Eu nunca havia atentado para o fato de que o teísmo aberto oferece o tipo de deus que alguns evolucionistas teístas tanto precisavam para ser coerentes em sua teoria. A idéia me estalou nesta segunda, conversando com o cientistas cristãos do Discovery Institute em Seattle, que acabam de lançar um livro "God and Evolution" que promete ser uma das críticas mais pertinentes e sérias ao evolucionismo teísta.
Explico.
O evolucionismo teísta acredita que Deus existe e que "criou" a vida na terra através daquilo que a teoria evolucionista chama de processo não dirigido ou intencional, em que mutações acidentais e aleatórias levaram gradativamente à seleção natural e à sobrevivência das espécies mais aptas.
O grande problema aqui com esta teoria são as palavras "não dirigido," "aleatório" e "acidental". Este conceito é fundamental na teoria darwinista. Na verdade, é um de seus pilares. O conceito da evolução repousa neste princípio de que as mutações ocorreram de forma randômica, ao acaso. Como, então, integrar o conceito de mudanças aleatórias com a supervisão do Deus cristão, que é onisciente, onipresente e onipotente? Se Deus é onisciente, como poderia ter inventado um processo natural que se desenrolaria de maneira totalmente imprevisível, acidental e randômica, totalmente fora de seu controle ou conhecimento?
A solução é o deus do teísmo aberto. Esta "divindade," de acordo com os teólogos relacionais, desconhece o futuro e não sabe o que vai acontecer no universo nos próximos minutos. Ou seja, ela serve perfeitamente como o deus do evolucionismo teísta.
É isto que está sendo defendido em anos recentes por evolucionistas teistas. De acordo com os tais, "Deus" implantou no DNA o potencial para as mutações mas não tinha - e nem tem - a menor idéia em que tudo isto vai acabar. O processo evolucionário é autônomo e imprevisível a tal ponto que "Deus" desconhece seu produto final - se é que um dia ele haverá de terminar.
Bem, se é assim, os evolucionistas teístas deveriam mudar o nome para evolucionistas "deístas", uma vez que estes tais acreditam numa divindade remota que criou o mundo como um relógio, deu corda e simplesmente afastou-se. O deus do evolucionismo-deísta-aberto não tem a menor idéia onde tudo isto vai parar. Ainda sou mais Deus.
Explico.
O evolucionismo teísta acredita que Deus existe e que "criou" a vida na terra através daquilo que a teoria evolucionista chama de processo não dirigido ou intencional, em que mutações acidentais e aleatórias levaram gradativamente à seleção natural e à sobrevivência das espécies mais aptas.
O grande problema aqui com esta teoria são as palavras "não dirigido," "aleatório" e "acidental". Este conceito é fundamental na teoria darwinista. Na verdade, é um de seus pilares. O conceito da evolução repousa neste princípio de que as mutações ocorreram de forma randômica, ao acaso. Como, então, integrar o conceito de mudanças aleatórias com a supervisão do Deus cristão, que é onisciente, onipresente e onipotente? Se Deus é onisciente, como poderia ter inventado um processo natural que se desenrolaria de maneira totalmente imprevisível, acidental e randômica, totalmente fora de seu controle ou conhecimento?
A solução é o deus do teísmo aberto. Esta "divindade," de acordo com os teólogos relacionais, desconhece o futuro e não sabe o que vai acontecer no universo nos próximos minutos. Ou seja, ela serve perfeitamente como o deus do evolucionismo teísta.
É isto que está sendo defendido em anos recentes por evolucionistas teistas. De acordo com os tais, "Deus" implantou no DNA o potencial para as mutações mas não tinha - e nem tem - a menor idéia em que tudo isto vai acabar. O processo evolucionário é autônomo e imprevisível a tal ponto que "Deus" desconhece seu produto final - se é que um dia ele haverá de terminar.
Bem, se é assim, os evolucionistas teístas deveriam mudar o nome para evolucionistas "deístas", uma vez que estes tais acreditam numa divindade remota que criou o mundo como um relógio, deu corda e simplesmente afastou-se. O deus do evolucionismo-deísta-aberto não tem a menor idéia onde tudo isto vai parar. Ainda sou mais Deus.
37 comentários
comentáriosIsso é tão absurdo que nem se tentássemos usar a lógica para aplicar esse conceito evolucionista teísta aberto não conseguiríamos de tão inconsistente que é. E é até cômico. Díficil mesmo é acreditar que crentes conseguem seguir esses absurdos. O homem é mesmo uma fábrica de ídolos.
ResponderO homem tem cometido a torpeza de divinizar o humano e humanizar o Divino. Assim vão de teoria em teoria tentando achar um deus que se encaixe em sua cosmovisão.
ResponderSou estudante de historia, e mesmo se não fosse cristão creio que que não acreditaria na evolução das especies! Acho tudo que existe muito complexo, e mais complexo ainda é o ser chamado homem! Esse teismo aberto é uma grande mentira, e tudo que dela venha! Fecho meu comentario com uma frase do ex-presidente do EUA Abraham Lincoln: " É impossivel olhar para natureza e não acreditar num criador"
ResponderBem, o deus do teísta aberto é igualzinho ao deus do teólogo relacional...apesar da argumentação em contrário. Esse deus é do tipo que quanto ao amanhã tem que dizer - "se o homem quiser, eu farei tal coisa...". Um deus anão é como um pequeno ídolo, você carrega, controla,em fim faz o que com ele. Esse não é o Deus da Bíblia. O nosso grande e sublime Deus. Bom texto, muito bom mesmo. Muito bom o texto!
ResponderPr Silas Roberto Nogueira
Olá, Doutor. Filosoficamente, por que crer que Deus é um ser, ie, uma entidade consciente, um sujeito?
ResponderPelo argumento cosmológico, torna-se perfeitamente possível se crer num princípio criador. Porém, o argumento, por si só, não justifica o atributo da consciência a esse princípio (e não vejo nenhum outro argumento que justifique). E a maior parte das religiões, entre as quais as cristãs, pressupõem esse atributo. Sendo assim, como partir de uma base racional para se abrir para o mundo da fé? Tem a fé que ser totalmente desprovida de base, fundamentada apenas em sentimento ou intuição?
Pergunto isso pela seguinte razão: muitas pessoas, dentre as quais eu me incluo, querem acreditar que seja possível tal ser. Querem ter algum tipo de espiritualidade. É uma demanda real. Porém, se envolvem-se com alguma fé, ainda que alimentada com o tempo, essa fé simplesmente não se sustenta, pois não faz sentido. Não por "desilusões da vida", mas por falta da convicção filosófica. Não existe uma base firme na qual se assentar, da qual se abre uma possibilidade (não necessariamente uma certeza) de que tudo pode ser real, permitindo, com isso, um caminho livre para a prática da fé. O que se tem é uma incerteza constante de base, corrosiva, que lhe leva ao ateísmo pelo simples fato de que faz isso muito mais sentido, de que a tese veiculada é muito mais provável (uma entidade consciente é menos provavel, porque mais complexa), ainda que se tenha alguma fagulha de fé, de sentimento de que é real...
PS: desculpe-me pela impertinência com o post.
Além dessas "pérolas teológicas" que tem "evoluindo" por dito teologos,não sei se o senhor já ouviu dizer também, que tem aparecido alguns teologos dizerem que Deus é fraco,e aquela palavra onipotente é uma invenção de teologos sitemáticos,que os judeus nunca disseram que Deus é onipotente,e que isso é coisa de teologia cristã.
ResponderOlá,
Respondernão vejo incoerência entre a aleatoriedade da teoria e a onisciência/onipotência de Deus. Dizer que foi aleatório não significa dizer que não há pressupostos racionais e axiomas que regem a evolução, a não ser que se entenda a Criação como refém de uma visão muito estreita sobre a natureza, na qual também não haveria espaço para a teoria quântica, por exemplo.
A aleatoriedade da teoria da evolução não significa ausência de determinismo, uma vez que esta aleatoriedade segue rígidos pressupostos que não permitem, por si só, afirmar que Deus fica de alguma maneira ausente.
Eu acredito em uma noção de Criação que pode ser ilustrada pelo seguinte: ela é muito mais parecida com um jogo de futebol do que com um jogo de xadrez.
Vinicius,
ResponderVocê disse que não vê incoerência entre a aleatoriedade da teoria e a onisciência/onipotência de Deus, mas Francis Collins, o pai do projeto Genoma, e declaradamente evolucionista teísta, em seu livro A Linguagem de Deus, reconhece o problema e tenta resolvê-lo.
Nenhum evolucionista reconheceria como um legítimo filho de Darwin a idéia de que Deus teria estabelecido leis e princípios determinantes que controlariam as possibilidades das mutações ao acaso a ponto que ao final se obteria o resultado desejado.
Se Deus estabeleceu normas e princípios que controlam irreversivelmente os processos de mudanças, os mesmos não são aleatórios, mas se encaminham para um fim determinado e seu resultado final é previsível - coisa que qualquer darwinista rejeitaria.
Um abraço.
Belo post reverendo...
Responderachei o máximo o senhor ter escrevido o deus do teismo aberto com d minúsculo, principalmente na parte final: O deus do evolucionismo-deísta-aberto não tem a menor idéia onde tudo isto vai parar. Ainda sou mais Deus.
mal sabe eles que tudo foi predestinado por Deus( mas de modo que ele não é o autor do pecado, nem nossa liberdade acabada)
Lí o livro A Linguagem De Deus, gostei muito. Pela primeira vez, ví um evolucionista descrever sua própria conversão a Cristo. Crédito para Francis Collins. Entretanto, parece mesmo uma contradição, submeter a criação a um processo evolutivo, qualquer que seja ele.
ResponderReverendo Augustus Nicodemus, esse seu "estalo" que liga o deus do teísmo aberto ao teísta evolucionista, ajuda-nos a reter o que é bom. Vi o nome do Alister MCgrath alistado como cientista cristão no livro do Collins.
Roney Leão
Excelente cutucada, não existe nada mais incoerente do que ser evolucionista teísta que na prática é realmente evolucionista deísta, todos aqueles que aderem o teísmo aberto em algum momento são evolucionistas teístas. O evolucionismo teísta é o estágio para alcançar a deformação do teísmo aberto.
ResponderRev Augustus Nicodemus, sinceramente, em língua portuguesa, talvez não haja uma melhor resposta ao ateu Richard Dawkson do que a de Alister MCgrath, cientista cristão, alistado no livro de Francis Collins. Por isso, acho, vamos com consideração pelo menos por estes dois, Collins e MCgrath, que precisamos ler o que escreveram, antes de chamar absurdo.
ResponderRoney Leão
Roney,
ResponderDa minha parte, eu li. É inegável que ambos fazem dura crítica ao evolucionismo, e devem ser reconhecidos por isto.
Mas não é este o ponto do meu post, nota bene, e sim que o teísmo evolucionista enfrenta este dilema de um Deus onisciente controlando um processo se se baseia no acaso.
Não creio que Collins e McGrath sejam teístas abertas - apenas acho que o dilema deles persiste se crêem no Deus onipotente e onisciente.
Abraços.
Obrigado Rev. Augustus Nicodemus, acredito que está sendo revirado o pensamento inconsistente, para não dizer contraditório, de se tentar manter junto criação/evolução. Parece que não há outra conclusão, que, para haver uma síntese, se possível fosse, que o próprio conceito de Deus como conhecemos, seja mudado para um outro deus, ao gosto do espírito deste século.
ResponderReverendo Augustus Nicodemus, continue dando "estalos" semelhantes, muito obrigado.
Roney Leão
Reverendo Nicodemus. Escrevi para o senhor por conta de seu currículo. Gostaria que o senhor visse a minha dúvida como uma dúvida direcionada por um fiel ao seu reverendo.
ResponderAbraços.
Não é só no evolucionismo teísta que há essa "negação" da onisciência de Deus. A teologia relacional de certa forma faz isso também... ou estou enganado?
ResponderConcordo com o outro comentário, hoje infelizmente há essa divinização do humano e humanização do divino. Triste.
Espero uma resposta :]
Fábio,
ResponderNosso conhecimento sobre Deus não é baseado na natureza, na intuição ou na consciência, mas na revelação que Ele fez de Si mesmo em Jesus Cristo, a qual se encontra registrada na Bíblia.
Um abraço.
Fabio: talvez você não esteja mesmo procurando Deus, mas sim procurando um deus que se adapte à sua concepção de Deus. Deus é.
ResponderQuando li o livro "Criação e Evolução: 3 pontos de vista", publicado pela Editora Vida e vi Howard Van Till tentar defender a "criação de potencial pleno", vulgo evolução teísta, fiquei com a forte impressão de deísmo em seus argumentos.
ResponderApesar de sua insistência na réplica de que não estava a defender o deísmo, não me senti plenamente convencido. Fiz um apanhado das três visões apresentadas no livro mencionado tentando levantar questões sobre o assunto cujo primeiro texto (e índice) se encontram aqui: Criacionismo e evolucionismo: prós e contras.
Muito boa a contribuição reverendo. Ainda não tinha feito essa ligação.
Desculpe a persistência. Mas o senhor está me dizendo que a única razão para crer em Deus é porque a Bíblia assim "revela"?
ResponderOlá, Fabrício. Não estou procurando um deus que se adapte à minha concepção de Deus. Mas Deus nos deu um instrumento com o qual pensar o mundo, o universo, a nós mesmos, que é a razão. O que faço, portanto, é tentar compreender a questão com a razão. É o que tenho disponível. Aliás, é o que você também tem disponível.
Estou tentanto apenas encontrar uma razão para crer. Li o post sobre o irmão de Christopher Hitchens. Pelo que entendi, ele se converteu ao cristianismo porque viu que um mundo sem cristianismo é um mundo ruim. E também porque ficou com medo do inferno.
Em relação ao primeiro motivo, uma coisa é aderir à ética cristã. Outra totalmente diferente é você acreditar nas bases metafísicas dessa ética. Não me parece razoável crer que Deus existe somente porque se supõe que um mundo ateu é pior. Seria o mesmo que dizer que devemos acreditar que Cristo retornou à Terra porque assim o mundo é melhor.
Em relação ao segundo motivo, o que ele fez foi uma aposta: "se realmente existir o inferno, não quero ser a ele um candidato; logo, me converterei". Ele está sendo movido pelo medo, não pela fé. Ele não acredita necessariamente.
Por outro lado, se eu tenho a consciência de que a existência de Deus é realmente possível, tal como se revela na Bíblia, e se o que Cristo diz realmente faz sentido (e na minha opinião, na sua essência, realmente faz), então abre-se a possibilidade para se crer em Cristo. Não se tem a certeza, mas se sabe que é possível, porque há indícios. Eis, então, o caminho para a fé.
Noto que não existe motivo para ser um evolucionista teísta. Não há evidencias verdadeiras de que a macro-evolução aconteceu. É compreensível que um ateu ou um espírita sejam evolucionistas, visto que suas visões de mundo exigem que a evolução tenha ocorrido. Visto que eles têm a intenção de crer assim, toda evidência é julgada de forma a concordar com isso, por mais forçada que seja a concordância. Mas um evolucionista teísta crê contra a evidência em uma teoria que não se sustenta e que TAMBEM contraria seu entendimento filosófico, tentando inutilmente adaptar o teísmo a um suposto “evento”, que na verdade jamais foi demonstrado real, isto e, a macro-evolução.
ResponderFabio
ResponderHá um livro interessante de Normam Geisler, "Não tenho fé suficiente para ser ateu". Um livro com pontos fortes e fracos, mas no geral muito bom. Creio que lhe será de valia. Recomendo que você não tenha pressa nessa sua busca, vá no seu ritmo, aprendendo e analisando com cuidado, de modo a não se decepcionar nem vir a ter uma fé fraca.
Fabio
ResponderOs atributos mais gerais de Deus são perceptíveis à mente curiosa e honesta. Conforme declarou o apóstolo Paulo, “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;...”. Dá trabalho pesquisar isso e chegar a uma conclusão, mas muitos trilharam esse caminho e abandonaram o ateismo, por estarem convencidos de que o universo e a logica apontam no sentido da existencia de Deus.
Mas há coisas sobre Deus que não podem ser conhecidas sem revelação direta. Então é necessario saber se há uma revelacao direta de Deus com os homens, e qual e essa revelação. Existem varios livros defendendo que a Biblia traz essa revelação. O livro que indiquei faz uma analise condensada dessa questão.
A sua questão sobre a pessoalidade de Deus e interessante, e Normam Geisler toca também nesse assunto. Tem muito material sobre isso nos livros e na net, pois é um assunto que vem sendo discutido há muito tempo.
Quanto mais conheço sobre as teorias Darwinistas de como a origem da vida aconteceu, mais eu fico feliz e glorifico a Deus por não está no meio dessa bagunça! É cada teoria mais irracional que a outra, que cinco minutos bem aproveitados de meditação e algum conhecimento das Escrituras, e consequentemente de Deus, já derrubariam mais da metade delas, se não todas.
ResponderPensemos: Deus criou o DNA, uma das “coisas” mais complexas que existente na natureza, para, quem sabe, algum dia, por simples acaso, e não por sua Suprema vontade, algo poderia vir a existir que pudesse lhe glorificar, ou não!
Deus não age ao acaso e tudo que ele faz é para a Sua Glória! A possibilidade de Deus criar algo que poderia vir a não glorifica-lO é impossível! Pois as Escrituras dizem que mesmo os seres que não glorificam a Deus virão a ser Glória para Ele quando forem jogados no inferno.
Se o homem tivesse sido criado pelo acaso, o que levaria Deus a nos amar? Nós que somos tão vis e imundos pecadores e que constantemente ofendemos a Deus em tantas maneiras? Como Deus enviaria seu Filho para morrer por uma simples “experiência de laboratório”?
Quanto mais os cientistas, que se preocupam tanto com a verdade, tentam se aprofundar mais e mais nessas tolas teorias, mais eles se afastam da Verdade.
Antes de falar o meu parecer do teismo aberto, desejo parabeniza-lo pelo seu trabalho Dr. Augustus, sou um nordestino que mora numa cidadizinha do RN conhecida como Lajes, fica á 160km de Natal e o admiro muito. Com referência ao teismo aberto acredito que é mais uma tentativa do homem moudar Deus conforme as exigências da cultura do presente seculo. Uma tentativa falha e que não vai, ou melhor dizendo, não foi muito longe.
Respondergostaria de saber se o simpósio sobre darwinismo nao vai ter uma edição esse ano
ResponderSandro Barcelos
Querido Augustus,
ResponderO que diriam C.S.Lewis, Alister McGrath, B.B. Warfield, Charles Hodge, e talvez, até Francis Schaeffer, até onde eu sei, evolucionistas teístas, sobre isso? Eles criam mesmo nessa teoria?
Abs
Wilson
Wilson,
ResponderEu não sei o que eles diriam. Eu mesmo estou curioso para saber como escapariam deste dilema, que é atribuir um processo aleatório e ao sabor do acaso a um Deus que sabe todas as coisas e, na verdade, as decretou.
Abs.
Caríssimo Reverendo, Meus cumprimentos pelo excelente artigo.
ResponderLi o livro "A linguagem de Deus" de Francis Colins (Diretor do Projeto Genoma). O autor professa ser evolucionista, e cristão, defende que é impossível acreditar em vida inteligente ao acaso. Para a existencia de vida, e vida inteligente há a necessidade de um Deus criador, conduzindo todo o processo.
O senhor leu este livro?
Seu artigo meu fez pensar: Será que o soberano Deus Todo Poderoso, fez testes de laboratório, para desenvolver toda criação?
Parabéns pelo post mais uma vez, Rev. Augusto.
ResponderAcredito que aqueles que são teístas evolucionistas ficam em dificuldade em vários pontos da fé cristã:
1. Inspiração e inerrância bíblica porque a Bíblia afirma em várias passagens que Deus criou
2. Na pessoa histórica de Cristo, pois Jesus falou sobre a criação do homem
3. Na autoridade apostólica, pois os apóstolos falaram sobre a criação ex nihilo.
Outra coisa é que os seminários que estão cheios de livros de teólogos católicos como base devem ter uma grande influência do teísmo evolucionista, já que eles são os pioneiros nisso desde Teilhard Chardin.
Outra coisa impressionante que vi: como o evolucionismo prepara o terreno para o ateísmo. O tema nem foi esse, mas logo alguém falou sobre isso como o Fábio que falou com pergunta sincera e deve ser respondido (como alguns já responderam).
Ao Fábio, apenas queria dizer que seria difícil para uma mente racional se não existisse um Deus como revelado nas Escrituras. Isso seria mais complexo. O simples é saber que um Deus pessoal, sábio e inteligente está por trás de toda essa complexidade.
Sr. Nicodemus,
ResponderPostei um comentário e não o vi.
Posso programar o computador para gerar números aleatoreamente. Aperto a tecla enter e aparece um número. Aperto de novo e vem outro número, sucessivamente, sem nenhuma relação com o primeiro. Não posso prever o número que vem a seguir. É aleatório. Mas será que é aleatório para Deus? Será que é um processo sobre o qual Deus não tem nenhum domínio? Em resumo: um processo que é totalmente aleatório para mim é garantidamente aleatório para Deus? Creio que não. Do mesmo modo, a evolução pode ser aleatória e ter uma finalidade. Não vejo problema nisso.
Glênon,
ResponderDarwin discorda de você, como ele discordou de todos os seus contemporâneos que eram teístas evolucionistas e que defendiam que Deus supervisionava o processo evolutivo. Nas palavras de Darwin, "Da mesma forma que o vento sopra de maneira aleatória e sem propósito, assim também é o caso com a variedade de seres orgânicos sob a ação da seleção natural" (tradução livre).
Para ele, seu conceito de seleção natural mediante mutações aleatórias e ao acaso excluiam qualquer necessidade de um processo que fosse inteligentemente guiado.
Essa sua idéia é a mesma que o Collins teve, na tentativa de manter o Darwinismo ortodoxo evolucionista e sua crença no Deus cristão. Só que manter que um Deus onisciente e onipotente criou um processo que por sua vez cria as coisas de maneira aleatória é uma contradição em termos.
Pegando seu exemplo, o programador não sabe o resultado dos números. Ele não é onisciente e nem sabe o futuro. Mas o Deus cristão não é assim. Ele sabe o futuro e conhece todos os números que sairiam do seu computador programado antes que saíssem.
A sua única alternativa, se quiser abraçar o Darwinismo ortodoxo e ainda acreditar em algum deus, é aceitar o deus do teísmo aberto, que não sabe o futuro e ignora o resultado final do processo evolutivo.
Sr. Nicodemus,
ResponderAcho que o senhor não entendeu meu argumento. Vou tentar uma exposição melhor. O senhor disse que o grande problema do evolucionismo teísta são as palavras: “ "não dirigido," "aleatório" e "acidental"” que é “conceito fundamental na teoria darwinista”. Daí você pula para o “deus do teísmo aberto”, que, “de acordo com os teólogos relacionais, desconhece o futuro e não sabe o que vai acontecer no universo nos próximos minutos”, servindo, “perfeitamente, como o deus do evolucionismo teísta.”
continua...
Continuando...
ResponderEntendo que há um perigo na sua argumentação. A existência de um processo “aleatório”, “não dirigido” e “acidental” na natureza seria então uma prova da não existência de Deus? Ou, no máximo, da existência do deus do teísmo aberto. Creio que não. Isto porque existem tais processos na natureza e eles contribuem para a existência do mundo tal como ele é. Vou dar alguns exemplos:
- O decaimento radioativo. Materiais radioativos são materiais cujos átomos decaem aleatoriamente. Não é possível saber quando ou qual átomo sofrerá decaimento, é um processo completamente aleatório. No máximo podemos prever quando metade do material sofrerá decaimento.
- A seleção natural. Calma, a seleção natural sozinha não é a Teoria da Evolução. Para Darwin sair da seleção natural para a Teoria da Evolução ele teve que fazer um bom exercício de raciocínio. A seleção natural é o processo aleatório que descreve como condições ambientais favorecem a sobrevivência de um grupo de indivíduos em detrimento de outros.
Poderia também falar aqui de fenômenos da Física Quântica que arrepiaram os cabelos de Einstein a ponto de ele afirmar: “Deus não joga dados”, mas não tenho domínio suficiente do assunto para colocar em discussão. Só sei que posso usar esse computador para ter escrever porque essa teoria funciona muito bem.
O problema é: esses processos aleatórios são reais, fazem parte do mundo em que vivemos e negá-los é semelhante ao posicionamento de inúmeros protestantes do século XVII, que ridicularizavam o Sistema Heliocêntrico.
Volto então para o questionamento inicial: O que é aleatório para o homem é necessariamente aleatório para Deus? Novamente creio que não. O próprio Jesus lança mão de um fenômeno completamente aleatório para nós para falar da providência de Deus quando afirma que nem um fio de cabelo cai de nossa cabeça sem que Deus tenha permitido. A queda de fios de cabelo é obviamente totalmente aleatória para o ser humano. Ninguém pode desenvolver uma expressão matemática para prever qual fio cairá de nossa cabeça e nem quando. Mas Deus tem o controle disso tudo.
Usar as palavras de Darwin para rebater esse argumento não quer dizer nada. Quando Darwin diz:
"Da mesma forma que o vento sopra de maneira aleatória e sem propósito, assim também é o caso com a variedade de seres orgânicos sob a ação da seleção natural"
Ele está fazendo uma interpretação do que ele observou (no caso, a seleção natural). O problema é que essa interpretação, como em qualquer teoria científica, é carregada de subjetividade e não pode ser considerada como a última palavra para o entendimento de sua Teoria. É um ato de fé. Como ele já estava em crise com sua religiosidade, decide por fé que o que é aleatório para o homem também é aleatório para Deus. Mas não há nenhuma observação científica que confirme isso. Do mesmo modo, por um ato de fé, posso reconhecer a aleatoriedade na teoria da evolução crendo que ela não é aleatória para Deus. Aliás, isso para mim é bem claro, pois a ideia de aleatório está intimamente ligada à capacidade de se prever algo no tempo e no espaço. Eu estou limitado às três dimensões espaciais e à dimensão temporal, então existirão fenômenos aleatórios para mim. Deus, porém, não se limita a essas dimensões, portanto, aleatoriedade não faz sentido para Ele.
Ao contrário de você, entendo que a existência de fenômenos aleatórios reforçam a ideia de um Deus onipotente e onipresente diante de um ser humano limitado. E acho que há uma grande distância entre o evolucionista teísta e o teólogo relacional.
Glênon.
Glênon,
ResponderSuas últimas explicações deixaram mais claro seu pensamento, agradeço por isto.
Você afirma que existem processos que nos parecem aleatórios (com o que eu totalmente concordo) mas que na realidade não o são para Deus (com o que também concordo inteiramente).
Sua posição, portanto, se eu entendi direito, é que o processo de evolução dos seres vivos mediante um processo de seleção natural que avança mediante mutações ou adaptações aparentemente aleatórias, na verdade, é um processo dirigido por Deus, que tem um propósito definido e já estabelecido.
Para mim, isto não é darwinismo, pois na essência da teoria de Darwin e dos darwinistas e mesmo do neo-darwinismo está a aleatoridedade REAL e não aparente destes processos.
É por se conscientizarem deste problema que muitos evolucionistas teístas, como Francis Collins, estão propondo um debate com teólogos para redifinirem a teologia cristã. Veja a entrevista dele aqui: http://pewforum.org/Science-and-Bioethics/The-Evidence-for-Belief-An-Interview-with-Francis-Collins.aspx
Collins está percebendo que não tem como conciliar o conceito de Deus defendido pelo Cristianismo histórico e a aleatoriedade real dos processos darwinistas de evolução.
Bom, vou ficando por aqui, creio que as posições estão claras, obrigado por ter interagido. Um abraço.
Aleatório e determinista podem descrever o mesmo fenômeno, dependendo do observador, se é que podemos dizer que a Divindade é um observador (Deus não "observa" a criação, mas a cria e a sustém). Aquilo que parece aleatório aos nossos olhos - e até mesmo o movimento das partículas subatômicas nos parece aleatório e indeterminável - é proposital e determinado perante o Criador. Ou é possível olhar para uma mesa como esta em frente a qual estou sentado e imaginar que ela mantém sua forma apesar da indeterminação do movimento das partículas que a compõem sem imaginar que ela é criada assim e mantida assim?
ResponderKkk nem tudo que é evolucionismo é mero acaso ou caos...
ResponderA seleção natural por ex não é caótica e ao acaso ela seleciona sempre os mais ajustados ao meio ...
Se fosse tudo ao acaso inclusive a seleção como haveria evolução convergente??? Explique