sábado, outubro 20, 2007

Solano Portela

A Batalha contra o Liberalismo: Citações de J. Gresham Machen

Aqueles que prezam as Sagradas Escrituras e estão convictos que o liberalismo teológico deve ser combatido, com freqüência verificam que a batalha pode ser muito solitária. Parece que a maioria puxa em sentido contrário. Parece que a nossa comunicação não tem eficácia. Por vezes, parece que Deus não abençoa os nossos esforços. Com facilidade podemos ser vítimas da síndrome de Elias – "Só eu, Senhor?". Ao mesmo tempo, podemos estar abrindo mão exatamente de uma bênção que Deus nos deu – a facilidade de comunicação e comunhão com aqueles que Ele levantou para a mesma frente de batalha. A troca de idéias e ideais com aqueles que podem nos fortalecer.

Os conservadores não deveriam ser conhecidos primariamente por sua beligerância e isolamento, mas, dedicando intenso cuidado às suas vidas pessoais, para que haja abundante coerência cristã, devem ser homens de paz preparados para tempos de guerra, sempre aplicando Colossenses 4.6, para que a verdade seja eficazmente comunicada. E devem manter relações fraternas com outros que igualmente prezam a Palavra de Deus e as verdades do Evangelho salvador de Cristo.

Que maior paz podemos ter do que a certeza e convicção que o conselho de Deus e seus propósitos subsistirão? Que maior privilégio podemos ter do que estarmos com a consciência limpa, perante Ele, envolvidos na proclamação de "todo o conselho de Deus", na defesa da fé "uma vez dada aos Santos", na resistência aos "outros evangelhos" que se nos apresentam?

Para fortalecimento e alimento, gostaria de compartilhar algumas citações extraídas do livro “Cristianismo e Liberalismo” do conhecido pensador cristão do século passado J. Gresham Machen, que está disponível em português desde 2001, cuja revisão final tive o privilégio de fazer (se quiserem saber um pouco mais sobre Machen e outros gigantes da história da igreja contemporânea, dêem uma olhada neste artigo do excelente Blog de Gilson Santos ou no post do Dr. Augustus Niodemus, neste mesmo blog - que faz considerações sobre o mesmo livro, aqui). Todas essas citações foram extraídas do capítulo 7. Vejam a pertinência dessas colocações, sob os tópicos destacados, aos nossos dias.:

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Sobre a questão da salvação individual de alguns liberais:
... nenhum homem pode dizer com segurança se a atitude de certos indivíduos "liberais" com relação a Cristo é fé salvadora ou não. Mas uma coisa é perfeitamente clara - quer os liberais sejam ou não cristãos, de qualquer modo é perfeitamente claro que o liberalismo não é Cristianismo. E sendo este o caso, é altamente indesejável que o liberalismo e o Cristianismo continuem a ser propagados dentro dos limites da mesma organização. Uma separação entre os dois grupos na Igreja é a necessidade urgente do momento.

Sobre os padrões de doutrina de uma denominação:
... Suponha que a devoção a um credo seja um sinal de estreiteza ou de intolerância, suponha que a Igreja deva ser fundamentada na devoção ao ideal de Jesus ou no desejo de colocar Seu espírito em operação no mundo, e de forma alguma em uma confissão de fé, com relação à Sua obra redentora. Mesmo se tudo isso fosse verdadeiro, mesmo se uma Igreja doutrinária fosse algo indesejável, ainda assim seria verdadeiro que, na realidade, muitas (em espírito, de fato, todas) igrejas evangélicas são igrejas doutrinárias, e se um homem não aceita o seu credo, ele não tem direito a um lugar no seu ministério de ensino.

Sobre os votos de ordenação dos ministros e oficiais:
O caráter doutrinário das igrejas é expresso de forma diferente nas diferentes denominações, mas o exemplo da Igreja Presbiteriana talvez possa servir para ilustrar o que queremos dizer. É requerido, por ocasião da sua ordenação, que todos os oficiais na Igreja Presbiteriana, incluindo os ministros, respondam "claramente" a uma série de questões que começa com as duas seguintes:


"Você crê que as Escrituras do Antigo e Novo Testamentos são a Palavra de Deus,
a única regra infalível de fé e prática?"
"Você sinceramente recebe e adota a
Confissão de Fé desta Igreja, como contendo o sistema de doutrina ensinado nas
Santas Escrituras?"
Se estas "questões constitucionais" não fixam claramente a base doutrinária da Igreja Presbiteriana, é difícil ver como qualquer linguagem humana poderia fazê-lo. Porém, imediatamente após fazer esta declaração solene, imediatamente após declarar que a Confissão de Westminster contém o sistema de doutrina ensinado nas Escrituras infalíveis, muitos ministros da Igreja Presbiteriana começam a desprezar esta mesma Confissão e a doutrina da infalibilidade da Escritura com a qual eles solenemente acabaram de se comprometer!

Sobre "dúvidas de fé" e honestidade:
Não estamos falando agora dos membros da Igreja mas do ministério, e não estamos falando do homem que está perturbado por dúvidas graves e pergunta a si mesmo se, com suas dúvidas, pode honestamente continuar a ser membro da Igreja. Para as grandes multidões de almas assim perturbadas, a Igreja oferece generosamente sua comunhão e sua ajuda; seria um crime bani-los. Há muitos homens de pouca fé em nossos tempos tumultuosos. Não é deles que nós falamos. Deus conceda que eles possam obter conforto e ajuda através das ministrações da Igreja! Estamos falando de homens muito diferentes destes homens de pouca fé - destes homens que estão perturbados por dúvidas e que buscam seriamente a verdade. Os homens aos quais nos referimos não estão buscando um lugar como membro da Igreja, mas um lugar no ministério, e eles não desejam aprender mas ensinar. Eles não são homens que dizem, "Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!" (Mc 9.24), mas homens orgulhosos da sua posse de conhecimento deste mundo e que buscam um lugar no ministério para que possam ensinar o que é diretamente contrário à Confissão de Fé à qual submeteram-se. Várias desculpas são dadas para este curso de ação - o crescimento do costume pelo qual as questões constitucionais supostamente tornaram-se letra morta, várias reservas mentais, várias "interpretações" da declaração (que, naturalmente, significam uma reversão completa de significado). Mas, nenhuma destas desculpas pode mudar o fato essencial. Desejável ou não, a declaração de ordenação é parte da constituição da Igreja. Se um homem pode se colocar naquela plataforma, ele pode ser um oficial na Igreja Presbiteriana; se não pode se colocar nela, ele não tem o direito de ser um oficial na Igreja Presbiteriana.

Sobre a saída dos conservadores ou dos liberais:
Neste ponto, pode surgir uma questão. Se deve haver uma separação entre os liberais e os conservadores na Igreja, por que não se retiram os conservadores? Com certeza, isso pode ocorrer. Se a ala liberal realmente obtiver controle total dos concílios, então nenhum cristão evangélico poderá continuar a apoiar a obra da Igreja. Se um homem crê que a salvação do pecado só é obtida através da morte expiatória de Jesus, então ele não pode honestamente apoiar, através dos seus dons e da sua presença, uma propaganda que pretende produzir uma impressão exatamente oposta. Fazer isso significaria cometer o mais terrível assassinato possível. Se a ala liberal, então, realmente obtiver controle da Igreja, os cristãos evangélicos devem estar preparados para se retirarem, não importa o que isso for custar. Nosso Senhor morreu por nós e, com certeza, não devemos negá-Lo em favor dos homens. Mas, até o presente momento, esta situação ainda não apareceu; a base doutrinária ainda se encontra firme nas constituições das igrejas evangélicas.

Sobre a questão da harmonia na igreja:
Mas como uma situação tão anômala pode chegar a um fim? O melhor caminho seria, indubitavelmente, a retirada voluntária dos ministros liberais das igrejas confessionais, cujas confissões, no sentido histórico simples, não aceitam. Não abandonamos completamente ainda a esperança desta solução.
Nossas diferenças com a ala liberal na Igreja são realmente profundas mas, com relação à obrigação da simples honestidade do discurso, algum acordo certamente pode ser alcançado. Com certeza, a retirada dos ministros liberais das igrejas doutrinárias seria um grande avanço no interesse da harmonia e da cooperação. Nada produz tanto conflito quanto uma unidade forçada, dentro da mesma organização, daqueles que discordam fundamentalmente quanto aos objetivos.

Sobre a acusação de intolerância, feita contra os conservadores:
... quando uma organização, edificada com o propósito fundamental de propagar uma mensagem, passa seus recursos e seu nome para aqueles que estão engajados em combater esta mensagem, isto não é tolerância mas simples desonestidade. Apesar disso, esse é exatamente o curso de ação advocado por aqueles que permitem que a religião não doutrinária seja ensinada no nome das igrejas doutrinárias - igrejas que são claramente doutrinárias tanto nas suas constituições quanto nas declarações que requerem de cada candidato à ordenação.

Sobre a necessidade de se encorajar a defesa da fé:
Qual é a obrigação do cristão nesta hora? Em particular, qual é a obrigação dos oficiais cristãos da Igreja? Em primeiro lugar, eles deveriam encorajar aqueles que estão se engajando em lutas intelectuais e espirituais. Eles não deveriam dizer, no sentido em que alguns leigos dizem, que mais tempo deveria ser devotado à propagação do cristianismo e menos à sua defesa. Com certeza, deve haver a propagação do cristianismo. Crentes certamente não deveriam contentar-se em evitar os ataques, mas deveriam também esclarecer de forma ordenada e positiva as riquezas completas do evangelho. Mas muito mais é pretendido por aqueles que requerem menos defesa e mais propagação. O que eles realmente pretendem é o desencorajamento de toda a defesa intelectual da fé. E suas palavras vem como um golpe na face daqueles que estão travando uma grande batalha. Na realidade, não deveria ser devotado menos, mas mais tempo à defesa do evangelho. De fato, a verdade não pode ser dita claramente sem ser nomeada comandante contra o erro. Assim, uma grande parte do Novo Testamento é polêmica; a enunciação da verdade evangélica foi ocasionada pelos erros que surgiram nas igrejas. Assim será sempre por causa das leis fundamentais da mente humana. Além disso, a crise atual deve ser considerada. Pode ter havido um dia onde a propagação do evangelho foi feita sem defesa. Mas este dia é passado. No presente, quando os oponentes do evangelho estão quase em controle das nossas igrejas, o menor esquivar-se da defesa do evangelho é apenas infidelidade absoluta ao Senhor.

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Que Deus nos fortaleça na batalha!
Solano

Solano Portela

Postado por Solano Portela.

Sobre os autores:

Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.

O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.

O Dr. Mauro Meister (@mfmeister) iniciou a plantação daIgreja Presbiteriana da Barra Funda.

19 comentários

comentários
20/10/07 19:49 delete

Solano,


Excelente post. Quem dera muitos seguissesm os conselhos dados por ele aí. Infelizmente a realidade nos entristece demais.

E que nós possamos, ao mesmo tempo que mantemos a fé, que batalhamos pela verdade, ter comunhão com outros que também têm esse desejo.

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Anônimo
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21/10/07 15:23 delete

O post é excelente.Tenho tido a impressão de que tudo que foi feito anteriormente está sendo abandonado.A verdade está sendo descoberta agora por esses "liberais".Sou diácono pela graça de Deus,e creio não estar exercendo a função da maneira como a Bíblia ordena por causa desse tal liberalismo e parece impossível mudar isto.Que nosso Deus nos ajude a mudarmos isso.

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21/10/07 16:15 delete

Eu tenho uma dúvida: se a Confissão de Fé é um documento sujeito a falhas, como e quando ele pode passar por revisões se na ordenação declaram crer que ele expressa a verdadeira doutrina bíblica?

Sem querer levantar polêmicas; só dúvida mesmo. Abraços.

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Anônimo
AUTOR
21/10/07 19:09 delete

Para mim, a palvra "intelectual" e "fé" não devem andar juntas, quanto mais "defesa intelectual da fé". Isso não existe: fé, espiritualidade, elevação, não se argumenta, se vive.

Me impressiona também como, em lugares tão auto-plocamados Cristãos, como esse, não conseguem debater nenhum tema sem sectarismo ou classificação de grupos, não passam uma linha sem dar nome à correntes de pensamentos de de tipos de pessoas. "Aquele que acredita nisso deve..." ou "aquele que defende isso não deve.."..."os calvinistas", ou "os defensores", ou os "anti-seiláoquê", ....já repararam como todo o discurso vem num tom belicista, segmentário, acusatório, de guerra?

"A Batalha contra o liberalismo..."

Só nesta frase invoca a guerra e classifica. Esse texto não passa de uma Cruzada. E o espaço como um todo beira a incosntitucuionalidade.

Será que esse comentário será publicado? Espero ao menos que sim.

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21/10/07 19:47 delete

Cristiano,

Me parece legítimo o desejo de reformar a confissão de fé.
Porém que se faça isso legalmente, honestamente, através dos instrumentos legais previstos na CIPB, através dos Concílios.

O que não se pode admitir é a sua reforma, ou melhor, negação, na prática diária daqueles ministros que um dia juraram fidelidade à mesma e vivem, a partir de sua ordenação, como se ela não existisse.

Abraço

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Anônimo
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22/10/07 03:06 delete

Achei o texto muito bom, por um momento pensei ate que tivesse sido ele todo escrito hoje.

E praticamente todos os topicos do texto estao bastante claros - talvez o ultimo topico do texto tenha sido um pouco "rapido demais", mas ainda assim bom.

Parabens pelo tesouro achado!
- Ricardo

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22/10/07 09:54 delete

1. Anderson, obrigado pela resposta.

2. É triste ver que a Igreja como um todo contribui financeiramente, espiritualmente, etc, para a formação de novos pastores, que se apresentam como vocacionados, para que eles se formem, pastoreiem a Igreja (depósito de confiança) e depois comecem a "jogar contra o time". Tornam a Igreja uma "casa dividida".

Uma coisa é você discordar de um ponto de vista, em um assunto "não fechado" (Escatologia, por exemplo). Outra é jogar contra o time.

É de se pensar que talvez o problema se encontre justamente na formação dos nossos pastores. Como vão nossos seminários?

3. Vamos falar abertamente: diante desta situação, onde os caras são rebeldes - não falo quanto à não concordância administrativa, isto acontece em qualquer lugar, mas doutrinaria mesmo - e aí, como fica? Igreja não é algo comercial, mas se eu estou numa empresa, e faço o contrário do que ela propõe ou ordena, me mandam embora. "Siga o seu caminho, que a gente segue o nosso".

Muitos criticam as idéias de Rubem Alves, mas pelo menos ele foi ético: foi embora. Seguiu o caminho dele.

Como a administração da IPB esta lidando com o problema?

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Anônimo
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22/10/07 09:56 delete

Xiii... o Thiago deve ser mais um daqueles que bateu com a cabeça quando era criança.

Acho que até por causa do fervor gnóstico, precisa de uma boa aula de português, com urgência.

Goel

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22/10/07 11:28 delete

Se eu tirar alguém da minha casa, que entrou lá para fazer bagunça e quebrar a paz, isso também é anticonstitucional?

Os apóstolos e apologistas da fé também o foram? Eles deveriam ter feito o quê, simplesmente ficado em silêncio diante das heresias que comprometiam a "saúde espiritual" da Igreja?

Eu também não gosto de "rótulos", apesar de que quem não concorda com eles são automaticamente chamados de "fundamentalistas". Mas ficar quieto, aí não dá.

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Anônimo
AUTOR
22/10/07 12:19 delete

Cristiano,

Não liga para o tal Thiago não - ele já apareceu no blog da Norma.

Veja aqui, por exemplo: https://www.blogger.com/comment.g?blogID=12924181&postID=875996100901572230&isPopup=true

Ele supõe que "intelectual" e "fé" "não devem andar juntas", e não gosta especialmente da "defesa intelectual da fé" pois sem isso, ele vai ter mais espaço para espalhar seu veneno gnóstico, sem contestação.

E vai poder posar de 'inteleqitual' (segundo o lulês), para afirmar suas caricaturas histórias e teológicas.

Dê ao Thiago o silêncio que ele merece.

Goel.

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22/10/07 13:10 delete

Nobre irmão Solano, gostaria de lhe parabenizar pelo post, este fim de semana eu comprei o livro ´´cristianismo e liberalismo`` e até agora tenho gostado. A parte de traz do livro (capa) resume bem o que é liberalismo, que pelo meu entendimento na verdade é outra religião, pode ser qualquer coisa menos cristianismo. Também o autor fala algo assim, que o liberalismo é um inimigo muito perigoso, porq sempre na história aceitavam ou rejeitavam o novo testamento, aceitavam ou rejeitavam o credo apostolico, aceitavam ou rejeitavam a C.F.W. Mas agora eles tão uma nova interpretação, que na verdade não passa de um tremendo engano. Por fim Solano, quero lhe dizer que vamos lutar juntos contra esse liberalismo, que Deus livre a IPB dessa falsa teologia.
Abraços, Laurindo Cavalcanti. Caruaru-PE

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Norma
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22/10/07 14:17 delete

Puxa, Thiago, que pena que você é tão dualista! Que história é essa de separar e opor razão e fé? Essa esquizofrenia enlouquece, rapaz!

Mas, como disse o Goel, não dá para esperar coisa diferente de quem segue o gnosticismo. Se você não desprezasse tanto assim a razão e a história, entenderia que boa parte das epístolas do Novo Testamento foi escrita para prevenir os primeiros cristãos de heresias como o gnosticismo. E, se você não fosse um dualista, veria que, em um mundo caído, não podemos manter a fé em Cristo sem, primeiro, separar muito bem o que é de Deus e o que não é.

Separatismo doutrinário não é falta de amor, Thiago. É zelo com a Palavra de Deus. Veja, sou uma "separatista doutrinária", como queira, mas digo-lhe isso em amor. Os dualismos adoecem a mente e a alma. Que Deus lhe mostre isso um dia.

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22/10/07 21:33 delete

1. Cara Ju e diácono anônimo:
Obrigado pelos comentários.

2. Caro Cristiano:
A Confissão de Fé não procura inovar ou formular doutrinas, mas sistematizar os ensinamentos da Palavra de Deus. É baseada na compreensão reformada da soberania de Deus. Ela não substitui, nem se apresenta como infalível. Foi formulada por um concílio e aprovada por outros vários, ao longo de sua existência. Ela própria afirma que Concílios podem errar. A maneira de re-examiná-la, seria à luz da Bíblia e através dos Concílios, seguindo o exemplo que encontramos em Atos 15 - quando um concílio se pronuncia em matéria de doutrina. No entanto, temos testemunhado que as tentativas de mudanças normalmente surgem da busca por uma leitura sociológica, ou contemporânea, não somente em aplicação (aplicá-la contemporâneamente é próprio), mas buscando a mudança de princípios e verdades. Isso surge da compreensão, humana e não divina, da ausência de absolutos. Há uma rejeição natural de que verdades sejam eternas. Há uma avidez, sempre, para "remoção dos limites antigos". Para uma expansão do pensamento do que significa uma Confissão de Fé, e dos votos prestados à Ela, sugiro a leitura do excelent "post" de Augustus Nicodemus: "Por Onde Entram os Lobos", em, http://tempora-mores.blogspot.com/2006/10/por-onde-entram-os-lobos.html .

3. Caro Thiago: Será que Judas 1.3 também beira a inconstitucionalidade? (“... exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”). Acho que entre a sua opinião e a Bíblia, vou ficar com a última. Sugiro que dê uma lida no "post" do Augustus, que recomendei em "2", acima, e também em "Patrulhamento Teológico, ou Responsabilidade Cristã"?, em: http://tempora-mores.blogspot.com/2006/02/patrulhamento-teolgico-ou.html. Neles você verá mais razões elencadas para a batalha.

4. Caro Anderson: Excelente resposta.

5. Caros Ricardo e Laurindo - Grato pelas palavras de estímulo.

6. Goel e Norma: É realmente incrível como ainda se pretende divorciar o intelecto da fé, nos dias de hoje, quando já se produziu tantos livros e escritos que interpretam corretamente a junção entre os dois que procede das Escrituras. Não sei porque tantos acham que uma fé alienada é superior ao "culto racional" demandado pela Palavra.

Um abraço a todos

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Anônimo
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29/10/07 12:28 delete

olá,
não vi vocês no theologando internacional?
uma pena, perderam.

abraços

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Anônimo
AUTOR
29/10/07 15:31 delete

"Theologando internacional"?

Isso é nome de remédio prá dor de barriga?

Goel

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29/10/07 22:35 delete Este comentário foi removido pelo autor.
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29/10/07 22:38 delete

Carlos:
Você tem certeza, mesmo, que nós não estávamos lá???

Goel:
A teologia apresentada no encontro não é remédio para dor de barriga; é o efeito dela...

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Anônimo
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13/11/07 13:09 delete

Goel, seu comentário é muito infeliz e grosseiro. Precisa melhorar

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Anônimo
AUTOR
21/1/08 22:20 delete

Sou de uma cidade pequena, onde o liberalismo ainda não tem muita força; por isso, tomei contato com ele pela internet; fiquei atônita ao ver as coisas que as pessoas supoem a respeito de Deus, sem levar em consideração a inerrância da sua palavra. A princípio fiquei triste, mas sempre que vejo o aparente triunfo de heresias, me consolo na própria escritura, que traz porfecias sobre esses erros na igreja; e também em posts como esse, sempre esclarecedores. Cada vez que vejo pessoas "colocando palavras na boca" do meu Deus, digo: Maranta!

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