segunda-feira, junho 11, 2012

Augustus Nicodemus Lopes

Carta ao Reverendo Van Diesel

[Republicação - Mais uma carta fictícia. Não existe o Reverendo Van Diesel, pelo menos não com este nome...]

Prezado Reverendo Van Diesel,

Obrigado por ter respondido minha carta. Você foi muito gentil em responder minhas perguntas e explicar os motivos pelos quais você costuma ungir com óleo os membros de sua igreja e os visitantes durante os cultos, além de ungir os objetos usados nos cultos.

Foto do armário do Rev. Van Diesel - óleo santo
importado de Israel
Eu não queria incomodá-lo com isto, mas o Severino, membro da minha igreja que participou dos seus cultos por três domingos seguidos, voltou meio perturbado com o que viu na sua igreja e me pediu respostas. Foi por isto que lhe mandei a primeira carta. Agradeço a delicadeza de ter respondido e dado as explicações para sua prática.

Sem querer abusar de sua gentileza e paciência, mas contando com o fato de que somos pastores da mesma denominação, permita-me comentar os argumentos que você citou como justificativa para a unção com óleo nos cultos.

Você escreveu, "A unção com óleo era uma prática ordenada por Deus no Antigo Testamento para a consagração de sacerdotes e dos reis, como foi o caso com Arão e seus filhos (Ex 28:41) e Davi (1Sam 16:13). Portanto, isto dá base para se ungir pessoas no culto para consagrá-las a Deus." Meu caro Van Diesel, nós aprendemos melhor do que isto no seminário presbiteriano. Você sabe muito bem que os rituais do Antigo Testamento eram simbólicos e típicos e que foram abolidos em Cristo. Além do mais, o método usado para consagrar pessoas a Deus no Novo Testamento para a realização de uma tarefa é a imposição de mãos. Os apóstolos não ungiram os diáconos quando estes foram nomeados e instalados, mas lhes impuseram as mãos (Atos 6.6). Pastores também eram consagrados pela imposição de mãos e não pela unção com óleo (1Tim 4.14). Não há um único exemplo de pessoas sendo consagradas ou ordenadas para os ofícios da Igreja cristã mediante unção com óleo. A imposição de mãos para os ofícios cristãos substituiu a unção com óleo para consagrar sacerdotes e reis.

Você disse que "Deus mandou Moisés ungir com óleo santo os objetos do templo, como a arca e demais utensílios (Ex 40.10). Da mesma forma hoje podemos ungir as coisas do templo cristão, como púlpito, instrumentos musicais e aparelhos de som para dedicá-los ao serviço de Deus. Eu e o Reverendo Mazola, meu co-pastor, fazemos isto todos os domingos antes do culto." Acho que aqui é a mesma coisa que eu disse no parágrafo anterior. A unção com óleo sagrado dos utensílios do templo fazia parte das leis cerimoniais próprias do Antigo Testamento. De acordo com a carta aos Hebreus, estes utensílios, bem como o santuário onde eles estavam, “não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma” (Hb 9.10). Além disto, o templo de Salomão já passou como tipo e figura da Igreja e dos crentes, onde agora habita o Espírito de Deus (1Co 3.16; 6.19). Não há um único exemplo, uma ordem ou orientação no Novo Testamento para que se pratique a unção de objetos para abençoá-los. Na verdade, isto é misticismo pagão, puro fetichismo, pensar que objetos absorvem bênção ou maldição.

Você também argumentou que “Jesus mandou os apóstolos ungir os doentes quando os mandou pregar o Evangelho. Eles ungiram os doentes e estes ficaram curados (Mc 6.13).” Nisto você está correto. Mas note o seguinte: (1) foi aos Doze que Jesus deu esta ordem; (2) eles ungiram somente os doentes; (3) e quando ungiam, os enfermos eram curados. Se você, Van Diesel, e seu auxiliar Mazola, curam a todos os doentes que vocês ungem nos cultos, calo-me para sempre. Mas o que ocorre? Vocês ungem todo mundo que aparece na igreja, crianças, jovens, adultos e velhos... Você fica de um lado e o Mazola do outro, e as pessoas passam no meio e são untadas com óleo na testa, gente sadia e com saúde. Se há enfermos no meio, eles não parecem ficar curados. Pelo menos o membro da minha igreja que esteve ai por três domingos seguidos não viu nenhum caso de cura. Ele me disse que você e o Mazola ungem o povo para prosperidade, bênção, proteção, libertação, etc. É bem diferente do que os apóstolos fizeram, não é mesmo?
 
Quando eu questionei a unção das partes íntimas que você faz numa reunião especial durante a semana, você replicou que “a unção com óleo sagrado e abençoado é um meio de bênção para as pessoas com problemas de esterilidade e se aplicado nas partes íntimas, torna as pessoas férteis. Já vi vários casos destes aqui na minha igreja.” Sinceramente, Van Diesel, me dê ao menos uma prova pequena de que esta prática tem qualquer fundamento bíblico! Lamento dizer isto, mas dá a impressão que você perdeu o bom senso! Eu me pergunto por que seu presbitério ainda não tomou providências quanto a estas práticas suas. Deve ser porque o presidente, Reverendo Peroba, seu amigo, faz as mesmas coisas.

Seu último argumento foi que “Tiago mandou que os doentes fossem ungidos com óleo em nome de Jesus (Tg 5.14).” Pois é, eu não teria problemas se os pastores fizessem exatamente o que Tiago está dizendo. Note nesta passagem os seguintes pontos.
  • A iniciativa é do doente: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor."
  • Ele chama “os presbíteros da igreja” e não somente o pastor.
  • O evento se dá na casa do doente e não na igreja.
  • E o foco da passagem de Tiago, é a oração da fé. É ela que levanta o doente, “E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.15).
Ou seja, não tem como usar esta passagem para justificar o “culto da unção com óleo santo” que você faz todas as quintas-feiras e onde unge quem aparece. Não há confissão de pecados, não há quebrantamento, nada do que Tiago associa com esta cerimônia na casa do doente.

Quer saber, Van Diesel, eu até que não teria muitos problemas se os presbíteros fossem até a casa de um crente doente, que os convidou, e lá orassem por ele, ungindo com óleo, como figura da ação do Espírito Santo. Se tudo isto fosse feito também com um exame espiritual da vida do doente (pois às vezes Deus usa a doença para nos disciplinar), ficaria de bom tamanho. E se houvesse confissão, quebrantamento, mudança de vida, eu diria amém!

Mas até sobre esta unção familiar eu tenho dúvida, diante do uso errado que tem sido feito da unção com óleo hoje. De um lado, há a extrema unção da Igreja Católica, tida como sacramento e meio de absolvição para os que estão gravemente enfermos e se preparam para a morte. Por outro, há os abusos feitos por pastores evangélicos, como você. O crente doente que convida os presbíteros para orarem em sua casa e ungi-lo com óleo o faz por qual motivo? Ungir com óleo era comum na cultura judaica e oriental antiga. Mas entre nós...? Será que este crente pensa que a unção com óleo tem poderes miraculosos? Será que ele pensa que a oração dos presbíteros tem um poder especial para curar? Se ele passa a semana assistindo os programas das seitas neopentecostais certamente terá idéias erradas sobre unção com óleo. Numa situação destas de grande confusão, e diante do fato que a unção com óleo para enfermos é secundária diante da oração e confissão de pecados, eu recomendaria grande prudência e discernimento.

Mas, encerro por aqui. Mais uma vez, obrigado por ter respondido à minha primeira carta e peço sua paciência para comigo, na hora de ler meus contra-argumentos.

Um grande abraço,

Augustus

PS: Ah, o Reverendo Oliveira e o Presbítero Gallo, seus conhecidos, estão aqui mandando lembranças. Eles discordaram veementemente desta minha carta, mas fazer o quê...?

PS2: Desculpe ter publicado a foto que o Severino acabou tirando daquele seu armário no gabinete pastoral... ele não resistiu.

Augustus Nicodemus Lopes

Postado por Augustus Nicodemus Lopes.

Sobre os autores:

Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.

O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.

O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.

26 comentários

comentários
11/6/12 20:48 delete

Augustus,

Perfeito e brilhante como sempre.

Abraços,

Renato vargens

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12/6/12 08:11 delete

Obrigado Reverendo.

Mais uma grande lição para que...

"Não nos deixemos envolver por doutrinas várias e estranhas" (parafraseando Hb 13:9).

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12/6/12 08:31 delete

Pastor,

Apesar de não ser adepto nem defensor da prática, aprendi bastante. Deus abençoe.

RICARDO

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12/6/12 10:02 delete

Rev. Augustus,

É possível que no ímpeto em querer corrigir um erro possa ser criado outro grave.

Não é porque existem calvinistas extremados que o senhor vai deixar de crer no calvinismo, não é mesmo?

No texto de Tiago, a iniciativa é do doente somente por um motivo: ele está doente e não está em condições físicas de ir até a igreja. As duas palavras usadas nesse texto para indicar doença (κάμνω; ἀσθενέω) também têm o sentido de fraqueza física.

A palavra presbítero na Bíblia não tem, de maneira nenhuma, o sentido que é usado na igreja presbiteriana!

E o foco, realmente, é a oração da fé, mas se fosse algo sem nenhuma importância (e de valor, segundo creio, não somente cultural) o Espírito Santo não teria inspirado Tiago a escrever isso.

E, finalizando, com as suas palavras do post anterior: “aos irmãos o diálogo!”

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12/6/12 10:56 delete

Perfeito. Pena que muitas Igrejas, inclusive a minha (Canaã), adotem essa prática (ungir indistintamente).
Parabéns.

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12/6/12 11:17 delete

Parabéns reverendo. sou da Assembléia de Deus. Nós ungimos o doente com óleo com prudência e de acordo com o texto de Tiago. Concordo plenamente com André, pois sou presbítero e já vi crentes sendo curados através da oração em momentos de unção com óleo. Todavia, sabemos que não é o óleo em si que cura e sim a fé dentro da vontade de Deus.
em Cristo.
Pb João Maximino

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12/6/12 12:57 delete

Prezado Rev. Augustus,

Estou saindo de uma congregação Batista justamente por me opor às práticas descritas e ser interpretado como rebelde e homem de divisão. Era pastor auxiliar e trabalhava principalmente com ensino da palavra, mas me foi cerceado o direito de ensinar o puro e simples evangelho de Cristo. Gostaria de postar o seu artigo em meu blog, com os créditos claro, pois é esclarecedor e com ótima dose de humor. Além do mais serve para mostrar que não estou "sozinho" lutando contra as crendices neopentecostais que estão invadindo até mesmo as igrejas históricas e de confissão reformada.

Saudações em Cristo,

Cláudio

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12/6/12 17:30 delete

André,

Obrigado por sua interação respeitosa. Vamos dialogar, sim.

Claro, não deixarei de crer no calvinismo porque existem calvinistas extremados. Fica, é claro, a necessidade de se definir o que é calvinismo e o que seria um calvinista exagerado. Pois o que você considera calvinismo exagerado pode na verdade ser o que é o calvinismo de verdade. Mas, em frente.

Se você leu meu texto direitinho, terá verificado que não sou contra fazer o que Tiago recomenda, desde que dentro dos parâmetros que ele colocou.

É claro que a iniciativa é do doente fraco. É por isto que os presbíteros vão lá. O que eu não vejo é base para usar esta passagem como justificativa para cultos de unção de tudo na igreja. Ela é a única passagem que recomenda a prática e quando o faz, o faz no contexto da casa do doente. Se a prática era fazer isto durante os cultos na igreja, onde estão as evidências no Novo Testamento?

Puxa, a palavra presbítero não tem, de maneira nenhuma, o sentido que é usado na igreja presbiteriana? Esclareça-me, então:

1) Qual o sentido em que presbítero é usado na Igreja presbiteriana.
2) Qual o sentido bíblico e em que diverge do entendimento da igreja presbiteriana.

Um abraço.

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12/6/12 18:03 delete

Oi Rev. Nicodemus. O sr conhece algum pastor presbiteriano com essa prática?
Só curiosidade, porque o sr. cita: seminário presbiteriano, presbitério e presbítero. Abraço!
Ass: Ivanildo Domingos

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Oliveira
AUTOR
12/6/12 22:30 delete

Esse Reverendo Oliveira...
Risos...

Estou aqui de longe sempre lendo e aprendendo.

Abraço!

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Marcelo
AUTOR
13/6/12 09:50 delete

Prezado Reverendo Augustus,

Apenas algumas perguntas:

1- Se o doente estiver no hospital não pode chamar os presbíteros? E se ele for à igreja, mesmo doente, não poderia ser ungido na igreja?

2- Na igreja primitiva havia a distinção entre presbíteros docentes e regentes (é assim mesmo no presbiterianismo?)? Se não está expressamente recomendado desta maneira, os presbiterianos chegaram a essa conclusão através de construções lógicas?

Grato

Marcelo

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13/6/12 09:52 delete

Rev. Augustus,
Agradeço a sua paciência em dialogar.

No seu texto: “O calvinismo segundo eu entendo” o senhor definiu o que eu chamo de calvinista extremado da seguinte forma: “Os hipercalvinistas são deterministas quando negam a responsabilidade humana ou pregam a passividade dos cristãos diante de um futuro inexorável. Por desconhecer essa distinção, muitos pensam que todos os calvinistas são deterministas e que eles vêem o homem como um mero autômato.”
É isso que eu chamei de calvinista extremado!

O senhor diz que é a favor de realizar essa prática “recomendada por Tiago”. Se o senhor acredita que é apenas uma recomendação de Tiago (e não uma ordenação do Senhor Jesus), então por que ser tão rigoroso na aplicação dos seus pormenores (válido somente se for na casa do doente), ao invés de aceitar que Tiago não está sendo exaustivo em sua “recomendação” e aceitar que o doente possa (quando em condições, é óbvio) ir até a igreja e receber a unção com o óleo e a oração da fé?

Agora, à questão dos presbíteros. O senhor me cobrou, anteriormente, “evidências no Novo Testamento” para aceitar que a prática bíblica da unção e oração da fé possa ser realizada dentro da igreja. A conclusão que eu tiro é que para o senhor só é válido o que é expressamente ordenado na Bíblia. E, se esse é o caso, eu pergunto: onde na Bíblia está expressamente ordenado a respeito dos presbíteros os seguintes pontos (todos eles retirados do manual da IPB):

Seção 3ª - Presbíteros e Diáconos

Art.50 - O Presbítero regente é o representante imediato do
povo, por este eleito e ordenado pelo Conselho, para, juntamente
com o pastor, exercer o governo e a disciplina e zelar pelos
interesses da Igreja a que pertencer, bem como pelos interesses
da Igreja a que pertencer, bem como pelos de toda a comunidade,
quando para isso eleito ou designado.

Art.54 - O exercício do presbiterato e do diaconato limitar-se-
á ao período de cinco anos, que poderá ser renovado.

Art.56 - As funções de presbítero ou de diácono cessam
quando:
a) terminar o mandato, não sendo reeleito;
b) mudar-se para lugar que o impossibilite de exercer o cargo;
c) for deposto;
d) ausentar-se sem justo motivo, durante seis meses, das reuniões
do Conselho, se for presbítero e da junta diaconal, se for
diácono;
e) for exonerado administrativamente ou a pedido, ouvida a
Igreja.

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13/6/12 11:34 delete

Oi, André,

De acordo com a definição de calvinista extremado. Você queria dizer hipercalvinista. Estamos de acordo.

Acho que sua dificuldade com meu posicionamento é a falta de compreensão do que chamamos de princípio regulador do culto. Nas igrejas realmente reformadas se busca ter um culto onde somente aquelas coisas claramente ordenadas na Bíblia como elemento do culto estejam presentes, como oração, pregação, louvor, etc.

Como não há nenhuma orientação a ungirmos doentes, pobres, problemáticos nos cultos, não o fazemos. O texto de Tiago, naturalmente, não está falando de culto e não temos como provar que a unção de doentes nos cultos das igrejas era feito.

Quanto aos ofícios da Igreja - pastores, presbíteros e diáconos - as igrejas reformadas não tratam da mesma forma que o culto. Não temos um princípio regulador para a questão dos ofícios. O que queremos é que os ofícios sejam baseados na Bíblia e que se dediquem a fazer aquilo que a Bíblia diz que eles devem fazer: presbíteros: governar a igreja espiritual e administrativamente; diáconos: evangelismo, ação social, cuidado dos pobres, etc.

Quanto aos detalhes administrativos, tempo de mandato, perda de mandato, etc., os reformados divergem entre si e não consideram estas coisas como intrínsecas ao cargo ou função, podendo mudar de acordo com a necessidade e a praticidade.

Quanto aos pontos de nosso Manual da IPB sobre os presbíteros, veja que o Art 50, que fala da eleição e da função dos presbíteros tem boa base bíblica. No livro de Atos lemos que Paulo promovia a eleição de presbíteros nas igrejas e nas cartas pastorais lemos que a função deles é zelar pelo rebanho, etc.

O artigo 54 é uma questão prática e administrativa, peculiar da IPB. Outras igrejas reformadas não tem mandato para os presbíteros. Não brigamos ou discutimos por isto. Na prática, tem se mostado muito prático e eficiente.

O Artigo 56 é de cunho bem prático: tem casos em que o presbítero já não tem mais condições de exercer sua função. De acordo com as pastorais e o livro de Atos, ele tem que ter condições de pastorear o rebanho. Quando ele deixar de ter estas condições, não poderá exercê-las mais. é disto que trata o artigo 54.

Ou seja, continua meu ponto: não há base bíblica alguma para a prática de cultos de unção com óleo.

Um abraço.

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13/6/12 11:42 delete

Marcelo,

Não vejo problemas se o doente for à igreja e pedir que seja ungido pelo pastor e presbíteros em algum lugar. Meu problema é que isto virou parte do culto a Deus, para o que não vejo base bíblica alguma.

A distinção entre regentes e docentes se baseia em 1Tim 5:17.

"Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino".

Nas igrejas reformadas isto não sgnifica que os presbíteros regentes só governam - eles pregam e ensinam. E nem que os docentes só pregam e ensinam - eles tb participam do governo espiritual da Igreja. É uma questão de ênfase.

Na IPB chamamos os presbíteros docentes de pastores. E dizemos que todos os presbíteros são pastores, conforme 1Pedro 5, embora entre eles haja os que se dediquem mais diretamente ao ensino, pregação e pastoreio.

Sim, chegamos a esta conclusão com base na lógica estribada na Bíblia.

Mas como expliquei ao André, quando se trata de culto procuramos manter como elemento de culto aqueles prescritos na Bíblia.

Eu tenho vários posts aqui no blog sobre culto, dê uma procurada e leia para entender o posicionamento reformado.

Abs.

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13/6/12 12:37 delete

Obrigado, Rev. Augustus!

Quero dizer que admiro o seu trabalho como educador cristão e expositor bíblico. Muito tenho aprendido com os seus vídeos postados no youtube.

Reafirmo a minha posição de que não vejo problema algum (muito pelo contrário) em ungir enfermos na igreja e fazer a oração da fé por eles.

Quanto a questão dos presbíteros entendi a diferença da abordagem bíblica que os reformados fazem no que diz respeito ao culto (princípio regulador)e no que diz respeito a função dos presbíteros.

Abraços!

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evandroKunha
AUTOR
13/6/12 19:29 delete

Unção nas partes íntimas? Essa eu não sabia, é lubrificante santo?


Perdão o exagero, mas não podia perder a piada

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Unknown
AUTOR
14/6/12 01:38 delete

Caramba, esse blog é uma verdadeira aula de teologia free.
Muito gratificante

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Djaik Neves
AUTOR
14/6/12 10:32 delete

Olá professor Augusutus, mais uma vez um excelente post. Só acho que poderia ficar mais claro porque é que no caso da unção ou consagração de objetos que acontece no AT não era o que o senhor chamou de "misticismo pagão, puro fetichismo"
Grato,
Djaik

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Unknown
AUTOR
15/6/12 16:48 delete

A paz do senhor a todos,
Li esse artigo no livro o que fazemos com essa igreja, que é sensacional.
Usar a expressão van Diesel foi realmente genial.

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16/6/12 15:05 delete

Van Diesel, Pastor Mazola, Pastor Peroba. Hilário demais. Revela-nos um Augustus que, à primeira vista, não reconhecemos. Ótimo post de excelente bom-humor.

Rev. Josielson Matos.

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Unknown
AUTOR
17/6/12 02:32 delete

Não sei como vim parar aqui. Contudo quero aprender a ter essa fé que vejo em vocês. Já expus minhas dúvidas a vários pastores e até o momento ninguém responde convincentemente. São homens inteligentes. Que defendem seus pontos de vistas ao extremo, garantem a sublime sapiência e detentores da verdade. Tão, que excluiram meu último texto. Expliquem por favor > A mortandade de crianças? Matheus. Expliquem Raquel chorando pelos seus filhos? Expliquem Emanoel em Isaias. Meu e-mail está ai em riba. Aguardo ensinamento!

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19/6/12 18:53 delete

Luiz,

Fui ver seu blog para saber com quem estou falando. Sua última postagem diz que todas as igrejas cristãs se desviaram da verdade.

Pronto. É isso. Como é que 2 bilhões de cristãos não perceberam isto e você, sim?

Portanto, além do tom irônico de seus "elogios," percebo que nada do que eu disser vai adiantar coisa alguma para quem já assumiu esta postura.

Qual é seu interesse em que eu, um cristão, lhe responda algo, se, por sua definição, já estou errado de saída?

Eu também não sei como você veio parar aqui.

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Ronaldo
AUTOR
1/7/12 00:29 delete

Cara Pastor Nicodemus,

Seu último comentário foi o melhor.

Ri horrores.

Seu livro: O que Estão Fazendo Com a Igreja é muito elucidativo e edificante. Parabéns!

soli deo gloria

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3/7/12 20:57 delete

Excelente aula..
Sou um admirador vosso.
Há tantas outyras coisas que são adotadas em algumas igrejas que não há fundamento Bíblico.
Por exemplo, realizar casamento entre separados enquanto a outra parte ainda vive.
Fazer apelo para levantar as mãos.
Aplaudir em meio a partes do culto.
E tantas outras coisas que fazem em nome de JESUS.
Em Rm 15.4 está escrito o seguinte - ALMEIDA REVISTA CORRIGIDA 1995 - "Porque tudo que dantes foi escrito para o nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança". Destaco aqui a palavra: διδασκαλία didaskalia; No sentido de alerta ou admoestação; tendo o mesmo sentido usado nos textos de: 2ª Tm 3.16 e conforme 1ª Cor 10.11. Dando assim o entender que tudo o que está escrito é ensino, preceito, conceito, doutrina para ser posto em prática na Igreja do SENHOR JESUS CRISTO.
Não estou aqui querendo criar uma polêmica; só sei que para ser fiel à Palavra de DEUS devemos desvenciliar de quaisquer filosofias e nos pautar tão somente e puramente no texto Bíblico; e é assim que eu vejo quando tenho a minha mente desnuda de quaisquer outras posições.
Lhe admiro muito, é inclusive um dos meus preferidos mentoriadores.
Que o SENHOR nosso DEUS vos abençoe mais e mais poderosamente..
Convido a acessar o meu Blog:http://pr-jacirailtondasilveira.blogspot.com.br/

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Anônimo
AUTOR
19/9/13 11:52 delete

TENHO NAVEGADO E VEJO CADA DIA MAIS E MAIS ABERRAÇÕES EVANGELICA,DAQUI A POUCO ABIBLI VA SER SUBESTITUIDA PELOS LIVROS DESTER LOBOBC

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7/6/14 21:35 delete

Querido Reverendo Nicodemus. Tenho acompanhado seus posts e vídeos no Youtube. Estão sendo ferramentas muito úteis na compreensão de alguns pontos doutrinários cruciais.

Sou pastor local de uma pequena igreja de um ministério batista renovado, embora ainda não oficialmente ordenado. Já me posicionava contra muitas práticas neopentecostais, e agora, sinto-me corroborado ainda mais.

Minha denominação não restringe ou ao menos não dita regras sobre aspectos de liturgia ou práticas pastorais, por isso fico tranquilo quanto ao fato não estar indo contra as autoridades que estão acima de mim, por minhas convicções pessoais.

Acho que estou virando reformado, rsrsrs. Um grande abraço, no amor de Cristo! Obrigado por compartilhar seus conhecimentos conosoco! Deus abençoe ricamente!

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