Meu alvo nessa breve postagem é mostrar como alguns aspectos da pós-modernidade se constituem em sérios desafios à leitura bíblica feita pelos evangélicos, e em especial, pelos reformados. Mencionarei apenas três aspectos. Há muito mais coisas na pós-modernidade que influenciam nossa leitura da realidade e dos textos, mas isso fica para outra vez.
quinta-feira, outubro 11, 2007
Lendo a Bíblia Hoje
Os reformados -- uso o termo para me referir aos cristãos evangélicos que aderem aos credos históricos da Igreja e às confissões reformadas -- têm tradicionalmente interpretado as Escrituras partindo de alguns pressupostos. O mais importante deles é que as Escrituras são divinas, em sua origem, infalíveis e inerrantes no que ensinam, seguras e certas no seu ensino. Para os cristãos reformados, a Bíblia é a revelação da verdade. Em decorrência, só existe uma religião certa, a que se encontra revelada na Bíblia. Logo, no raciocínio reformado, tudo o que é necessário à vida eterna e à vida cristã aqui nesse mundo estão claramente reveladas na Escritura. E tais coisas são claramente expostas nela.
Existem alguns aspectos da pós-modernidade que desafiam esse pressuposto central da interpretação reformada das Escrituras.
1) O conceito de tolerância. Eu me refiro à idéia contemporânea de total complacência para com o pensamento de outros quanto à política, sexo, religião, raça, gênero, valores morais e atitudes pessoais, ao ponto das pessoas nunca externarem seu próprio ponto de vista de forma a contradizer o ponto de vista dos outros. Esse tipo de tolerância não deve ser confundida com a tolerância cristã, pois ela resulta da falta de convicções em questões filosóficas, morais e religiosas: "A tolerância é a virtude do homem sem convicções" (G. K. Chesterton). A tolerância da pós-modernidade é fortalecida pela queda na confiança na verdade, atitude típica de nossa época.
É aqui que entra o conceito de "politicamente correto". Significa aquilo que é aceitável como correto na sociedade onde se vive. É o que se faz em um grupo sem que ninguém seja ofendido. Por exemplo, não é "politicamente correto" tomar atitudes ou afirmar coisas que venham a desagradar pessoas, como emitir valores morais sobre o comportamento sexual das pessoas. É "politicamente correto" ouvir o que os outros dizem sem qualquer crítica, reparo ou discordância explícita. Aqui devemos também notar em especial a preocupação em não ofender as minorias ou grupos oprimidos: afro-descendentes, mulheres, pobres, pessoas do 3º mundo. É claro que o Cristianismo nos ensina a não ofender absolutamente ninguém, mas não por que são minorias ou maioria, e sim por que são feitas à imagem de Deus.
É preciso observar que existe uma tolerância exigida do cristão. Devemos tolerar as pessoas. Todavia, não temos de tolerar suas crenças, quando estas contrariam a verdade de Deus revelada nas Escrituras. Temos o dever de ouvir o que elas tem a dizer, e aprender delas naquilo em que se conformam com a verdade bíblica. Porém, tolerância ao erro, quando a verdade bíblica está em jogo, é omissão.
A tolerância tão característica da pós-modernidade pode afetar a interpretação da Bíblia levando as pessoas a interpretá-la a partir do conceito de "politicamente correto." Evita-se qualquer leitura, interpretação ou posicionamento que venha a ser ofensivo à sociedade ou comunidade a que se ministra. Textos bíblicos que denunciam claramente determinados comportamentos morais são domesticados com uma leitura crítica que os reduz a expressões retrógradas típicas dos moralistas machistas do século I. Textos que anunciam a Cristo como o único caminho para Deus são interpretados de tal forma a não excluir a salvação em outras religiões.
2) O inclusivismo. Num certo sentido, é o resultado do multiculturalismo do mundo pós-moderno. Não há mais no mundo ocidental um país com uma cultura única e uma raça homogênea. Países ocidentais são multiculturais e têm uma mescla de diversas raças. Para que não se seja ofensivo, e para que se possa conviver harmoniosamente, é necessário ser inclusivista. Isso significa dar vez e voz a todas as culturas e raças representadas.
Na sociedade pós-moderna, o conceito ser estende para incluir os grupos moralmente orientados. Significa especialmente repartir o poder com as minorias anteriormente oprimidas pelas estruturas de poder, como afro-descendentes, "gays", mulheres, pobres e raças minoritárias.
Existem coisas boas do inclusivismo multiculturalista, como por exemplo, estudos nos meios acadêmicos sobre a cultura de raças minoritárias e oprimidas no ocidente, como africanos, hispânicos e orientais. Também a criação de bolsas de estudos e empregos para membros destas minorias raciais, bem como de grupos oprimidos, como as mulheres. Ainda digno de nota é a luta contra discriminação baseada tão somente em raça, religião, postura política e gênero.
Mas existem coisas que nos preocupam no inclusivismo. A maior de todas é que o inclusivismo exclui qualquer juízo de valor em termos morais, religiosos, e de justiça. Tem que ser assim para que o relacionamento multicultural e multi-moral funcione.
O inclusivismo acaba também influenciando na interpretação bíblica. Sua mensagem é abordada do ponto de vista do programa das minorias. Por exemplo, a chamada "teologia negra," a teologia da libertação, teologias feministas. Outra coisa é a tendência cada vez mais forte de se publicarem traduções da Bíblia sem linguagem genérica ofensiva, isto é, tirando todas as referências a Deus como sendo homem, etc.
3) O relativismo. No que tange ao campo dos valores e dos conceitos morais e religiosos, é a idéia de que todos os valores morais e as crenças religiosas são igualmente válidos e que não se pode julgar entre eles. A verdade depende das lentes que alguém usa para ler a vida. O importante é que as pessoas tenham crenças, e não provar que uma delas é certa e a outra errada. Não há meio de se arbitrar sobre a verdade porque não há parâmetros absolutos. Desta forma, alguém pode crer em coisas mutuamente excludentes sem qualquer inconsistência.
Dessa perspectiva, ninguém pode tentar mudar a opinião de outrem em questões morais e religiosas. Existem alguns perigos no relativismo quanto à leitura da Bíblia. Primeiro, o relativismo acaba por minar a credibilidade em qualquer forma de interpretação que se proponha como a correta. Segundo, acaba por individualizar a verdade. Cada pessoa tem sua verdade e ninguém pode alegar que a sua é superior à dos outros. Portanto, ninguém pode ter a pretensão de converter outros à sua fé.
Muitos cristãos são tentados a suavizar a sua interpretação da mensagem do Evangelho, excluindo os elementos que não são "politicamente corretos" como: pecado, culpa, condenação, ira de Deus, arrependimento, mudança de vida. Acaba sendo uma tentação de escapar pela forma mais fácil do dilema entre falar todo o conselho de Deus ou ofender as pessoas.
Esses são alguns dos perigos que a pós-modernidade traz à leitura e interpretação das Escrituras. Reconhecemos a contribuição da pós-modernidade em destacar a participação do contexto e do leitor na produção de significado, quando se lê um texto. Porém, discordamos que isso invalide a possibilidade de uma leitura das Escrituras que nos permita alcançar a mensagem de Deus para nós e de ouvir a voz de Cristo, como Ele gostaria que ouvíssemos.
Postado por Augustus Nicodemus Lopes.
Sobre os autores:
Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.
O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.
O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.
23 comentários
comentáriosRev. Nicodemus
ResponderCom sempre um ótimo texto...
Poderíamos facilmente acrescentar a ele o nihilísmo, o individualismo, o legalismo, o consumismo, o tradicionalismo, ou qualquer outro tipo de "ismo", mas o fato é que, sempre que nossos olhos são tapados por algum tipo de lente para ler a Bíblia, o resultado dessa leitura será distorcido. Esse é e sempre será o maior desafio de todo leitor sincero da Bíblia, eliminar, o máximo possível qualquer lente que interfira na leitura, para que possamos ver a Verdade de Deus, e não a nossa...
Olá Nicodemus
ResponderDe fato, o relativismo pós-moderno tem nos afetado de maneira latente e devemos nos preocupar com relação ao pontos destacados. Mas gostaria de fazer alguma considerações.
Possuimos uma verdade e o fato de encabeçarmos determinados pontos ou mesmo ressaltar alguns aspectos que fazem parte da nossa crença podem nos levar a um papel de intolerantes na sociedade.
No entanto, surge uma questão, será que o modo como nós "defendemos" nossas crenças não alimenta mais o espírito pós-moderno. O que eu quero dizer com isso...
No seu texto a sociedade toma como "politicamente incorreto" falar sobre moral e comportamento sexual.
Eu como cristão, tenho um posicionamento claro a respeito do assunto, mas devemos lembrar que nossa sociedade não compartilha dos mesmos valores. Ou seja, nossos interlocutores não são cristãos.
Quando vou discutir com uma pessoa incrédula sobre moral sexual o modo como ela vai receber meu posicionamento pode ser diverso. Ai entro na questão: Vou ser politicamente correto para ela não se irritar comigo, vou perder um amigo?
Ai justamente entra a questão do modo como seu posicionamento é colocado.
Percebo que tentar apelar para a defesa da verdade, pela simples defesa, travar uma guerra, muitas vezes se passando como arrogante e até mesmo irônico nos posicionamentos, acho que só alimenta a ideologia da pós-modernidade.
De outra meneira, quando destacamos nossas crenças e explicitamos o porquê acreditamos nelas, sabendo que nosso interlocutor é incrédulo e pensa como incrédulo e age como tal, e que para fazê-lo pensar e mudar de idéia não basta apelar para confrontos de idéias, mas sim demonstrando a consciência que esta em suas idéias.
Quando nós discutimos e defendemos moral pela simples questão da moral, sem entender o porque Deus implementou uma ética (lei) e qual a razão de ser dela, podemos cair em uma armadilha de sermos cada vez mais éticos, pois basta um erro para que todos nos massacrem. Será que explicar a lei de Deus pela graça não seria uma melhor alternativa?
Abraços
JP
Caro Augustus,
Respondervc verá que a malha do meu crivo não é tão fina assim, uma vez que sou tolerante, inclusivista e sei que muita coisa é raltiva.
Afinal esses são os nossos tempos. Graças a Deus!
Há alguns séculos atrás as idéias eram defendidas na base da espada.
Entendo a preocupação de Creuse em fazer uma leitura pura da Bíblia, o que seria também a sua em alertar para os desafios do pós-modernismo. Todavia, o desafio está aí para ser superado. Idependente da lente que temos e até mesmo com a ajuda delas, Deus vai nos revelar o que quer de nós, em nosso tempo.
Super relevate o posicionameto de JP. Acho que a sabedoria está em discernir quando e porque vale a pena batermos o pé e dizermos, tô fora. Aí depende da esfera de responsabilidade pessoais e coletivas.
No mais acho que de uma forma geral o pós modernismo mais nos ajuda a penetrar na sociedade do que atrapalha nossa leitura da Bíblia. Mas concordo plenamente com você que isto exige bons fundamentos de fé.
Abçs,
Caro Dr Nicodemus
ResponderEsta maleabilidade da tolerância sem limites, quando não tencionando ser amoral [como se isto fosse possível], tem me angustiado. Fazer afirmações categóricas tornou-se algo ofensivo aos sensíveis tímpanos da pós-modernidade, especialmente quando posicionar-se quanto à um assunto não reflete "equilíbrio, relevância e tolerância". Sei que estas são atitudes importantes, mas a ideologia que as motiva é que lança à lama toda a sua glória!
A Editora Fiel publicou um livreto de Peter Masters "Separados pela verdade" que exprime coragem contra a tolerância ao erro, que creio seria uma boa leitura complementar.
Excelente post! Quando leio artigos assim, revigoro o meu compromisso com as minhas convicções reformadas. A minha oração continua sendo "desvenda os meus olhos para que eu comtemple as maravilhas da tua lei" (Sl 119:18). Amém.
Caro Augustus,
ResponderParabéns pelo post.
Ainda acresce-se a isso o fato de que, com o avanço da tecnologia e com ela os mais variados recursos, as pessoas, sobretudo cristãos, estão cada vez mais passivos e não se importam em adquirir uma base de conhecimento sólida para refutar movimentos nocivos a vida cristã defendida pela Bíblia.
Abraços, Joel.
O relativismo é incrivelmente estúpido, pois, se "tudo é relativo", a própria frase que diz "tudo é relativo" é relativa, sendo que tudo ser relativo é relativo. Não podemos ser ignorantes, não tudo não é relativo, Deus não é relativo, Jesus Cristo, seu sacrifíco e ressurreição não são relativos, a Igreja não é relativa, a Bíblia não é relativa, ela é, e sempre será "A" Verdade, e nela há verdades universais imutáveis para todos os homens, de todas as épocas, em qualquer país, lingua cultura ou nação. Nisso, não há relativísmo. Mesmo que correntes religiosas, filosóficas, políticas ou qualquer coisa do tipo relativizem essas verdades, isso será distorção, o que é natural do homem, porém, essas verdades continuarão incólumes assim como Deus que as inspirou.
ResponderComo diz o ditado popular: "Manda quem pode (Deus em Sua Palavra), obedece quem tem juízo...".
Caro Creuse, caro Augustus,
Responderacho que o objetivo deste espaço é criar uma discução sadia.
Então vou discordar de alguns pontos, que filosoficamente falando são dignos de questionamento:
1)ética é uma questão de ótica, dizia um visinho na esquina de bate papo. Tive que concordar. Afinal ele não era cristão, e sob sua ótica várias coisas eram boas, qua nós cristãos não aceitamos. E sabemos que o bem e o mal é uma questão sim de ótica, divinas. Mas quem compreendeu os seus intentos?
2)Deus é relativo, sim. Primeiro a ele mesmo. Ele jurou por ele mesmo. Ele está relativo áquilo que diz, sua palavra. E por último se condiciona a nós. Veja a oração do Pai Nosso. Ele nos perdoa assim como perdoamos.
3)Tudo é relativo e essa frase é relativa também, o que abre espaço para o absoluto.
4)As lentes que distorcem a realidade tem a mesma função de revelá-la. Assim como suas fotos distorcidas que vemos aqui nos comentários revelam que você é bem humorado e sai do convencional.
5) Se em Atenas Paulo admitiu para aqueles filósofos que Deus era desconhecido, temos que também mostrar na arena de hoje que Deus é relativo. Por isso é buscá-lo enquanto se pode achar. Fazer as pazes com ele enquanto ele está perto e "bonzinho".
Caro Augustus:
ResponderExcelente post. Uma pergunta à qual apreciaria o seu comentário: Você disse - "Existem coisas boas do inclusivismo multiculturalista, como por exemplo... a criação de bolsas de estudos e empregos para membros destas minorias raciais, bem como de grupos oprimidos, como as mulheres".
Você não acha que essa criação de bolsas de estudos com base em configurações raciais, por vezes intangíveis e indescritíveis (ou mesmo quando elas são claras), em vez de por carência e necessidade econômica, encoraja o "racismo inverso"? Não é interessante que onde isso foi primeiramente tentado (EE UU - "Affirmative Action") a coisa não funcionou e que nosso governo continua importando o que lá fora já foi descartado?
Abs
Solano
Prezado Reverendo Augustus,
ResponderUma crítica comum a nós, cristãos bíblicos, é justamente baseada na idéia de que a nossa leitura da Bíblia nos torna intolerantes, fundamentalistas fanatizados e outros adjetivos mais, cuja citação se torna desnecessária. Sabemos que essa taxação é injusta e falaciosa, uma vez que são inúmeras as contribuições dos evangélicos para a promoção da dignidade humana, na luta pelos direitos humanos e civis, pelo fim da escravidão, da exploração do trabalho infantil, etc; bandeiras estas levantadas exatamente pela leitura bíblica que honra o homem como imagem e semelhança de Deus. Porém, recentes episódios da história humana vieram reforçar essa idéia de intolerância dos cristãos bíblicos. Refiro-me ao apoio dos cristãos evangélicos dado ao presidente Bush, quando da invasão do Iraque. Por exemplo, o John MacArthur (a quem admiro com expositor bíblico) foi à TV americana, legitimar a ação bélica dando-lhe contornos de guerra santa. Isso seria correto? Mesmo entendendo o clima de comoção da América pelo 11 de Setembro, seria justo fazer essa leitura da Bíblia para justificar uma invasão que o tempo tem demonstrado inútil, às custas de milhares de vidas? Será que não estamos suficientemente preparados para esse tipo de reflexão? Sinceramente não tenho respostas. Gostaria muito de ouvi-lo. Abs.
(Obs.: o pessoal pegou pesado nos posts anteriores)
Caro augustus,
ResponderParabéns pelo post. Creio que tudo se resume nisto: a quem estamos quenrendo agradar: a Deus ou a homens? E quando falo homem isto inclui o próprio agente.
Ética é uma questão de Bíblia, não de ótica. Se a Bíblia diz que algo é certo, é por que é certo e ´ronto, independente da ótica de alguém, querendo essa aceitar pessoa ou não. O homem e sua opinião, não são o que determinam o padrão ético, Deus é. Dessa forma, a ética só está condicionada a uma ótica, a de Deus.
ResponderDeus é Deus, Ele não está condicionado a nada a não ser a Ele mesmo, Ele é o absoluto maior, e de certo modo, Ele é o único absoluto do universo, todo demais está condicionado a Ele. e como a própria Bíblia diz, Nele não há nem sombra de variação...
Além do que, Deus sempre é bom, ele nunca deixará de ser "bonzinho", mesmo quando aplicar sua justiça, mesmo quando verter rios de sangue isso será bom, pois o padrão do que é bom é Deus e não a ética distorcida do homem.
Oi Creuse,
Respondertambém sou um fã do João Alexandre.
Fui membro da igreja Batista da Graça em BH, onde fui re-batizado, pois tenho o background católico.
Apesar de não ser teólogo, me considero um, ainda que amador - no sentido positivo desta palavra. Na verdade levo teologia muito a sério sendo que sou um missionário, aqui nessa fria Alemanha, totalmente pós moderna. Gosto também de política e ética, pois sou administrador.
concordo com você em tudo. Aliás são coisas que escrevi nas entrelinhas. Mas...
Se considerarmos os estudos da pós-modernidade feitos por Ronald Inglehart, em função de valores tradicionas/seculares veremos que podemos fazer uma leitura contextualizada da Bíblia de acordo com diferentes culturas. [http://www.worldvaluessurvey.org/]
Sem com isso perder sua essência ou aquilo que é absoluto nela. Mas você diria tudo na Bíblia é absoluto! Então porque tantas traduções? Pois existe diferentes línguas e maneiras de expressar essas verdade absolutas sem com isso dertupar seu conteúdo.
Por enquanto é isso (não nos esqueçamos que nesse espaço estamos condicionados ao martelo do Augustus e à ótica e ética dele, qu e esperamos e cremos ser o mais próxima possível da bíblica).
Nos mais parece-me qeu você é corintiano... não sei porque... mas no fundo vc deve ter mais o que fazer que se ocupar com futebol.
Deus me livre de ser corinthiano... TÔ fora, credo, aceito até ser mulçumano, menos corinthiano... rsrsrs... arg!!! Essa é a pior ofensa que alguém poderia me fazer, essa doeu... Sou bi-campeão mundial, bi-campeão brasileiro este ano, tricolor do Morumbi... Por mais que a Bíblia condene esse pecado eu confesso e não abandono, sou de Paulo, São Paulo. Gosto muito de futebol, o que tem tudo que ver com teologia, pois futebol é tão lógico e tão ilogico quanto a teologia.
ResponderPor exemplo, existem absolutos imutáveis no futebol, a bola é redonda, e o objetivo do jogo é fazer gol, há controvérsias desse segundo ponto segundo o Parreira, mas, ele é o herege do futebol. Mas então, Deus é como a bola, e como o gol, não muda, não é relativo, é absoluto, e foi isso que eu disse. A Bíblia tem absolutos eternos e imutáveis que são válidos para todos os tempos épocas linguas e nações, assim como essas coisas do futebol (a bola e o gol) nunca mudaram em toda a história do futebol. Existem outras coisas na Bíblia que são locais, temporais, transitórias, como no futebol o impedimento, o número de jogadores, o recuo de bola para o goleiro, essas coisas mudaram várias vezes na história. A cultura humana nunca é um absoluto, portanto, a cultura deve se adaptar a Deus e não Deus à cultura. A cultura não é normativa, Deus e Sua Palavra são.
As traduções da Bíblia não são absolutas, por isso nunca escolho uma, uso várias diferentes, elas são como as bolas de futebol, existem várias marcas de vários modelos, com características diferentes, mas todas são bolas, os campeonatos usam bolas diferentes, mas isso não faz com que a bola deixe de ser bola, assim é a com as traduções da Bíblia, porém a mensagem não pode mudar, é sempre a mesma.
Caro Solano,
ResponderDesculpe, só agora vi seu comentário e sua pergunta: "Você não acha que essa criação de bolsas de estudos com base em configurações raciais, por vezes intangíveis e indescritíveis (ou mesmo quando elas são claras), em vez de por carência e necessidade econômica, encoraja o "racismo inverso"
Entendo. Todavia, em meio aos abusos e à ideologia equivocada, acredito que pessoas serão genuinamente beneficiadas, as quais não teriam acesso a esses serviços de outra forma. é nesse sentido que citei a criação dessas bolsas como sendo algo positivo do inclusivismo.
Abraços!
Rev. Augustos, sobre TOLERÂNCIA:
ResponderSem comentários tão edificantes quanto aos dos irmãoes acima, mas um testemunho: Hoje quase fui apedrejada na empresa em que trabalho por falar da Bíblia, por mencionar a posição bíblica sobre o homossexualismo, fui taxada de intolerante, como se o fato de ser cristã (reformada Graças a Deus), fizesse de mim uma pessoa "bondosa" nos padrões nos contos de fadas. Aí depois de uma tarde de oração, li seu texto e agradecí ao Senhor pelo bálsamo derramado, usando suas palavras Reverendo para me manter firme em minhas convicções - As Bíblicas é claro!! Crendo que a Palavra de Deus está acima de tudo e de todos. Deus o Abençoe e Tenha Misericórdia de todos nós cristãos, que andamos na contra mão do mundo (mundano). Val
Olá Nicodemus
ResponderDe fato, mesmo que ao meu ver, conceder bolsas para quota racial não seja a maneira mais correta, ela acaba selecionando pessoas que realmente precisam. Gostei muito de sua colocação, por mais que nossa ideologia seja contrária nós pensamos nas pessoas involvidas.
Olá Anônimo..
Dependendo do modo como vc coloca a questão do homossexualismo e a bíblia as pessoas até escutam, mas se for colocado de uma maneira mais agressiva pode, pelo contrário gerar furor..
Ai não sei como vc colocou a questão...
Abraços
JP
Olá Reverendo Nicodemus, pastor querido!
ResponderQue bom ler o que o senhor escreve!
Louvo ao nosso Deus por termos entre os homens de Deus a quem amamos, pessoas lúcidas como o senhor!
Minha oração é que ELE,em sua infinita misericórdia, nos ajude a jamais nos envolvermos com os padrões e conceitos que têm minado SUA PALAVRA, pelo contrário que ela continue sendo o "norte" para as nossas vidas.
Um grande abraço,
Sueli
Obs: Pastor, tentei entrar em contato com o senhor através de seu e-mail e recebi uma mensagem automática dizendo que seu endereço "a.nicodemus" não está mais funcionando. O senhor poderia passar-me seu novo endereço?
Hola pastor, mi nombre es Marcelo Sánchez, de Chile.
ResponderMe permití traducir su post para ponerlo en el blog que estoy haciendo con un par de amigos: http://reformadoreformandome.wordpress.com
Espero que no le moleste...
Que Dios lo bendiga, creo que nos veremos esta semana en Chile.
Adios
Estimado Marcelo,
ResponderUsted no me molesta, es muy bienvenido! Si, puedes traducir mi post para tu blog. Hasta el Chile!
Oi Creuse,
Respondercomo escrevi a pouco tempo na "palavra do leitor" da Ultimato, acho bom um terreno firme, mas também é importante as águas incertas. Bem aventurados aqueles que conseguem andar com firmeza sobre as águas!
Concordo com você de novo a bola é padrão e uma série de coisas. Mas o que faz o jogo bonito e interessante é justamente o não convencional.
Você com certeza acompanhou ao drible da foquinha que deixou os atleticanos mordidos. O Leão queria até proibir (besteira).
Pois é sou cruzeirense e seu time tá com o pé na nossa janta. Mas convenhamos vocês estão com um timaço! Pobre dos Corintianos...
eu havia deixado uma mensagem diretamente lá no theologizando, mas acho você não leu ainda. Aliás, parabéns pelo artigo "isso que é igreja?", achei bom mesmo!
Saudações,
Roger
O que possibilita o drible da foca, é o fato da bola ser redonda, se a bola fosse quadrada, ele não teria como levantá-la até a cabeça nem como dominá-la na cabeça, além de se machucar nas quinas. Desse modo, mesmo o drible, que é o bonito do futebol, está condicionado ao fato da bola ser redonda. Além do mais, todos os jogadores de futebol, dizem unânimes que o drible, só pelo drible, sem o objetivo do futebol que é fazer gol, é desnecessário, inútil e humilha o adversário causando violência. Enfim, tudo se resume em bola e gol como já havia dito. Assim também é na teologia, toda variedade de formas, modelos, etc... estão condicionados à Bíblia e ao objetivo do cristianismo glorificar a Deus através da pregação do Evangelho, restaurando o homem perdido. Formas e modelos podem até ser interessantes, mas se não estão firmados na palavra e se não têm o objetivo de glorificar a Deus através da pregação do evangelho, são inúteis, e só causam confusão...
ResponderDe olho na Bola e rumo ao gol
Creuse P. S. Santos
Olá Augustus, olá Creuse,
Respondero Brasil está longe de ser um país pós-moderno como é por exemplo a Suécia.
O brasileiro dá ainda muita credibilidade aos valores tradicionais da igreja e do estado, e não é tão racionalista - infelizmente.
Onde o estado e a igreja deixaram de ser uma referência, a verdade "coletivamente" aceita torna-se algo de fato relativa.
Mas nem o estado e nem a religião são os detentores da verdade absoluta. Examinemos o mundo islâmico para tirarmos qualquer dúvida...
Em administração de empresas é ensiando os três Es: 1) Eficácia: atingir os objetivos corretos, o gol; 2) Eficiência: usar os métodos corretos, o drible; 3) Efitividade que é o ponto 1 somado ao 2.
Ser efetivo é jogar bem os 90 minutos e ganhar a partida. Nem que seja nos pênaltis!
Queremos que Deus seja glorificado. Certo? Queremos que as pessoas sejam salvas. Então temos que usar os métodos de Deus para chegarmos aos objetivos de Deus. E o caminho é Jesus. Seus ensinos, mas também seu estilo de vida marcados pela mansidão e humildade.
Jesus ganhou vidas quando se identifou com elas. Ao tornar-se homem como a gente. Ao assumir a forma de servo. Ao experimentar a morte, quando depois de ressurreto se relacionou deixou-se tocar, comeu e bebeu com os seus amigos.
Resumindo, já naquela época Jesus foi considerado super tolerante, totalmente inclusivista e raltivista.
Sou historiador e certamente uma das minhas maiores dificuldades é com o pensamento pós-moderno.A relativização exacerbada dos fatos é notória em todas as áreas do ensino superior, dificultando assim o embate entre as verdades genuinamente cristãs e essa "nova" maneira de pensar. Queria se possível,que você escrevesse algo sobre alteridade, entendido como avaliar as outras culturas pelas lentes da nossa cultura atual.E que também observasse o conceito de anacronismo, entendido como a aplicação de conceitos atuais, a fatos vivenciado no passado.
Responder