À semelhança de outros rótulos que rolam no meio evangélico, “puritano” é um dos mais mal compreendidos e um dos que é usado mais eficazmente para destruir a reputação de alguém. O termo tem conotação pejorativa hoje em dia. Um puritano é visto como alguém de moralidade falsa ou hipócrita, e por mais que os simpatizantes dos antigos puritanos tentem passar uma imagem positiva a respeito deles, a mancha negativa (e injusta) permanece. Os puritanos viveram entre o século XVI e XVIII. Eram leigos e ministros ordenados da Igreja da Inglaterra e das igrejas presbiterianas, batistas e congregacionais.
O apelido “puritanos” foi colocado por seus inimigos, para ironizar o ideal de pureza que defendiam. O puritanismo não era uma denominação, mas um movimento dentro da Igreja da Inglaterra e das igrejas independentes, que desejava maior pureza na Igreja, no estado e na sociedade. Queriam que a Reforma, iniciada antes, fosse completa. Acusavam que a igreja inglesa havia parado entre Roma e Genebra. Estavam insatisfeitos porque ela havia se reformado apenas parcialmente, conservando ainda muitos elementos do catolicismo que consideravam como contrários às Escrituras.
Os puritanos escreveram e produziram muito material teológico. Foram eles os responsáveis pela famosa Confissão de Fé de Westminster, que até hoje é a confissão de fé de igrejas presbiterianas e batistas reformadas. A firmeza com que defendiam suas convicções, o rigor teológico e exegético de suas obras, o modo de vida frugal, austero e simples que defendiam, valeu-lhes uma reputação de gente inflexível, sisuda, pudica, e obtusa, especialmente depois que caíram em desgraça política na Inglaterra e se desviaram para uma religião legalista e introspectiva após o período de Cromwell, desembocando no não conformismo.
O movimento puritano foi um momento importante na história da Igreja. Apesar de ter passado, sua teologia permanece viva nos documentos históricos de denominações reformadas e na vasta literatura que os pastores puritanos deixaram. Charles Spurgeon e Martyn Lloyd-Jones são considerados, entre outros, como últimos remanescentes do que havia de melhor no puritanismo. Em nossos dias, todavia, um interesse crescente pela teologia puritana, sua piedade, devoção e espiritualidade tem crescido cada vez mais, não somente no Brasil, como especialmente no exterior. Uma editora inglesa – a Banner of Truth Trust foi a responsável pela reimpressão de obras de puritanos famosos como John Owen, John Flavel, Jonathan Edwards. Muitas delas têm sido traduzidas e publicas no Brasil. Além disso, autores modernos têm se colocado dentro da tradição puritana, como J.I. Packer, R.C. Sproul, John MacArthur, entre outros.
O termo “puritânicos”, por sua vez, foi usado algumas vezes aqui no Brasil, em 2001, na finada revista teológica Fides Reformata semper Reformanda Est, para estigmatizar quem segue hoje a teologia puritana de Westminster e quem se recusa a aceitar a pluralidade teológica e o inclusivismo acrítico nas instituições de teologia reformadas. Os “puritânicos” foram também chamados de fundamentalistas xiitas da linha de Carl McIntire. Pode-se inferir que o termo realmente visava marcar negativamente um determinado segmento dentro da igreja evangélica como intransigente, obscurantista, ativistas teológicos rebeldes, etc.
O termo neopuritanos tem sido usado para designar os adeptos da teologia puritana no Brasil que passaram a usar determinadas doutrinas e práticas como identificadoras dos verdadeiros reformados, como o cântico exclusivo de salmos sem instrumentos musicais no culto, o silêncio total das mulheres no culto, a defesa do cessacionismo com base em 1Coríntios 13.8 (posição contrária à de Calvino), um entendimento e uma aplicação estreitos do princípio regulador do culto e outros distintivos semelhantes. Essas posições acabaram isolando os adeptos dessa linha do movimento de outros reformados que adotavam a teologia de Westminster, mas que discordavam que os pontos acima fizessem parte da essência da fé reformada ou mesmo do puritanismo.
Infelizmente, a rotulação “puritânicos”, os posicionamentos de alguns neopuritanos, a maneira agressiva com que alguns deles às vezes defendem suas idéias, acabam sendo associados à renitente conotação pejorativa que o nome "puritanos" já carrega. Junte-se a isso a ignorância crassa das massas evangélicas sobre o que realmente foi o puritanismo. Ao final, tem-se uma rejeição generalizada da teologia e da piedade puritana em nossos dias. Digo infelizmente pois acredito que os puritanos foram teólogos de grande envergadura, os verdadeiros intérpretes do pensamento de Calvino e um dos poucos grupos reformado que deu ênfase ao lado experimental desse pensamento. Lamento também porque a espiritualidade deles e sua ênfase na religião prática seria um excelente corretivo para os que buscam espiritualidade nos místicos católicos da idade média.
Não creio que caiba, na realidade multi-cultural brasileira do século XXI, o transplante do puritanismo da Escócia e da Inglaterra dos séculos XVI e XVII com todos os seus detalhes, alguns com um contexto histórico muito marcante. Mas, acredito que se possa resgatar, com os devidos cuidados, sua teologia e sua piedade, se todos os que amam a teologia de Westminster e das outras confissões igualmente influenciadas pelo puritanismo, deixassem de lado as idiossincrasias puritanas dos séculos passados e se concentrassem naquilo que é central no puritanismo: a busca da pureza individual, do culto, na família, na sociedade, na igreja e no estado. Talvez ainda haja esperança para que a teologia puritana sobreviva dentro das igrejas que são historicamente suas herdeiras, e não somente entre os irmãos pentecostais, que mais e mais estão descobrindo e abraçando Matthew Henry, John Gill, John Owen, Jonathan Edwards, C. H. Spurgeon, J. I. Packer, D-M. Lloyd-Jones e John MacArthur.
Terminando, cito um parágrafo do C. S Lewis sobre os puritanos, que me foi enviado pelo Franklin Ferreira. Gosto de pensar neles dessa forma:
Devemos imaginar estes Puritanos como o extremo oposto daqueles que se dizem puritanos hoje, imaginemo-los jovens, intensamente fortes, intelectuais, progressistas, muito atuais. Eles não eram avessos à bebidas com álcool; mesmo à cerveja, mas os bispos eram a sua aversão’. Puritanos fumavam (na época não sabiam dos efeitos danosos do fumo), bebiam (com moderação), caçavam, praticavam esportes, usavam roupas coloridas, faziam amor com suas esposas, tudo isto para a glória de Deus, o qual os colocou em posição de liberdade. (...) [Os primeiros puritanos eram] jovens, vorazes, intelectuais progressistas, muito elegantes e atualizados ... [e] ... não havia animosidade entre os puritanos e humanistas. Eles eram freqüentemente as mesmas pessoas, e quase sempre o mesmo tipo de pessoa: os jovens no Movimento, os impacientes progressistas exigindo uma “limpeza purificadora” (C. S. Lewis).
Créditos: Agradeço a Franklin e a Solano pela revisão crítica do post original.
30 comentários
comentáriosCaro Augustus Nicodemus,
ResponderRealmente, é axiomática a deturpação deste termo que não mais expressa seu real significado. Quando leio os comentários de Matthew Henry(assim como quando leio os de Calvino - apesar dele não ser "tecnicamente" um puritano)vejo uma preocupação pastoral invensível, parece que toda a exegese foi feita em função deste caracter pastoral-devocional de seus autores.
Penso que isto seria o puritanismo aferível da história: o mutualismo entre santidade, piedade e zelo. E por se tratar de uma "mutualística ontológica", nao sobrevive seu sua integridade!
O que vemos e chamamos de puritansmo hoje... penso não ser esta um expressão real e histórica, pois abandona a piedade.
Puritanismo seria talvez Bereanismo... talvez, devoção equilibrada...talvez (e por que não?) cristianismo.
Rubem Fontes.
Muito bom!
ResponderAdorei ler este texto. Que o Senhor continue a abençoar a vida de vcs!
Eliel J. Souza
Rubem,
ResponderA conjugação de boa teologia com vida de piedade realmente marca o puritanismo em seu melhor.
Apesar de entender a generalização que você faz, que hoje em dia falta essa dobradinha nos modernos puritanos, deixe um espaço (e grande) para as exceções. Há muita gente que ama a teologia puritana e que almeja viver uma vida santa diante de Deus.
Um abraço!
Augustus: tirando o álcool, o fumo e (infelizmente) os esportes, eu quero ser como os puritanos de C.S. Lewis! :-))
ResponderAbração!
Assim como as questões levantadas sobre a má utilização do termo Fundamentalismo (post de 29/01/06), ser Puritano hoje é sinônimo depreciativo utilizado por àqueles que abandonam a fé cristã genuína (quem lê entenda).
ResponderNão é raro encontrarmos professores de seminários (mesmo confessionais pela CFW ou 1689) rotulando teólogos, pastores, e alunos de “fundamentalistas puritanos”, colocando-se assim - numa mistura de arrogância e deboche -, em um patamar superior aos demais.
Adeptos de novidades teológicas (no mesmo ritmo de novidades tecnológicas), quando vêem em outras pessoas traços da fé de seus pais, logo o rotulam. Curioso que o posicionamento que criticam é justamente aqueles os levaram a fé. Em última análise foram piedosos, foram confessionais, foram fundamentalistas, e claro, foram puritanos.
Claro que não faltam os “alunos papagaios” que, sem realizar qualquer análise do assunto, saem rotulando seus “colegas” com esta terminologia. Defendem a visão crítica, mas jamais criticam o que seus “ídolos” falam.
Cabe a nós ao analisarmos a história da igreja, ressaltarmos os grandes feitos de grandes homens usados por Deus. Não deixamos de analisar também seus erros, sem contudo deixar de lado a perspectiva e o momento em que viveram. Triste é constatar que tem muita gente somente com a visão “Bruxas de Salem” quanto se trata do assunto puritano.
Desculpe-me pelo tamanho do post.
Sem. Marcelo Gomes - RJ
Augustus,
Respondervocê escrever: "Lamento também porque a espiritualidade deles e sua ênfase na religião prática seria um excelente corretivo para os que buscam espiritualidade nos místicos católicos da idade média."
A questão é que tem muito pastor evangélico e cristão que troca a espiritualidade e piedade puritana por outros estilos de espiritualidade mística medieval ou até mesmo oriental.
Livros como "Medita estas coisas" de Richard Baxter e outros são bem pautados na Palavra de Deus e falam muito aos corações dos cristãos.
Marcelo,
ResponderNão precisa se desculpar pelo tamanho do post. Você retratou um fato conhecido: mestres presbiterianos que rejeitam a sua herança e que despertam desde cedo nos aprendizes um preconceito contra o puritanismo, impedindo-os de lerem e verem por si mesmos o que esse movimento representou.
Juan, tenho observado o interesse pela mística medieval e ainda estou para estudar mais de perto esse assunto. Quem sabe um post em breve sobre o assunto. Mas já de cara me preocupa busca subsídios para espiritulidade numa fonte turva que é a teologia medieval, enquanto que das águas menos perturbadas da Reforma, não se quer beber.
Um abraço.
Grande Samuel,
ResponderVocê tem razão. Eu deveria ter deixado claro que nem todos que entendem o "perfeito" de 1Co 13.8 como se referindo ao fechamento do cânon são neopuritanos. Faltou esclarecer isso.
Também concordo que tem muita gente boa que entende a passagem dessa forma. Ao final, chegamos em termos práticos à (praticamente) mesma conclusão, mas os caminhos exegéticos são diferentes.
Um abraço!
Eu sou como os puritanos de Lewis, no que diz respeito ao álcool e ao fumo. rs.
ResponderBom texto, não concordo, mas bom texto. rs.
Romulo,
ResponderSe voce realmente seguir os puritanos de Lewis, mesmo que seja somente no uso moderado do alcool e do fumo, já estará num bom caminho. Entre uma baforada e outra, sugiro que leia Entre os Gigantes de Deus, obra em portugues que introduz ao público evangélico os puritanos, sua vida e obra.
Um abraço.
Caro Rev. Augustus.
ResponderCertamente que o texto é esclarecedor, principalmente quando, nos nossos dias, ser evangélico é se identificar com alguma coisa, seja liberal, protestante, evangélico, fundamentalista, etc. Menos identificar-se com Cristo. Parafraseando Paulo, "Quem foram os Puritanos? Servos por meio de quem cremos, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um". Até parece que na IPB é preciso se identificar ou ser identificado com algum movimento. Isto fica claro nos Seminários, onde alguns alunos(futuros pastores?) andam com uma máquina de rotular, pronta para estampar na testa de alguém um rótulo seja "Puritano", "Fundamentalista", "Liberal", quando, na verdade, muitos, se não a maioria, não sabem a origem destes termos. É vergonhoso ver pastores e futuro pastores tripudiarem em cima de seus Símbolos (e acredito que para eles é realmente isso) de Fé e ainda desmerecerem os Puritanos e se disserem Presbiterianos. Pastores que não respeitam seus votos de ordenação: lealdade a Confissão de Fé. Ora, o que se é de esperar se muitos não são fiéis as Escrituras, que é a Palavra de Deus, serão leais as palavras de nossos irmãos de Westminster? Há um ciclo vicioso estabelecido - Igreja -> Conselho -> Presbitério -> Seminário -> Presbitério -> Conselho -> Igreja - que promove a descaracterização de nossas igrejas locais. Somos muitas faces(Puritanos, NeoPuritanos, Fundamentelistas, Pentecostais, Carismáticos, Continuistas, Cessacionistas, ufa, são tantos que é melhor parar de digitar para não se ter uma tendinite!). Conheço alunos dos Seminários que são capazes de cantar qualquer música gospel de trás para frente, mas não são capazes de recitar um verso bíblico corretamente. Negócio de "Grego" ou "Hebraico" já não se é enfatizado. Exegese é coisa do passado. Dá muito trabalho. Devocionalidade é coisa apenas para a Capela e para cumprir a cadeira de "Vida Cristã" se não quiser ser reprovado. Corre-se o risco de sermos novamente ou escolástico ou, na pior das hipóteses, emocionalistas! (lá vem o rótulo). Teologia e Piedade: era isso que os Puritanos do passado, e algum remanescente hoje, desejavam e praticavam. Fui ao Seminário na certeza de que encontraria erudição e piedade. Sinto muito em dizer, mas, em muitos casos, nenhum e, na maior parte, nem outro. É claro que não generalizo. Homens como o Valdeci Santos, Carlos Osvaldo(PV), Russell Shedd, Humberto Freitas, o Sr., o Mauro, Solano, Maely, Sérgio Vitalino, Jorge Noda, João Alves, Waldyr Carvalho, Charles Ryrie e tantos outros, conseguiram, graças a Deus, unir Erudição e Piedade. Tornam-se, pois, typos para futura geração de pastores. O problema é que essa futura geração é logo estigmatizada por uma geração anterior que se "fundamentalizaram"(permita-me o termo) contra os "puritanos". Muitos dos quais desejam viver a Teologia Puritana chegam a extremo de fundir as culturas; Tornam-se o que o Leland Ryken diz: legalistas! A mulher não pode orar em voz alta na igreja, a criança não pode sair do "recinto cultual" para uma salinha anexa(berçário), devemos única e exclusivamente cantar os Salmos(sugiro que seja em hebraico acompanhando os sinais de cantilação. Conheço um Rabino que pode ensinar); Se alguém fechar os olhos enquanto canta, deve ser chamado para se explicar. Por outro lado existem aqueles que abriram tanto que só falta alguns "plantarem bananeira" e dizer que é expressão corporal que agrada a Deus; Pelo amor de Deus, é preciso saber que existem coisas mais sérias a ser discutida. O Pluralismo está aí; o Relativismo Moral é ensinado nas escolas as nossas Crianças; Os falsos ensinos estão na Televisão; Os Políticos Corruptos estão se apoderando do País; Um Socialismo disfarçado de Democracia é implantado aos poucos e nós nada fazemos. Brigamos para saber se o vaso fica ou não em cima da Mesa na hora da Ceia; Se a SAF deve ou não enfeitar com Flores o púlpito; Se devemos fazer menção às datas comemorativas no Culto. Já levei nome de Puritano, Fundamentalista (esse não posso ser, pois, no sol quente, verão de 38 graus, na praia ou em casa, hummmm, aaahhhhh!). Só me falta chamarem de Liberal. Bom, também afirmo que não sou este último, pois confesso publicamente as Doutrinas Clássicas do Cristianismo, subscrevo os Credos e Confissões históricos do Cristianismo, principalmente a CFW, Londrina(1689), Helvética, Dort, Belga, Heidelberg e outras reconhecidamente Cristãs. Sou Cristão, sou Protestante. Faço questão destes dois “rótulos” apenas.
Desculpe o desabafo, Rev. Augustus. Desculpe pelo tamanho do post. Deus continue abençoando ao Sr. Agradeço pelos posts escritos por vocês. São esclarecedores e edificantes. Continuem assim, pois certamente glorificam a Deus, sabendo que também este vosso trabalho, “não é vão no Senhor”.
Rodrigues
Rodrigues,
ResponderSeu desabafo tem razão de ser. Mas, apesar da realidade que você percebe e está vivendo, abra espaço para os sete mil que não dobraram os joelhos a Baal.
Fique firme!
Um abraço.
O que você me diz disso?
Responderhttp://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3123246
Caro ANÔNIMO,
ResponderEntrei no orkut e vi que se trata de uma comunidade chamada Movimento AntiPuritanismo. Não vi nada de especial ou de novo. Por exemplo, um artigo que trata da relação entre Calvino e os puritanos é terreno batido. Leia o outro lado em http://www.mackenzie.com.br/teologia/fides/vol03/num02/Anglada.pdf
No mais, as pessoas têm o direito de se organizar e de se expressar contra ou a favor disto ou aquilo.
Um abraço.
Rev. Augustus, conforme conversamos outrora, vale salientar o uso do termo neopuritanos no exterior,
Responderespecialmente na própria Inglaterra. De acordo com "The Guardian" um movimento chamado
de neopuritanismo estaria crescendo silencionamente por lá, estando mais ligado a um comportamento
ético de "não conformismo" com relação ao consumismo do mundo atual e político, defendendo de certa forma o chamado "Nanny state", ou o maior intervencionismo do estado na vida da população, chegando até
mesmo em seus costumes mais primários.
Porém, o artigo do link abaixo não menciona nada sobre o aspecto teológico puritano:
http://observer.guardian.co.uk/magazine/story/0,11913,1596540,00.html
Quanto aos neopuritanos brazucas, será que eles não aceitariam nem mesmo um alaúde com cordas de
pele de carneiro acompanhando os salmos ???? (Brincadeira)
Abraços !
Fábio Luís Franco
Caro Professor Augustus,
ResponderFiquei bastante feliz e animado ao ler esse artigos sobre os puritanos históricos. O senhor deixa transparecer uma certa doce fascinação pessoal sobre eles e, ao mesmo tempo, um forte elemento de nostalgia. Vejo os puritanos como guias espirituais que pautaram uma época e que servem de exemplo paro o nosso cristianismo. Agora há algo importante: devemos resgatar os pricípios postulados por eles, mas é preciso sacudir um pouco afim de tirar a poeira e o morfo; caso contrário, o odor será desagradável.
Um abraço
Pr. Naziaseno Cordeiro Torres
Fábio,
ResponderMuito interessante a informação sobre esse uso do termo neopuritanismo. Guarda do termo teológico a não-conformidade ao status quo e a busca da pureza e simplicidade -- embora sejam dois movimentos em duas áreas distintas.
Quanto à sua pergunta, se "os neopuritanos brazucas não aceitariam nem mesmo um alaúde com cordas de pele de carneiro acompanhando os salmos ???? (Brincadeira)", acho que há quem defenda de forma estrita o não emprego de instrumentos musicais, mas devem ser um ou outro. Ainda bem!
Um abraço.
Reverendo, "impedindo-os de lerem e verem por si mesmos o que esse movimento representou." nao concordo quando o senhor diz isso. Sempre fui incentivado a ler os puritanos, e estudei por 3 anos e meio, faltando somente um semestre para me formar no mesmo seminario do Marcelo.
ResponderE sempre guardo um espaço no meu mes para ler um puritano. rs. Sèrio!
Rômulo,
ResponderFico feliz em saber que os ataques generalizados e constantes contra o puritanismo não o impediram de ir buscar na fonte o que eles realmente disseram e viveram. Sua prática de ler um puritanos por mês é saudável! Parabéns e continue firme nela.
Um abraço.
seu comentário é muito pertinente Rev.
ResponderCaro Protestante Reformado,
ResponderMesmo que você não tenha mencionado seu nome, vou respónder seu comentário, apenas pedindo que na próxima você nos dê a graça de saber com quem estamos falando.
Concordo com você que é vergonha dupla pastores, oficiais e membros de igrejas reformadas desconhecerem ou ainda negarem a herança reformada puritana.
Conceda, todavia, que em parte muitos estão reagindo aos excessos de grupos que se identificam com os puritanos.
Sobre a cessação dos dons, creio plenamente naquilo que a CFW declara, que cessaram os modos antigos de Deus se revelar aos homens. Não creio em novas revelações hoje. Creio que todos os dons revelacionais cessaram.
Um abraço.
Jefferson,
ResponderObrigado por identificar-se. Assim seu comentário ganha ao menos um nome e uma cara (mesmo sem foto).
Um abraço!
Rev. Augustus, gostaria de saber a sua posição sobre o culto litúrgico. Deve haver no culto a Deus espaço para apresentação de corais, grupos de louvor, duetos, trios, solos, etc? Não seria isso uma quebra do princípio regulador do culto defendido pelos puritanos? O cântico de hinos, salmos e cânticos espirituais não devem ser entoados por toda a congregação?
ResponderMeu caro Anônimo,
ResponderMantendo a regra, gostaria que você primeiro se identificasse, antes que eu lhe responda.
Um abraço.
Queridos irmãos Mauro Meister, Augustus Nicodemos Lopes e Solano Portela, Fico maravilhado profundamente em saber que ainda existem, em pleno século XXI, pessoas como vocês, que anelam pela santidade e comunhão verdadeira com o ETERNO DEUS, através do qual temos a redenção, não porque mereçamos alguma coisa, mas pelo "simples fato" dele dispensar à nós sua infinita misericórdia. Sabe queridos, estou afastado desta comunhão com o altíssimo hà alguns anos, mais através de vocês tenho encontrado uma profunda e imensa força de vontade, a qual me tem feito pensar em voltar e deixar que Ele novamente controle a minha vida por inteiro ( se é que Ele, em algum momento deixou de controlar, particularmente acho que não) sem mais me importar com o que vão pensar de mim, afinal de contas, sempre irão falar de nós!!! Vocês estão de parabéns!!!
ResponderTermino deixando um palavra mui propícia para a ocasião que diz:"Mostre-me uma nação que abandonou o dia do Senhor e eu lhe mostrarei uma nação que se apropriou da semente da decadência"
(D. L. Moody)
Grande abraço!!!
Rogério Dos Santos Rolim
Rev. Nicodemus, o senhor menciona que os neopuritanos têm "...um entendimento e uma aplicação estreitos do princípio regulador do culto...".
ResponderGostaria que o Pastor comentasse de maneira mais ampla a sua postura teológica com relação a este princípio e como o mesmo deve ser aplicado em nosso tempo e cultura.
Um abraço fraternal
Daniel,
ResponderAqui mesmo no blog escrevi diversos posts que tratam do culto e do princípio regulador. Veja:
http://tempora-mores.blogspot.com/2009/08/ainda-o-culto-elementos-e.html
http://tempora-mores.blogspot.com/2009/08/liberdade-do-espirito-e-dancas-no-culto.html
http://tempora-mores.blogspot.com/2009/08/salmo-150-dancando-no-santuario.html
Veja ainda este artigo do Solano:
http://tempora-mores.blogspot.com/2006/12/calvino-contra-o-natal.html
Um abraço.
Graça e Paz Reverendo. Eu ouvi dias desses sua mensagem sobre ''Calvino e a Juventude'', como sou cristão e curso História, resolvi criar um texto sobre o Puritanismo que tanto estudei e tanto dou graças ao Altíssimo de ser. Usei suas palavras no sermão (e agora vi aqui também), espero que não sei importe. Deus abençoe.
Responderhttp://nopphistoriador.blogspot.com.br/2013/04/sou-puritano-gracas-deus.html
graça e paz reverendo Augustus.
ResponderAcredito na grande contribuição do movimento puritano para a história da igreja, e louvo a Deus por isso. Porém, vejo hoje em dia, que este movimento, aos moldes daquele movimento não se adapta em nossa cultura. Creio que podemos tirar muito de bom daquilo que eles criam e viviam, porém, temos que levar em consideração que vivemos em um outro contexto. Contexto histórico, cultural e geográfico. Também vejo exageros na forma em que tudo isto é inserido.E neste ponto concordo o o Rev. Renato Vargens que citou alguns pontos perigosos neste sentido. 1- O fato dos neopuritanos possuírem uma liturgia desprovida de contemporaneidade não aponta necessariamente para uma igreja comprometida com a santidade. Ora, uma igreja pode ser relevante, relacionando-se com cultura vigente, desde que a exposição das Escrituras tenha centralidade no culto.
2- O fato dos neopuritanos possuírem uma liturgia sisuda não significa necessariamente que a comunidade local esteja se relacionando corretamente com Deus e sua Palavra, mesmo porque, o que garante que a observância INTEGRAL do principio regulador do culto gere vida abundante nos membros da comunidade local?
3- O fato da Bíblia não ordenar o ministério pastoral feminino, não significa dizer que devemos obstruir vocação da mulher como serva do Senhor. Segundo os pressupostos bíblicos não vejo nada que empeça a mulher de servir a Cristo com seus dons e talentos na comunidade local, desde que ela não exerça o papel de governo.
Vale a pena ressaltar que do ponto vista bíblico a igreja precisa se relacionar com a cidade e com a cultura. É papel dela dar sabor e sentido a sociedade a qual está inserida. No entanto, entendo perfeitamente que existe uma linha tênue entre contextualização e sincretização, e que não são poucos aqueles que no desejo de contextualizar o culto sincretizaram o evangelho. Todavia, entendo também que o evangelho é supra-cultural e que os que demonizam uma cultura demonstram o desconhecimento de um Deus que está acima de qualquer manifestação cultural. Acredito também que o estilo cúltico puritano de séculos passados não pode se adequar a multi-facetada cultura tupiniquim.
Isto, posto, afirma sem titubeios que a importação do puritanismo litúrgico da Escócia e da Inglaterra dos séculos XVI e XVII com todos os seus detalhes não contribuirão de forma eficaz com a expansão do Reino de Deus em nosso país.
Pastor Augustus, eu posso reproduzir este post no meu blog!
ResponderÉ este manifestopuritano.blogspot.com
Obrigado!!