"Liberal", ou "neo-liberal", no sentido econômico, tem um sentido quase inverso ao sentido teológico. O liberal teológico é o que considera a Bíblia apenas um reflexo humano de religiosidade, mas não Palavra inerrante de Deus. Esses liberais teológicos, contrapõem-se aos teologicamente conservadores, que abraçam o teísmo clássico, expresso nas Escrituras, e firmam suas doutrinas e visão de vida na Bíblia, pois ela é aceita como revelação divina de quem são as pessoas, de como é Deus e o que Ele fez e faz na história. Teologicamente, então, o liberal não é conservador. Liberal no sentido econômico é aquele que é conservador na sua compreensão do papel do estado na economia. Ele busca pouca intervenção - deseja se libertar das intervenções, centralizações e tirania do governo e de sua massa burocrática.
Para complicar ainda mais, "liberal" no sentido político-econômico norte-americano, tem um sentido igualmente contrário ao termo, quando utilizado no sentido europeu e entre nós.
Nos Estados Unidos, "liberal", política e economicamente falando, é o que se declara LIVRE de certos princípios básicos que nortearam a fundação daquela nação e se mostra partidário de um governo centralizadamente forte, messiânico e paternalista. O oposto de "liberal", lá, é "conservador". Nesse sentido, há certa equivalência com os termos teológicos - os liberais são de esquerda e os conservadores de direita (se bem que pelos padrões brasileiros, tanto o "liberal" norte-americano, como os "conservadores" de lá, são considerados de direita - como o é tudo que "cheira" a americano).
No nosso contexto político (refletindo o europeu), "liberal" ou "neo-liberal", conforme já especificamos para a esfera econômica, é o que postula a libertação das amarras do governo. É o que é, exatamente, CONTRA o estado centralizador, onipotente e messiânico. É o que defende a livre iniciativa, o direito de propriedade e o que afirma que a coletividade é melhor servida quando os direitos e iniciativas individuais são reforçadas e respeitadas.
Afinal, você é liberal, e em que sentido?
Solano Portela
quinta-feira, março 22, 2012
Liberal ou Liberal?
Postado por Solano Portela.
Sobre os autores:
Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.
O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.
O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.
24 comentários
comentáriosQuerido Solano, venho exatamente pensando sobre isso desde aqueles seus posts sobre a censura.
ResponderPosso dizer que sou liberal, porque sou contra o estado centralizador, onipotente e messiânico. É a este estado que receio entregar o controle sobre a censura.
Mas, Solano, embora seja liberal, descobri (ou tenho descoberto) que não sou adepto ao libertarianismo. Embora pareça que o libertarianismo seria exatamente um ótimo lugar para um liberal estar, porque, ainda que concorde com as ideias básicas do libertarianismo, elas, na prática, não funcionam em questões como aborto.
Aqui, então, é que eu acho que a Igreja tem uma oportunidade maravilhosa de pensar a cultura: algumas ideias interessantes não se sustentam quando filtradas pelo cristianismo. E isso acontece tanto com o ideário esquerdista como acontece com algumas ideias de direita também como, por exemplo, o libertarianismo.
Solano, leu o
"Liberdade versus igualdade: O mundo em desordem"? Gostei muito e há uma explicação ali semelhante a esta do teu post. Sobre o livro: http://mulheresabias.blogspot.com/2011/09/fora-da-gaiola-mental-uma-conversa-com.html
Abraços sempre afetuosos.
Fábio.
Presbítero, neste mesmo post, li um parágrafo sobre o conceito de democracia revisto por um ganhador de prêmio Nobel (salvo engano, de economia), quando ele defende que não deve existir um governo completamente embasado e ao livre sabor somente da vontade da maioria. Acredito que houve uma revisão e acabou sendo tirado este conceito, o termo especificamente utilizado e o Autor da idéia. O senhor poderia trazer estas informações novamente? Agradeço.
ResponderCaro Fábio:
ResponderGrato pelo comentário. Mesmo advogando um papel mínimo (o que é Bíblico) para o governo, ele deve ser relembrado de suas responsabilidades, perante Deus, de ser ministro para o bem - aí entra a colocação de barreiras contra a devassidão.
Um abraço fraterno,
Solano
Caro Edmilson:
ResponderVocê acertou na mosca. As referências à diferença entre democracia e demarquia estavam no primeiro texto, mas na medida em que corrigi algumas pequenas coisas, decidi retirá-lo e expandí-lo em um próximo post. Sintonize neste mesmo canal, que ele surgirá em alguns dias. Desculpe a subtração...
Abs
Solano
Fábio:
ResponderSobre sua referênca, não li. Vou procurar lê-lo.
Obrigado,
Solano
Presb.
ResponderEngraçado... no século bem passado eu era sempre contra o governo, hoje também. Mas teologicamente,conservadora, na economia, liberal, com interferência mínima do Estado, direito à propriedade privada, respeito ao indivíduo. Sou o que hoje chamam de pejorativamente de "direita".
Mas é o que sempre falo, só imagino se aqueles em que acreditava estivessem no poder desde o dito século, como estaríamos? Quanto aos teólogos liberais, quem liga prá eles?
Abs.
Olá,
Responderestado messiânico e paternalista não ficou um tanto exagerado? É claro que aqueles liberais norte-americanos desejam mais atuação do estado, mas não são tipos de ditadores, socialistas ou qualquer outra coisa tão estranha quanto esses adjetivos soaram. por exemplo, é messiânico assumir um papel no trato da saúde pública? É paternalista regulamentar o mercado financeiro acostumado a vale-tudo?
abraço
"Afinal, você é liberal, e em que sentido?"
ResponderAcredito que não sou "liberal" em sentido nenhum [nem liberal do esquerdismo, nem liberal do direitismo, nem liberal na teologia, e nem liberal de utopia nenhuma]. Agora, "conservador", sou somente no sentido teológico, e isso basta para mim.
Quanto a questão do grau de interferência do Estado em assuntos como economia, percebo que ele sempre será mínimo e máximo ao mesmo tempo. A questão é saber distinguir em benefício de quem o Estado é máximo [ou presente] e em detrimento de quem o Estado é minimo [ou ausente].
Um abraço... Maykon
A Economia de mercado tende a ser competitiva, para isso precisa ser eficiente e para isso precisa ser excludente. Por exemplo, se eu tiver uma máquina que substitua o trabalho de cinquenta homens eu compro a máquina e mando embora os cinquenta homens e economizo muito dinheiro, enquanto os cinquenta homens ficam desempregados e sem dinheiro (só um exemplo entre muitos).
ResponderAcredito que o papel do estado é fazer o equilibrio e garantir os direitos básicos de cada ser humano. Ou seja, a tendência excludente do sistema de mercado seria compensada pela dinâmica inclusiva da democracia no campo político.
E falando em Deus, acredito ser parecido. Nós temos uma tendência excludente, que tem que ser compensada pela dinâmica inclusiva do “Reino de Deus”.
Gustavo
Não sei... Venho há tempos pensando sobre estas questões e, olhando os tempos que passaram, vejo que a Igreja entregou ao estado o que lhe era responsabilidade: a ação social às classes desfavorecidas ("estrangeiro, viúvas e órfãos"). Quanto mais a Igreja se fechou em si mesma, mais o estado a invadiu e tomou dela o que lhe era por obrigação: se a cada templo construído, tivéssemos levantado também uma escola e um hospital, certamente nossa geração estaria muito menos preocupada com um estado laico e sua doutrinação poderosa anti-cristã. Penso mesmo que tudo o que estamos colhendo hoje (lei da palmada, lei da mordaça, etc) e tudo o que vier ainda pela frente é porque semeamos acomodação, elitismo, gueto, frieza espiritual, etc.
ResponderEstou convencido que a Igreja precisa pensar menos no estado e mais em si mesma: uma reforma que nos arranque da frente da sky e nos coloque de volta às ruas para o trabalho de evangelismo.
Abraços sempre afetuosos.
Fábio.
Pessoal, tudo isso é "lorota", com diz aqui em minha região: conversa para boi dormir. Estado é estado, igreja é igreja, não se mistura uma coisa com a outra, bom mesmo é se pudessemos seguir o modelo teocrático, como no inicio de israel, onde Deus foi o gorverno. Todavia, o povo se rebelou contra o próprio Senhor criador de todas as coisas.
ResponderLiberal, Conservador,estes interesses, na realidade, não são nada mais que a negação total e contínua dos interesses de Deus. Deus tá nen aí com essas parafrases humana, vamos seguir os ensinamentos do Senhor: amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmo. E tachu!
Olha eu tenho que admitir eu costumava pensar que o liberalismo econômico era o mais compatível com a Bíblia, quando era mais jovem aceitava essa lógica, 'conservadorismo bom, liberalismo ruim', 'mercado bom, Estado ruim', achava que era um anarcocapitalista. Hoje, eu tenho que dizer, após 5 anos estudando Economia na FGV, uma instituição com tendências liberais econômicas, que eu não posso concordar com essa afirmação e um dos meus objetivos secundários na academia é fazer uma crítica decisiva ao anarcocapitalismo.
ResponderEu posso afirmar, por que liberalismo econômico bíblico é uma doutrina, ou afirmação, tão cheia de sentido quanto socialismo econômico bíblico. Isso vem muito da chamada "direita americana" (perceba as aspas) que tenta forçar a associação de liberalismo com cristianismo. Isso tá muito errado, porque eles acabam exagerando, colocando o cristianismo a serviço da ideologia deles, colocando a Bíblia em pé de igualdade com Ayn Rand. O problema é que eu percebi que esse tipo de coisa, liberalismo laissez-faire do jeito que a "direita americana" e a interpretação bíblica que eles tentam importar pra gente sem contextualização, não funciona no Brasil.
As pessoas se esquecem que tanto o socialismo quanto o liberalismo são invenções humanas, portanto a melhor maneira de estabelecer uma ideologia para o papel do Estado na economia é através de uma perspectiva pluralista. A Bíblia é a palavra de Deus e por isso nenhuma filosofia humana pode dizer que está mais de acordo com a Bíblia ou não, porque são filosofias humanas. Eu aprendi que o liberalismo teológico é ruim não porque uma pessoa disse, mas porque Deus fala através da Palavra dEle isso. E o mesmo é com o Estado: minha pesquisa, utilizando teoria dos jogos, conclui que o Estado surge tão naturalmente quanto o mercado e isso não é novidade para Deus, não é? O Estado tem que ser do tamanho que tem que ser e isso é uma afirmação flexível, às vezes tem que ser grande, ou pequeno, etc, dependendo do contexto, acima de tudo, coisa que eu vejo na Bíblia assim.
No excelente livro "O que estão fazendo com a Igreja?" [conhecem? rs] o autor [conhecem tbm? rs] faz uma relação interessante entre a agenda da esquerda política e a agenda da esquerda teológica mostrando que existem muitas afinidades entre as duas, principalmente em questões de ordem moral como a simpatia pelo aborto, pela eutanásia, pelas práticas homossexuais, etc.
ResponderOs grupos teológicos relacionados com o pensamento político de esquerda foram os liberais e também os neopentecostais, mas "em menor número". Sobre esse último grupo, o autor ainda diz:
"Sei que os neopentecostais tendem um pouco mais à direita nas questões apontadas, mas, ao fim, por não se pautarem consistentemente pelo referencial exclusivo das Escrituras, acabam acompanhando liberais e libertinos em questões morais e éticas."
Particularmente, concordo que existe sim uma relação entre as duas abordagens de esquerda - a teológica e a política - no campo moral, e que o neopentecostalimo, mesmo que em menor grau, também simpatize com elas.
Mas veja que também é inevitável associar a teologia neopentecostal com o pensamento de direita quando o assunto em questão é de ordem econômica ou financeira. Afinal, quer algo mais direitista e mais neopentecostalista do que a famigerada "Teologia" da Prosperidade?
A mesma ganância e sede pelo dinheiro e poder que move o capitalismo mundial, também é disseminada pelas seitas neopentecostais na forma de teologia. E pior, isso é disseminado como sendo uma virtude digna de ser cultivada pelo povo de Deus.
Já ouvi um sermão de um pastor neopentecostal de minha cidade onde ele afirmou peremptoriamente que "ser empregado é uma maldição. Crente tem que ser patrão e rico!" Eu mesmo ouvi ele dizer isso, ninguem me contou.
Um tele-evangelista famoso por ser adepto dessa corrente de pensamento chamou de "trouxa" os cristãos que não cultivam essa "virtude" quando dão o dízimo à igreja somente motivados por amor e gratidão. "Quem planta, quer colher" justificava, ele.
Agora se essa postura não for capitalismo teológico do mais nojento que existe, eu não sei mais o que é. Um amigo meu, uma vez, fazendo um trocadilho com o marxismo, afirmou algo até que interessante: "Estão querendo extrair 'Mais-Valia' do Cristianismo".
Que acham disso? Um abraço a todos...
Maykon
Caro senhor
ResponderSubscrevo o primeiro comentário do colega Maykon Johny em cada vírgula e palavra. Perfeito!
E acrescento por minha conta algumas reflexões heréticas da minha parte:
1. Pelo que eu li, a idéia de papel mínimo para o Estado supostamente baseada na escritura tem como base apenas um versículo;
2. Me parece muito mais uma predileção do que um fundamento bíblico, até porque o texto em questão, lembro vagamente que até já comentei isto aqui no seu blog, lembro que o texto bíblico pode estar falando de um rol não taxativo-exaustivo mas sim falando de um rol exemplificativo;
3. Não me entenda mal, eu não sou comunista nem defensor do Estado totalitário, mas se o Estado não for "paternalista" em muitos casos, quem irá proteger os menos favorecidos? Falo do ponto de vista humano, é claro que sei que Deus está antes de todas as coisas;
4. Enquanto houver tanta miséria e pecados, a meu ver o Estado tem que agir fortemente. Depois disto, eventualmente a sociedade se tornando mais forte e cristã, é possível sim uma diminuição gradual da proteção "paternal" do Estado;
5. Se relembrarmos a história do Direito do Trabalho veremos que ele surge por inspiração cristã (o que é bom), mas só se tornou efetivo mesmo com a intervenção forte do Estado. Tenho certeza que muitos dos senhores se sentem confortáveis e felizes que a proteção que o Estado lhes dá pelos princípios e legislações do Direito do Trabalho;
Por último, os colegas, o senhor e outros, falam do Estado como se ele fosse uma coisa com vida própria. O Estado somos "nós" os participantes. Se alguém é ausente então não adianda reclamar. Sal insípido não serve para nada. Se os cristãos não assumirem seus papéis em todos os lugares, no Estado inclusive, outros assumirão e lhe darão a cara que lhes é característica e neste caso não adianta os cristãos ficarem alegando que o fim chegou e que a perseguição está próxima, e que a vinda do Senhor é breve.
Não estou dizendo que a Igreja tem que assumir o Estado, mas sim que os cristãos tem que assumir os espaços que a sociedade e o Estado permite que seja ocupados.
Ou seja, estou dizendo que temos que ter mais escolas por princípios bíblicos, professores de filosofia verdadeiramente convertidos, juízes cristãos e convertidos, deputados, senadores e assim por diante.
Abraço!
Nada melhor do que unir um conservador e um liberal: Calvino e Mises! ;)
ResponderLi esta semana o livreto abaixo, cuja tradução para o português é recente.
ResponderCreio que é uma leitura obrigatória. Com certeza, ela esclarecerá a muita coisa sobre as discussões aqui travadas.
A Anatomia do Estado
por Murray Rothbard
http://mises.org.pt/media/documents/A%20Anatomia%20do%20Estado%20-Murray%20N.%20Rothbard.pdf
Pastor Solano
ResponderLi um artigo chocante recentemente;
http://www.midiasemmascara.org/artigos/globalismo/12928-o-advento-da-ditadura-secreta.html
Noto a respeito dos esquerdistas que eles jamais se contem, jamais aceitam qualquer limitação ao seu poder, tendem sempre ao totalitarismo. Enquanto não tem poder total, estarão tentando ter. Enquanto haja o menor fiapo de discordância em relação a eles, não estarão contentes, enquanto houver alguma instituição que não esteja sujeita eles, se sentirão ofendidos. É uma doença da alma.
ResponderAlguns tentam justificar o esquerdismo atual com base nos cristãos do passado, que buscaram proteger os mais pobres. Mas esquecem que esses mesmos cristãos foram aqueles que se opuseram ao poder totalitário do estado.
Há uma claque imensa que sempre justificará Lênin, Stalin, Pol Pot e Mao, achando que eles eram semelhatnes a Cristo.
Ao dizer "a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus", Cristo disse algo revolucionário, porque disso se conclui que há coisas às quais Cesar nunca terá direito, entre eles, a conciência do homem. E foi justamente por isso que os cristãos eram perseguidos. Como então podem haver cristãos que apoiam o crescimento sem fim do poder de Cesar?
Todo poder humano deve ser limitado. LImitado por lei, limitado pela justiça natural, limitado pela sabedoria, limitado pela prudência. Desejar um poder humano infinito é idolatria.
A tempo, o poder do partido planejado por Gramsci é ainda maior que o poder do partido criado por Lênin.
Concordo plenamente com o Rafael Galvão e com os 5 pontos elencados pelo Oliveira. Observações perfeitas. Particularmente, acredito que a leitura do protestantismo conservador da Bíblia pró estado mínimo é sim tendenciosa ou paranóica (medo excessivo da esquerda). Deixei duas perguntas acima, ainda sem resposta, sobre a ideia de "messianismo" atribuída a posições de esquerda (utilizando exemplo norte-americanos). Convido os últimos comentaristas a opinarem.
ResponderEm tempo, parece-me claro que o discurso de liberdade individual defendido pelos conservadores teológicos não trata com rigor o fato de que esse conceito de "individual" não é o mesmo dos tempos bíblicos, por mais que ela seja tomada como inerrante.
Na prática, a panfletagem de crentes contra a reforma do sistema norte-americano de saúde acusando-a de "socialista" está muito longe de ter respaldo bíblico.
abraços
Vinícius
Deve-se tomar um pouco de cuidado em relação a discussão do papel do estado na economia.
ResponderDe forma bastante abragente, quem é liberal, advoga um estado minimo. Essa é uma posição puramente política.
E até que ponto é bíblica?
Por exemplo. Infelizmente a esquerda também se apropriou do "marxismo é biblico". Alguns interpretam a biblia a luz do marxismo. E também advogam que é biblico.
A biblia é um paper de economia ou é a revelação da salvação para o ser humano? Será que encontramos também como construir um prédio na biblia? Existe a edificação (prédios, estradas, aeroportos, etc) bíblica ou não bíblica?
Vamos discutir do ponto de vista técnico. É de comum acordo para a maioria dos economistas, principalmente aqueles no mainstream, que existem falhas de mercado, seja informacional, seja de avaliação, etc. Um livro introdutório de micro irá auxiliar os senhores.
Como voce ataca tais falhas de mercado? Uma maneira de contornar isso é via governo: regulando, investindo, provendo infomação.
Se existe monopólios naturais, como atacar? Pode ser via governo, ou mesmo via regulação. Cabe escolher o ótimo social.
Abs
JP
Caro Vinícius
ResponderComo você citou meu nome, e foi gentil com suas palavras, lhe darei o respeito e a consideração em lhe tornar claro as minhas impressões "heréticas" sobre as duas perguntas que ficaram em aberto.
Pergunta 1: Estado messiânico e paternalista não ficou um tanto exagerado?
Eu... De fato também fiquei com a mesma impressão. São coisas distintas para mim.
Pergunta 2: É assumir um papel no trato da saúde pública?
Eu... Caro eu poderia divagar "hereticamente" e longamente defendendo a idéia de que igrejas instituições em paralelo e cristãos convertidos ocupando espaços no legislativo e executivo, principalmente agindo na medida que os poderes dos seus papéis permitirem, no sentido de promover a saúde para o povo e isto em larga escala. Poderia usar para tal divagação como base bíblica a fala de Cristo fazendo uma aplicação por analogia "... tive fome e me deste de comer, estive doente e me visitastes, etc...". Mas novamente isto não quer dizer que eu seja adepto da teologia da libertação etc... Eu não sou.
Pergunta 3: É paternalista regulamentar o mercado financeiro acostumado a vale-tudo?
Eu... Usaria por analogia para justificar tal regulamentação, usaria o texto usado como exclusivo e minimalista para o Estado, usaria o texto sobre o tal "papel de espada" do Estado. Onde o "vale-tudo" do mercado do capitalismo selvagem seria a guerra e o crime violento (contra as economias) e a bordoada da espada seria a direta regulamentação do Estado.
Isto não quer dizer que o Prof. Solano esteja agora na lista dos que eu odeio e desprezo, muito pelo contrário, é um cristão notável e já no dia-a-dia pratica via Mackenzie o que eu acho que deva ser um papel cristão com forte impacto na construção das culturas.
Mas ele não é perfeito... risos...
Nem o Mackenzie é, pois a meu ver deveriam se reunir e decidir no Planejamento Estratégico deles, que onde existisse um venda coca-cola e onde existisse uma Assembléia de Deus, ao lado deveria existir um Colégio Mackenzie.
Há muito a ser feito...
Eu tenho um sonho de ter uma pequena escola por princípios bíblicos numa localidade pobre...
Quem sabe...
Abraço!
João Paulo...
ResponderVocê tocou em um assunto importante: até que ponto nós podemos pensar de forma cristã sobre temas que fogem à esfera do sagrado, tais como economia e política?
Particularmente, acredito que podemos pensar QUASE todas as coisas de forma cristã.
Como você mesmo disse, questões estritamente técnicas como a construção de prédios ou o tratamento para bronquite, não exigem um pensar cristão, pois são questões pragmáticas e de consenso entre todos.
Mas temas como política, economia e questões sociais podem sim ser pensados segundo princípios bíblicos. Pois apesar desses temas serem aparentemente restritos ao pensar técnico, sempre existe um propósito para tudo, e tal propósito sempre é fundamentado em algum tipo de ética e de moralidade, que por sua vez são fundamentadas em determinadas premissas.
E tanto a ética e a moralidade quanto as premissas que estão por trás de todas essas coisas não só podem, como devem ser pensadas e julgadas segundos padrões bíblicos pelo povo de Deus.
A questão, como vc disse, é saber se os cristãos estão mesmo pensando sobre esses temas segundo padrões bíblicos ou se estão se valendo de sua condição de Povo de Deus para defenderem, em nome dEle, determinadas ideologias de que são simpatizantes e que muitas vezes não são tão condizentes assim com as Escrituras Sagradas.
Existe um autor anglicano, Harry Blamires, que aborda esse assunto em seu livro "A Mente Cristã". Achei bastante interessante e recomendo para quem não conhece ainda.
Um abraço...
Maykon
Caro Leonardo
ResponderAntes que o reverendo me dê uma bordoada bem merecida... risos... faço uma errata.
Eu esqueci de quinta-feira a noite... risos... Burro (eu)...
Então corrigindo:
- Jesus morre no final de uma quarta-feira véspera de um "Grande sábado" que era um sábado-feriado anual que não caia necessariamente no sábado-semanal;
- Quarta a noite temos uma noite;
- Quinta (que era sábado-feriado) temos um dia;
- Quinta a noite temos duas noites;
- Sexta temos o segundo dia;
- Sexta a noite temos a terceira noite;
- Chegamos no sábado-semanal e temos o tercerio dia;
- Sábado a noite antes que a mesma finalizasse antes que iniciasse o Domingo temos então a ressurreição;
- Temos então o cumprimento literal do sinal de Jonas e das palavras de Jesus, a saber 3 dias e 3 noites.
Desculpe a falha, faz muito tempo que li a explicação...
Dá para contar também como adventista ou judeu e teríamos:
- da tarde de quarta até a tarde de quinta, temos um dia e uma noite;
- da tarde de quinta até a tarde de sexta, temos dois dias e duas noites;
- da tarde de sexta até a tarde de sábado, temos três dias e três noites;
- antes que se completasse mais um dia completo da tarde de sábado até a tarde de domingo, ele ressuscita.
Nesta forma de contar também dá 3 dias e 3 noites.
Abraço!