a Igreja de Cristo.
Abraços.
Alex
ResponderVocê pode não fazer parte dessa estatística agora, mas um dia poderá fazer, como muitos inimigos ardorosos do calvinismo que um dia se tornaram calvinistas. As portas estarão abertas, Alex, tome logo a decisão e venha juntar-se ao número crescente!
Abraços.
Bom dia Rev. Augustus
ResponderFico feliz em saber do aumento do interesse por uma teologia consistente como é a reformada. De fato, dentro do meu âmbito de relacionamento, percebo isso, entre outras coisas, em virtude dos lançamentos literários feito por editoras que não se imaginava lançar livros de tal monta em outros tempos. Um dos livros em que gastei um tempo considerável no ano passado, e continuo a me debruçar sobre ele neste ano é o da Nancy Pearcey (verdade absoluta). Achei-o de uma leitura agradabilíssima e extremamente útil para um melhor entendimento das cosmovisões a que estamos constantemente expostos. A minha única crítica que fiz ao conselho editorial responsável pela referida publicação, no RJ, foi a falta de um índice remissivo. Achei que em uma obra dessa expressividade, a falta de um índice como esse foi um grande erro. Percebi isso nos meus estudos em torno dessa obra. De qualquer forma, esperamos em Deus que a teologia reformada continue aumentando o seu arraial de influências com o objetivo não de exaltá-la, mas, de fazer com que todos aqueles que aprendem de Deus sob esse viés possam mudar completamente sua cosmovisão e suas atitudes. Minhas orações atualmente, influenciado em grande parte por Francis Schaeffer (que tenho lido com bastante constância) é para que haja uma ruptura de cosmovisões e a real cosmovisão possa reinar nos corações das pessoas. E, creio que isso só seja possível com benefícios duradouros e consistentes através da fé como exposta pela teologia reformada. Fico por aqui. Parabéns pelo post. Um grande abraço para o senhor e para os demais colegas que frequentam esse ciber espaço. De seu irmão em Cristo. Pastor João Geraldo
Pr. João Geraldo,,
ResponderObrigado pelo comentário. O livro da Nancy Pearcey é de fato extraordinário.
Fico muito grato a Deus que a CPAD, publicadora das Assembléias de Deus, decidiu lançar esse livro no mercado, o que tem feito bem a muitos.
Grande abraço.
Graça e Paz Rev. Augustus
ResponderAo contrário do Alex estou incluido nesta estatística, apesar do Calvinismo não ter todas as respostas creio ser a corrente de pensamento que mais se aproxima da verdade bíblica, desde que nos aproximemos dele de forma humilde.
Porém tenho uma pergunta para o sr. outro dia o Pr. Paulo Silvano em um comentário no meu blog disse que o arcabouço teologico pentecostal, arminiano em essência, é incompativel com o sistema calvinista. O sr. concorda com esta assertiva? digo isto porque creio nos cinco pontos, mas também creio no batismo com Espirito Santo, embora ainda tenha algumas dúvidas acerca da Doutrina em si, se é uma segunda benção, se deve ser buscado, ou se ocorre no ato da conversão, etc, porém ela é bíblica e sendo bíblica creio ser totalmente compativel com o calvinismo. Como o sr. viu também não sou cessacionista, mas este é outro assunto.
Sei que o sr. é um calvinista equilibrado em suas respostas, que não sai atirando pedras em ninguém, por isso peço sua opinião quanto a isso.
Ednaldo
Ednaldo,
ResponderO Pr. Paulo Silvano tem razão. Para que um pentecostal se torne reformado, ele tem que abandonar o arminianismo natural do sistema pentecostal. Não tem conciliação nesse ponto.
Quanto à questão do batismo do Espírito Santo como uma segunda bênção e seguido por línguas, eu pessoalmente entendo que esse batismo ocorre na conversão. Todavia, temos muitas outras experiências com Deus, após a conversão, mesmo que não precisem se chamadas de "batismos". Veja meu artigo sobre esse assunto, comparando as posições de Stott e Lloyd-Jones em http://www.thirdmill.org/files/portuguese/64267~9_18_01_4-11-16_PM~augustus6.htm
A questão cessacionista precisa de um monte de esclarecimentos antes de ser debatida. Exatamente que dons acreditamos que cessaram? Eu creio na continuidade de muitos deles, como mestre, liderança, serviço, evangelista, profeta. E mesmo assim, teremos de explicar o que queremos dizer com cada um desses, por exemplo, o dom da profecia, que entendo estar mais ligado à pregação.
Uma coisa é certa. Faz parte da Reforma a declaração Sola Scriptura. Isso implica na cessação de novas revelações da parte de Deus. Portanto, todos os dons que eram revelacionais cessaram, do ponto de vista reformado. Isso está em todas as grandes confissões reformadas.
Portanto, um pentecostal para ser reformado terá de no mínimo aceitar o Sola Scriptura e sua implicação da cessação de novas revelações. Veja que isso atinge somente alguns dons e não todos.
Abraços.
Dr. Augustus,
Responderinteressante ler uma postagem que aborda o crescimento da fé reformada em nosso solo e a nível mundial. Isso conforta, consola e encoraja a ficar firme na fé que foi entregue aos santos.
É uma benção ter comunhão com vários irmãos e irmãs que tem entendido o evangelho da graça na mesma perspectiva histórica e na compreensão bíblica do mesmo, seja pessoalmente, seja por correspondência, scraps no orkut e na blogsfera. (Recentemente recebi um scrap de um jovem carioca me informando que chegou à compreensão reformada em algumas doutrinas).
Quanto a sua citação à Comunhão Reformada Batista, em que sou membro, ela é uma comunhão de indivíduos, seja pastor, ou não e ela abriga irmãos e irmãs de vários grupos batistas (CBB, Batista Bíblica, Batista Reformada) que tenha a Segunda Confissão de Fé Batista de 1689.
Embora calvinistas não tenham muito espaço na denominação onde sirvo, tenho observado que existem jovens pastores adptos da persuasão reformada, um deles iniciando mestrado no Andrew Jumper (www.rumoaoalvo.blogspot.com) e com a graça de Deus esses irmãos podem exercer abençoados ministérios dando testemunho da fé reformada.
Termino indicando um livro sobre eclesiologia (embora não um tratado completo) escrito por um batista da convenção do sul dos EUA, Mark Dever, traduzido pela Ed. Fiel (www.editorafiel.com): Nove Marcas de uma Igreja Saudável. Escrevi uma simples resenha deste texto em meu blog (www.juandepaula.blogspot.com).
Há também um pequeno pitaco sobre os batistas e a fé reformada (http://juandepaula.blogspot.com/2006/04/pode-um-batista-ser-reformado.html). No site do Pastor Gilson tem vários textos considerando a denominação batista e alguns aspectos reformados. (www.gilsonsantos.com).
Louvo a Deus pelo impacto que a fé reformada exerceu em minha vida e como a tenho encarado no ministério e o impacto dela na congregação onde estou servindo.
Obrigado por mais uma excelente postagem, prezado Pastor virtual (risos).
Deus o abençoe,
abs.
Prezado Rev. Augustus,
Respondermeu nome é Alberto Costa, sou conselheiro e secretário da Comunhão Reformada Batista no Brasil. Em nome da CRBB, agradeço sua menção nesse post, como sinal do movimento de retorno à fé reformada entre evangélicos no Brasil, movimento pelo qual, evidentemente, damos graças a Deus.
Há uma pequena observação que preciso fazer, a bem da verdade. A CRBB não é uma agremiação de "pastores batistas calvinistas". Ela é uma agremiação de "batistas calvinistas". Embora vários de seus membros sejam realmente pastores, nem todos o são e isso se reflete, inclusive, na composição de seu conselho e diretoria, que abriga pastores e outros irmãos com diferentes atividades profissionais e ministeriais.
Maiores informações sobre a CRBB, podem ser encontradas em seu site - www.crbb.org.br. Obrigado.
Alberto,
ResponderObrigado, farei a correção no texto indicando que a CRBB abriga todos que forem batistas reformados, independentemente de serem pastores.
Abraços.
Rev. Augustus,
ResponderFoi com muita alegria que li este post. Realmente tem sido muito bom e edificante observar o crescimento do número de Calvinistas no Brasil e também o fato de que algumas editoras cristãs, que normalmente não publicavam literatura de viés reformado, estão disponibilizando obras de autores internacionais como Nancy Pearcey – apontada como uma das grandes alunas de Francis Schaeffer – com sua obra Verdade Absoluta, e também autores nacionais com Hermisten Maia – a quem considero o maior pensador reformado brasileiro atualmente – com sua obra Fundamentos da Teologia Reformada (refiro-me a esta por ser a mais recente deste autor).
Não que sejamos inocentes o suficiente para achar que o interesse dessas editoras seja difundir pura e simplesmente a fé reformada, e talvez sim, “abocanhar” um filão do mercado que surge. Em minha opinião o destaque deve estar sim, no fato dos seminários teológicos estarem abraçando a fé reformada e percebendo a unicidade e fidelidade desta fé com aquela que é expressa na Bíblia.
+Pela graça de Deus estudo em um seminário de convicção estritamente calvinista – ou melhor dizendo, de cosmovisão reformada, pois como diria o McGrath, “Calvino é apenas uma das estrelas da constelação reformada” – e é com muita alegria que observo o crescimento e a difusão dessa cosmovisão entre os tupiniquins. Os motivos são considerar o sistema doutrinário reformado aquele que mais se aproxima da verdade Bíblica, e concordar com suas implicações políticas, sociais e éticas (oriundas dessa cosmovisão).
Minha sincera oração é que Deus continue a nos abençoar utilizando-nos para disseminação da fé reformada e também que nos livre de incorrer em erros aos quais tanto somos alertados, como o intelectualismo dissociado da vida prática. Concordo plenamente com as afirmações do presb. Solano Portela em seu texto Cinco Pecados que ameaçam os Calvinistas, alertando-nos para possíveis falhas – mesmo que ele não tenha insistido em tratar sobre intelectualismo, segundo ele, por já ser um tópico bastante difundido sobre este tema. Em minha mente paira a solene advertência do Dr. Lloyd Jones na conferência Puritana de 1960 sob o título Conhecimento: Falso e Verdadeiro, onde o sábio ministro da capela de Westminster ensinava aos seus ouvintes sobre os perigos de ter um interesse puramente teórico e acadêmico pela verdade, fazendo do conhecimento um fim em si mesmo.
Teologia reformada: binômio – piedade e erudição; Que o Senhor nos abençoe dessa forma e que sustente e faça crescer a fé reformada em nosso Brasil!
Alexandre Lessa.
rev . augustus:
Responderque esta noca safra de calvinistas saiba superar as diferenças e aproveitar o vigor que emana desta vertente teológica, alicerçada na busca da glória de Deus, na submisão absoluta ao texto sagrado e na busca de uma piedade sincera.
um aprendiz da reforma,
raimundo
Caro Augustus,
Respondergostei muito do arremate:
"também pode se expressar dentro da rica e variada cultura brasileira."
Mas pondero (ou quereria melhor entender) o seguinte, o termo reformada incluiria somente calvinistas e excluiria não-calvinistas? Ou pode ser entendido num sentido mais amplo?
Até que ponto a fé reformada também seria responsável por criar certas "panacéias" teológicas como as Quatro Leis espirituais ou O pragmatismo de R. Warren ou Finney?
Isso não seria violência á cultura brasileira que difere da americana quanto a ser, por exemplo, mais orientada em processos do que em resultados?
No mais parabéns pelo Post. (li o último e tamém apreciei e me diverti).
Abrçs,
Rogério
Rev Nicodemus
ResponderGraça e paz...faço parte desta estatistica abençoada ...minha vida tem sido transformada dia após dia por essa doutrina gloriosa...embora ainda pertença á uma igreja arminiana...o meu coração crê profundamente no calvinismo...sabe Rev. estou na gravação do meu novo cd e rogo por vossas orações para que Deus nos conceda mais e mais hinos que expressem a fé reformada...
Sinto-me também parte desse crescimento reformado no Brasil. Sou membro da Igreja Batista Brasileira, e percebo uma abertura à discussão do tema em questão. Quanto ao "ministério de editoras que publicam material reformado" acho que ainda temos um pouco de dificuldades pelo menos aqui no RJ, de encontrar artigos reformados nas grandes livrarias evangélicas. Acho que seria interessante, o oferecimento de seus materias a essas livrarias, pois alguns de seus gerentes dizem que são as próprias editoras reformadas que se esquivam na divulgação de suas publicações.
ResponderPrezado Nicodemus,
ResponderGostei muito das estatísticas apresentadas! Isso é um sinal da resposta Divina as nossas orações. Inda que seja difícil apreender como é possível a continuidade de pentecostais/calvinistas, tendo em vista que o pentecostalismo está intimamente ligado ao arminianismo e sabemos que não existe a possibilidade de unir estas duas teologias numa só, ou seja, não há como termos ao mesmo tempo numa mesma denominação ou congregação melhor dizendo pregadores arminianos convictos e pregadores calvinistas convictos. Imagine um dia um pregador arminiano traz o seu sermão num outro o pregador calvinista o seu! O povo neste caso ficará totalmente confuso se perguntando: pela graça ou pelas obras, salvos desde a eternidade ou perdemos nossa salvação, etc. Como estes recém reformados continuarão permanece um mistério ainda. Me pergunto: fundarão novas denominações? Ou imigrarão para as igrejas tradicionais, tipo, para a IPB, por exemplo? Neste caso, as igrejas tradicionais, tipo, por exemplo, a IPB se tornará pentecostal ou os tornará cessacionistas, o que não será uma tarefa fácil?
Em todo caso fico feliz com as boas estatísticas que o artigo nos trás. Certamente tudo isto resultará em glória ao nosso santíssimo Deus.
Um abraço.
Augustus,
ResponderÉ bom lembrar que o Dr. Albert Mohler, nono presidente do Southern Baptist Seminary, tem sido um dos mais influentes calvinistas entre os líderes batistas americanos, e especialmente entre os seminários (professores e estudantes) da denominação.
bom artigo. penso que os conceitos da reforma são universais por representarem a essência da mensagem de cristo, fundamentada na graça e no amor como base de nossas ações. a busca por tais premissas é, penso, resposta à decadência intelectual no meio cristão, que anula automaticamente a busca pelo entendimento daquilo que deveria ilustrar a nossa vivência cristã: o amor baseado em cristo e na sua mensagem.
Respondermas admito que tenho minhas reservas quanto aos pentecostais; a busca dos mesmos pelo ideologia reformista, dentro das instituições reformadas, traz a necessidade de sermos prudentes na análise do caminho que os mesmos tendem dentro da próprio instituição. digo isso pois raramente um pentecostal abandona suas idéias, ainda que tenha aderido a outras, e raramente não os vejo influenciando o âmbito a que os tais estão submetidos.
de qualquer forma, é um avanço respeitável. ao contrário do tradicionalismo ortodoxo da igreja batista estado-unidense, acredito que no brasil a situação seja mais tranquila. o diálogo está mais brando, e a respeitabilidade entre calvinistas, arminianos e pentecostais cresce a cada. isso é bom - salvo engano.
abçs
filipe
Roger,
ResponderHistoricamente, o termo “reformados” foi usado a princípio indistintamente para todos os protestantes, calvinistas, luteranos e zwinglianos. Com as controvérsias entre eles sobre a Ceia, “reformados” passou a designar zwinglianos e calvinistas somente, em contraponto aos luteranos. E com o arrefecimento da importância de Zwinglio no cenário protestante, “reformados” passou a designar os calvinistas. Portanto, é historicamente correto afirmar que o termo “reformado” tem a ver primária e basicamente com a teologia calvinista. Hoje em dia, há igrejas e instituições de ensino teológico que se apresentam como “reformadas”, mas que já abandonaram em alguma medida partes fundamentais da teologia calvinista.
Entendo que as "Quatro Leis Espirituais" estão corretas, tenho problemas apenas com o apelo que é feito no final e a segurança de salvação que é dada a quem diz que fez a oração.
Finney, mesmo sendo presbiteriano, abjurou da fé reformada desde o início e não pode ser considerado reformado. Veja meu artigo http://www.monergismo.com/textos/adoracao/adoradores_consumidores.htm
Um abraço.
Flávio Teodoro,
ResponderÉ válida a sua preocupação com pentecostais que abraçam a teologia reformada. Veja o post que escrevi exatamente sobre isso: http://tempora-mores.blogspot.com/2007/09/carta-um-pastor-pentecostal-que-virou.html
Abraços.
Elias,
ResponderQue bênção ter seu comentário em nosso blog!
Você tem razão, o Al Mohler é um batistão reformado e calvinista que tem exercido uma grande influência nos batistas americanos.
Filipe,
Entendo seu pessimismo, mas tenhamos confiança. Estamos diante de um movimento novo e inédito, que é o número crescente de irmãos de igrejas pentecostais e arminianas que estão se interessando pela fé reformada. Que forma isso tomará concretamente, ainda não dá para prever. Na verdade, provavelmente, tomará várias formas.
Abraços!
Realmente os fundamentalistas tomaram desde 1979 a Convenção Batista do Sul dos EUA, e isso tem afetado profundamente os batistas no mundo todo, a perseguiçao aos batistas moderados foi terrível, inclusive aquí no Brasil vários professores foram expulsos do Seminário do Recife e do RIO ,porque não concordaram com a doutrinação imposta pelos fundamentalistas americanos cheios de dolares.Só para ter idéia do terror, a convenção agora ''REFORMADA'' Do Sul dos EUA apoiou a INVASÃO DO IRAQUE em nome de Deus.O que Calvino acharia disso ??????
ResponderNão sei o quê Calvino diria, mas sei que ele não foi infalível. Logo, se ele apoiasse a guerra do Iraque, eu discordaria totalmente. Contudo, ainda concordaria com boa parte do seu ensino doutrinário. Uma coisa não interfere na outra.
ResponderRev. Augustus,
ResponderÉ com prazer e profunda alegria que li este seu post.
Ainda mais agora que sou calouro no JMC... rsrs
Que Deus continue abençoando a todos vocês!
Anônimo,
ResponderVocê tem que admitir. Se os fundamentalistas tomaram é porque são bons de serviço e a gestão dos arminianos e liberais não estava dando conta.
Batistas sofrendo por causa dos fundamentalistas? Onde se viu isso? Só se for em livros e estatísticas manipuladas para contar essa história.
A história do Seminário do Sul, conheço outra versão, que prefiro aceitar, pois quem contou se identificou.
A Convenção Batista do Sul não é Reformada na prática, entenda que existe uma diferença entre fundamentalista e reformado. No máximo, conservadora, com maioria arminiana. Portanto, foram os arminianos que aprovaram a guerra do Iraque, e não os calvinistas.
E sobre o que Calvino pensaria dessa guerra, não faço a menor a idéia. E desde quando os arminianos se preocupam com o que Calvino pensa ou deixa de pensar?
Abraços calvinistas!
Fico feliz com o que esta acontecendo no mundo e no Brasil em relação ao crecimento e procura da Fé reformada, creio de todo o coração que Deus o eterno e soberano, está trazendo a sua igreja de volta a verdade do evangelho, verdade que liberta e transforma o ser humano e não os modismos, misticismos e rituais sem respaldo bíblico que não tem a menor capacidade de transformar o homem, mais de torna-lo acomodado e inerte em relação a palavra de Deus.QUE ASSIM SEJA! SOLI DEO GLORIA!!
ResponderSou pastor presbiteriano e me orgulho de ser calvinista, ou pelo menos procuro ser. A igreja que pastoreio cresceu, pela graça de Deus, 30% em 2007 sem necessitar fazer nenhum malabarismo arminiano ou traquinagem praguimática a lá R. Warren. Sou grato a Deus que os calvinistas estão crescendo ou seja, gente se convertendo. Rev. Flávio
ResponderSDG
Estou presenciando com alegria o crescimento da teologia reformada no meio pentecostal. A Casa Publicadora das Assembléias de Deus tem lançando obras de grandes teólogos reformados (James Packer, R. C. Sproul, F.F. Bruce, Nancy Pearcey, John Piper etc). Nos seminários assembleianos vemos esses autores sendo estudados com freqüência.
ResponderAgora, só não concordo com a idéia que um pentecostal reformado tenha que acreditar na cessação dos dons de revelação (palavra do conhecimento, palavra da sabedoria e profecia).
Nenhum teólogo pentecostal sensato e sério acredita em novas revelações com o cunho de construir verdades. A profecia, para a teologia pentecostal, é uma palavra espontânea com o intuito de edificar, exortar e consolar a igreja em comunhão. É um meio que Deus fala a igreja, mas que está sujeito à avaliação e julgamento, assim como a homilia. A diferença entre pregação e profecia é a espontaneidade desse dom, por ser sobrenatural e o fato da pregação ser previamente preparada. A profecia não é infalível e não poder acrescentar nada as Escrituras, nem contradizê-las. A profecia deve passar pelo crivo das Escrituras, assim como uma prédica dominical.
Portanto, para um pentecostal que realmente aceita a genuína doutrina do pentecostalismo clássico, o principio de “Somente as Escrituras” fazem todo sentido e lógica.
Parabéns Rev. Nicodemus por mais um artigo interessante e edificante.
Gutierres Siqueira
www.teologiapentecostal.blogspot.com
Gutierrez,
ResponderObrigado pelo comentário.
Se a teologia pentecostal entende "revelação" e a "profecia" nesse sentido de uma palavra espontânea, dada no momento, dirigida às necessidades da igreja, como Paulo fala em 1Cor 14:3, não há conflito com a teologia reformada.
Contudo, muitos pentecostais entendem a "revelação" e a "profecia" como sendo palavras faladas diretamente da parte de Deus, sem a mediação das Escrituras, da forma como Deus se revelou antigamente através de visões, sonhos, aparições de anjos, etc. Como tal, essas revelações teriam necessariamente o mesmo peso da Escritura, pois se foi Deus quem falou, é uma palavra infalível e inerrante e deve ser obedecida. Você sabe que em nome de revelações da parte de Deus, muitos abusos têm sido cometidos por pastores e líderes que requerem obediência absoluta a essas revelações.
Não estou entrando no mérito do assunto. O que estou dizendo é que para a teologia reformada cessaram essas maneiras antigas de Deus falar, e que após ter falado em Cristo, sua revelação maior, sua revelação final encontra-se nas Escrituras, que registra a revelação histórica de Cristo.
Um abraço.
E para quem está começando a ter os primeiros contatos com a teologia reformada, eu sugiro o livro do Rev. Hermisten Mai, Fundamentos da Teologia Reformada, publicada pela Editora Mundo Cristão.
ResponderÉ de fácil leitura, recomendado para iniciantes. Sugeri ao meu pastor, e vamos recomendar a leitura a todos os oficiais e lideres de departamentos na nossa igreja.
Enquanto vemos o crescimento do interesse pela Teologia reformada em geral, vejo em algumas áreas da IPB o contrário.
Prezado Rev. Dr. Augustus
Responderpor "Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos" o sr. certamente cita a PCUSA, não? Pois a PCA, a OPC e a EPC continuam calvinistas...
abraços
Osvaldo Pimentel Filho
IP Vila Mariana - São Paulo
Osvaldo,
ResponderCertamente! O nome da PCUSA é aquele que eu citei, "Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos".
A PCA é "Igreja Presbiteriana da América"; a EPC é "Igreja Presbiteriana Evangélica" e a OPC é "Igreja Presbiteriana Ortodoxa".
Abraços.
Dr. Augustus,
Respondercomo arminiano, acho que parte do motivo pelo qual os crentes de denominações que se consideram arminianas estão buscando a teologia calvinista é que o evangelho que sempre lhes foi pregado é, de muitas formas, pelagiano demais. Eu sei que para um calvinista o próprio arminianismo é um semi-pelagianismo violento, hehehe, mas até para um arminiano clássico, que foca sua teologia no chamado amoroso de Deus, em sua graça preveniente, e no modo em que Deus atrai homens e mulheres para si, a pregação das igrejas ´arminianas´ de hoje é distorcida. Uma pregação que diz que o homem é que busca a Deus, e é o homem que toma o primeiro passo, uma mensagem que enfatiza primariamente o livre arbítrio e não a graça de Deus- esse é um evangelho que pode, é claro, levar pessoas para Deus, mas as impede de crescer, porque coloca o peso da salvação sobre os ombros do homem e não na mão de Deus. Há uma diferença vasta entre o homem que diz que Deus nos conduz ao ponto onde podemos escolher aceitar sua salvação e o homem que diz que o homem é que é um ´caçador de Deus´.
O fato é que a maioria dos arminianos que se tornam calvinistas não entendem muito bem o que é o arminianismo, apenas aquilo que lhes foi ensinado com aquele nome. Os arminianos se deixaram contagiar pelo pelagianismo de Grotius e, posteriormente, Finney, e com isso enfraqueceram sua integridade e sua posição teológica. Eles negligenciaram a produção de material defendendo sua posição e não se importaram em estruturar sua teologia segundo linhas mais bíblicas; e agora pagamos por nossos pecados. Assim que o estudante e o leigo percebem que a posição semi-pelagiana deles não tem embasamento nas Escrituras, elas olham para o sistema coeso e brilhante da teologia reformada (de um ponto de vista apologético, o calvinismo é um castelo fácil de defender) e correm para ela, sem olhar para a teologia do próprio Armínio que é, eu creio, uma opção fiel a Bíblia.
Então, até para o arminiano mais fervente, este crescimento do calvinismo é uma coisa boa; é melhor que as pessoas creiam que tiveram escolha nenhuma em sua salvação do que creiam que a salvação foi uma obra inteiramente delas. É melhor que hajam mais calvinistas, que pelo menos são, a seu modo, bíblicos, do que proliferem mais pelagianos. O que cabe aos arminianos é buscar esclarecer sua teologia e apresenta-la não sobre as bases de liberdade humana, e sim sobre seu fundamento verdadeiro: a crença de que Deus não deseja que alguém pereça, a crença de que Deus quer que todos sejam salvos, e que Cristo morreu para oferecer a todos esta salvação. Enquanto o arminianismo concentrar no homem e não em Deus, ele nunca será um sistema verdadeiramente bíblico. Eu só espero que consigamos aprender esta lição antes de perdermos mais espaço.
Um grande abraço,
João
Querido Nicodemus, parabéns pelo post!
ResponderSou batista brasileiro (não nacional...) e, alcançado pela providência divina, reformado. Graças à maravilhosa graça de Cristo, hoje, para mim é claro como o dia que o calvinismo é a interpretação bíblica mais honesta e brilhante que alguém poderia dar.
Todavia, garanto pra você que, como pastor da CBB, a fileira ao meu lado de pastores reformados na OPBB (Ordem dos Pastores Batistas do Brasil) é muito maior do que a que o irmão pensa. E muitos nem sabem que a CRBB (Comunhão Reformada Batista do Brasil) existe. Eu louvo a Deus por isso. Estive na última Assembléia Anual da Convenção Batista Brasileira (a 88ª, ocorrida em São Luis-MA de 16 a 22 de jan de 2008) e, pra minha surpresa, um pastor "reformado" foi o que mais expôs as Escrituras naquela Assembléia (a do ano que vem já está confirmado outro batista da CBB, reformado, para ser orador oficial).
Há um clima entre os Batistas Brasileiro (CBB) de busca pela exposição da Escrituras, pela consagração e santidade. Qual será o fim disso se o Senhor ouvir as tantas preces dos seus? Não tenho dúvidas de que será um REconduzir gracioso para as Doutrinas da Graça (de onde, um dia, viemos). Inevitavelmente, creio que isso acontecerá (gostaria de ouvir um "AMÉM" de sua boca agora, Nicodemus... :-)
Amo você meu irmão! Sou um frequente leitor desse blog e espero que o Senhor continue lhe usando para nos abençoar e esclarecer em assuntos que vocês sempre estão na vanguarda.
Abraço, e parabéns, mais uma vez.
Carinhosamento em Cristo,
Pr. Wilson (seu futuro aluno no CPAJ esse ano)
Caro Rev. Augustus:
ResponderAcompanhei com vivo interesse os comentários a este seu interessante post sobre o avanço do calvinismo entre os evangélicos e, mais uma vez, chego à conclusão que há um amplo espaço de sadia convivência entre os que professam o arminianismo à luz de conceitos como os que foram emitidos pelo João Lemos dos Santos e os que acreditam no calvinismo na forma esposada pelo rev. Augustus.
Embora alguns achem "risível" o que vou afirmar, e eu tenha de usar, para isso, um recurso da dialética marxista, acredito na possibilidade da síntese, já que na minha limitada ótica vejo poucos pontos conflitantes entre uma corrente e outra nos termos aqui apresentados.
Por outro lado, ainda que não tenha compreendido bem o que o rev. Augustus quis dizer com "arminianismo natural do sistema pentecostal", em sua resposta ao Ednaldo, eu, pessoalmente, como pentecostal, não entendo que seja dessa forma, ou seja, que o arminianismo, por força do próprio sistema teológico, esteja intrinsecamente ligado ao pentecostalismo, e não vejo, portanto, qualquer incompatibilidade entre a fé pentecostal e o calvinismo. É possível, sim, no meu entendimento, ser pentecostal e, ao mesmo tempo, calvinista.
Nesse ponto, a contribuição do Gutierres foi excelente, pois o pentecostalismo clássico (por que não dizer ortodoxo?) proclama em seu arcabouço teológico "Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fides, Solus Christus e Soli Deo Gloria". Os dons espirituais são rigorosamente compreendidos à luz do que ensinou Paulo em 1 Coríntios 12, 13 e 14, sem que tenham qualquer caráter de "adendo" revelacional às Escrituras. O seu propósito fica claro, quando Paulo menciona o profetizar e afirma que se trata de um dom para "edificação, exortação e consolação". Se há os que absolutizam, eles não expressam o que ensina a teologia pentecostal, assim como os calvinistas fatalistas não expressam o cerne do calvinismo.
Ou seja, não é só nos meios batistas que o calvinismo encontra as portas abertaspelo seu excelente senso apologético. O interesse pela literatura reformada é geral, e me sinto gratificado por isso, pois ela nos ajuda a ter o nosso foco voltado para a Bíblia, faz com que tiremos os nossos olhos do homem para voltá-los a Deus e nos leva a compreender que somos inteiramente dependentes da bendita e soberana Graça de Deus.
Se me permite, Rev. Augustus, para concluir esse já longo comentário, transcrevo abaixo um poema de minha autoria sobre o que entendo ser a Graça de Deus manifestada aos homens:
Naveguei no oceano,
sem bússola.
Ancorei em mil portos.
Transpus umbrais de sonhos,
em tavernas.
Bebi o liquido da morte.
Fui apátrida sem rosto
na multidão.
Vi-me desnudo no Universo.
Caí esmagado sob as teias
do cadafalso.
Engoli o grito da esperança
Não havia onde alongar os olhos,
Faltava-me o norte.
Não havia onde estender os braços,
Faltava-me o amanhã.
Mas do alto rompeu a Graça
vestida de cruz,
que me ergueu do nada
e transpôs-me à Luz.
PS. Tive o privilégio de ser o supervisor da edição brasileira, lançada pela CPAD, do livro "E agora, como viveremos?", de Charles Colson e Nancy Pearcey.
Caro irmão Augustus Nicodemus,
ResponderSem o propósito de ofender alguém, quero expor meus comentários, mormente em relação aos pontos de vista do Alex, do João Lemos dos Santos e do Pr. Geremias do Couto.
Relativamente ao Alex, que bom seria se ele estivesse inserido na estatística apresentada no artigo, pois, então, ele estaria andando "na mão" e não na "contra-mão" do cristianismo histórico, cristianismo este que trouxe tudo o que de melhor existiu nesse mundo até hoje em termos de fé, doutrina, virtudes, e evangelização, apesar dos opositores do calvinismo serem cegos para isso.
Ao irmão João Lemos digo que um erro não deixa de ser um erro, seja lá a designação que se lhe dê, pelagianismo, semi-pelagianismo, arminianismo, etc. Que Deus é um Deus amoroso e que chama os seus eleitos por sua graça não é negado pelo calvinismo, antes é reiteradamente afirmado. Todavia, negamos com base na autoridade das Escrituras algo como uma graça preveniente, que não passa de um delírio teológico dos irmãos Wesley. O que há, de fato, é uma graça eficaz, que salva todos aqueles que "foram destinados para a vida".
Ao irmão Geremias do Couto digo que realmente há uma "arminianismo natural no pentecostalismo". Isto não quer dizer que não há reformados que acreditem na continuação de alguns dons extraordinários, como a cura, por exemplo. Vincent Cheung pode ser citado como um destes (apesar de que muitos o colocariam na categoria de um hiper-calvinista). Contudo, basta entrar em uma igreja pentecostal e ouvir a pregação e conversar com cristãos pentecostais sobre as suas convicções teológicas para ficar mais do que claro que a sua soteriologia, para se dizer o mínimo, é completamente arminiana. Falo isso com conhecimento, pois já fui pentecostal.
Até mesmo os batistas, data venia, apresentam inconsistências em seu calvinismo, pois não vão tão longe quanto as Escrituras revelam a respeito da teologia do pacto. Não é a toa que negam o batismo infantil. Com isto não quero dizer que não existam batistas reformados. Não me entendam mal, pois foi graças a um batista calvinista, Spurgeon, que me tornei presbiteriano. Quero apenas enfatizar que mesmo um gigante da igreja como Spurgeon apresentava inconsistências teológicas em seu pensamento.
A teologia reformada é o melhor e mais consistente sistma teológico, pois é a única que não necessita se esconder atrás de termos como "paradoxo" e "antinômio" a fim de explicar determinadas doutrinas das Escrituras, apesar de muitos calvinistas fazerem isso. O calvinismo, na sua maior pureza, está livre dessa fraqueza.
Apesar de meus comentários acima, fico muito feliz com o artigo, e mais feliz ainda com o interesse demonstrado, inclusive pelos pentecostais, pela teologia reformada. É um primeiro passo. Um passo muito importante. As inconsistências são abandonadas na medida em que somos absorvidos pela maravilhosa consistência da teologia calvinista.
Célio Lima.
Caro Célio:
ResponderÉ bom quando nossas idéias são discutidas dessa forma em que as divergências são tratadas com respeito.
Não obstante a sua tentativa de esclarecimento, continuo a não entender a idéia de um "arminianismo natural ao pentecostalismo". O argumento que você usa para defender a tese é inconsistente. O fato de você sempre ter ouvido argumentos de pentecostais que demonstram ser arminiana a teologia pentecostal não quer dizer que ela seja automaticamente "natural" ao pentecostalismo. Isto é, que o pentecostalismo necessariamente precisa ser arminiano.
Se você sempre ouviu dessa forma, como eu também, é porque assim foi ensinado ao longo do tempo
mediante asgumentos convicentens, como os há também no calvinismo, mas não que o pentecostalismo dependa do arminianismo para sobreviver como teologia.
O que pretendo afirmar, mais uma vez, é que uma pessoa pode ser pentecostal e, ao mesmo tempo, reformada, sem que haja qualquer conflito entre uma posição é outra. E se não há conflito entre ser pentecostal e calvinista, logo o arminianismo não pode ser obrigatoriamente una necessidade para quem professa o pentecostalismo.
Esse é o meu ponto. Quando se discute a soteriologia não é a questão pentecostal que se está discutindo e, sim, como é o processo da salvação em si mesmo.
Espero que com essa minha clarificação você e outros freqüentadores deste blog tenham compreendido porque não não me soa bem esse conceito de "arminianismo natural ao pentecostalismo".
Abraços em Cristo, o doador da Graça.
O Pr. Geremias do Couto expôs de forma magistral o meu pensamento.
ResponderA verdade é que existem preconceitos, tanto de um lado quanto de outro. Pois sabemos que sistemas teológicos não são blocos monolíticos, pois aquilo que é calvinismo para um não o é para outro, da mesma forma o que é arminianismo para um não é para outro, haja vista a discodância entre o próprio Arminio e o seus seguidores no que diz respeito a perseverança do santos.
Em Cristo Ednaldo.
Dr Augustus,
ResponderMInha satisfação é muito grande pela sua postagem, ainda mais quando se trata de uma realidade minha. Estudo em um seminário que por denominação é Arminiano, além de ser pentecostal. No entanto sou um estudante e seguidor da fé reformada.
É fato, que alguns exageros também existem nos grupos denominados Calvinistas, no entanto, no que diz respeito ao centro da doutrina cremos e seguimos.
É bem verdade que a compreensão de Calvino não tem sido fácil para alguns, chegando alguns ao ponto de distorcer interpretações para validar suas opiniões. Eu até me arrisco em dizer que Gesler é um desses. Ainda se tratando de Calvino e do Calvinismo é difícil para muitos entender o Deus soberando nos dias atuais.
Na verdade eu acredito que a escola da morte de Deus é um grande influenciador do meio neopentecostal onde parece que apenas o Deus imanente existe, mas o transcedente está apenas na cabeça dos "fundamentalista"(nenhuma comparação com o termo em sua realidade em quanto seguimento doutrinário).
E essa acaba sendo uma realidade também nas músicas cantadas. Tenho tentado na igreja em que sirvo desenvolver uma conciência mais clara das musicas cantadas apartir da ótica reformada. Não tem sido fácil, mas Deus ajuda!
Um outro caso muito comum é ser rejeitado pelos próprios Calvinistas. Que na maioria das vezes nos lembra a impossibilidade de sermos Calvinistas e Pentecostais. No entanto, gosto de lembrar que somos Calvinistas se considerarmos o sentido quase que etimológico da palavra.
Prefiro dizer que sou um seguidor daquilo que mais se enquadra as verdades Bíblicas, nesse ponto, Calvino chegou mais próximo. Mas isso também não nos impossibilita desacreditar de algumas de suas interpretações.
MAs insisto em dizer que sou Reformado em todos os sentidos que a reforma representa. Por isso continuemos firme, que seja essa de fato a vontade do Deus Soberano. E somente a Ele a Glória!
Prezado Dr. Augustus, parabéns pelo post. Gostaria de comentar um pouco sobre a relação entre a fé reformada e a declaração doutrinária da Convenção batista Brasileira (CBB), pois de fato há um ressurgimento do interesse pelo calvinismo entre os batistas.
ResponderNa verdade, os batistas norte-americanos sempre me pareceram em grande parte calvinistas. Pelo menos, os reitores dos grandes seminários do Sul lá, pelo que sei, são calvinistas. Dentre os conservadores (geralmente taxados de fundamentalistas) que assumiram a liderança da convenção do Sul, boa parte deles tiveram um viés calvinista (p.ex. A. W. Criswell da PIB de Dallas). As teologias sistemáticas batistas mais usadas nos EUA são calvinistas: Strong, Dagg, Conner, Bancroft, Mullins, Millard Erickson, Gruden,etc. Quando estive nos EUA visitei duas mega-igrejas em Houston e Springdale, cuja pregação que ouvi era calvinista.
Acredito que o xis da questão está na rejeição do hiper-calvinismo e da dupla predestinação. Aqui no Brasil, até onde tenho visto em minhas viagens, a predestinação num viés calvinista é doutrina ausente ma grande maioria dos púlpitos batistas. Os batistas brasileiros defendem (na enorme maioria dos casos) a predestinação baseada na presciência de Deus, ou seja, oficialmente a CBB defende que devemos manter juntas, na soteriologia e na pregação, as doutrinas da soberania de Deus e da responsabilidade humana. Defende-se majoritariamente a expiação ilimitada (logo, não há aceitação e defesa dos princípios da TULIP). Entretanto, não se defende a salvação pelas obras (a única coisa que cabe ao pecador em relação à sua salvação é ouvir e crer - e nesse caso reside, para a maioria dos batistas brasileiros a única parte da responsabilidade humana na salvação: o pecador não será salvo pelas obras mas unicamente pela fé em Cristo) nem se defende que a segurança da salvação dependa do pecador: uma vez salvo (se verdadeiramente salvo), salvo para sempre. Portanto, acredito que, salvo haja uma mudança muito grande e radical entre os batistas brasileiros, algo que no momento não vislumbro, não creio numa guinada calvinista na CBB. Mesmo porque, a declaração doutrinária da CBB defende a eleição unicamente pela presciência de Deus, sem as demais implicações soteriológicas da fé reformada. Posso estar enganado a longo prazo, mas como professor do STBNB e pastor batista há 15 anos, os batistas brasileiros nem se assumem calvinistas nem arminianos. Defendem uma soteriologia que contém ponto de contato com as duas perspectivas (para muitos reformados isto não é possível, mas em geral os batistas brasileiros não pensam assim e evitam pelo lado do calvinismo - a expiação limitada e a graça irresistível - ; e pelo lado do arminianismo - a bondade inata do homem, a salvação pelas obras e a perda da salvação. É isso !!!!
Eis aíi prelúdio de sistematização da tercera via, ou da síntese, como ja me manifestei anteriormente. Acredito que seja este o caminho para unir os evangélicos ue lutam pela ortodooxia bíblica, sem os modismos que pululam por aí.
ResponderAbraços
Caro irmão Augustus
Responderrecebi a Cristo numa "Assembléia de Deus" onde militei por quase três décadas onde Bacharei-me em Teologia sempre guardei num segredo covarde as minhas convicções reformadas, particularmente quanto aos cinco pontos do calvinismo, depois de algumas peregrinações iniciei uma nova igreja pentecostal e livre das amarras começo a percorrer a trilha do conhecimento reformado com paciência fiquei tocado pelo artigo deste blog. E gostaria de acrescentar que é verdadeiro o dito que "todos nascem arminianos e que pela graça de Deus o deixamos de ser" portanto eu já o havia me tornado e só descobri que o era com o contato com a literatura reformada.
"O reavivamento reformado começou, Graças a Deus"
ósculo a todos os leitores deste abençoado Blog
Lourival Nascimento pastor.mvida2@bol.com.br
Prof. Augustus Nicodemus,
ResponderLi tudo, de um fôlego só. Ufa! Fiz anotações... mas uma pulga me ficou, mas antes: 1. lamento que um irmão tenha se identificado como "Anônimo", mas o senhor, sempre educado, o respondeu e nomeou-o de "Anônimo". Mas outro anônimo falou depois. Jesus, quem é o primeiro anônimo? Talvez um nomezinho no final ajudasse, não é?2. bom, vamos à pulga: o irmão (ou irmã, desculpe-me) falou do apoio à guerra do Iraque. Por Jesus, desde quando concordar com a guerra do Iraque é sinal de calvinismo ou de arminianismo? 3. Aqui na Paraíba, calvinistas são os presbiterianos. Nós, os batistas, falamos de "eleição", a que os presbiterianos chamam de "predestinação" - para mim a mesma coisa. As coisas se resolvem à resposta à questão: "Pode um crente perder a salvação?" e "O homem participa na salvação ou é obra exclusiva do Espírito Santo, o homem só responde ao chamado a ele?" Bom, os assembleianos e os batistas costumam digladiar-se (no bom sentido, eu acho) sobre isso. Eu creio na eleição e na predestinação... creio que o homem está morto, portanto não pode "aceitar" Jesus. Bom, acho que essa é a suma das coisas por aqui. Mas abaixo do Velho Chico os caba são mais sofisticados...
Um abraço,
Marcelo Hagah
João Pessoa-PB
P.S.: eu concordei com a guerra do Iraque. E concordo com outras que vierem que mantenham o mundo livre, livre... É isso aí. E sou manso.
Marcelo,
ResponderBoa palavra. Como paraibano, gosto da fala direta.
Abraços pessoenses.
Faz tempo que não "ouço" o Marcelo Hagah. Que bom vê-lo por aqui com a sua linguagem direta, espontânea e verdadeira.
ResponderApenas para lembrar a ele que a "predestinação", no dizer presbiteriano, ou a "eleição", no dizer batista, já não são coisas do outro mundo para alguns bons assembleianos. E que estamos todos unidos contra a praga do teísmo aberto e os males do neopentecostalismo, como discutido no último post do rev. Augustus.
Abraços
(Eu creio na eleição e na predestinação... creio que o homem está morto, portanto não pode "aceitar" Jesus. Bom, acho que essa é a suma das coisas por aqui)
ResponderDiscordo um pouco, nobre irmão.
Concordo que o homem está morto espiritualmente, mas ele precisa usar o seu livre arbítrio para:
"a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação." Romanos 10:9-10
Bom, Jesus é superior em tudo, tem a primazia em tudo, Ele é tudo em tudo. Logo, tudo o que dermos ou fizermos para Ele, é porque d'Ele já recebemos. A maior prova de que Cristo nos aceitou foi no seu sacrifício. Agora é a nossa vez:
"Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome," João 1:12
A paz do Senhor esteja com todos vocês.
Wendel.
Wendel, leia por favor o verso 13 de João cap. 1 e veja quem usou o livre-arbítrio.
ResponderPeço permissão aos Reverendos e Presbitero, para fazer uma propaganda do forum do site monergismo onde podemos nos aprofundar nesta questão.
http://forum.monergismo.com
Em Cristo,
Ednaldo
P.S. Fiquem a vontade para moderar este comentário, por causa da propaganda.
gostaria de por favor vcs me mandarem artigos que defendam a não perda se salvação obrigado!!!!
Respondermaxconcflor@hotmail.com
Saudações.
ResponderComo cristão reformado, vejo que um dos maiores problemas dos críticos cristãos ou não cristãos ao calvinismo é a simples ignorância sobre o assunto. No Brasil temos um verdadeiro culto da opinião.Falam suas opiniões muito "sábias", mas incrivelmente o fazem sem o menor grau de comprometimento com estudo ou honestidade intelectual. Qual o primeiro passo óbvio para se criticar João Calvino e sua doutrina cristã? Obviamente que é ler as Institutas e a Bíblia comparativamente e integralmente, além de conversar com alguém que seja calvinista ou cristão reformado.
Por exemplo, ao conversar com colegas católicos, muitos disparavam acusações chamando a doutrina da predestinação de doutrina protestante, acusavam Calvino de capitalista, ou interpretavam o calvinismo fazendo referências indiretas ao livro de Max Weber ou a textos apologistas produzidos para o ataque doutrinário!
Estutando o assunto, foi relativamente fácil perceber que a igreja católica romana aceita a predestinação (agostinismo e tomismo, isso sem falar nos textos de Anselmo) de forma relativamente compatível com o Calvinismo, embora aceite também a liberdade do fiel para escolher uma interpretação molinista (mais parecida ocm o arminianismo). E os ataques ao calvinismo acusavam a doutrina reformada de coisas que o próprio Calvino já previa e detalhava em sua institutas. Logo, os próprios católicos atacavam a doutrina da predestinação sem nem mesmo conhecer uma das principais formulações que o catolicismo adota da mesma.
Assim como o meio católico, o meio protestante também carece de esclarecimento neste aspecto. Vemos muitos irmãos que aderem ao arminianismo sem o menor estudo crítico, e quando menos se percebe, já defendem o pelagianismo e o relativismo de nossos dias. A Teologia Reformada foi sem dúvida nenhuma um dos grandes tesouros trazidos pela Reforma (e custou muita dor para muitas pessoas, com certeza). Triste é perceber como tal tesouro facilmente se perde, mas consolador é também perceber a constante busca do Cristão pela sã doutrina.
E ninguém pode reclamar de falta de material, já que estamos com trÊs edições recentes traduzidas das Institutas de Calvino, e a Confissão de Fé de Westminster é disponibilizada no site da Igreja Presbiteriana do Brasil para quem quiser.
O problema é que poucos têm a disciplina de buscar a verdade.
Um grande abraço.
Sou batista, fundamentalista bíblico, muitos irmãos que eu conheço se dizem calvinistas, e eu me considero calvinista,não existe refutação para uma verdade bíblica.
ResponderÉ interessante como também é diferente os escritos de Calvino, dos seus interpretes modernos também.
ResponderAté em questão de ênfase...
Uma Coisa é ler Calvino, Spoorgeon, e ler hoje os representantes do Calvinismo. Parecem Músicos de uma nota só.
Eu era batista Reformado, mas agora sou simplesmente Reformado.
ResponderSei que não está no assunto.
ResponderMas, Pensei que todos Os Reformados eram Cessacionista estrito, ao ponto de não existir nenhum Dom. Por isso que no post anterior coloquei que não sou Cessacionista.
Mas, vi agora que eu pensei errado
Na verdade os reformadores são Cessacionistas em Relação aos dons Revelacionais.
Bom, sou Cessacionista em relação aos dons Revelacionais do seguinte sentido:
Em relação ao dom de profecia. Dependendo do significado de Profecia, sou Cessacionista ou Não.
Se o significado de Profecia for O conceito Bíblico, que remonta ao tempo do Antigo testamento, é que um profeta era um instrumento da revelação divina, a quem vinha a palavra do Senhor e que , portanto, pronunciava as próprias palavras de Deus( p.ex., Êx.4.12, 7.1-2; Jr1.4-9, 23.16,18,22,28)
Neste sentido do termo, que é o significado bíblico essencial, creio que não há mais Profeta, porque a auto-revelação de Deus foi completada em Cristo e no testemunho apostólico de Cristo, e o cânon da Escritura foi encerrado há muito tempo.
Além disso, “Profetas e Apóstolos” são em diverso contexto, encarados como FUNDAMENTO (POR CAUSA DOS SEUS ENSINOS) sobre o qual a Igreja é edificada (Ef 2.20, 3.5).
creio também que A palavra “profeta” pode ser usado em outro sentido, secundário.
Como por exemplo, podem existir profetas como Ágabo( At11.28, 21.10-11), CUJA A FUNÇÃO NÃO É ACRESCENTAR ELEMENTO ÀS ESCRITURAS SAGRADAS. Mas, Sim, Predizer Algum Evento Futuro ou qualquer outra coisa que NÃO ACRESCENTA NADA OU CONTRADIZ AS ESCRITURAS SAGRADAS.
CREIO QUE ISSO É POSSÍVEL. deste sentido não ou Cessacionista, No entanto, sou muito cauteloso em relação a isso.
SE a revelação desse tipo de “Profeta” contradizer ou acrescentar algum elemento às Escrituras Sagradas, Então não é de Deus.
Há outro sentido também o de Pregador.Deste sentido também não sou Cessacionista.
Já em relação a línguas, creio que não há mais continuação.
olá queridos.
ResponderSou mais um a fazer parte das estatísticas. Interesso-me pelas doutrinas da Graça desde minha adolescência e, hoje, aos 26 anos, tenho me aprofundado no tema.
Fico surpreso ao saber que não sou o único. Foi no mínimo interessante para mim aprender, há algum tempo, sobre as raízes calvinistas da Igreja Batista, da qual sou membro.
Na minha Igreja, meu pastor sabe que sou calvinista, e isso me causa um certo desconforto...Às vezes eu sinto que o sermão é pra mim (rs). Alguns amigos não suportam a idéia de que o livre arbítrio simplesmenmte não existe. Mas me consola saber que não sou o único "desconfortável". Oremos para que o Espírito Santo nos guie na Verdade, que é a promessa do nosso Senhor, e assim possamos pregar o mais puro Evangelho.
Se assim não for, de nada servem nossas convicções.
Ulisses,
Rio de Janeiro.
André Holanda,
Responderparabéns pelo comentário!!! Concordo contigo em gênero, número e grau... A CBB não é nem 100% calvinista e nem 100% arminiana.
Abraços,
Robson Oliveira, pr.
Rev Nicodemus.. Eu sou Batista e Calvinista e de fato eu tenho uma forte restrição ao batismo infantil, especialmente por ainda não ter encontrado uma base sólida para o mesmo. Confesso que isso me incomoda muito, pois ao ler os principais textos da reforma, inclusive as Institutas, percebo que esse é o unico ponto de conflito entre o que creio e a genuina fé reformada. O senhor poderia me ajudar nisso?? Qual é a base sólida dessa doutrina?? Os grande Calvinistas Batistas, como Spurgeon e Piper, creem nisso??
ResponderWilliam,
ResponderNão creio que Spurgeon, Piper e outros irmãos batistas calvinistas aceitem o batismo infantil.
Todavia, há muitos calvinistas, não batistas, que aceitam, sim. Sempre houve gente boa nos dois lados desta discussão.
Veja porém:
http://www.monergismo.com/textos/batismo/batismo_helder.htm
http://www.editoraculturacrista.com.br/produtos.asp?codigo=259
Abraços.
Rev Augustus, uma pergunta: Stott era reformado? As colocações do mesmo se aproximam muito do pensamento de Martin Lloydd-Jones.
ResponderOla Reverendo Augustus Nicodemus! Sou seminarista batista e depois de estudar um pouco minhas convicções soteriológicas também passaram a ser calvinistas. Hoje estou estudando, com muita alegria, na Escola Charles Spurgeon. Gostaria de saber se o senhor saberia me informar ou me passar alguma referência bibliográfica que resolva a questão dos batistas brasileiros. Quando chegaram ao Brasil adotaram a confissão de fé mde New Hampshire de 1833. A aceitaram até 1986 quando foi substituída pela DD da América CBB. A questão é a seguinte: Como os batistas brasileiros conseguiram se desviar do calvinismo presente na CFNH para essa mescla Calminiana da DD? Isso é algo que me intriga bastante. Agradeceria se pudesse me indicar algum material que esclarecesse o assunto ou indicasse alguém que o saiba responder caso não saiba a razão dessa mudança. Desde já agradeço. Grande abraço!
Responder